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1. Explique as diferentes formas de sinalização intercelular (contato direto, parácrina, sináptica, autócrina e endócrina) Existem cinco formas de sinalização intercelular: ● sinalização dependente de contato, a qual necessita de um contato direto entre as células (membrana-membrana). Nesse tipo de sinalização, a ligação entre duas proteínas complementares gera uma alteração conformacional em uma ou em ambas as células, o que promove a transmissão do sinal. Vale ressaltar que a molécula ligante passará de uma célula para a outra sem que haja liberação para o meio extracelular. ● parácrina, que é dependente de mediadores locais que são liberados no meio extracelular e irão atuar sobre as células vizinhas. É uma comunicação feita em curtas distâncias. ● autócrina. Nesse caso, a mesma célula que irá produzir o sinal será a que vai responder a ele. ● sináptica, a qual consiste em um tipo de sinalização parácrina e é feita por neurônios que transmitem sinais elétricos ao longo dos seus axônios, liberando, assim, neurotransmissores (sinais químicos) nas sinapses e promovem a sinalização à célula alvo. É uma comunicação de longo alcance. ● endócrina. Esse tipo de sinalização é dependente de células endócrinas que secretam hormônios para a corrente sanguínea. Também é uma comunicação de longo alcance. 2. Como podemos classificar os receptores presentes na célula? Podemos classificar os receptores presentes na célula de duas maneiras: receptores intracelulares (encontram-se dentro da célula e seus ligantes consistem em pequenas moléculas hidrofóbicas que atravessam a membrana) e receptores de superfície celular ou de membrana (que são encontrados na superfície da membrana plasmática da célula e possuem ligantes que não atravessam a membrana e que são moléculas maiores e hidrofílicas. Existem quatro tipos de receptores de membrana, são eles: os receptores ionotrópicos ou acoplados a canais iônicos, os receptores nucleares, os receptores catalíticos ou associados a enzimas e os receptores metabotrópicos ou acoplados à proteína G - GPCRs). 3. Associe a natureza da molécula sinalizadora (hidrofílica ou hidrofóbica) à localização do receptor. Justifique sua resposta. A natureza da molécula sinalizadora está relacionada à localização do receptor, ou seja, cada ligante corresponderá a características específicas a fim de atravessar ou não a membrana. Nesse sentido, depreende-se que receptores intracelulares são compatíveis com moléculas pequenas e hidrofóbicas (lipossolúveis), pois precisam atravessar a bicamada lipídica. Já os receptores de membrana são compatíveis com moléculas maiores e hidrofílicas (hidrossolúveis), pois não precisam atravessar a membrana. 4. Defina segundo mensageiro e liste os 5 citados nas videoaulas Segundos mensageiros são moléculas sinalizadoras intracelulares geradas em grandes quantidades como resposta à ativação dos receptores pelo ligante (1º mensageiro). Sua atividade é regulada por uma alteração pós-traducional a exemplo da atuação de cinases (fosforilam) e de fosfatases (desfosforilam). Vale ressaltar também que essas moléculas se difundem em rápida velocidade para longe de sua fonte produtora e transmitem o sinal para outras áreas da célula. Os cinco exemplos de segundos mensageiros citados das videoaulas são: Cálcio, AMPc, GMPc, DAG e IP3. 5. Descreva resumidamente quais são as características de um receptor acoplados à proteína G (GPCR ou metabotrópicos). E diga a dinâmica de funcionamento da proteína G trimérica. Os GPCRs ou receptores metabotrópicos são formados por uma única cadeia peptídica que atravessa a bicamada lipídica sete vezes, formando uma estrutura cilíndrica com sete alfa-hélices transmembranares com um domínio N-terminal extracelular e um domínio C-terminal intracelular. Eles utilizam as proteínas G triméricas para transmitir o sinal no interior da célula por meio de diversas vias de sinalização. Essa proteína G trimérica consiste em uma proteína formada por três subunidades: a subunidade alfa, que ativa enzimas que produzem segundos mensageiros e a subunidade beta e a subunidade gama, que regulam o canal de potássio e quando ativadas promovem a fosforilação de canais iônicos. Sobre a dinâmica de funcionamento dessa proteína, é possível esclarecer que, uma vez que o ligante se liga ao GPCR, esse receptor metabotrópico sofrerá uma mudança conformacional e, devido a isso, a subunidade alfa trocará GDP por GTP. A partir de então, a subunidade alfa irá se dissociar e se afastar das subunidades beta e gama, as quais formarão o complexo beta-gama, o qual, assim como a subunidade alfa, irá encontrar e interagir com diversos alvos. Quando a subunidade alfa ativar uma proteína alvo qualquer, essa proteína poderá retransmitir o sinal e promover a sinalização intracelular desejada. Vale ressaltar que para que esse maquinário volte para a sua conformação inicial, o GTP deve perder um fosfato na hidrólise e se tornar GDP novamente, fazendo com que o ligante saia e o local do receptor fique livre para receber outro ligante. 