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acolhimento e classificação de risco

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CUIDADO DE 
ENFERMAGEM EM 
EMERGÊNCIA E 
TRAUMAS
Gabriela Oliveira Zavaglia
Acolhimento e 
classificação de risco
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os objetivos do acolhimento e da classificação de risco.
 � Descrever os protocolos de classificação de risco.
 � Listar as legislações que regulam a atuação dos enfermeiros na clas-
sificação de risco.
Introdução
A modificação do perfil de saúde populacional associada a mudanças de 
gestão faz com que os serviços de urgência e emergência se adaptem 
de maneira inclusiva, integral e criteriosa, visando a preservar a saúde do 
usuário e a facilitar a relação entre as equipes e a população.
Com base nas políticas públicas de humanização, os serviços de 
urgência e emergência veem a necessidade de construir espaços para 
o acolhimento populacional por meio de evidências e escuta ativa e 
qualificada e de avaliar as situações em que o usuário tem maior risco de 
agravos e óbito, modificando, portanto, o acesso aos serviços.
Neste capítulo, você vai compreender os objetivos do acolhimento 
com a avaliação e a classificação de risco (CR) por intermédio da descrição 
dos possíveis protocolos a serem utilizados, bem como as legislações 
vigentes que regulam a atuação dos enfermeiros nesse cenário. 
Humanização: acolhimento com 
classificação de risco
A demanda e a busca inadequada pelos serviços de assistência hospitalar 
acabam gerando a superlotação dos serviços de urgência e emergência. Como 
resultado disso, há a diminuição da qualidade da assistência prestada àqueles 
usuários que realmente necessitam de atendimento emergencial e o compro-
metimento da integralidade do atendimento.
Na maioria das cidades brasileiras, os serviços de emergência intra-hos-
pitalares têm sido a primeira opção de atendimento em saúde, o que ilustra a 
dificuldade enfrentada pelo usuário ao procurar os demais serviços de saúde. 
Apesar do esforço das equipes de atendimento, as inadequações físicas, es-
truturais e financeiras, bem como as dificuldades de organizar as prioridades 
de atendimento, resultam em quadros de superlotação.
O Ministério da Saúde (MS), por intermédio da Portaria nº. 2.048, de 05 
de novembro de 2002, e a partir da Política Nacional de Humanização (PNH), 
lançada em 2003, propõe e dá diretrizes para a implementação do acolhimento 
com CR em todas as unidades de atendimento de urgências (BRASIL, 2003). 
A Portaria reitera, ainda, que o profissional a realizar esse tipo de serviço 
deve estar sensibilizado e habilitado a receber e acolher os pacientes com 
quadros agudos e que chegarem ao serviço sem encaminhamento prévio, 
realizando, portanto, a avaliação de risco com base em protocolos previamente 
estabelecidos e priorizando o atendimento de cada usuário conforme o pacto 
assistencial de cada unidade (BRASIL, 2002).
O objetivo da CR é minimizar as disfunções da não distinção dos riscos, 
proporcionando o atendimento aos usuários de saúde de acordo com os graus 
de sofrimento e não mais por ordem de chegada. 
A CR é uma ferramenta que, além de auxiliar na organização da fila de 
espera, garante o atendimento imediato aos usuários com risco elevado de 
morte, a informação aos pacientes que não correm riscos imediatos sobre 
o tempo de espera, a promoção do trabalho multidisciplinar e em equipe, a 
ampliação das condições de trabalho por meio da discussão da ambiência, o 
aumento da satisfação dos usuários e a pactuação e a construção de redes de 
atendimento. 
De acordo com a Portaria nº. 2.048/2002, a CR deve ser realizada por pro-
fissionais de nível superior (médico ou enfermeiro) que estejam tecnicamente 
capacitados para aplicar, de forma segura, os protocolos instituídos para 
identificar a demanda e a orientação acerca dos fluxos internos do serviço e 
do funcionamento da rede de saúde local. 
Acolhimento e classificação de risco2
Diferentemente da CR, o acolhimento não é realizado em uma sala, ou seja, 
ele não tem uma área física determinada. Trata-se de uma postura ética que 
não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo e implica compar-
tilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias e invenções. O 
acolhimento não se constitui como uma etapa do processo, pois deve ocorrer 
em todos os locais e momentos.
