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1 FACULDADE SANTA TEREZINHA-CEST JÉSSICA KERLLYA SOARES FERREIRA MAISA DOS SANTOS MORAIS MICHELE PINHEIRO PEREIRA RAQUEL SOUZA SANTOS RITA GABRYELLA VIANA LIMA TAYANE ESTEFANE VIEIRA DA SILVA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:PRONTO SOCORRO DO ANIL SÃO LUÍS 2020 2 JÉSSICA KERLLYA SOARES FERREIRA MAISA DOS SANTOS MORAIS MICHELE PINHEIRO PEREIRA RAQUEL SOUZA SANTOS RITA GABRYELLA VIANA LIMA TAYANE ESTEFANE VIEIRA DA SILVA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: PRONTO SOCORRO DO ANIL Trabalho apresentado como pré-requisito para obtenção de nota do Seminário Temático I, tendo como responsável a professora Marinalva Ribeiro, do curso de Enfermagem da Faculdade Cest. São Luís 2020 3 SUMÁRIO FACULDADE CEST.............................................................................................1 1.INTRODUÇÃO..................................................................................................4 2. O QUE É CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SUA IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS.......................................................................................................5 3.O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO............................................5 4.O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO..................................................................................................................8 5. O ACOLHIMENTO COM AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO......10 6.RESOLUÇÃO COFEN Nº423/2012................................................................13 7. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PRONTO SOCORRO/ PRONTO SOCORRO DO ANIL.........................................................................................15 8.CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................20 REFERÊNCIAS.................................................................................................21 4 1.INTRODUÇÃO Esse seminário tem como objetivo informar como é feito esse processo de classificação de risco e a identificação de alas hospitalares por cores. Também todo processo de atendimento e triagem do paciente ao adentrar em um hospital de Pronto Socorro com total responsabilidade do profissional capacitado de conhecimento técnico- científico cujo é desenvolvido em qualquer rede hospitalar entre pública e privada seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde através de procedimentos pé estabelecidos como o programa qualisus e humanizasus que tem objetivo de proporcionar maior conforto aos usuários com atendimento de acordo com o grau de risco. As unidades de urgência e emergência é uma importante porta de entrada para os usuários no sistema único de saúde, porém constata uma utilização indevida dos serviços hospitalares de emergência em nosso meio. O atendimento inicial do usuário é feito pelo enfermeiro que realiza a verificação dos sinais vitais, verificação da queixa principal, avaliação dos fatores de risco e breve exame físico direcionado. O acolhimento com classificação de risco-ACCR, se mostra como instrumento reorganizado dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o sistema único de saúde. De acordo com a resolução do COFEN 423/2012 trás algumas considerações sobre a classificação de risco respaldando a importância do enfermeiro com conhecimento técnico cientifico para o atendimento em hospitais de pronto-socorro de urgência e emergência. Os hospitais de pronto-socorro têm como objetivo identificar as pessoas que realmente necessitam de atendimento imediato ou que podem apresentar complicações que é relacionada ao seu estado de saúde durante a espera para o atendimento médico. E como abordagem principal será explanado, como ocorre esse processo de classificação de risco no pronto-socorro do anil que é o estudo em questão. 