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Seleção de Exercícios de Português II- Banca Consulplan

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CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS - CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato 
www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 1 
 
 
 
 
SELEÇÃO DE EXERCÍCIOS 
CONSULPLAN 
 
 
Autora: Jacira Fernandes Granato 
 
 
 
 
http://www.portuguessemlimites.com.br/
CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS - CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato 
www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 2 
3ª BATERIA DE EXERCÍCIOS: ASSUNTOS DIVERSOS (CRASE, PONTUAÇÃO, COLOCAÇÃO 
PRONOMINAL, TÍTULO) 
 
45. (CONSULPLAN/CREARJ/Engenheiro civil) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao 
uso do acento indicador da crase: 
 
a) As pessoas vivem à vontade nos espaços públicos sem ter cuidado com a limpeza. 
b) Cuidar da limpeza deve ser uma opção de todos, pois estaremos prestando um bem à vida do 
planeta. 
c) Os especialistas chamam a atenção para uma peculiaridade que ajuda à compreender o 
comportamento daqueles que não se preocupam com a vida do planeta. 
d) O brasileiro é avesso às políticas que visam ao bem coletivo? 
e) À beira de uma catástrofe ecológica, muitos continuam maltratando a natureza. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
Onde fica o gol? 
Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa 
que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e 
trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil 
conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que, por causa 
dessas incertezas, perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou: 
− Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar 
do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar. Isso 
que você nem é muito fã do esporte. − Comentei. 
 − Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio 
perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, 
sem ficar enfeitando. 
Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol? 
Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem 
nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de 
repente, quem sabe, a bola entrará. E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa. 
Goal, em inglês significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro 
mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, 
se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, 
visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua 
parte para colocar a bola dentro da rede ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem 
atingir nenhum resultado. 
Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que 
ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar 
tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até meio dia: significa dormir no ponto, 
comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo. 
Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar 
talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais 
prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode 
ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito. 
Esta é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando. 
(Revista O Globo, 04 de julho de 2010, Martha Medeiros) 
 
46. (CONSULPLAN/Prefeitura de Congonhas MG/Técnico de Laboratório Informática) No 
trecho “E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.” o sinal indicativo da crase foi utilizado 
corretamente. Assinale a alternativa em que isso NÃO acontece: 
a) Fui à feira. 
b) Sentaram-se à sombra. 
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c) Voltamos cedo à casa dos amigos. 
d) Dirijo-me à Vossa Excelência. 
e) Assisti àquele filme ontem. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
 
 
47. (CONSULPLAN/Prefeitura de Campo Verde MT/Controlador Interno) Em “O ser 
humano precisa se sentir integrado ao planeta Terra.” é correto afirmar que: 
a) A supressão da palavra “planeta” não gera qualquer tipo de alteração na frase. 
b) A supressão da palavra “planeta” exige a substituição de “ao” por “a”. 
c) A supressão da palavra “planeta” exige a substituição de “ao” por “à”. 
d) Ao substituir a forma nominal “integrado” por “ligado” haverá ocorrência de crase. 
e) A forma nominal “interposto” possui, no texto, o mesmo sentido denotativo de “integrado”. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
É tempo de pós-amor 
Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu 
caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei 
de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu 
própria 
– dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram 
chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade 
emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em 
tudo se assemelha à indigestão. 
Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia 
que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. 
Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa 
cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em 
verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro. 
Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da 
mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E 
logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. 
Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor. 
Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, 
destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a 
pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é 
fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que 
isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha 
a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço 
repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico 
com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão 
querendo me impor um produto. 
A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. 
Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a 
voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou 
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geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando 
pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão. 
Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente 
descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada 
pode nos dar tudo.Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente 
somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a 
matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, 
tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor −, elas não se somam, pelo 
contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela suporte. 
Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da 
criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de 
contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver 
e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um 
de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que 
concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras. 
Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos 
refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que 
não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter 
amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, 
simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor. 
(Colasanti, Marina, 1937 – Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996) 
 
48. (CONSULPLAN/Prefeitura de Congonhas MG/Professor Língua Portuguesa) “Dedicar-se 
à relação é importante...” É correto afirmar que o sinal gráfico empregado na palavra destacada 
nessa frase é denominado: 
a) Trema. 
b) Acento agudo. 
c) Crase. 
d) Acento circunflexo. 
e) Acento grave. 
Texto para responder à questão abaixo 
A fita métrica do amor 
Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é 
enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, 
quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, 
quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em 
que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade. Uma 
pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o 
seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é 
grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age 
não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma 
pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode 
aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num 
espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas 
medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma 
ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com 
esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é 
feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. 
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O 
egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma 
pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho. 
(Martha Medeiros) 
 
