Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SANGRAMENTO VAGINAL TARDIO na gravidez Causas não emergentes de sangramento tardio Durante o trabalho de parto normal PÓS Relação sexual OUTRAS CAUSAS Cervicite, ectrópio cervical, pólipos cervicais e câncer cervical Dilatação cervical Exame vaginal digital condições responsáveis pela maioria dos casos de hemorragia grave com risco de vida Descolamento prematuro da placenta Vasa prévia Placenta prévia Ruptura da cicatriz uterina (ruptura uterina) MANEJO INICIAL Avaliação dos sinais vitais e estabilidade circulatória Etapas iniciais independentemente da etiologia Se concentra na avaliação do bem-estar materno e fetal Acesso intravenoso seguro, administrar fluidos Hipotensão, taquicardia e instabilidade hemodinâmica são indicadores graves, precisando de ressuscitação fluida imediata, ativação de um protocolo de transfusão maciça e preparação para uma cesariana urgente em potencial - Histórico direcionado e exame físico - O exame do abdome materno deve incluir avaliação da altura do fundo, peso fetal estimado, apresentação fetal, localização da sensibilidade (se houver) e palpação para verificar as contrações uterinas - O exame de espéculo suave é seguro - NENHUM exame vaginal digital, a menos que a localização da placenta seja conhecida Anamnese e Exame físico - Anamnese e exame físico - Monitoramento fetal eletrônico contínuo e tocodinamometria - Ultrassom para localização da placenta, presença de coágulos e apresentação fetal - Obter testes laboratoriais de linha de base - Hemograma - Tipo de sangue e tela de anticorpos - Considere: estudos de coagulação, nitrogênio da ureia no sangue (BUN), creatinina, testes de função hepática e tipo e cruzamento Prepare-se para um possível parto cesáreo Diagnóstico Placenta prévia 01 Implantação heterotópica da placenta sobre o segmento orifício cervical interno, cobrindo-o total ou parcialmente, após 28 semanas de gestação. DEFINIÇÃO - É um achado incidental comum em USG de 2º trimestre. - 90% normaliza até o termo, pela teoria da “migração placentária” - Se a sobreposição for menor que 1,5 cm em 18-23 sem, há resolução. - Se for maior que 2,5 cm em 20-23 cm, é provável persistência até o termo. EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO - Hipertensão crônica - Multiparidade - Gestações múltiplas - Aumento da idade materna - Cesárea anterior - Uso de cocaína - Uso de tabaco - Curetagem uterina - Placenta prévia anterior - Sexo fetal masculino O aumento de cesáreas está associado ao aumento de placenta prévia!! TÓPICA HETEROTÓPICA ECTÓPICA IMPLANTAÇão placentária Inserção na matriz uterina, mas em lugar anômalo. Fora do útero. Em seu sítio habitual. No segmento corporal da cavidade uterina. Pp completa/total Recobre todo o OI CLASSIFICAÇÃO PP PARCIAL Recobre parcialmente o OI PP MARGINAL Bordo placentário tangencia o OI sem ultrapassá-lo PP BAIXA/LATERAL Placenta no segmento inferior do útero, mas a borda não alcança o OI. - Normalmente a placenta se implanta em locais ricamente vascularizados, ou seja, no fundo e parte superoposterior do útero Ocorre possivelmente, alterações inflamatórias ou atróficas do endométrio, acompanhada de vascularização defeituosa Tabagismo: há uma hipóxia relativa, em que há hipertrofia compensatória das vilosidades coriônicas, que leva ao aumento da ocorrência de placenta prévia FISIOPATOLOGIA - Hemorragia indolor - Sangramento aparece no final do 2º trimestre ou ao longo do 3º trimestre de gravidez - Geralmente após relação sexual O sangramento se exterioriza sempre e totalmente, ao contrário do DPP Sangramento sentinela: PP total QUADRO clíNICO mÁ apresentaçÃo persistente Localização usg da placentra DIAGNÓSTICO Sangramento vaginal Indolor e após relação sexual MANEJO AMBULATORIAL CUIDADOS ● Mulheres estáveis sem sangramento ativo ● Proximidade com o hospital de parto, durante o 3º trimestre ● Alguém disponível para ajudar em caso de sangramento ou início de trabalho de parto ● Mulheres no 2º trimestre, assintomáticas podem continuar suas atividades. MANEJO ● PP persistente no 3º trimestre devem relatar qualquer sangramento ● Se abster de relações sexuais e uso de tampões Serem avaliadas em hospital, quando ocorrer sangramento ● Principal estratégia é prolongar