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05/10/2010 COX, Robert. Social Forces, States and World Orders. Beyond International Relations Theory. I) Introdução a. Estado/Sociedade – isto não estava contemplado à época. Se um estado for mais liberal ou mais intervencionista, há consequencias diferentes para a ordem internacional. Um Estado liberal tem maiores tendencias à interdependencia e menos probabilidade de intervirem na sociedade. Um outro estado pode ser mais intervencionista, como o estado que se estabelece pós o laissez-faire no século XIX; sendo também assim no plano internacional, para realizar seu intuito de proteção doméstico. Estados nacionalistas na década de 30 podem se caracterizar nesse perfil. Vai ser estratégico em sua teoria a compreensão de forma de estado para se entender a ordem mundia. b. Pluralidade das formas de Estado – aqui nos afastamos da teoria realista de entender a ordem mundial de acordo com a distribuição de poder. O mais estratégico aqui são as formas de Estado, para esta teoria crítica. É um dos pilares de seu esforço estratégico, a visão da forma como o Estado se projeta na sociedade, entendido basicamente como economia neste ponto. II) Perspectivas e propósitos – passa a delinear o que é uma teoria crítica. Existem dois tipos de teoria, que tem propósitos e premissas diferentes: a. Teorias “problem-solving” i. Enfoque sobre o problema particular => “ceteris paribus” É teoria muito particularista, olha só para um ponto focal – mantém-se todo o resto igual, estático e se olha apenas para aquele problema/variável específico. É ponto de vista particularista e estático, não se ve muito bem a relação entre o particular e o todo, tentando resolver o problema específico. b. Teoria crítica i. Reflexão sobre o todo, crítica em relação à ordem estavelecida Seu propósito e ser antítese da teoria problem-solving. Questiona o todo e a ordem estabelecida, oferecendo alternativos à ordem existente, que não toma como imutável e perene, num estruturalismo rígido. Entendendo a ordem, ela pode oferecer perspectivas e possibilidades de mudança nesse todo. A problem-solving é uma teoria muito instrumental, para bricolage. O todo aqui permanece – então nesse sentido é conservadora. Serve para compreender aspectos específicos de interesses de alguns grupos/classes. A teoria crítica não, olha o todo e oferece uma perspectiva de mudança e possibilidades, mundos alternativos, concretamente, sem ser exatamente utópico. Tem postura crítica – não é instrumental nem tenta resolver problema particular das RI. Uma teoria de problem-solving é o neo- realismo. c. Teorias são sempre para alguém e para algum propósito. i. Problem solving 1. Ahistórica 2. Serve a interesses de grupos ou classes Sua postura nesse sentido de olhar epistemologicamente é falar que o discurso científico não é neutro. A objetividade total não existe nas ciencias sociais. O cientista se vesteria de determinados valores e a partir do método se chegaria a conhecimento neutro, mas ele nao concorda com essa visão do positivismo. A teoria é sempre útil para algo, não é neutra nem objetiva. O que deve-se fazer é ter consciencia desse caráter da teoria e não postular falsamente uma condição de objetividade senão se estará se travestindod e ciencia objetiva universal, passando a acreditar em algo como cientifico quando na verdade serveria aquela teoria para alguem, como o neorealismo os estados unidos no mundo bi-polar. Na teoria problem-solving isso acaba ficando mais “escondido”, ficando em segundo plano, mas não, ela não é neutra: ela parte de um lugar, dos EUA, e quer resolver problema específico, apesar de Waltz pretender a universalidade. III) Realismo e marxismo a. Carr => Realismo b. Morgenthau/Waltz => Neo-realismo c. Marxismo: materialismo histórico i. Dialética: contradição e conflito ii. Imperialismo, dimensão de poder vertical iii. Sociedade civil e estado: Gramsci iv. Processo de produção como elemento crítico de explicação do complexo sociedade civil/ Estado Ele parte de duas escolas para delinear sua proposta de teoria crítica. Analisa primeiro o realismo e depois o marxismo para depois propor teoria crítica. Tem postura interessante com realismo, é admirador do Carr, tido em RI como primeiro scholar realista, mas ele afirma que de Carr para os realistas de pós-guerra houve uma mudança no realismo. Carr é autor que lança os 20 anos de crise dentro de contexto histórico específico, não é universalista, tem grau de denuncia com relação ao papel da inglaterra com relação à manuntenção de uma ordem que já é arcaica – já tem influencia do marxismo em entender analogamente o espaço internacional ecomo de conflito, como o doméstico é local de conflito de classes. Carr considera marxismo tipo de realismo, até, pois tem em seu amago este aspecto conflitivo. Não é realismo perfeito pois no final teria a utopia, mas o aspecto de enfase no conflito faz do marxismo um realismo. Carr bebe muito da analogia marxista da luta de classes. Existe aqui espaço para dinamica, história, influencia do marxismo – Carr inaugura realismo, mas os que vieram depois se diferenciaram muito. Morgenthau e Waltz, por exemplo, se focaram no equilíbrio de poder, que não é foco de Carr (que via a dinamica, quem mantinha o poder e quem poderia desafiar este pólo, não era sistema de equilíbrio de poder, havia dimensao vertical de ascenção e queda). Mas o neo-realismo pensa o sistema internacional na guerra fria – de qualquer forma assume caráter estático de mundo que não muda, anárquico, etc. Já o marxismo é importante para a teoria. A dialética é um desses aspectos. Quando Marx fala de luta de classes, seria a dialética, a luta de classes movimentaria a história. Portanto mudança e desenvolvimento dependem do conflito entre antagônicos – a dialética. Outra