 De acordo com a PNH, “[...] acolher é reconhecer o que o outro traz como 
legítima e singular necessidade de saúde” (BRASIL, 2013, documento on-
-line). O acolhimento é construído de forma coletiva e tem, como objetivos, a 
construção de relações de confiança, o compromisso e o vínculo entre todos 
os atores envolvidos no processo (BRASIL, 2013).
A melhoria da qualidade da assistência não fica garantida com a imple-
mentação da CR de maneira isolada, mas é necessário pactuar interna e ex-
ternamente os processos, organizar o fluxo segundo o grau de risco e traduzir 
o significado deste para a rede de atenção.
A reorganização dos serviços de saúde por níveis de complexidade fez com 
o que os locais de atendimento 24 h se tornassem a porta de entrada para o 
atendimento mais especializado e a uma maior demanda, de modo a facilitar 
o fluxo dos usuários que necessitam dos serviços de urgência e emergência 
por meio de um atendimento resolutivo e humanizado.
O acolhimento com a avaliação e a CR se tornou uma das principais intervenções na 
reorganização das portas de entrada dos serviços de urgência e emergência, produzindo 
saúde ampliada em rede (BRASIL, 2009). 
Protocolos de classificação de risco
O sistema de CR é utilizado mundialmente, inclusive no Brasil. Para a sua 
implementação, foram desenvolvidos diversos protocolos com o objetivo de 
melhorar o tempo de atendimento para os usuários que necessitam de condutas 
imediatas. 
3Acolhimento e classificação de risco
Todos os protocolos existentes se baseiam na avaliação primária do pa-
ciente, a qual é utilizada em situações de catástrofes e adaptada aos serviços 
de emergência. A ideia da CR não é realizar diagnóstico nem excluir usuários 
sem que estes sejam atendidos pelo médico, mas, sim, determinar a gravidade 
e o grau de sofrimento do usuário a partir de uma avaliação que está de acordo 
com um protocolo.
Os serviços de urgência e emergência buscam padronizar os processos 
de acolhimento com CR por meio de medidas que tornam uniformes esses 
processos no território nacional. A adoção de protocolos de CR torna o aten-
dimento aos usuários humanizado e ágil.
A utilização de protocolos de CR não exime o profissional de promover a 
interação, o diálogo, a escuta qualificada e o respeito ao usuário de saúde. De 
acordo com a Portaria nº. 2.048/2002, a CR deve ser realizada por um profis-
sional de saúde de nível superior que tenha treinamento específico e utilize 
protocolos preestabelecidos. De modo geral, a CR tem sido uma atividade do 
profissional enfermeiro, a qual é respaldada pela Resolução nº. 423, de 11 de 
abril de 2012, do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), que normatiza 
a participação do enfermeiro na atividade de CR (BRASIL, 2012).
Os serviços de urgência e emergência podem optar por protocolos já exis-
tentes e disponíveis ou pela construção de um protocolo de CR que se baseie 
nos existentes e seja adaptado para o perfil de cada serviço e o contexto de 
sua inserção na rede de saúde, tornando oportuna a interação entre a equipe 
que constrói o protocolo e a valorização dos trabalhadores desse serviço.
Os protocolos de CR são ferramentas de inclusão que apresentam fluxo-
gramas que facilitam o desenho do caminho a ser percorrido pelo usuário, 
as entradas no processo, as etapas a serem percorridas e a identificação de 
problemas a serem solucionados.
Visando a adequar as estruturas dos serviços de urgência e emergência, os 
países precursores no desenvolvimento desses protocolos são Estados Unidos, 
Austrália, Canadá e Reino Unido. Estes construíram protocolos mundial-
mente utilizados, como o modelo americano Emergency SeverityIndex (ESI), 
o modelo australiano Australian Triage Scale (ATS), o modelo canadense 
Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) e o modelo inglês Manchester Triage 
System (MTS).
Acolhimento e classificação de risco4
O modelo americano Emergency Severity Index 
O ESI é o modelo de CR americano que integra a experiência do profissional 
enfermeiro como avaliador por intermédio da estimativa do consumo de re-
cursos diagnósticos e terapêuticos para a determinação da prioridade clínica 
do paciente. 
Esse protocolo funciona com o estabelecimento de cinco níveis de prio-
ridades de um único fluxograma, focando nas necessidades de recursos e 
na descentralização do atendimento médico, sendo considerado um dos me-
lhores métodos de definição de prioridades e continuidade dos cuidados 
pós-tratamento.
O ESI se assemelha a outros protocolos que utilizam fluxogramas auxi-
liadores na realização da classificação. Seus cinco níveis se subdividem de 
acordo com o grau de complexidade do atendimento. 