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49. (CONSULPLAN/Prefeitura de Poço Redondo/ SE/Recepcionista) Assinale a afirmativa 
em que o uso da crase apresenta-se INCORRETO: 
a) Eu me referi à aluna. 
b) Eles chegaram à noite. 
c) Ela está à procura de ajuda. 
d) Vou à Argentina no próximo mês. 
e) Estou aqui desde às sete horas. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
A bola e o livro 
A má distribuição de renda no país, os megapatrocínios, a idolatria constante na nossa 
cultura fazem surgir pessoas despreparadas para o uso de tanto dinheiro, enquanto escolas 
despencam, hospitais deixam de atender ao mais simples diagnóstico, aposentados choram pelo 
minguado aumento. Até quando isto vai continuar? A sociedade já não suporta ver estes “ídolos” 
na mídia. Por que os salários não são igualitários? Por que se concedem altos aumentos na 
política? Por que alguns artistas ganham a peso de ouro? Por que jogadores ganham tanto 
dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares? Por que tanto interesse das empresas em 
patrocinar estes jogadores? Será que uma bola é mais valiosa que um livro? 
(Maria Marta Nascimento Cardoso – Rio In Carta dos Leitores, O Globo 11/07/2010) 
 
 
50. (CONSULPLAN/Prefeitura de Campo Verde MT/Contador) Houve desrespeito à norma 
culta quanto ao uso do acento indicador da crase em: 
a) A má distribuição de renda no país é prejudicial à muitas pessoas que trabalham. 
b) A população não aguenta assistir, na mídia, à apresentação de certos ídolos. 
c) Por que se concedem altos salários àqueles que têm cargos políticos? 
d) A imprensa informa à população o esquema de corrupção que envolve pessoas de destaque 
na sociedade. 
e) Por que, neste país, dá-se mais valor à bola? 
 
Texto para responder à questão abaixo 
Grandes e pequenas mulheres 
Há mulheres de todos os gêneros. Histéricas, batalhadoras, frescas, profissionais, chatas, 
inteligentes, gostosas, parasitas, sensacionais. Mulheres de origens diversas, de idades várias, 
mulheres de posses ou de grana curta. Mulheres de tudo quanto é jeito. Mas se eu fosse homem 
prestaria atenção apenas num quesito: se a mulher é do tipo que puxa pra cima ou se é do tipo 
que empurra pra baixo. 
Dizem que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Meia verdade. Ele 
pode ser grande estando sozinho também. Mas com uma mulher xarope ele não vai chegar a 
lugar algum. Mulher que puxa pra cima é mulher que aposta nas decisões do cara, que não fica 
telefonando pro escritório toda hora, que tem a profissão dela, que apoia quando ele diz que vai 
pedir demissão por questões éticas e que confia que vai dar tudo certo. 
Mulher que empurra pra baixo é a que põe minhoca na cabeça dele sobre os seus colegas, 
a que tem acessos de carência bem na hora que ele tem que entrar numa reunião, a que não 
avaliza nenhuma mudança que ele propõe, a que quer manter tudo como está. 
Mulher que puxa pra cima é a que dá uns toques na hora de ele se vestir, a que não 
perturba com questões menores, a que incentiva o marido a procurar os amigos, a que separa 
matérias de revista que possam interessa-lo, a que indica livros, a que faz amor com vontade. 
Mulher que empurra pra baixo é a que reclama do salário dele, a que não acredita que ele 
tenha taco para assumir uma promoção, a que acha que viajar é despesa e não investimento, a 
que tem ciúmes da secretária. 
Mulher que puxa pra cima é a que dá conselhos e não palpite, a que acompanha nas 
festas e nas roubadas, a que tem bom humor. Mulher que empurra pra baixo é a que debocha dos 
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defeitos dele em rodinhas de amigos e que não acredita que ele vá mais longe do que já foi. Se 
por trás de todo grande homem existe uma grande mulher, então vale o inverso também: por 
trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada. 
(Martha Medeiros) 
 
51. (CONSULPLAN/Prefeitura de Campo Verde MT/Técnico de Informática) Assinale a 
alternativa em que o uso da crase apresenta-se INCORRETO: 
a) Vou à Argentina. 
b) A mulher está disposta à trabalhar. 
c) Elas caminhavam às pressas para o escritório. 
d) Esta floré semelhante à que me deste. 
e) A cidade à qual iremos possui praias às quais chegaremos. 
 
52. (CONSULPLAN/ Prefeitura de Santa Maria Madalena RJ/Agente Administrativo) Há 
erro quanto ao uso da crase na seguinte afirmativa: 
a) Entreguei a vuvuzela àquele homem. 
b) Pagou tudo à holandesa. 
c) Ele perdoou à mulher. 
d) Ficamos frente à frente com a torcida. 
e) Sempre que visitava o estádio dirigia-se à mesma pessoa. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
A Criada 
Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas espinhas. Onde 
estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era feio nem bonito, nesse rosto onde 
uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida. 
Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem como 
água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, 
constituindo vaga presença que se concretizava porém imediatamente numa cabeça 
interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os olhos castanhos eram 
intraduzíveis, sem correspondência com o conjunto do rosto. Tão independentes como se 
fossem plantados na carne de um braço, e de lá nos olhassem – abertos, úmidos. Ela toda era de 
uma doçura próxima a lágrimas. 
Às vezes respondia com má criação de criada mesmo. Desde pequena fora assim, 
explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no seu espírito nenhum 
endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo", dizia com naturalidade. “Me deu uma 
fome", dizia, e era sempre incontestável o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita 
muito", dizia do noivo e, apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia 
entrava num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho vergonha", 
dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de pão – que ela comia depressa 
como se pudessem tirá-lo – o medo era de trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, 
honesta. “Deus me livre, não é?", dizia ausente. 
Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas. Uma 
tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam vazios; diria mesmo um pouco ásperos. 
A pessoa que estivesse a seu lado sofria e nada podia fazer. Só esperar. 
Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém ousaria tocá-la 
nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração apertado, velando-a. Nada se poderia 
fazer por ela senão desejar que o perigo passasse. Até que num movimento sem pressa, quase 
um suspiro, ela acordava como um cabrito recém nascido se ergue sobre suas pernas. Voltara de 
seu repouso na tristeza. 
Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de ter bebido em não 
se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte 
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devia ser antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse 
nas suas profundezas – senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É 
possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um 
indício de caminho, guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E – de 
repente – a floresta. 
Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a floresta. Decerto 
nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os olhos cheios de brandura e 
ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta que nela caberia e se perderia toda a sabedoria 
do mundo. 
Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na floresta seria 
queimada em fogueira. Mas o que vira – em que raízes mordera, com que espinhos sangrara, em 
que águas banhara os pés, que escuridão de ouro fora a luz que a envolvera – tudo isso ela não 
contava porque ignorava: fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um 
mistério. 
Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam constantemente da 
escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar roupa, enxugar o chão, servir a uns e 
outros. 
Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa – ao 
sol; que enxugava o chão – molhado pela chuva; que estendia lençóis – ao vento. Ela se arranjava 
para servir muito mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que 
trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando calmo, rosto pleno de 
uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira. 
A única marca do perigo por que passara era o seu modo fugitivo de comer pão. No resto 
era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que 
a patroa esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho discreto 
alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera nas suas florestas. 
(Lispector, Clarisse. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117/119) 
 
