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A Farmacogenômica: Friedrich Vogel (1952): Farmacogenética: resposta diferencial a uma mesma droga ministrada em doses equivalentes e que algumas respostas apresentaram herança mendeliana. Respostas diferentes: Maioria - benéfica. Minoria - efeitos adversos ou sem efeito. Por que ocorre essa resposta diferencial entre os indivíduos? Farmacogenômica: A maior parte da resposta aos medicamentos é poligênica. Para alguns medicamentos a resposta é monogênica. A variação genética pode ser em um gene. Farmacogenética: Estudo como as diferenças genéticas de um único gene influenciam a variabilidade da resposta ao medicamento (eficácia e toxicidade). Farmacogenômica: Estuda a influência da variação genética na resposta de fármacos em pacientes. Correlaciona a expressão de genes ou o polimorfismos de nucleotídeo único com a eficácia/ toxicidade de uma substância. objetivos: 1. Identificação do gene. 2. Predisposição as doenças. 3. Modulação de respostas ao fármaco. 4. Influência na farmacocinética e na farmacodinâmica. 5. Associação a reações adversas. Medicina personalizada. Medicina personalizada: Desenvolvimento de meios para otimizar terapias medicamentosas considerando o genótipo dos pacientes para garantir a máxima eficácia com o mínimo de efeitos adversos. Os fármacos e suas combinações otimizam uma composição única para cada indivíduo. Polimorfismo: Conceito: Incidência menor que 1% → mutação. Incidência maior que 1% → polimorfismo. Alteração no DNA (“polimorfismo) → alteração na proteína. O estudo de polimorfismos tem o objetivo de detectar diferenças entre os pacientes (genótipo/fenótipo), verificando efeitos positivos ou negativos para exercer uma medicina personalizada. Marcadores genéticos: 1) Deleções. 2) Inserções de um ou mais nucleotídeos. 3) Variações do número de cópias (VNTR). 4) Substituições (SNPs): 90% das variações genéticas Polimorfismos podem alterar a expressão ou a atividade dos sítios de ligação de medicamentos. Metodologia para detecção de polimorfismos: 1) PCR/ RFLP: enzimas de restrição clivam a região dos SNPs. 2) qPCR: avalia a expressão do gene e/ou polimorfismos. 3) Microarray: Mapeamento do DNA - análise de vários genes. Genotipagem - mapeamento para monitoramento do efeito do tratamento dos genes. Ligação de proteína. Perfil transcricional. Análise de variante do splicing. SNP - investigação de polimorfismo de nucleotídeo único. Perfil metabólico do indivíduo: Do ponto de vista prático, pode ser modulado por: 1) Alteração no DNA → alteração na enzima. 2) Deleção/duplicação do DNA → quantidade de enzima sintetizada. classificação: 1) Metabolizadores lentos (deficiência no metabolismo): “toxicidade” e diminuição da eficácia em doses padrão. deleção do gene ou instabilidade do RNAm → diminuição da quantidade ou ausência da enzima. 2) Metabolizadores intermediários: metabolizam os fármacos com eficiência. maior parte da população. 3) Metabolizadores rápidos (superexpressão da enzima): a dose padrão pode ser insuficiente ou provocar efeitos tóxicos. duplicação do gene → aumenta a quantidade de enzimas. Projeto genoma: Ser humano tem um total de 22.000 a 25.000 genes. 300-500 genes → associados a síntese de enzimas que interagem com os medicamentos. As enzimas tem funções diferentes em relação as drogas. 