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queima da cana

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QUEIMA DE BIOMASSA E EFEITOS SOBRE A SAÚDE
A primeira idéia que se forma na mente das pessoas e do pesquisador é associar a poluição do ar aos grandes centros urbanos, com a imagem de poluentes sendo eliminados por veículos automotores ou pela chaminé de suas fábricas. Entretanto, uma parcela considerável da população do planeta convive com uma outra fonte de poluição, que atinge preferencialmente os países em desenvolvimento: a queima de biomassa.
A incineração da biomassa é a maior fonte doméstica de energia nos países em desenvolvimento. Aproximadamente metade da população do planeta, e mais de 90% das casas na região rural dos países em desenvolvimento, permanecem utilizando energia proveniente da queima de biomassa, na forma de madeira, carvão, esterco de animais ou resíduos agrícolas, o que produz altos índices de poluição do ar.
Este trabalho objetiva chamar a atenção dos pneumologistas e da comunidade em geral para os riscos à saúde da população exposta a essa fonte geradora de poluentes. 
Queima da Palha da cana de Açúcar
Dentro dos exemplos da queima da biomassa o trabalho em estudo abordou a queima da palha da cana de açúcar.
Na década de 1970, durante a crise do petróleo, o governo brasileiro implementou um programa chamado Proálcool com o objetivo de produzir um combustível alternativo, renovável e NÃO POLUENTE: o etanol, derivado da cana de açúcar. Este programa resultou em um grande incremento da cultura da cana-de-açúcar. De todo o país, somente cinco estados não produziam cana de açúcar, sendo São Paulo o maior produtor, com aproximadamente 65% do total da produção nacional. 
Entretanto, a cultura da cana de açúcar utiliza a queimada da sua palha para facilitar a colheita manual e para afugentar animais e insetos peçonhentos. Contrapondo-se ao objetivo ecológico do Proálcool, a técnica utilizada na colheita da cana de açúcar, gera uma grande quantidade de poluentes. Assim, o aumento da utilização do etanol como combustível para automóveis melhorou a qualidade do ar nos grandes centros urbanos, mas piorou a qualidade do ar em meios rurais. 
A combustão é um processo químico pelo qual um material reage rapidamente com o oxigênio do ar produzindo luz e calor intenso. A combustão desta biomassa gerará gases tóxicos, material particulado e gases do efeito estufa influenciando a química e a física atmosférica ocasionando chuvas ácidas, e afetando o balaço térmico da atmosfera, além dos efeitos à saúde que serão abordados mais a frente.
Essa poluição (composta de material particulado e gases tóxicos) desloca-se da região onde foi produzida, atingindo um grande número de pessoas, tanto no perímetro rural quanto urbano.
PRODUTOS DA QUEIMA DA BIOMASSA
	COMPOSTOS 
	EXEMPLOS 
	Partículas
	Grossa
Fina 
Ultrafina
Tem em sua composição metais substâncias orgânicas 
	Ácidos Inorgânicos
	Monóxido de carbono
Ozônio
Dióxido de Nitrogênio
	Hidrocarbonetos
	Benzenos
	Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos 
	Benzopireno
Dentre estes elementos apresentados no quadro anterior, o material particulado é o poluente que apresenta maior toxicidade. Material particulado deriva da queima parcial dos hidrocarbonetos derivados da queima da cana. É constituído de partículas finas encontradas em aerossóis e sedimentos.
As queimadas, que ocorrem entre os meses de abril e novembro, provocam a emissão de uma espécie de fuligem composta até 95 de partículas finas e ultrafinas, que não são visíveis a olho nu, expondo milhões de pessoas durante seis meses, todos os anos, a esse tipo de poluição atmosférica.
Estes podem ser visíveis, a fuligem da cana, que invade as casas da população recobrindo o chão com material negro e invisíveis, possuindo diversos diâmetros. Quanto menor este diâmetro as partículas atingem as porções mais profundas do sistema respiratório desencadeando processos inflamatórios. 94% do material particulado é constituído por partículas finas e ultra finas.
Esses processos inflamatórios causados pela exposição por longos períodos à fumaça produzida pela queima da biomassa da cana-de-açúcar levarão a manifestações clinicas – asma, rinite, bronquite, infecções respiratórias agudas, agravamento de doenças crônicas, câncer, catarata, cegueira aumento à mortalidade, admissões hospitalares, entradas à emergência e de utilização de medicamentos, devido à doenças respiratórias, podendo gerar diminuição da função pulmonar. Estes oneram não só ao sistema público de saúde como comprometem a renda familiar.

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