5 2. O QUE É CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SUA IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS Os primórdios dos Sistemas de Classificação de Risco (SCR) ou triagem remontam ao século XVIII, associados a operações militares, nas quais soldados eram priorizados para receber os primeiros atendimentos no próprio campo de batalha ou para serem removidos. Os serviços de urgência e emergência hospitalares e não hospitalares são habitualmente utilizados como portas de entrada dos sistemas de saúde. A hipótese do excesso de demanda por esses serviços é insuficiente para explicar os desfechos clínicos desfavoráveis que resultam do fenômeno da superlotação, relacionado a aspectos organizativos desses próprios serviços. Diante desse cenário, a reorganização das entradas dos serviços de urgência e emergência tornou-se primordial. A classificação de risco é uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência, voltada para avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. A classificação de risco permite que diferentes profissionais tenham o mesmo resultado na avaliação do paciente, aumentando a segurança nos serviços de urgência e emergência, reduzindo mortes que podem ser evitadas, além de fornecer um respaldo aos profissionais envolvidos. Objetivos da classificação de risco: Avaliar o paciente logo na sua chegada ao Pronto-Socorro humanizando o atendimento: Descongestionar o Pronto-Socorro; reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; informar os tempos de espera. 3.O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, é composto por três níveis de atenção. As unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família são responsáveis pela atenção primária, ou seja, promoção e proteção da saúde. 6 Os hospitais gerais e ambulatórios especializados têm a finalidade de proporcionar tratamento precoce e minimizar agravos à saúde, sendo classificados como atenção secundária. Na esfera da atenção terciária, encontram-se as ações de maior complexidade e de reabilitação, prestadas por hospitais especializados. A resolutividade do atendimento depende da integração dos três níveis de atenção e quando isso não ocorre a rede de saúde sobrecarrega-se, prejudicando o atendimento da clientela. O Ministério da Saúde (MS) caracteriza os procedimentos dos serviços de emergência em três modalidades, tendo como critério a gravidade (acuidade) e a complexidade do caso a ser tratado: urgência de baixa e média complexidade, quando não há risco de morte; urgência de alta complexidade, não há risco de morte, porém o paciente apresenta um quadro crítico ou agudo; emergência – são casos em que há risco de morte (VALENTIM, 2009). A classificação de risco identifica os usuários por cores, sendo elas: vermelho (o paciente tem risco de morte iminente e é encaminhado diretamente à sala de emergência); amarelo (o paciente deve ser atendido o mais rápido possível, porém não corre risco iminente); verde (o paciente não corre riscos, mas apresenta queixas que deveriam ser atendidas na rede básica de saúde) (OLIVEIRA et al., 2011). O critério de Classificação de Risco clínica dos pacientes incluem os níveis de prioridade e cor atribuída, o tempo de espera para o atendimento médico, a reavaliação de enfermagem e o método de avaliação da queixa principal, estratificando o risco em cinco níveis distintos e que tem sido referido por cores para facilitar a visualização (SOUZA et al., 2011). Os eixos e suas áreas – eixo vermelho, este eixo está relacionado à clínica do paciente grave, com risco de morte, sendo composta por um agrupamento de três áreas principais: a) Área vermelha: nesta área está à sala de emergência, para atendimento imediato dospacientes com risco de morte, e a sala de procedimentos especiais invasivos. 7 b) Área amarela: composta por uma sala de retaguarda para pacientes já estabelecidos, porém, que ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semi-críticos). c) Área verde, composta pelas salas de observação, que devem ser divididas por sexo (feminino e masculino) e idade (crianças e adultos), a depender da demanda (BRASIL, 2009). Nas salas amarelas e verdes, além da adequação dos espaços e dos mobiliários a uma funcionalidade que facilite o processo de trabalho, é importante que se considere questões relativas a som, cheiro, cor, iluminação etc. Uma vez que o tempo de permanência do paciente nestas áreas é mais prolongado que na área vermelha (BRASIL, 2009). Na sala vermelha o paciente não permanecendo por um período prolongado, também é importante observar os elementos acima apontados, modificadores e qualificadores do espaço, de modo a propiciar um ambiente confortável e agradável para os trabalhadores, além da funcionalidade necessária à realização do trabalho (BRASIL, 