53. (CONSULPLAN/ TER-RS/Analista Judiciário/ Área Administrativa) Na frase: “Que se 
subisse à tona com tudo...”, o emprego da crase está correto. Das orações feitas abaixo, aquela em 
que o emprego da crase está INCORRETO é: 
a) Ela fez referência à sua irmã. 
b) Mariana precisou sair às escondidas de todos. 
c) Os passageiros desceram à terra assim que o navio atracou no cais. 
d) Sempre que vou à Bahia visito o Pelourinho. 
e) O quarto de meu filho fica à direita do meu. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
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54. (CONSULPLAN/ INB/Analista de Sistemas) Nas alternativas abaixo, o acento da crase foi 
usado pela mesma razão, EXCETO, em: 
a) “ ... devido à estagnação econômica...” 
b) “ ... atrás apenas do Canadá e à frente dos Estados Unidos e da China”. 
c) “... não é suficiente para atender à demanda embora a dependência...” 
d) “ ... principalmente devido à substituição da lenha pelo gás liquefeito...” 
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e) “Assim, as políticas de estímulo à indústria sempre foram acompanhadas pela...” 
 
Texto para responder à questão abaixo 
 
 
55. (CONSULPLAN/ INB/Analista de Sistemas) A alternativa em que o acento grave, indicador 
da crase, deve ser usado é: 
a) Não me refiro a isso. 
b) Os garotos mataram o animal a pedradas. 
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c) Não tenho costume de ir a festas. 
d) Ficamos cara a cara com a fera. 
e) Faremos uma visita a terra de nossos pais. 
 
ASSUNTOS DIVERSOS: PONTUAÇÃO, 
 
Texto para responder à questão abaixo 
As verdades da razão 
Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que inventamos ao nos comunicar e 
nos confrontar com os semelhantes: toda razão é fundamentalmente conversação. “Conversar” 
não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa – sobretudo 
só se discute – entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, junto com 
as instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com Assurbanipal ou com Nero, e 
ninguém pode conversar abertamente em uma sociedade em que existem castas sociais 
inamovíveis.[...] Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros 
como se também fossem filósofos: 
oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre em dúvida,a partir do 
encontro entre umas e outras. 
[...] Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou 
refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem 
todas as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu 
favor e as que melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam 
colocadas. 
[...] A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver 
nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer 
a razão em nossas argumentações como também – e isso é muito importante e, talvez, mais 
difícil ainda – devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, 
venham de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre 
resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o 
debate, a controvérsia. Não como afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para 
alcançar uma verdade objetiva através das múltiplas subjetividades. 
(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 
2001) 
56. (CONSULPLAN/MAPA/Administrador/2014/Caderno branco) Considerando as várias 
funções da vírgula e sua importância, identifique o motivo pelo qual as vírgulas foram 
empregadas em “[...] e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a 
controvérsia.” (3º§). 
a) Separar uma enumeração 
b) Separar expressões retificativas. 
c) Separar uma aposição explicativa. 
d) Separar termos que serão retomados por pronome. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
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Refugiados: enfim, a Europa se curva 
No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros.O desafio agora é como 
integrá-los à sociedade. 
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar 
Mediterrâneo para a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi 
questionado pelo jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal 
como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão 
de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e 
custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o 
continente, que recebeu 350 mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter 
sido mais preciso. Na semana passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os 
refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União 
Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 
mil pessoas e dividi-las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e 
Espanha. O processo continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no 
Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de uma nova Europa, talvez mais solidária e 
certamente mais colorida. 
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão-de-obra jovem para continuar 
avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por 
isso, além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos 
cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório 
concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na 
Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito 
a população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes. 
A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de 
Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que 
esse não fosse o primeiro país aonde chegaram. Mais do que isso, num esforço para ajudá-los a 
conseguir emprego e torná-los produtivos, o governo de Angela Merkel prometeu aumentar a 
oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo. 
Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o 
país deve empregar 6 bilhões de euros nessa crise. Enquanto a Europa desperta para a nova 
realidade, em que a miscigenação ganha importância, a religião permanece como um dos 
principais entraves para a integração. Ainda que não existam dados consolidados sobre o tema, 
as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e 
representantes de países como Hungria, Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos 
muçulmanos com o argumento de que aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. 
Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em fevereiro, o governo austríaco, 
que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula a 
prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos 
reconhecidos, mas só podem realizar suas atividades de culto em alemão e as mesquitas não 
podem receber financiamento estrangeiro. A regra não serve para outras religiões. Para os 
austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para os contrários à 
lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna fundamentalista na 
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França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto 
de Notre Dame?” 
(Disponível em: 
http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_REFUGIADOS+ENFIM+A+EUROPA+SE+CURVA. 
Acesso em: 14/09/2015.) 
 