 � Nível 1 (emergência) — necessidade de atendimento médico imediato; 
 � Nível 2 (urgência) — atendimento médico em um tempo máximo de 
10 minutos; 
 � Nível 3 — doenças agudas, mas com fatores de risco que não indicam 
deterioração rápida; 
 � Nível 4 — queixas crônicas sem ameaça à função dos órgãos vitais; 
 � Nível 5 — paciente estável e sem necessidade de recursos.
O modelo australiano Australian Triage Scale 
O modelo de CR australiano ATS foi desenvolvido na década de 1970 e fun-
damentado no tempo de atendimento dos pacientes que apresentavam risco de 
vida, com identificação por meio de adesivos nas fichas de atendimento médico.
Na Austrália, antes da implementação da ATS, os pacientes que buscavam 
atendimento médico não eram classificados, sendo assim, os pacientes que 
chegavam de ambulância eram priorizados, enquanto os demais eram avaliados 
por ordem de chegada.
Esse protocolo conta com cinco categorias de classificação, que corres-
pondem aos níveis de emergência, e está associado ao tempo limite de espera 
para atendimento médico em cada um. Para realizar essa classificação, o 
enfermeiro analisa os parâmetros clínicos e comportamentais, por meio de 
discriminadores, cabendo a esse profissional o referenciamento dos pacientes 
5Acolhimento e classificação de risco
classificados como não urgentes nos serviços ambulatoriais de saúde. Para 
que o profissional enfermeiro esteja capacitado para realizar a classificação 
pela ATS, ele deve receber treinamentos que variam entre 12 e 18 meses.
A ATS estabelece a reavaliação dos pacientes que aguardam o atendimento 
sempre que surgirem dados relevantes, bem como a determinação de padrões 
mínimos a serem registrados, incluindo data e horário da avaliação, nome do 
profissional que realizou, queixa principal, história pregressa, dados clínicos 
relevantes, categoria inicial da classificação e categoria pós-reavaliação.
A subdivisão dos níveis da ATS ocorre da seguinte forma: 
 � Categoria 1 — ameaça imediata à vida. A avaliação médica deve 
acontecer imediatamente.
 � Categoria 2 — ameaça iminente à vida. O atendimento deve ter o 
tempo máximo de 10 min.
 � Categoria 3 — potencial ameaça à vida. O atendimento deve ter o 
tempo máximo de 30 min.
 � Categoria 4 — pacientes sérios potenciais. O tempo máximo para 
atendimento deve ser de até 60 min.
 � Categoria 5 — pacientes menos urgentes. O atendimento deve ocorrer 
em até 120 min.
Cabe ressaltar que a ATS serviu como referência para o desenvolvimento 
do protocolo canadense CTAS.
O modelo canadense Canadian Triage Acuity Scale 
O protocolo canadense foi desenvolvido e fundamentado no protocolo aus-
traliano ATS e implantado na década de 1990, sendo amplamente utilizado, 
aperfeiçoado e divulgado atualmente. No início de sua implantação, ele não 
era utilizado como um sistema de classificação pediátrico, sendo assim, era 
necessário que houvesse outro protocolo (o Canadian Triage and Acuity Scale 
Pediatric Guidelines). Posteriormente, no entanto, as duas escalas foram 
unificadas, tornando o modo de classificação dinâmico e seguro para adultos 
e crianças.
Acolhimento e classificação de risco6
A implementação desse meio de CR visou a padronizar informações e a 
garantir o acesso dos usuários de saúde, tornando possível mensurar a utilização 
dos recursos disponíveis. O CTAS, que é fundamentado no protocolo de cores 
para representar os níveis de prioridade, estabelece relações entre os possíveis 
grupos de eventos adversos e as condições mais frequentes apresentadas pelos 
usuários que procuram os serviços de urgência.
Os níveis do sistema canadense de CR são subdivididos em níveis que 
vão de 1 a 5. 
 � Nível 1 (reanimação) — cor azul e atendimento imediato;
 � Nível 2 (emergente) — cor vermelha e atendimento em até 15 min; 
 � Nível 3 (urgente) — cor amarela e atendimento em até 30 min; 
 � Nível 4 (menos urgente) — cor verde e atendimento em até 60 min; 
 � Nível 5 (não urgente) — cor branca e atendimento no tempo máximo 
de 120 min.