2009). Silva (2010), afirma que as unidades de emergência se constituem numa importante porta de entrada para o usuário no Sistema Único de Saúde, porém, se constata uma utilização indevida dos serviços hospitalares de emergência em nosso meio. Isto ocorre por conta da fragilidade da atenção básica de saúde traduzida na falta de acesso à atenção ambulatorial especializada e a atenção hospitalar, impactando no atendimento das unidades de emergência, que passam a ser a principal forma de acesso para especialidades e tecnologias médicas, o que as transforma em depósito dos problemas não resolvidos. A agilidade e a resolutividade dos serviços de urgência e emergência estão alicerçados em alguns fundamentos dentre os quais se destacam: capacitação e treinamento dos membros da equipe, estrutura organizacional adequada e qualidade das anotações nas fichas de atendimento (AVANZI; SILVA, 2005). É direito do paciente ter pleno conhecimento do seu diagnóstico, prognóstico e tratamento de uma maneira clara e verdadeira, para que possa 8 tomar suas próprias decisões, exercendo assim, o princípio da autonomia. O código de ética dos profissionais de enfermagem, no seu artigo 26, prevê o dever de prestar adequadas informações ao cliente e à família a respeito da assistência de enfermagem, possíveis riscos e consequências que possam ocorrer (VISENTIM; LABRONICI; LENARDT, 2007). O planejamento e a realização do cuidado contemplam não só a relação dos enfermeiros com os usuários, mas também com os familiares dos pacientes e acompanhantes, pois cabe a esses profissionais, via de regra, decidir quanto à entrada e permanência deles no serviço de emergência (SANTOS, 2010). 4.O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O enfermeiro é a peça principal no processo de classificação de riscos, pois fica com a responsabilidade especifica do enfermeiro. Por se tratar de um profissional de nível superior com conhecimento necessário para desempenhar esta tarefa, uma vez que é ele quem realiza o julgamento clínico e crítico das queixas, a partir de uma escuta qualificada, onde se define o risco de cada caso. O enfermeiro deve conhecer todas as etapas do processo, desvendando a ideia de que se trata apenas de um local ou parte do atendimento. Para que seja possível definir o risco de cada caso deve haver previamente uma entrevista, análise, exame físico sucinto, verificação de dados vitais e eventualmente algum exame complementar. Além de analisar a informação clínica, o enfermeiro deve compreender e gerenciar o mecanismo de categorização do risco de cada paciente. Para isto, o enfermeiro utiliza um protocolo previamente selecionado como diretriz técnica que embasa teoricamente a sua decisão. Fica claro que a adoção de protocolos para nortear a classificação de risco oferece maior respaldo legal perante a conduta do enfermeiro. O atendimento inicial do usuário é feito pelo enfermeiro que realiza aferição dos sinais vitais,verificação da queixa principal, avaliação dos fatores de 9 risco e breve exame físico direcionado. Quando possível, o enfermeiro avalia o potencial de risco de morte e/ou 7 complicações dos usuários no estado atual e o classifica de acordo com as prioridades de atendimento (OLIVEIRA et al., 2011). É importante citar que a escuta qualificada é o princípio inicial para estabelecer uma relação de confiança e acolhedora com o usuário, dessa forma se pode realizar uma classificação de risco mais humanizada. A presença do profissional enfermeiro é primordial para conduzir todo este processo, pois com sua avaliação inicial, de forma rápida e precisa, pode elaborar um plano de cuidado baseado nas necessidades do usuário, de acordo com que o serviço oferecido. Os profissionais que atuam na unidade de urgência e emergência devem receber treinamento específico, tanto técnico como científico quanto uma educação continuada voltada para o autoconhecimento o que exige deles domínio de suas próprias emoções e conhecimento de seus limites e de suas possibilidades, por outro lado, a angústia e a ausência de informações aos familiares são também fontes de tensão nesse ambiente (TACSI; VENDRUSCOLO, 2004). Como isso, o trabalho do enfermeiro nas unidades de urgência e emergência, sem dúvida, é de extrema importância na construção do cuidado, garantindo segurança, tranquilidade e satisfação para todos os usuários. Dentre os