57. (CONSULPLAN/2015/Prefeitura de Patos de Minas/MG/Agente de Administração IGH 
VII-1/) Em “‘A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos’, disse.” (1º §), o uso de 
aspas justifica-se por: 
a) Indicar a fala ou citação. 
b) Exprimir um trecho irônico. 
c) Indicar uma expressão popular. 
d) Apresentar uma expressão que não é adequada ao contexto empregado. 
 
58. (CONSULPLAN/2015/Hospital Municipal Odilon Behrens/Médico/Cirurgião Geral) No 
trecho “A vida de Alexandre é uma novela. Novela – você entendeu o que quero dizer? No-ve-la.” 
(26º§), o travessão ( – ) foi empregado para 
a) iniciar uma enumeração. . 
b) introduzir a fala do narrador. 
c) separar uma frase explicativa 
d) introduzir a fala de outro personagem. 
 
59. (CONSULPLAN/TRE-MG/Analista Judiciário/Área Administrativa) Sobre o uso das 
vírgulas no trecho “A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o 
regime da igualdade,...”, é correto afirmar, mantendo- se a correção de acordo com a norma culta, 
que a: 
a) substituição da vírgula após “governantes” pelo ponto preserva o valor semântico e a 
coerência do período. 
b) inserção do sinal de dois pontos após o termo “democracia” permite a retirada das vírgulas de 
todo o período. 
c) retirada da explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes” permite a 
manutenção da vírgula após o termo “democracia”. 
d) retirada das vírgulas manteria a coerência textual, enfatizando a explicação “regime em que a 
maioria escolhe os governantes”. 
e) substituição pelo duplo travessão manteria a coerência textual delimitando a explicação 
“regime em que a maioria escolhe os governantes”. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
Degraus da ilusão 
Fala-se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe 
média”, realizada por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço 
falar).Em teoria, seria um grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina. 
Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em 
sérios problemas para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os 
despossuídos, boa escolaridade para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população 
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inteira, isto é, educação, saúde, transporte, energia elétrica, segurança, água, e tudo de que 
precisam cidadãos decentes. 
Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso 
constituísse um bem em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros 
mais altos do mundo, pagamos os impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, 
comunicação, energia, transportes e outros) entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem 
nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o 
supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas 
péssimas estradas. 
Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que 
compraram seu carrinho a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no 
fim de semana. Tesouro esse que logo vão perder, pois há meses não conseguem pagar as 
prestações que ainda se estendem por anos. 
Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de 
maneira impiedosa, até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião 
sensata e positiva, tomam novas medidas para que esse consumo insensato continue crescendo 
– e, como somos alienados e pouco informados, tocamos a comprar. 
Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu 
diploma, ter sua casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir 
isso. Para garantir uma velhice independente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos 
filhos algo com que pudessem começar a própria vida com dignidade. 
Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco 
estimulados o desejo de crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é 
uma construção: a vida pessoal, a profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, 
a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a fatalidades como doença e outras, que ninguém 
controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade, ter um pouco de economia, ter uma casinha, ter 
um diploma, ter objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que for. Podemos ser derrotados, 
mas não estaremos jogados na cova dos leões do destino, totalmente desarmados. 
[...] A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, 
de educação. E o melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em 
educação: impossível repetir isso em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade. 
Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados 
num crescimento real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é 
subir de classe social: é saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo 
mude, mas deixo aqui meu quase solitário (e antiquado) protesto. 
(Lya Luft – Revista Veja – 5 de junho de 2012 – Adaptado.) 
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60. (CONSULPLAN/2015/Assist. Social/Pref. Juatuba) “E o melhor remédio é investir 
fortemente, abundantemente, decididamente, em educação...” (8º§) O uso dos advérbios em 
sequência servem para 
a) refutar a ideia. 
b) atenuar a ideia. 
c) ratificar a ideia. 
d) retificar a ideia. 
Texto para responder à questão abaixo 
Recomeço: a vida dos refugiados sírios em São Paulo 
Em março deste ano, cinco meses antes da imagem do corpo do menino Aylan Kurdi, de 
três anos, estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa na cara da humanidade, o Alto 
Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres, classificou a 
guerra civil da Síria como “a pior crise humanitária da nossa era” – ou pelo menos a mais grave 
pós-Segunda Guerra. Em quatro anos e meio, o conflito insano que destruiu o país árabe deixou 
mais de 250.000 mortos e espalhou 4 milhões de refugiados pelo mundo – 25% deles menores 
de idade. Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no 
Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o 
primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, a 10 quilômetros de onde 