característica é o imperialismo. Já vimos Lenin, a teoria marxista mais bem acaba em realção a marx que desemboca no estudo do imperialismo. É importante a dimensão vertical do poder – o domínio de um estado por outro(s), ninguém fala de equilíbrio de poder, que é dimensão horizontal das relações de poder. Quando estados mais fortes lutam entre si ou mantém sistema de equilíbrio há horizontalidade, entre iguais ou praticamente iguais. Mas será que é assim? Qual é a grande omissão dessa forma de entender as RI pelo equilíbrio de poder? Basta? Não, entende-se apenas pequena parte das RI, não lança luz sobre o resto. Isso é discussão que existe no realismo mas é fraca, entre equilíbrio e bandwagon. Não explica a relação entre estados mais fortes e as potências intermediárias e mais fracas, se existe relação de subordinação, de anarquia, etc. Isso seria muito pouco, não seria tão voluntário assim, há relações verticais de poder também. É com isso que teoria crítica vai se preocupar em parte. Na sociedade civil como Estado, uma grande característica do marxismo que Cox pega de Gramsci; Marx diz que o Estado está atrelado a interesses da burguesia, mas é assim na realidade? Isto equivale a responder se o Estado está profundamente ligado à sociedade. Para Gramsci, a burguesia não precisa dominar diretamente e fisicamente o Estado, para fazer avançar seus interesses. Ela pode, através da difusão de suas idéias, influenciar outros atores da sociedade que, uma vez no poder, executam a agenda de poder da burguesia, podendo estar um aristocrata ou um ruralista na burguesia – vai buscar seus interesses mesmo esta não estando no poder. Esta ponto é interessante pois coloca o papel das idéias no poder, como as idéias produzidas e pertinentes podem ajudar na prevalencia de um grupo. E daí esses pensadores transpoem a noçao gramsciana de hegemonia (essa dominaçao pelas idéias) para as relaçoes internacionais. A hegemonia nao é dominaçao pura e simples do estado mais forte, mas porque este consegue, para consolidar seu poder,disseminar conjunto de crenças que lhe servem, legitimando seus valores, fazendo com que outros acreditem no seu sistema de crenças. Voce nao precisa, para manter ordem, dominar a base da força pura. Se você consegue transpor isso para outros, voce vai configurar o sistema através da difusão de suas crenças e valores – um exemplo disso é o sonho dourado americano no pós-guerra. Marx também olha o processo de produção – o desenvolvimento do capitalismo desenvolve classe que vai ser explorada e vai ser motora da revolução. Não daria para se entender os rumos da sociedade sem entenre os processos de produção e sem entender o desenvolvimento social de classes. O sistema internciaonal é cheio de atores políticos que tem que ser estudados. Processos de produçãod e bens formam atores que agem internacionalmente. IV) Estrutura Analítica a. Estrutura Histórica Idéias ↗↙ ↖↘ Capacidades Materiais ↚ Instituições -> Gramsci e Hegemonia Em cada momento da histórica, se teria uma configuração destas forças, entre idéias, capacidades materiais e instituições em geral. Estas tres forças podem se influenciar mutuamente. Isto aqui significa esquema geral, as possibilidades de influencia mútua que cada uma tem no momento histórico, onde nao vao estar presentes todas em um grupo sobre outro, mas é momento específico. b. Esferas ou níveis de atividade Forças sociais ↙↗ ↘↖ Formas de Estado ↚ Ordens mundiais Ex: Pax Britanica Entre Guerras Pax americana. Aqui ele fala de forças sociais, captalistas, operários; formas de estado, que falamos lá em cima; ordens mundiais, mais ou menos fragmentadas/conflituosas. E, na verdade, o esquema hist’roico é um pouco complicado, mas esse esquema de história caberia em cada uma destas tres esferas. Para compreender uma ordem mundial, pensamos no século XIX o desenvolvimento da indústria, que desenvolve o proletariadado – a sociedade destes trabalhadores nao se viram protegidos pelo laissez-faire e surge o protecionismo, que chega a um paroxismo que surgem os governos nacionalistas-facistas, tipo extremo de protecionismo em relaçao ao laissez-faire. Esta configuraçào não serviu para proteger grande classe de trabalhadores, uma força social desprotegida, que causa mudança na forma de estado, os trabalhadores e sociedade pediam estado menos liberal e mais protecionista que por sua vez muda a ordem mundial, não comportando o liberalismo, sepultando-o, levando a ordem mundial mais fragmentada e competitiva na década de 30. Portanto temos um dos exemplos, entre guerras. c. Perspectivas futuras de ordens mundiais i. Nova hegemonia. Capital internacional e internacionalização do estado; ii. Estrutura não-hegemonica coalizão mercantilista iii. Contra-hegemonica. Coalizão entre países do terceiro mundo. Fecha o texto falando de perspectivas de ordens futuras, detalhando 3 possibilidades. Fala sobre nova hegemonia internacional baseada na prevalência do capital internacional, na adequaçao dos estados a instituiçoes como FMI e Banco Mundial, que tem interesse o capital na economia internacional mais integrada. Voce tem uma segunda possibilidade de estrutura não- hegemônica: o capital nacional pode se ligar aos trabalhadores a ele ligado, que nao se beneficiam do liberalismo internacional e pode surgir estrtura mercantilista – na verdade não surgiu isso até hoje. Há ainda terceira possibilidade, que ele poem como menos provável, é coalizão de países de terceiro mundo que queiram mudar a ordem a seu favor. Ele escreve ainda na guerra-fria, mas pensa que essa é menos provável. O que parece realmente ter acontecido para Jobim é a primeira possibilidade, mas as outras duas continuam possíveis até hoje. Resumo feito por Ana Paula Pellegrino IRischool 2011.2
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