a gravidez até maturidade pulmonar (Agentes trocolíticos) MANEJO AMBULATORIAL tocolíticos ● Prolongam a gestação em caso de sangramento vaginal com contrações prematuras ● Aumento do peso ao nascer ● Não aumenta o risco de hemorragia materna ou complicações fetais CORTICOIDES ● Sangramento entre 24-34 semanas, para promover maturidade pulmonar ESTEROIDES ANTENATAIS ● Entre 34-36 semanas ● Redução do risco de complicações respiratórias CERCLAGEM CERVICAL ● Prolongar a gravidez complicada pela PP ● Diminui o risco de nascimento prematuro antes de 34 sem ● Ainda necessita de mais estudos MANEJO EMERGENCIAL Cesariana de emergÊNCIA ● Em mulheres com 3/+ episódios de sangramento anteparto ● Primeiro episódio de sangramento antes da 29º sem. ● Em mulheres com PP o comprimento cervical medido na USG pode ser fator de risco pela hemorragia maciça PP MARGINAL ● Decisão de parto adiada até USG de 35-36 semanas ● Borda > 2cm do OI: parto vaginal, a menos que haja sangramento intenso ● Borda 1-2 cm do OI: pode tentar parto vaginal, podendo passar rapidamente para cesáreo Parto entre 36-37 semanas tem sido recomendado para maximizar os resultados maternos e neonatais Indicações de parto operatório - Sangramento vaginal intenso e persistente - Que representa uma ameaça `a estabilidade da diáde (materno-fetal) OU - Qualquer sangramento vaginal em uma gravidez onde o feto está suficiente maduro para ser entregue com segurança Deslocamento prematuro da placenta (DPP) 02 DPP é a separação intempestiva da placenta normalmente inserida no corpo uterino em gestação com 20 ou mais semanas completas e antes da expulsão fetal (OMS, FIGO), que implica em sangramento uterino e reduz o aporte de oxigênio e nutrientes ao feto. - Pode ser parcial ou total e pode variar em grau - É a causa mais comum de sangramento vaginal grave, ocorrendo em 1% das gestações - Ocorre principalmente entre 24 e 26 semanas - A mortalidade materna é de 0,4/1.000 casos, e a perinatal é de 12% (⅓ de todas mortes perinatais) Epidemiologia DPP FATORES DE RISCO - Trauma abdominal - Hipertensão crônica - Pré-eclâmpsia - Cocaína, anfetamina ou tabaco - Trombofilias - Corioamnionite - Multiparidade - Anemia e má nutrição - Ruptura prematura de membranas - Descolamento em gravidez anterior - Cordão umbilical curto - Miomas uterinos - Gestação múltipla - Anormalidades no desenvolvimento e implantação da placenta - Trauma (principalmente contuso) no abdome - Vasoconstrição associada ao uso de cocaína - Descompressão uterina súbita após ruptura das membranas ou entrega de um primeiro gêmeo Fisiopatologia DPP Descolamento, hematoma retroplacentário e a hemorragia Contratilidade uterina Discrasia sanguínea - Interrupção do uso de tabaco, cocaína ou anfetaminas e cuidados adequados para distúrbios hipertensivos da gravidez - Em pacientes com pré-eclâmpsia, o tratamento com sulfato de magnésio está associado a risco reduzido de descolamento prematuro da placenta - O uso adequado de cintos de segurança durante a gravidez deve ser incentivado Prevenção DPP - Geralmente se manifesta como sangramento vaginal associado à dor abdominal, que pode variar de cólica leve a dor intensa, associada ao aumento do tônus uterino - Descolamento posterior da placenta podem relatar dor nas costas - Pacientes com descolamento devido ao trauma podem sentir dor sem sangramento (hemorragia oculta) - Na gestante em trabalho de parto, há persistência da dor entre as contrações Apresentação clínica DPP Volume do sangue exteriorizado pode não refletir a gravidade e aperda sanguínea exata MANIFESTAÇÃO DO SANGRAMENTO Hemorragia oculta Hemorragia externa Hemoâmnio - A história deve incluir perguntas sobre: - Trauma (incluindo violência doméstica) - Presença de dor e contrações - Ruptura de membranas - Avaliação de fatores de risco, incluindo história de hipertensão ou sintomas de pré-eclâmpsia, uso de estimulantes (cocaína, anfetaminas) e a presença de outros fatores de risco associados Anamnese DPP - Aferição de sinais vitais - A gestante apresenta, mais tardiamente, sinais de instabilidade circulatória, e esta inicialmente se manifesta com alterações posturais da pressão e/ou taquicardia - Sinais e sintomas de choque = perda de até 30% da volemia - Exame obstétrico: medida da altura