aterrissaram, em busca de abrigo. 
Foi esse o caminho percorrido no ano passado por Marah Khamis, de 23 anos, ao lado do 
marido, dos pais e de três irmãs, que deixaram Damasco depois que um familiar desenvolveu um 
câncer em consequência de uma bomba química. Os bens foram convertidos em passagens 
aéreas para o Brasil. Desembarcaram com poucas malas e economias suficientes para algumas 
semanas. O único endereço em mente era a mesquita de Guarulhos, onde foram acolhidos e se 
juntaram a cerca de 150 conterrâneos que seguiram o mesmo itinerário – hoje, o país contabiliza 
2.077 refugiados sírios, segundo a ONU. 
Uma tragédia também foi o motivo que trouxe ao Brasil a síria Fateh Saymeh, de 29 anos, o 
marido, Mohamed Saymeh, e as duas filhas de cinco anos. “Minha casa explodiu na minha frente”, 
lembra Fateh, de fala calma e serena ante as memórias da guerra. A indignação fica por conta do 
marido, que assumiu uma dura rotina para sustentar a família. Saymeh é funcionário de um 
restaurante das 9h às 18h, o que lhe rende 1.000 reais por mês – dinheiro que tem como destino 
o aluguel da casa. Para complementar a renda, ele trabalha na Feira da Madrugada, no Brás. 
Embora ainda não consiga se comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar as únicas 
palavras que definem sua realidade – e a de milhares de brasileiros: “Muito cansado”. 
(Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/recomeco‐a‐vida‐dos‐refugiados‐
sirios‐em‐sao‐paulo. Acesso em: setembro de 2015.) 
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61. (CONSULPLAN/2015/Adm./Pref. Patos Minas) O período “Embora ainda não consiga se 
comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar as únicas palavras que definem sua 
realidade – e a de milhares de brasileiros: ‘Muito cansado’.” (3º§) é iniciado por uma 
I. locução prepositiva que expressa uma relação concessiva. 
II. conjunção concessiva que introduz uma informação vista como fato real. 
III. conjunção que representa, no trecho em análise, a concessão como hipótese. 
IV. conjunção que pode ser substituída por “apesar de”, observando-se as devidas adequações. 
Estão corretas apenas as alternativas 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e IV. 
d) II, III e IV. 
Texto para responder às questões abaixo 
Pergunta fatídica 
A fatídica pergunta “O que você quer ser quando crescer?”, feita para crianças já no final da 
infância ou até antes, é clássica e não muda. Algumas vezes, ela expressa apenas uma 
brincadeira, para que os pais se orgulhem da resposta que o filho dará e que os pais já sabiam 
que ele daria. Outras vezes, representa o anseio deles para oferecer ao filho um objetivo maior 
para a sua vida. E algumas vezes não passa de uma lição moralista a uma criança que resiste aos 
estudos. 
“O que você quer ser quando crescer, menino? Se não for bom aluno,vai ficar 
desempregado ou ganhar muito pouco!”, já ouvi uma mãe dizer ao filho, desesperada com as 
notas escolares do garoto. 
Mas, se a pergunta não muda, as respostas mudam, e muito. Já houve um tempo em que 
muitas crianças – garotas principalmente – queriam ser professoras. Meninos e meninas 
pensavam em ser engenheiros, médicos, advogados, cientistas. Hoje, é difícil ouvir essas 
respostas. 
Quais são as profissões mais atraentes para eles atualmente? Antes de olhar para tal 
questão, é bom lembrar que as crianças sabem pouco sobre profissões; o que elas dizem querer 
é apenas um reflexo da percepção que têm a respeito do que o mundo lhes apresenta como 
importante e de grande reconhecimento ou remuneração. 
Ser famoso e cultuado pelas mídias, se destacar na televisão ou internet e receber muito 
dinheiro parecem ser, hoje, os anseios de muitas delas. Cada vez mais crianças e adolescentes 
afirmam que, quando crescerem, querem ser blogueiros, modelos, artistas, chefes de cozinha, 
jogadores de futebol, “vlogueiros” etc. Como você pode perceber, caro leitor, são sempre 
atividades com grande projeção, mas que pouquíssimas pessoas conseguem alcançar. Só que 
isso as crianças não têm condição de entender. 
Algumas delas acham que já são grandes e têm, na internet, blogs e canais de vídeos, um 
bom público, composto tanto de outras crianças quanto de adultos. É fácil entender os motivos 
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que levam os mais jovens a serem frequentadores assíduos desses canais: estão isolados, sem 
espaços públicos para encontrar outras crianças e para brincar. A internet tornou-se, portanto, 
esse espaço para eles. Mas e quanto aos adultos? Será que estão ali por mera curiosidade? Ainda 
não sabemos. 
O que sabemos é que muitas dessas crianças são tratadas como celebridades, estão 
bastante expostas e chegam a ganhar presentes de marcas e até dinheiro – algumas vezes, muito 
dinheiro – com o que chamam de “empresa”. E sempre com o apoio dos pais, é claro, porque 
precisam de uma grande infraestrutura para fazer o que fazem. 
Será que isso é bom para elas? Depende do ponto de vista. Para quem acredita que 
sucesso, popularidade e ganhos financeiros fazem bem à criança, pode ser positivo. Mas não 
sabemos até quando. O sucesso e a fama são ondas que vêm e vão. Quando acabarem – e acabam! 
–, o que será desses meninos e meninas? Estão eles preparados para cair e se levantar? Na minha 
opinião, não. Se isso já é difícil para os adultos, imagine, caro leitor, para uma criança. 
Para quem preza a infância dos filhos e prioriza o aprendizado da convivência deles com 
outras crianças, nada disso é bom, mesmo que eles digam que querem muito participar e que 
vários colegas fazem. Qual é o seu ponto de vista? 
(Rosely Saião. Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/03/1754998‐pergunta‐
fatidica.shtml.) 
62. (CONSULPLAN/2016/Ag. Apoio/Pref. Cascavel) “Se não for bom aluno, vai ficar 
desempregado ou ganhar muito pouco!” (2º§) Os termos anteriormente sublinhados exprimem a 
ideia de: 
a) Alternância e adição. 
b) Causa e consequência. 
c) Condição e alternância. 
d) Conformidade e causa. 
e) Condição e consequência. 
 