1) Metabolizadoras: localização: fígado, pulmões, cérebro, intestino, plasma. Fase I: Polimorfismos de genes das enzimas da família das CYPs podem afetar as reações de oxidoredução e hidrólise para a introdução de grupos funcionais no fármaco, de modo a causar a inativação de fármacos, ativação de fármacos moléculas originalmente inativas tornam-se ativas (pró-fármacos). Polimorfismos de enzimas da família CYPs. Fase II: Polimorfismos de enzimas da fase II pode afetar as reações de conjugação (glucuronidação, acetilação, metilação) da molécula. enzimas da fase II: a) Glutationa S-transferase (GSTs). b) UDP-glucoronil transferase (UGT). c) N-acetiltransferase (NATs). d) Sulfotransferase (SULTs). e) Metiltransferase (MTs). Exemplos de alterações na interação de medicamentos com enzimas: ex 1.: Varfarina - anticoagulante para prevenção de eventos tromboembólicos. A varfarina é hidroxilada a um metabólito inativo pela enzima CYP2C9. Polimorfismos nos alelos C430T e A1075C - redução da atividade enzimática. Pacientes portadores de pelos 1 uma dessa variantes devem receber menores doses de manutenção. Abordagem: genotipagem para os genes da CYP2C9 antes do início da terapia. ex 2.: Omeprazol - inibidor da secreção gástrica (aumenta o pH do estômago). Tratamento das úlceras pépticas H. pylori. As enzimas CYP2C9 e CYP3A4 catalisam o metabolismo hepático do omeprazol. Metabolizadores lentos: 2 alelos não funcionais → maior exposição ao medicamento. Metabolizadores extensivos heterozigotos: 1 alelo selvagem e outro não funcional → exposição intermediária ao medicamento. Metabolizadores extensivos: homozigotos selvagens → menor exposição ao medicamento. ex 3.: Terapia antidepressiva: 20 a 25% das drogas são metabolizadas pela isoforma CYP2D6. 51 alelos polimórficos - atividade catalítica normal, aumentada, reduzida ou abolida. A variação na atividade da CYP2D6: SNPs, deleção, múltiplas cópias do gene. obs. 10% população de Portugal, Espanha e Itália são metabolizadores ultra-rápidos. abordagem: Genotipagem de CYP2D6 de descendentes de europeus. Modificação da dosagem. ex 4.: Conversão de codeína em morfina: Isoforma CYP2D6. Alelos diferentes = conversão rápida ou lenta. Metabolismo rápido - indivíduo torna-se rapidamente intoxicado por morfina mesmo com baixas doses de codeína. Metabolismo lento - pouco benefício terapêutico. Mãe - metabolismo ultra-rápido Riscos na amamentação a recém nascidos - intoxicação do bebê. Família Glutationa S-transferase (Metabolismo de fase II): Inativa produtos do metabolismo da fase I. Torna os metabólitos hidrofílicos passíveis de excreção. Agem na detoxificação de fármacos e carcinógenos impedindo a ligação destes ao DNA. enzimas: UGT GSTM1 GSTT1 NAT expressão: maior concentração: fígado. menor concentração: pulmão e intestino. 2) Transportadoras de fármacos: ex. 1: Gene ABC-1 O gene ABC-1 codifica a glicoproteína-P, transportadora de várias drogas. Há SNPs no gene ABC-1, de modo que existem alelos polimórficos que codificam a glicoproteína-P com menor afinidade, quantidade e expressão gênica. abordagem: dosagem via PCR, qPCR, RFLP, microarray para ajustar o aumento da dose. ex. 2: Gene ABC-1 e HIV Proteases virais realizam a fragmentação da poliproteína viral em sub-unidades funcionais que infectam novas células. Há fármacos inibidores de proteases virais transportados pela glicoproteína-P, que impedem a fragmentação da poliproteína viral, fazendo com que não ocorra a infecção de novas células. Os alelos polimórficos do gene ABC-1 codificados originam a glicoproteína-P com menor afinidade, quantidade e expressão, fazendo com que haja comprometimento do transporte do fármaco inibidor de proteases virais. abordagem: dosagem via PCR, qPCR, RFLP, microarray para ajustar o aumento da dose, obtendo o efeito terapêutico sem toxicidade. 3) Receptoras de drogas. ex. 1: Receptores adrenérgicos: Isoproterenol: fármaco broncodilatador das vias aéreas com receptor adrenérgico. Há SNPs no gene codificador do receptor adrenérgico, que geram receptores em menor quantidade e afinidade, de modo que o efeito terapêutico de isoproterenol seja reduzido abordagem: dosagem dos genes codificadores do receptor adrenérgico para ajustar o aumento da dose, obtendo o efeito terapêutico sem toxicidade.
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