uterina, BCF, hipertonia uterina; contrações de elevada frequencia, útero duro e doloroso à palpação - Monitorização fetal podemos achar sofrimento fetal agudo; ou, em casos de obito, ausência de BCF Exame físico DPP CLASSIFICAÇÃO de sher Grau 0: assintomático. Confirmado pelo exame histopatológico da placenta, que revela o hematoma retroplacentário Complicações DPP - Prematuridade - Restrição de crescimento fetal - Baixo peso ao nascer - Sequelas neurológicas - Sofrimento fetal e óbito perinatal - CIVD - Hemorragia - Choque - Útero de Couvelaire com atonia uterina (histerectomia) PARA O FETO PARA A MÃE - A USG pode ser realizada em casos onde há estabilidade hemodinâmica materna e vitalidade fetal preservada, e quando há dúvida sobre a localização placentária, e sobre a apresentação fetal, assim como para estimativa de peso do feto - Ela tem maior utilidade para afastar o diagnóstico de placenta prévia - Os achados ultrassonográficos, se presentes, são: presença de coágulo retroplacentário (que pode não ser visível), espessamento anormal da placenta e bordo placentário sem continuidade (borda “rasgada”) - A RM também pode ser realizada para diagnóstico e prognóstico, mas esta está mais indicada nos casos de DPP crônico Exame DE IMAGEM DPP DIAGNÓSTICO DPP Clínica (anamnese e exame físico) USG ou RM - O manejo depende da extensão do DPP, do comprometimento materno e fetal e da idade gestacional - Além disso, é proposta indução médica em 37 semanas em mulheres com histórico de descolamento prematuro da placenta MANEJO DPP MANEJO DPP BRANDO - Um pequeno descolamento parcial e um feto prematuro podem ser tratados de maneira conservadora - A tocólise é normalmente contra-indicada, exceto no descolamento leve < 34 semanas, quando pode ser usada para permitir a administração de corticosteroides - Sulfato de magnésio IV pode ser indicado antes de 32 semanas de gestação para neuroproteção fetal - O manejo do descolamento crônico será baseado no grau de sangramento e na IG - conduta expectante, USG seriada para crescimento fetal e vigilância anteparto são indicadas no terceiro trimestre devido ao potencial de insuficiência uteroplacentária MANEJO DPP GRAVE - O manejo inicial inclui rápida estabilização do estado cardiopulmonar materno e avaliação do bem-estar fetal - A estabilização materna requer monitoramento dos sinais vitais e do débito urinário junto com avaliação seriada do hematócrito e estudos de coagulação para determinar se há CIVD - Em pacientes com pré-eclâmpsia ou outros fatores de confusão, o monitoramento da PA central pode auxiliar no gerenciamento de fluidos - Um rastreamento relativo à frequência cardíaca fetal no cenário de DPP necessita de parto rápido, tipicamente cesáreo - A equipe de reanimação neonatal deve estar disponível Rezende (13ª ed) Manual Técnico para Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde, 5ª edição Ruptura da cicatriz uterina 03 RUPTURA UTERINA - FATORES pré-dispositores Fatores pré dispositores: - Cirurgia uterina prévia - Anomalia congênita - Sobredistensão uterina - Instalação intra-amniótica - Neoplasia trofoblástica gestacional - Ruptura uterina prévia - Obesidade materna - Adenomiose Fatores pré dispositores intra-parto: - Anomalia fetal - ↑ pressão uterina - Remoção manual difícil da placenta - Implantação anômala da placenta A ruptura uterina pode ser... Provocada ● Cesária prévia (0,8% dos casos) ● Uso inadequado de ocitocina ● Trauma espontânea ● Incomum! (0,03 a 0,08% dos casos) Incisões do útero. A. Corporal, para a cesárea clássica. B. Segmentária, arciforme, a que melhor se apoia na histologia e vascularização regionais. C. Segmentária, longitudinal, de Krönig. Incisão corporal e segmentária tendem a romper mais! - Morbidade materna mais comum: hemorragia e subsequente anemia → transfusão de sangue - Outras morbidades: lesão da bexiga (8,8%) e histerectomia (14% a 33%) Ruptura uterina - Fatores de morbimortalidade Ruptura uterina - apresentação clínica 1 4 5 3 6 2 Sangramento vaginal Dor + taquicardia materna + hipotensão Cessação das contrações Ausência de batimentos cardíacos fetais Perda da estação Partes fetais facilmente palpáveis Ruptura uterina - apresentação clínica - A maioria dos casos inicialmente apresenta monitoramento do feto anormal! - Deterioração súbita do padrão de FCF - Traçados anormais de FCF começando 1 hora antes do nascimento - As contrações podem mostrar uma aparência de degrau de amplitude decrescente na tocodinamometria RUPTURA UTERINA - MANEJO 1º Mudança repentina na linha de base fetal ou o início de desacelerações repetitivas de FCF → ressuscitação intrauterina com mudança de posição materna, fluidos IV, parar ocitocina, administrar de O2, e pensar em terbutalina subcutânea. 