profissionais na área de saúde o enfermeiro é o mais capacitado para o atendimento de classificação de risco. Garlet et al. (2009), relatam que o enfermeiro de unidade de emergência é responsável pela coordenação da equipe de enfermagem, gerencia o cuidado de enfermagem visualizando as necessidades do paciente de forma integral, conciliando os objetivos organizacionais com os objetivos da equipe de enfermagem. A função do enfermeiro é bastante importante dentro das equipes de saúde, principalmente, nos serviços de urgência e emergência, pois suas habilidades técnicas e científicas são de extrema importância mediante as 10 situações de risco imediato e de avaliação do tempo de espera de maneira segura e confiável. 5. O ACOLHIMENTO COM AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O programa QualiSUS, estabelece um conjunto de medidas com o objetivo de proporcionar maior conforto aos usuários, com atendimento de acordo com o grau de risco, atenção mais efetiva pelos profissionais de saúde e menor tempo de permanência no hospital. Um dos pilares do programa é a humanização das relações entre profissionais, sistema de saúde e usuários. Nesse âmbito, outra medida do SUS foi a criação da Política Nacional de Humanização (PNH) denominada HumanizaSUS, que utiliza ferramentas e dispositivos que podem, efetivamente, potencializar a garantia de atenção integral, resolutiva e humanizada. Dentro dessas destaca-se como diretriz o Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco (AACR), como uma das intervenções potencialmente decisivas na reorganização e realização da promoção da saúde na rede. Operando com o princípio da transversalidade, o HumanizaSUS lança mão de ferramentas e dispositivos para consolidar redes, vínculos e a corresponsabilização entre usuários, trabalhadores e gestores. Ao direcionar estratégias e métodos de articulação de ações, saberes e sujeitos, pode-se efetivamente potencializar a garantia de atenção integral, resolutiva e humanizada. O AACR é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Essa prática é entendida como uma postura ética e profissional para o atendimento por nível de complexidade. O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR- se mostra como um instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o Sistema Único de Saúde. Vai estabelecer mudanças na 11 forma e no resultado do atendimento do usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a agasalhar, receber, atender, admitir” (FERREIRA, 1975). O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, um “estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Acolhimento é atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e compactuar, dando respostas mais adequadas às necessidades dos usuários hospitalizados e de seus familiares, sendo estes considerados os indivíduos que necessitam de cuidados em saúde no cenário hospitalar (MARTINS et al., 2008). O acolhimento é também um dispositivo de intervenção que possibilita analisar o processo de trabalho em saúde com foco nas relações e que pressupõe a mudança das relações profissional/usuário/rede social e profissional/ profissional por meio de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e como participante ativo no processo de produção da saúde. O acolhimento significa também a humanização do atendimento, o que pressupõe a garantia de acesso a todas as pessoas. Diz respeito, ainda, à escuta de problemas de saúde do usuário, de forma qualificada, dando-lhe sempre uma resposta positiva e responsabilizando-se pela resolução do seu problema (SOLLA, 2005). A estratégia de implantação da sistemática do Acolhimento com Classificação de Risco possibilita abrir processos de reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e construir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e compartilhadas, pois 12 necessariamente é um trabalho coletivo e cooperativo. Possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em conta toda a complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de mortes evitáveis, sequelas e internações. A Classificação de Risco deve ser um instrumento para melhor organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de urgência/emergência, gerando um atendimento resolutivo e humanizado. ❖ MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 1 - Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços de urgência/emergência; 2 - Humanizar o atendimento; 3 - Garantir um atendimento rápido e efetivo. ❖ OBJETIVOS • Escuta qualificada do cidadão que procura os serviços de urgência/emergência; • Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que demandam os serviços de urgência/emergência, visando identificar os que necessitam de atendimento médico mediato ou imediato; • Construir os fluxos de atendimento na urgência/emergência considerando todos os serviços da rede de assistência à saúde; • Funcionar como um instrumento de ordenação e orientação da assistência, sendo um sistema de regulação da demanda dos serviços de urgência/emergência. ❖ EQUIPE Equipe multiprofissional: enfermeiro, auxiliar de enfermagem, serviço social, equipe médica, profissionais da portaria/recepção e estagiários. 13 Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que procuram uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um profissional da equipe de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar risco e vulnerabilidade, e acolher também a avaliação do próprio usuário; vai se responsabilizar pela resposta ao usuário, a para isso vai necessariamente colocar em ação uma rede multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução. Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as respostas às necessidades dos cidadãos. 6.RESOLUÇÃO COFEN Nº423/2012 A lei do exercício profissional respalda para realizar essa atividade, pois a consulta e prescrição de enfermagem são atividades privativas do enfermeiro, e a classificação de risco está inserida na consulta de enfermagem. A Resolução COFEN Nº 423/2012 Normatiza, no Âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a Participação do Enfermeiro na Atividade de Classificação de Riscos. O Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, e CONSIDERANDO o artigo 11, inciso I, alínea “m”, da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem nº 7.498, de 25 de junho de 1986, segundo o qual o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a execução de cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; 14 CONSIDERANDO o artigo 13 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução nº 311/2007; CONSIDERANDO que compete aos Conselhos Regionais de Enfermagem disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do Cofen; CONSIDERANDO a classificação de risco é um correspondente de priorização do atendimento em Serviços de Urgência como um processo complexo, que demanda competência técnica e científica em sua execução; CONSIDERANDO o processo de acolhimento e classificação de risco como parte do sistema de humanização da assistência, objeto de padronização do Ministério da Saúde; CONSIDERANDO que a metodologia internacionalmente reconhecida para classificação de risco (Protocolo de Manchester) prevê que o usuário seja acolhido por uma equipe que definirá o seu nível de gravidade e o encaminhará ao atendimento específico de que necessita; CONSIDERANDO a imprescindível qualificação e atualização, específica e continuada, do Enfermeiro para atuar no processo de classificação de risco e priorização da assistência à saúde; CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem; CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Cofen em sua 409ª Reunião Ordinária e tudo o mais que consta nos autos do PAD Cofen nº 705/2011; RESOLVE: Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a classificação de risco e priorização da assistência em Serviços de Urgência é privativa do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. 15 Parágrafo único. Para executar a classificação de risco e priorização da assistência, o Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento. Art. 2º O procedimento a que se refere esta Resolução deve ser executado no contexto do Processo de Enfermagem, atendendo-se às determinações da Resolução Cofen nº 358/2009 e aos princípios da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde. Art. 3º Cabe aos Conselhos Regionais de Enfermagem adotar as medidas necessárias para acompanhar a realização do procedimento de quetrata esta norma, visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos. 7. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PRONTO SOCORRO/ PRONTO SOCORRO DO ANIL Segundo a definição do Ministério da Saúde o Pronto-Socorro é responsável por prestar assistência para pacientes com ou sem risco de vida, cujos os agravos à saúde necessitam de atendimento imediato, por isso seu atendimento é durante 24horas. Grande parte das pessoas que procuram o pronto-socorro não necessitam de atendimento imediato ou não estão gravemente enfermas. Assim, os protocolos existentes têm como objetivo identificar as pessoas que necessitam de atendimento imediato ou que podem apresentar complicações sérias relacionadas ao seu estado de saúde durante a espera para o atendimento médico. Diante de sintomas ou de suspeita de doenças graves, que impliquem risco de vida ou de danos permanentes, apenas um pronto-socorro pode oferecer os cuidados que essas situações requerem. ❖ Alguns exemplos de urgências: • Dor no peito • Perda de consciência 16 • Hemorragias • Ferimentos profundos • Acidentes de trânsito • Acidentes de trabalho • Picada de animais venenosos • Falta de ar • Fraturas Portanto, com a classificação do risco feita por um médico ou enfermeiro capacitado, os doentes em situação de emergência têm o atendimento priorizado, enquanto os demais serão informados sobre o tempo previsto de espera, que vai de dez a 240 minutos. Na triagem todos os pacientes, ao chegarem ao Pronto-Socorro são encaminhados para a triagem, onde são avaliados por um profissional capacitado em qualificar o risco e gravidade de cada caso. Essa etapa tem o objetivo de identificar sinais e sintomas que indicam a urgência no atendimento médico, por isso é sempre realizada no instante em que o paciente chega ao Pronto-Socorro. A ordem de atendimento garanti a prioridade de atendimento aos pacientes com risco à vida, adotamos uma metodologia internacional para classificação de risco por meio do uso de pulseiras coloridas utilizadas de acordo com a classificação de risco já estabelecida do paciente. Em casos graves havendo a necessidade o usuário é entubado ou já chegam entubado colocado em Respirador Mecânico, monitorizado, muitas vezes já puncionado acesso venoso periférico ou central, passado SNE(Sonda Nasoenteral) /SNG(Sonda Nasogástrica) /VSD(Ventricular Septal Defect.), sendo anotados sinais vitais de uma em uma hora, colhidos exames laboratoriais/RX, e outros exames conforme necessidades, exemplo: tomografia, ECG(Eletrocardiograma); e medicados. Os demais pacientes são avaliados pelos enfermeiros aferido SSVV(Sinais Vitais) e encaminhados aos médicos. Por eles serão avaliados, solicitados exames/RX conforme necessidade, puncionado acesso venoso periférico e medicados. 17 Os exames durante a consulta o médico pode solicitar algum exame como apoio ao diagnóstico, para então definir o tratamento. Cada tipo de exame precisa de um tempo para ser realizado, avaliado e concluído. É recomendado se informar com a equipe sobre o tempo específico do seu exame. Ao receber alta, os pacientes devem solicitar os exames realizados ou se informar sobre como retirá-los depois. A permanência de acompanhantes nas salas de observação (adultos e infantil) e na sala de medicação é permitida apenas para pacientes menores de 15 anos e maiores de 60 anos de idade. Alguns casos podem ser considerados exceções e serão avaliados e tratados pela equipe assistencial presente. A tecnologia de Avaliação com Classificação de Risco pressupõe a determinação de agilidade no atendimento a partir da análise sob a óptica de protocolo pré-estabelecido, do grau de necessidade do usuário, proporcionando atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem de chegada (BRASIL, 2004). Em geral, representados por cores ou números, cada nível estabelece o tempo de espera seguro para que cada paciente aguarde pelo atendimento médico. O protocolo mais utilizado no Brasil é o Manchester Triage System (MTS), que traz os seguintes níveis de prioridade: Vermelho (emergência) O doente deverá ser atendido pelo médico imediatamente. Laranja (muito urgente) O paciente deverá ser atendido pelo médico em até 10 minutos. Amarelo (urgente) O paciente deverá ser atendido pelo médico em até 60 minutos. 