6. Descreva as vias de sinalização ativadas por GPCRs através dos segundos mensageiros: AMP cíclico e Cálcio (Ca2+), explicando como ocorre a ativação das proteínas cinases (PKA e PKC). A primeira Via de sinalização a ser explicitada será a PKA (Via Proteína cinase dependente de AMPc): um ligante se liga ao receptor, fazendo com que um sinal extracelular seja reconhecido por ele e ativando, então, uma proteína G trimérica, fazendo com que haja uma mudança conformacional na proteína, que permite a troca de GDP por GTP. A proteína G ativada irá separar a subunidade alfa das subunidades beta-gama. Nesse caso, a subunidade alfa ligada ao GTP irá ativar a Adenilato Ciclase (enzima situada na membrana). Essa enzima ativada transforma ATP em AMPc (que atua como segundo mensageiro), o qual irá se unir ao inibidor da PKA e mudará a conformação do mesmo, fazendo com que ele já não tenha mais afinidade pela PKA, que agora estará ativa. A PKA é uma cinase, portanto sua função é fosforilar. A fosforilação, nesse caso, ocorrerá no núcleo e será sobre um fator de transcrição (proteína efetora), que agora estará ativado e poderá exercer sua função: a de ativar a transcrição de um gene. Para cessar essa cascata, podemos dizer que a PKA fará uma retroalimentação negativa sobre sua própria ativação, ativando a enzima fosfodiesterase, que irá degradar o AMP cíclico em um AMP normal, não cíclico. A outra via é a PKC (Via proteína cinase dependente de Cálcio). Nessa via, a subunidade beta-gama ligada ao GTP irá ativar a fosfolipase-C, que irá transformar PIP-2 em IP3 e DAG (segundos mensageiros). O IP3 (hidrossolúvel) liga-se aos receptores do retículo endoplasmático, causando uma rápida liberação de Cálcio das reservas intracelulares (o canal de Cálcio é sensível ao IP3). A partir daí, o Cálcio poderá interagir e se ligar à Calmodulina, formando o complexo Cálcio-Calmodulina e ativando, dessa forma, diversas reações enzimáticas como a enzima Cam-Cinase (cinase dependente de Cálcio-Calmodulina). Já o DAG (lipossolúvel) permanece na membrana e juntamente com o Cálcio aumenta ainda mais a afinidade do PKC pelo Cálcio. 7. Sabe-se que o íon cálcio é um segundo mensageiro importante para a célula. No entanto, seu excesso no citoplasma pode ser prejudicial à célula. Quais são as maneiras de que a célula dispõe para retirar Ca2+ do citoplasma? As maneiras que a célula dispõe para retirar Ca2+ do citoplasma são por meio de bombas de Cálcio ou por trocadores sódio/cálcio (entra sódio e joga cálcio para fora). O Ca2+ pode ser liberado para o meio extracelular, quando necessário, ou para o retículo endoplasmático, como forma de armazenamento de reserva, por meio de um bombeamento ativo. Vale lembrar que o canal regulado por IP3 é um caminho rápido de tirar cálcio livre do citoplasma, bombeando-o para dentro do retículo endoplasmático. Outra possibilidade seria trocá-lo por hidrogênio dentro das mitocôndrias (cálcio entrando e hidrogênio saindo). O problema dessa alternativaé que ela pode gerar, indiretamente, uma alteração do pH do citoplasma, mudando a função de proteínas e da célula como um todo. Além disso, um outro fator seriam as proteínas ligantes de cálcio (exemplo: CaM), as quais se ligam ao Cálcio, que se torna inativado (perde a função de segundo mensageiro ao deixar de estar livre no citoplasma). 8. Receptores catalíticos são proteínas que têm função de enzima quando ativados. Tendo isto em mente, responda: a)Como os receptores tirosina cinase são ativados? Os receptores tirosina cinase (RTK) são exemplos de receptores catalíticos ou associados a enzimas. Eles são ativados por autofosforilação a partir do momento em que há a interação com o ligante, gerando uma alteração conformacional. Enquanto a tirosina estiver fosforilada, ela irá reproduzir o sinal para outras moléculas da célula. b)Descreva 3 exemplos de vias de sinalização ativada por esses receptores. Via PI3-AKT(PKB) - transporte de glicose para as células ativadas pela insulina; Via PKC - ativação da IP3 pela fosfolipase C gama; e Via PI3-AKT(PKB) associada à síntese de glicogênio. 9. Explique como ocorre a ativação da PI3 cinase, sua função e 2 exemplos de vias que são ativadas por ela? A PI3 cinase é ativada a partir de um sinal extracelular que promove a ativação de um RTK e a consequente ativação dessa proteína. Sua função é fosforilar e ativar algumas proteínas, regulando a proliferação e o desenvolvimento celular. Dois exemplos de vias que são ativadas por ela são a Via PI3K-AKT[PKB] relacionada ao transporte de glicose para as células ativadas pela insulina e relacionada à inibição de apoptose neuronal. 10. De que forma a ativação dos receptores de membrana e nucleares podem interferir nos mecanismos de transcrição gênica? Os receptores de membrana (GPCRs) podem interferir, por meio de vias de sinalização celular, na ativação de fatores de transcrição, por exemplo (Via PKA), ativando a transcrição gênica. Com relação à interferência dos receptores nucleares nos mecanismos de transcrição gênica, sabe-se que a ligação de alguns hormônios permitem que o receptor regule a expressão de genes específicos.
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