O modelo inglês Manchester Triage System
O protocolo inglês MTS foi desenvolvido em meados dos anos 1990 e teve a 
sua primeira versão traduzida para o português nos anos 2000. Seu objetivo 
principal é facilitar a gestão dos serviços de urgência e emergência e dos 
pacientes.
Esse protocolo de CR é amplamente utilizado por diversos países, como 
Suécia, Holanda, Espanha, Itália, Japão, Portugal e Brasil. A escolha se dá 
pela capacidade que o protocolo tem de estratificar os pacientes conforme o 
quadro clínico e o potencial risco de morte. Ele possibilita também a acurácia 
da classificação pela avaliação de sinais e sintomas realizada por uma equipe 
capacitada que irá determinar a gravidade do quadro do paciente, aumentando, 
assim, a eficiência do serviço.
O MTS é aplicado pelo enfermeiro, que consegue identificar e priorizar 
o atendimento do paciente. Isso possibilita a reorganização dos fluxos ope-
racionais e o amplo acesso ao atendimento, não excluindo pacientes, mas 
classificando-os conforme suas necessidades.
A aplicação do MTS permite que o enfermeiro classificador identifique 
sinais biopsicossociais, interpessoais e comunicativos do usuário, por inter-
médio da análise das queixas do paciente, baseando-se em conhecimentos 
tecnocientíficos e diretrizes preestabelecidas.
7Acolhimento e classificação de risco
O protocolo de Manchester é estruturado por cinco níveis de prioridade 
de atendimento, os quais são representados por cores e associados ao tempo 
máximo de espera por atendimento. 
 � Prioridade 1 (atendimento emergente) — cor vermelha e atendimento 
médico imediato. 
 � Prioridade 2 (atendimento muito urgente) — cor laranja e atendimento 
médico em até 10 min.
 � Prioridade 3 (atendimento urgente) — cor amarela e atendimento 
em até 60 min.
 � Prioridade 4 (atendimento pouco urgente) — cor verde e atendimento 
em até 120 min. 
 � Prioridade 5 (atendimento não urgente) — cor azul e atendimento 
em até 240 min.
O modelo de classificação de risco brasileiro
O Brasil não tem um modelo de classificação próprio, mas preconiza a es-
colha e a adoção de algum protocolo já estabelecido ou do desenvolvimento 
de um protocolo próprio que se baseie em algumas características mínimas. 
Fica estabelecido, portanto, que a CR deve ser realizada por um profissional 
de enfermagem de nível superior, com base em consensos estabelecidos em 
conjunto com a equipe médica, de modo a avaliar a gravidade ou o potencial 
agravamento das situações, bem como o grau de sofrimento do paciente 
(BRASIL, 2009).
A construção do protocolo a ser utilizado nos serviços de urgência e emer-
gência no Brasil deve partir do embasamento científico disponível na litera-
tura, mas adaptando-o à realidade de cada serviço e ao perfil populacional 
de atendimento, o que irá facilitar a interação da equipe multiprofissional e 
valorizar os profissionais atuantes nos serviços.
O MS sugere que, para analisar e formular protocolos próprios de CR, 
sãoconsiderados os seguintes fatores: capacidade instalada de acordo com 
o número de atendimentos diários, horários de pico de atendimentos, utili-
zação de fluxos internos e movimentação de usuários, análise da rede e do 
acesso aos diferentes níveis de complexidade, tipo de demanda e necessidade 
dos usuários, capacitação técnica dos profissionais, atendimento a todos os 
usuários, no mínimo quatro níveis de CR que utilizem preferencialmente o 
esquema de cores, reavaliação periódica do protocolo conforme necessidade 
Acolhimento e classificação de risco8
institucional e organização do atendimento na urgência prestado com clareza 
aos usuários (Figura 1) (BRASIL, 2009).
Figura 1. Sugestão de protocolo do MS.
Fonte: Brasil (2009, documento on-line).
Amparo legal do enfermeiro na classificação 
de risco
A implementação do acolhimento com avaliação e CR requer um profissional 
preparado, com conhecimento tecnocientífico ampliado em relação a situações 
que envolvam urgências e emergências, que tenha capacidade de organizar os 
fluxos operacionais e que desenvolva a escuta ativa e qualificada do usuário 
de saúde.
Para tal, o entendimento da competência do profissional de enfermagem 
de nível superior o torna habilitado a realizar a CR, além de estar amparado 
pela legislação brasileira.