63. (CONSULPLAN/2016/Ag. Apoio/Pref. Cascavel) “É fácil entender os motivos que levam os 
mais jovens a serem frequentadores assíduos desses canais: estão isolados, sem espaços públicos 
para encontrar outras crianças e para brincar.” (6º§) No trecho destacado, os dos dois-pontos 
foram utilizados para 
a) indicar um resumo do que foi dito antes. 
b) anunciar uma citação dentro de um discurso. 
c) anunciar as consequências do uso da internet. 
d) anunciar uma informação que se opõe à anterior. 
e) indicar as causas de um resultado anunciando anteriormente. 
 
64. (CONSULPLAN/2016/Ag. Apoio/Pref. Cascavel) A autora encerra o texto com a seguinte 
pergunta: “Qual é o seu ponto de vista?” (9º§), pois tem a finalidade de 
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a) colocar dúvida quanto à sua conclusão. 
b) chamar a atenção do leitor para a discussão do texto. 
c) receber respostas dos leitores sobre seus pontos de vista. 
d) despertar no leitor uma reflexão sobre o que foi discutido no texto. 
e) deixar claro para o leitor que ele pode concordar ou discordar do ponto de vista da autora. 
 
65. (CONSULPLAN/2016/Ag. Apoio/Pref. Cascavel)“Já houve um tempo em que muitas 
crianças – garotas principalmente – queriam ser professoras.” (3º§) O duplo travessão foi 
utilizado para 
a) destacar uma conclusão. 
b) marcar uma enumeração. 
c) evidenciar “garotas principalmente”. 
d) despertar uma reflexão sobre um ponto específico do trecho. 
e) destacar uma explicação sobre o que foi anunciado anteriormente. 
 
66. (CONSULPLAN Ag. Apoio/Pref. Cascavel/Consulplan-2016-Médio) De acordo com o 
título do texto “Pergunta fatídica” é correto afirmar que o termo “fatídica” significa 
a) trágica. 
b) sinistra. 
c) imprópria. 
d) reveladora. 
e) constrangedora. 
 
67. (CONSULPLAN Ag. Apoio/Pref. Cascavel/Consulplan-2016-Médio) “O que sabemos é que 
muitas dessas crianças são tratadas como celebridades, estão bastante expostas e chegam a 
ganhar presentes de marcas e até dinheiro – algumas vezes, muito dinheiro – com o que chamam 
de ‘empresa’.” (7º§) 
De acordo com a classe gramatical e o contexto empregado, as palavras sublinhadas se 
classificam, respectivamente, como: 
a) Adjetivo, adjetivo e advérbio. 
b) Substantivo, advérbio e advérbio. 
c) Substantivo, adjetivo e preposição. 
d) Substantivo, advérbio e preposição. 
e) Substantivo, conjunção e preposição. 
 
Texto para responder às questões abaixo 
As desigualdades e a questão social 
Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que 
constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora. O 
desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais 
diversos movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos 
contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações. 
Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho, condições de vida, garantias, direitos. A 
industrialização e a urbanização expandem-se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou 
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surtos. Assim como ocorre a metropolização dos maiores centros urbano-industriais, também 
ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, 
extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias repúblicas, assinalam os mais diversos 
momentos de populações e negócios, de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes 
diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam-se e 
recriam-se as condições de mobilidade social horizontal e vertical, simultaneamente às 
desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, 
subemprego e pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores. As 
reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto. Também os movimentos 
sociais, sindicatos e partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças 
sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do capitalismo na 
cidade e no campo. 
[...] Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto contingentede 
operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e funcionários. São brancos, mulatos, 
negros, caboclos, índios, japoneses e outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla 
aspectos raciais, regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o tecido 
da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação estrutural. 
(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações). 
 
68. (CONSULPLAN/2016/Corpo de Bombeiros-PA) “Há processos estruturais que estão na 
base das desigualdades e antagonismos que constituem a questão social.” 
Acerca da estruturação do período destacado, é correto afirmar que em sua constituição 
pode(m) ser indicada(s): 
a) Oração subordinada adjetiva restringindo o sentido do termo que modifica. 
b) Duas orações coordenadas e uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
c) Apenas orações coordenadas aditivas em que há soma de ideias e emprego da conjunção “e”. 
d) Uma oração principal e duas subordinadas, sendo que uma delas funciona como complemento 
nominal. 
e) Apenas orações coordenadas cuja posição no período pode ser variável sem que o sentido seja 
alterado. 
 