2º 3º Torce pra dar certo 👀 Cesárea ou parto normal de emergência Vasa prévia 04 Ocorre quando os vasos sanguíneos fetais, desprotegidos pelo cordão umbilical ou pela placenta, percorrem as membranas e atravessam ou estão a 2 cm do colo do útero → Fatores de risco: fertilização in vitro, múltipla gestação, placenta prévia e placentas bilobadas ou succenturiato-lobadas. VASA PRÉVIA VASA PRÉVIA - EPIDEMIOLOGIA Incidência 1/2500 casos Mortalidade pré-natal Intervenção rápida Faz a diferença! iNCOMUM 33 a 100% Vasa prévia - fisiopatologia - Ocorre em gestações com placenta baixa e inserção velamentosa, placenta bipartida ou placenta com lobo succenturiado - Durante a ruptura das membranas, os vasos fetais estão em risco → possível perda significativa de sangue fetal VASA PRÉVIA - DIAGNÓSTICO USG APT RM USG trans Taxa de detecção de 93% e especificidade de 99% (janela de detecção ideal entre 18 e 26 semanas) Se combinada, pode facilitar o diagnóstico Se batimentos fetais não preocupantes, pode-se colher sangue da abóbada vaginal na procura de células ou hemoglobina fetal Ou teste de desnaturação alcalina: + rápido mas insensível. Resistência da hemoglobina fetal à desnaturação por agentes alcalinos (Hb fetal → rosa) Mancha de Wright: sangue coletado da vagina avalia presença de glób. vermelhos nucleados (comuns no sangue fetal, incomuns no adulto). Teste realizado sem demora, assumindo um FHR estável. Objetivo do diag.: parto antes da ruptura! Vasa prévia - apresentação clínica - Suspeita-se quando há sangramento vaginal com ruptura da membrana, no contexto de um traçado de FCF com bradicardia ou padrão sinusoidal - A hemorragia é de sangue fetal → exsanguinação rápida (volume sanguíneo médio fetal a termo: 250 mL) - Raramente, os vasos são palpados nas membranas presentes, proibindo a ruptura artificial e o parto vaginal - O traçado de FHR pode mostrar taquicardia fetal ou um padrão sinusoidal Vasa prévia - manejo Parto cesáreo ● Se detecção pré-natal com ruptura prematura ou em trabalho de parto ou FCF preocupante ● Não deve ser adiado para confirmação de sangue fetal em mulheres com hemorragia grave ou quando batimentos fetais preocupantes! Preparação para reanimação ● Já que a exsanguinação fetal é a causa da mortalidade ● Sol. salina normal embolus de 10 a 20 mL/kg se RN em choque USGS seriados ● Quando diagnóstico pré-natal ● Para avaliar a regressão dos vasos (20% dos casos) ESTEROIDES PRÉ-NATAIS ● Se vasa prévia persistente ● Entre 28 e 32 semanas de gestação TTT ambulatorial ● Mulheres assintomáticas sem atividade uterina e colo longo e fechado VASA PRÉVIA - PREVENÇÃO ● Não há estratégias para a prevenção primária ● No entanto, a hemorragia é evitável com rastreamento pré-natal para mulheres de alto risco e parto cesáreo em 34 a 36 semanas, quando a vasa prévia está presente ● Avaliação cuidadosa da placenta em USG de rotina ● Triagem com doppler transvaginal recomendada para mulheres após a detecção de um quadro baixo, bilobado, placenta multilobulada ou com lóbulo de succenturiatura, em mulheres com inserção do cordão velamentoso em ultrassom de rotina ou mulheres grávidas após fertilização in vitro O sangramento vaginal no final da gravidez pode ocorrer devido a condições potencialmente fatais para a mãe e o recém-nascido. Devemos ser capazes de distinguir as causas emergentes de sangramento daquelas que são menos urgentes e estar preparados para agir rápida e decisivamente com hemorragia materna grave ou suspeita de vasa prévia. Conclusões CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon, and infographics & images by Freepik. Referências - Advanced Life Support in Obstetrics PROVIDER MANUAL - 8º ed - Obstetrícia Fundamental - Rezende 13º ed. http://bit.ly/2Tynxth http://bit.ly/2TyoMsr http://bit.ly/2TtBDfr
Compartilhar