18 Verde (pouco urgente) O paciente deverá ser atendido pelo médico em até 120 minutos. Azul (não urgente) O paciente deverá ser atendido pelo médico em até 240 minutos. O PRONTO SOCORRO DO ANIL LOCALIZADO NA AVENIDA CASEMIRO JÚNIOR NO BAIRRO ANIL EM SÃO LUÍS- MA. Figura 1: Mostra o Pronto Socorro do Anil. • Nome do Estabelecimento: Pronto Socorro do Anil • Razão Social: Secretaria Municipal de Saúde • Estabelecimento do Tipo: Pronto Socorro Geral • Especialidades: Urgência e Emergência, Atenção Psicossocial Álcool e Drogas • Unidade Mantenedora: Secretaria Municipal de Saúde • CNPJ Mantenedora: 05.760.293/0001-29 • Horário de Funcionamento**: 24 horas/dia (plantão sábados, domingos e feriados) • Telefone: (09)82452815 3212-8800 • Atendimento Presencial: Av Casemiro Junior, S/N • Bairro: Anil • Cidade: São Luís • Estado: MA • CEP: 65045-180 O pronto socorro do anil diferente de outras unidades de pronto socorro não utiliza a classificação de risco para identificação e acolhimento do paciente. 19 A abordagem no Pronto Socorro do anil é feita na recepção ao paciente. O paciente chega na unidade portando seus documentos, após entrega da documentação ele vai direto para a sala de triagem, a enfermeira verifica todos os sinais vitais, mas não classifica esse paciente com o protocolo de classificação de risco, e em seguida o encaminha para a sala do médico. Ao ser examinado pelo médico, dependendo do grau de dor do paciente, o médico irá prescrever uma medicação para a dor e que vai ser administrada na própria unidade ou prescrever a medicação para ser administrada em casa Após ser administrada a medicação, esse paciente irá fazer o retorno com o médico para ser avaliado novamente e assim ser liberado para ir para casa. Em casos mais graves como traumas, pacientes clínicos, cardíacos e pacientes oncológicos, incluindo, crianças, jovens, adultos e idosos. Os mais graves com acesso venoso periférico e entubado são encaminhados para hospitais específicos de acordo com a gravidade do paciente. A Classificação de Risco tem como avaliar o paciente logo na sua chegada ao hospital, humanizando o atendimento, descongestionar os prontos socorros, reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja avaliado precocemente de acordo com a sua gravidade, determinar a área de atendimento primário, informar o tempo de espera e retornar as informações aos familiares, devendo ser levados em conta os seguintes fatores: números de atendimentos, pessoal disponível, sistema de redirecionamento de consultas ambulatoriais ou outros serviços de atendimento, bem como área física (GODOY, 2010). 20 8.CONSIDERAÇÕES FINAIS Um Pronto Socorro se destina a atendimento a pacientes em estado de urgência e emergência, com risco eminente de morte. Dessa forma pessoas acidentadas, com suspeitas de infarto, derrame, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações, devem buscar atendimento ou ser encaminhado ao Pronto Socorro (PS). Segundo a constituição federal a saúde é direito de todos e dever do estado. O ministério da saúde rege princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que devem ser executados na gestão das redes hospitalares. Podemos perceber nitidamente no Pronto Socorro do Anil, que a oferta oferecida não se trata de atendimento de urgência e emergência e sim de atendimento primário de saúde. Considerandoque o usuário ao procurar esse atendimento no Pronto Socorro do Anil recebi apenas os atendimentos básicos administrado pela Enfermeira ou Médico de plantão que fazem a triagem do diagnóstico do paciente através de relatórios e em caso de urgência e emergência encaminham para os hospitais especializados para tal atendimento. Portanto o acesso e a oferta nem sempre é eficaz e bem definida existem falhas problemas na área de atenção especializada, envolve crise da cadeia produtiva, que significa politica de investimento nas áreas de saúde e acompanhamento dos representantes de estado para melhor serviço de atendimento qualificado ao usuário. 21 REFERÊNCIAS VALENTIM, M. R. S.; SANTOS, M. L. S. C. Políticas de Saúde em Emergência e a Enfermagem. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 285 -289, abr./jun. 2009. OLIVEIRA, G. N.; SILVA, M. F. N.; ARAUJO, I. E. M.; CARVALHO FILHO, M. A. Perfil da população atendida em uma unidade de emergência referenciada. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 19, n. 3, p. 09 telas, maio-jun, 2011. SOUZA C. C.; TOLEDO, A. D.; TADEU, L. F. R.; CHIANCA, T. C. M. Classificação de risco em pronto-socorro: concordância entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 19, n. 1, p. 08 telas jan./fev. 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. 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