69. (CONSULPLAN/2016/Corpo de Bombeiros-PA) Considerando a estrutura das orações e 
aspectos sintáticos que integram o período destacado, assinale a afirmativa correta. 
a) As duas ocorrências da conjunção “que” são classificadas como sujeito das orações a que 
pertencem. 
b) Todas as orações que constituem o período possuem sujeito simples, sendo formado por 
apenas um núcleo. 
c) Em uma das orações, o sujeito é composto por dois núcleos como pode ser observado na 
expressão “processos estruturais”. 
d) O processo verbal das orações que constituem o período é impessoal, ou seja, não há pessoa 
gramatical ou agente ao qual o verbo se refira. 
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e) O sujeito de todas as orações que constituem o período é o mesmo, de forma que a coesão 
textual mantém-se através de tal construção. 
 
Texto para responder à questão abaixo 
Refugiados: enfim, a Europa se curva 
No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros. 
O desafio agora é como integrá-los à sociedade. 
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar 
Mediterrâneo para a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi 
questionado pelo jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal 
como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão 
de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e 
custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o 
continente, que recebeu 350 mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter 
sido mais preciso. Na semana passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os 
refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União 
Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 
mil pessoas e dividi-las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e 
Espanha. O processo continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no 
Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de uma nova Europa, talvez mais solidária e 
certamente mais colorida. 
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão-de-obra jovem para continuar 
avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por 
isso, além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos 
cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório 
concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na 
Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito 
a população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes. 
A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de 
Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse 
não fosse o primeiro país aonde chegaram. Mais do que isso, num esforço para ajudá-los a 
conseguir emprego e torná-los produtivos, o governo de Angela Merkel prometeu aumentar a 
oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo. 
Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o 
país deve empregar 6 bilhões de euros nessa crise. 
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha 
importância, a religião permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que 
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não existam dados consolidados sobre o tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e 
Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de países como Hungria, Bulgária e 
Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que aqueles se 
adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi 
além. Em fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos 
migrantes, aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá 
tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem realizar suas atividades de culto 
em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não serve para 
outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a 
radicalização. Para os contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um 
muçulmano se torna fundamentalista na França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha que isso 
aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?” 
(Disponível em: 
http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_REFUGIADOS+ENFIM+A+EUROPA+SE+CURV
A. Acesso em: 14/09/2015.) 
70. (CONSULPLAN-2015-Médio/Adm./Patos de Minas/) “Em fevereiro, o governo austríaco, 
que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula a prática 
do islamismo no país.” (4º§) O trecho sublinhado exprime a ideia de: 
a) Explicação. 
b) Conclusão. 
c) Contradição. 
d) Consequência. 
Texto para responder à questão abaixo 
 
71. (CONSULPLAN/TSE/Analista Judiciário Análise) Assinale a alternativa em que a alteração 
da primeira fala do quadrinho tenha respeitado a norma culta. 
a) Sua Senhoria ouvistes falar do menino que morreu comendo sucrilhos? 
b) Vossa Senhoria ouvistes falar do menino que morreu comendo sucrilhos? 
c) Vossa Excelência ouviu falar do menino que morreu comendo sucrilhos? 
d) Sua Senhoria ouviste falar do menino que morreu comendo sucrilhos? 
 
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Texto para responder à questão abaixo 
O livro da solidão 
Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: “Que livro 
escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?” 
Vêm os que acreditam em exemplos célebres e dizem naturalmente: “Uma história de 
Napoleão.” Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo... 
Não sei se muita gente haverá reparado nisso – mas o Dicionário é um dos livros mais 
poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros.O dicionário tem dentro de si o universo 
completo. 
O dicionário é o mais democrático dos livros. Muito recomendável, portanto, na atualidade. 
Ali, o que governa é a disciplina das letras. Barão vem antes de conde, conde antes de duque, 
duque antes de rei. Sem falar que antes do rei também está o presidente. 
O dicionário responde todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos 
as famílias de palavras, longas, acomodadas na sua semelhança, – e de repente os vizinhos tão 
diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, – mas obedecendo a lei das letras, 
cabalística como a dos números... 
O dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações. 
E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores, 
maravilhas... 
E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma 
coisa, conhecer o sentido de cada uma é conduzir-se entre claridades, é construir mundos tendo 
como laboratório o dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários elementos. 
Eu levaria o dicionário para a ilha deserta. O tempo passaria docemente, enquanto eu 
passeasse por entre nomes conhecidos e desconhecidos, nomes, sementes e pensamentos e 
sementes das flores de retórica. 
Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os inimigos, porque o mecanismo da 
minha linguagem estaria mais ajustado nas suas molas complicadíssimas. E sobretudo, sabendo 
que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura 
suprema dos homens. 
(São Paulo, Folha da Manhã, 11 de julho de 1948, Cecília Meireles) 
72. (CONSULPLAN/CREA RJ/Nível Médio) Quanto à classe de palavras, assinale a relação 
INCORRETA: 
a) “Poderia louvar melhor os amigos,...” (artigo) 
b) “Não sei se muita gente haverá reparado nisso – ...” (advérbio) 
c) “E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido!” (substantivo) 
d) “Vêm os que acreditam em exemplos célebres...” (verbo) 
e) “Sem falar que antes do rei também está o presidente.” (pronome) 
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Texto para responder às questões abaixo 
É tempo de pós-amor 
Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu 
caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei 
de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu 
própria 
– dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram 
chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade 
emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em 
tudo se assemelha à indigestão. 
Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia 
que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. 
Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa 
cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em 
verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro. 
Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da 
mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E 
logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. 
Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor. 
Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, 
destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a 
pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é 
fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que 
isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha 
a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço 
repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico 
com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão 
querendo me impor um produto. 
A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. 
Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a 
voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou 
geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando 
pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão. 
Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente 
descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada 
pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente 
somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a 
matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, 
tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor −, elas não se somam, pelo 
contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela suporte. 
Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da 
criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de 
contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver 
e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um 
de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que 
concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras. 
Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos 
refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que 
não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter 
amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, 
simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor. 
(Colasanti, Marina, 1937 – Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996) 
 