9Acolhimento e classificação de risco
A Lei nº. 7.498, de 25 de julho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação 
do exercício da enfermagem, determina que cabe privativamente ao enfermeiro 
os cuidados de enfermagem a pacientes graves com risco de vida e que tenham 
maior complexidade técnica, exigindo conhecimentos de base científica e 
capacidade de tomada de decisões imediatas (BRASIL, 1986).
O MS, sob a Portaria nº. 2.048/2002, propõe a implantação do acolhimento 
com CR nas unidades de urgência e emergência, devendo esta ser realizada 
por profissional da saúde, de nível superior, mediante treinamento específico 
e utilização de protocolos com o objetivo de avaliar o grau das urgências 
dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento 
(BRASIL, 2002).
O COFEN, em suas atribuições, sob a Resolução nº. 423/2012, levando em 
consideração a CR como um processo complexo e que demanda competência 
técnica como parte da política de humanização da assistência, bem como a 
imprescindível qualificação e atualização específica e contínua sobre CR, 
resolve que a priorização da assistência em serviços de urgência é privativa 
do enfermeiro no âmbito da equipe da enfermagem, devendo este ser dotado 
de conhecimentos, competências e habilidades que visam a garantir o rigor 
tecnocientífico do procedimento (BRASIL, 2012).
Dessa forma, quando o paciente busca o atendimento nos serviços de 
urgência e emergência, ele deve ser acolhido pelo enfermeiro, que realiza a 
escuta qualificada e ampliada, avaliando o fluxograma norteador para então 
classificar as necessidades de saúde daquele usuário, utilizando-se de critérios 
de risco preestabelecidos no protocolo utilizado pela instituição.
Concomitante aos serviços de urgência e emergência, a Portaria nº. 2.436, 
de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica 
(PNAB), atribui ao enfermeiro, no item 4.2, a função específica de realizar 
o acolhimento por meio da escuta qualificada e a CR de acordo com os pro-
tocolos estabelecidos, realizando, nesse momento, a estratificação de risco e 
elaborando o plano de cuidados para as pessoas com condições crônicas junto 
aos demais membros da equipe (BRASIL, 2017).
Conclui-se, portanto, que o profissional enfermeiro tem os requisitos ne-
cessários para realizar a CR em todos os níveis de atenção à saúde no Brasil, 
devendo, esse profissional, ter conhecimento sobre os protocolos aplicados e 
se capacitar constantemente para que seja referência e se torne o vínculo entre 
todos os componentes da equipe multiprofissional.
Acolhimento e classificação de risco10
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 423/2012. Normatiza, 
no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a participação do 
Enfermeiro na Atividade de Classificação de Risco. Brasília, DF, 2012. Disponível em: 
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4232012_8956.html. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Lei 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
enfermagem e dá outras providências. Brasília, DF, 1986. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7498.htm. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 05 de novembro de 2002. Brasí-
lia, DF, 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/
prt2048_05_11_2002.html. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Acolhimento e classificação 
de risco nos serviços de urgência: HumanizaSUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009. 
(Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi-
cacoes/acolhimento_classificaao_risco_servico_urgencia.pdf. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humani-
zação: PNH: Humaniza SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.
pdf. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional 
de Humanização. HumanizaSUS: acolhimento com avaliação e classificação de risco: 
um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003. 
(Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/
humanizacao/biblioteca/pnh/acolhimento_com_avaliacao_e_classificacao_de_risco.
pdf. Acesso em: 9 jun. 2019.
BRASIL. Ministério das Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política 
Nacional de atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização 
da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF, 2017. Dis-
ponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.
html. Acesso em: 9 jun. 2019.
Leituras recomendadas
MEDEIROS, A. K. S. et al. Caracterização do acolhimento com classificação de risco em um 
hospital. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 2, p. 2006-2028, 2019. Disponível em: 
http://www.brjd.com.br/index.php/BJHR/article/view/1541/1422. Acesso em: 9 jun. 2019.
MORAIS FILHO, L. A. et al. Competência legal do enfermeiro na urgência/emergência. 
Enfermagem em Foco, v. 7, n. 1, p. 18-23, 2016. Disponível em: http://revista.cofen.gov.
br/index.php/enfermagem/article/view/659/278. Acesso em: 9 jun. 2019.
11Acolhimento e classificação de risco
SILVA, J. A. et al. Índice de Gravidade de Emergência: acurácia na classificação de risco. 
Einstein, v. 15, n. 4, p. 421−427, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v15n4/
pt_1679-4508-eins-15-04-0421.pdf. Acesso em: 9 jun. 2019.
Acolhimento e classificação de risco12

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