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Rebeka Freitas -Área que estuda a contribuição da constituição genética na variação à resposta a drogas -> farmacologia + genética. - Farmacologia é a ciência que estuda a ação de substâncias químicas em um organismo vivo; tem como objetivos: uso racional de medicamentos; minimizar a toxicidade dos fármacos; evitar interações medicamentosas; gerar conhecimentos para avaliar os efeitos colaterais; tratamento de possíveis intoxicações. - O efeito de uma droga em diferentes pessoas raramente é igual. Pacientes tomando uma dose padronizada de determinado medicamento podem: responder parcialmente, responder ao medicamento ou não responder. - A resposta ao fármaco pode ser influenciada por diversos fatores, como a idade, o gênero, doenças, gravidez, tabaco, álcool, drogas, exercícios físicos, outros medicamentos e a genética. - A genética contribui com 20 a 95% da variação na biodisponibilidade do medicamento e em seus efeitos. - Objetivos da farmacogenética: • Otimizar o tratamento através da personalização terapêutica (prescrição individualizada); • Identificar genes que modulem respostas aos medicamentos; • Desenvolvimento de testes genéticos para a escolha de medicamentos; • Reavaliação de medicamentos retirados do mercado devido a efeitos tóxicos em alguns indivíduos. - Quando o medicamento é administrado, ele passa pelos processos de: • Farmacogenética: envolve os processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. • Farmacocinética: envolve a interação do fármaco com o alvo, através de um receptor. - Após administrado, o fármaco é absorvido e distribuído até seu sítio de ação, onde produz a resposta farmacológica e é então excretado. - Farmacocinética: - Polimorfismos genéticos: associados a diferenças individuais na eficácia e toxicidade de muitos medicamentos: enzimas metabolizadoras, transportadoras e receptoras de drogas. - Mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores, etc) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos) - A metabolização objetiva tornar o fármaco mais polar para tornar-se ativo ou mais facilmente excretável (lipo → hidro) - Principais órgãos: fígado, pulmão (PGs), rins (Imipenem), ID (Clonazepam, Salbutamol), plasma (Suxametônio). Rebeka Freitas - Desfecho do processo de biotransformação: - Metabolismo ou reação de biotransformação é classificado como metabolismo de fase 1 e de fase 2 -As enzimas envolvidas na biotransformação estão localizadas principalmente no fígado, outras no plasma, pulmões, cérebro e no intestino. • Fase 1: - Catalisado por enzimas da superfamília das enzimas do Citocromo P450 (CYPs), Flavinas monoxigenadas (FMOs) e Epoxis hidrolases (EHs) - Introdução de grupos funcionais (-OH, -COOH, -SH, -O- ou NH2), levando à inativação de fármacos, ativação de fármacos -> moléculas originalmente inativas tornam-se ativas (pró fármacos) • Fase 2: - As reações de fase 2 envolvem a conjugação com um substrato endógeno, tornando os metabólitos hidrofílicos e passiveis de excreção, e inativando o produto do metabolismo da fase I. - Enzimas de fase 2 que catalisam reações de conjugação: Glutadiona-S-transferase (GSTs), UDP-glucoronil transferase (UGT), sulfotransferase (SULTs), N- acetiltransferase (NATs), metiltransferases (MTs). SUPERFAMÍLIA CITOCROMO P450 (CYPS) - Principal classe de enzimas de metabolismo de fase I - Reações ocorrem preferencialmente no fígado - Presentes: animais, plantas, leveduras e bactérias - Responsável pelo metabolismo de cerca de 60% dos 200 medicamentos mais prescritos nos EUA. - Os polimorfismos das enzimas CYPs têm um grande efeito nas variações das respostas a medicamentos utilizados nos tratamentos de muitas doenças -> ex: depressão, psicose, câncer, doenças cardiovasculares, gastrintestinais, dor, epilepsia e outras. - Exemplos: fluoxetina, diazempam e codeína. - O gene CYP2D6 (22q13.1) codifica a enzima CYP2D6 - Tecidos de expressão: pulmão e fígado. - Altamente polimórfico: 26 alelos - A variação na atividade da CYP2D6 resulta de mutações: SNPs, deleção do gene e múltiplas cópias do gene. - Fenótipos: desde a completa deficiência até metabolismo ultra- rápido. - Os efeitos das variantes enzimáticas dependem do medicamento e das variantes alélicas envolvidas. • Enzima CYP2D6 e Metabolismo da Codeína - Medicamento usado no controle da dor - Pró-fármaco: na forma original é inerte - Efeito analgésico após ativação pela enzima CYP2D6 - Metabólito ativo: morfina Rebeka Freitas - Metabolizadores lentos/intermediários: droga não é eficaz na dose padrão - não atinge concentrações plasmáticas suficientes para obter resposta terapêutica desejada - Metabolizadores normais; Metabolizadores ultra rápidos: efeito tóxico - Relato de morte de neonatos devido a intoxicação - amamentados por mães de Metabolismo Ultra rápido - várias cópias do gene - que faziam uso de codeína - 40% das lactantes nos EUA usam Codeína para alívio de dores associadas ao parto. - Mães tipo Metabolismo Ultra rápido que fazem uso de codeína, quando amamentam podem oferecer risco a seus filhos recém nascidos. FAMÍLIA GLUTATIONA S-TRANSFERASES (GST) - Enzima que atua no metabolismo de fase 2 - tornando os metabólitos hidrofílicos e passíveis de excreção e inativando produtos do metabolismo de fase 1. - Agem na detoxificação de fármacos e carcinógenos, impedindo a ligação destes ao DNA - Expressão: maior concentração no fígado, menores concentrações no pulmões e intestino delgado. - Dentre as enzimas GSTs mais conhecidas estão as GSTMI r GSTTI. - Enzima GSTMI: polomórfico. - -GSTM1-A e GSTM1-B são alelos funcionais e têm a mesma eficácia metabólica. -GSTM1-0 - alelo com atividade nula - deleção. - A enzima GSTTI é codificada pelo gente GSTTI -> polimórfico, podendo apresentar fenótipo nulo por deleção. - A deleção em homozigose do gene GSTM1 - taxas que variam entre 20 a 70% - variação étnica - A deleção em homozigose do gene GSTT1 - taxa é de 11 a 38% - variação étnica - Como essas enzimas catalisam a detoxicação do organismos, a sua ausência reduzir a capacidade do organismo de desintoxicar-se de metabólitos reativos. - Diversos estudos detectaram - freqüência elevada do fenótipo nulo deste gene em indivíduos portadores de diferentes neoplasias, como: câncer de pulmão, colorretal, pele e de bexiga. ENZIMA BUTIRILCOLINESTERASE (BCHE) - Codificada – gene BCHE - 3q26.1-q26.2 -MSíntese hepática e ampla distribuição no organismo. - Encontrada: no plasma, músculo liso, pâncreas, adipócitos, pele, cérebro e coração. - Metaboliza a succinilcolina: relaxante muscular com efeito passageiro. - Mutações no gene BCHE: GAT para GGT -> aminoácido 70: local de ligação do substrato -Menor afinidade da enzima pelo substrato; succinilcolina agindo por mais tempo POLIMORFISMOS QUE AFETAM OS MEDICAMENTOS • Polimorfismos que afetam os transportadores: - Moléculas transportadoras de medicamentos são proteínas transmembrânicas; localizadas principalmente nascélulas intestinais, hepáticas e no epitélio renal - Responsáveis pela absorção, biodisponibilidade e eliminação de vários medicamentos - A glicoproteína-P (GpP) - gene ABC1 - muito estudada por ser um transportador de vários medicamentos. - Os polimorfismos afetam a expressão e a conformação, afetando sua afinidade pelo substrato. • Polimorfismos que afetam os receptores: - Receptores: proteínas ou glicoproteínas - membrana plasmática, membrana das organelas e no citoplasma. Rebeka Freitas - A união de uma molécula sinalizadora (fármaco) a seus receptores específicos desencadeia uma série de reações no interior das células. - Genes que codificamreceptores também apresentam polimorfismos. - Canais de sódio SCN1 e os receptores adrenérgicos apresentam importância quanto a resposta a medicamentos - Receptores adrenérgicos são alvos da adrenalina e noradrenalina e interagem com vários medicamentos. - Genes que codificam os receptores adrenérgicos apresentam uma série de SNPs - diferentes polimorfismos estão associados a diferentes graus de atividade do receptor . - Isoproterenol - tratamento da asma e bronquite relaxando as vias aéreas permitindo fluxo maior de ar. DOENÇAS GENÉTICAS QUE INFLUENCIAM A RESPOSTA - A deficiência em Glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é uma doença hereditária recessiva ligada ao cromossomo X. - A G6PD catalisa o primeiro passo da via glicolítica nas hemácias - obtenção de energia - produzindo NADPH, que é crucial para a proteção das células - manutenção da membrana celular protegendo do stress oxidativo. - Deficiência: ruptura da membrana das hemácias levando à anemia. - Crises hemolíticas -> ação oxidativa de: infecções virais ou bacterianas; medicamentos (anti-maláricos, aspirina e sulfanilamida); alimentos (vicia faba -> favismo). - Deficiência enzimática maiscomum em humanos; mais de 400 variantes da enzima foram identificadas. - Deficiência da G6PD é comum em afrodescendentes e rara em euro descendentes.
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