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73. (CONSULPLAN/Prefeitura de Congonhas MG/Professor Língua Portuguesa) Quanto à 
classe gramatical das palavras sublinhadas, tem-se a correspondência correta em: 
a) “Estamos fazendo com o amor o que já fizeram com o sexo.” (2º§) – pronome demonstrativo 
b) “Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo.” (2º§) – pronome relativo 
c) “... que logo se consome...” (3º§) – conjunção 
d) “... o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços...” (4º§) – preposição 
e) “... e voltar a abastecer o amor...” (7º§) – artigo 
74.(CONSULPLAN/Prefeitura de Congonhas MG//Professor Língua Portuguesa) A 
expressão destacada foi corretamente substituída pela forma átona do pronome pessoal em: 
a) “... livros sobre amor cruzaram seu caminho...” (1º§) – cruzaram-lhe 
b) “... reinventado o sexo.” (2°§) – reinventado-lo 
c) “Transformamos o sexo em verdade.” (2º§) – transformamo-lo 
d) “A vida sem amor pode fazer sentido...” (5º§) – fazer-lhe 
e) “Antes que se frustrem as expectativas.” (6º§) – frustrem-as 
 
Texto para responder às questões abaixo 
A fita métrica do amor 
Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é 
enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quandotrata você com carinho e respeito, 
quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, 
quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em 
que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade. 
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca 
alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto. 
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, 
quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si 
mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. 
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, 
pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o 
amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que 
parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. 
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos 
nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e 
reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la 
inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o 
peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho. 
(Martha Medeiros) 
75. (CONSULPLAN/Prefeitura de Poço Redondo/SE/Recepcionista) “É a sua sensibilidade 
sem tamanho.” O pronome destacado anteriormente é: 
 
a) Pessoal. 
b) Possessivo. 
c) Demonstrativo. 
d) Indefinido. 
e) Interrogativo. 
Texto para responder às questões abaixo 
 
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A educação possível 
A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas é mais nociva do que 
uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. 
 
Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser 
dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de 
postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo 
muito edificante, na qual vemos políticos Concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já 
polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e 
artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis 
lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não 
queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o 
santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito. Mas vamos à 
educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se 
mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo 
competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade? 
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos 
apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das 
utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que 
independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu 
entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas 
casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos 
frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa. 
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se 
vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com 
naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras 
matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e 
se comunicar dentro dos limites de sua idade. 
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico 
superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia 
americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem 
sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em 
nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio 
benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: 
“cidadania”. 
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem 
seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que 
não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. 
Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer 
matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e 
atordoados, logo, frustrados. 
Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística 
em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora 
gostasse do contato com os alunos 
– deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões 
de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos 
anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, 
muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes 
de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a 
faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar. 
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, 
mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice versa, como queiram...), anda mirrada e 
murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, 
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isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os 
escolhemos e sustentamos. 
(>Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado) 
 
76. (CONSULPLAN/Prefeitura de Santa Maria Madalena/ RJ/Advogado) Os termos 
destacados a seguir constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias 
anteriormente registrados, EXCETO: 
 
a) “Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo...” (1º§) 
b) “... na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos 
ganhos,...” (1º§) 
c) “... que depois abandonei,...” (7º§) 
d) “Dizem que nossa economia floresce,...” (8º§) 
e) “Infelizmente, isso depende dos políticos,...” (8º§) 
 
Texto para responder às questões abaixo 
A Criada 
Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas espinhas. Onde 
estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era feio nem bonito, nesse rosto onde 
uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida. 
Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem como 
água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, 
constituindo vaga presença que se concretizava porém imediatamente numa cabeça 
interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os olhos castanhos eram 
intraduzíveis,sem correspondência com o conjunto do rosto. Tão independentes como se 
fossem plantados na carne de um braço, e de lá nos olhassem – abertos, úmidos. Ela toda era de 
uma doçura próxima a lágrimas. 
Às vezes respondia com má criação de criada mesmo. Desde pequena fora assim, 
explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no seu espírito nenhum 
endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo", dizia com naturalidade. “Me deu uma 
fome", dizia, e era sempre incontestável o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita 
muito", dizia do noivo e, apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia 
entrava num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho vergonha", 
dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de pão – que ela comia depressa 
como se pudessem tirá-lo – o medo era de trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, 
honesta. “Deus me livre, não é?", dizia ausente. 
Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas. Uma 
tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam vazios; diria mesmo um pouco ásperos. 
A pessoa que estivesse a seu lado sofria e nada podia fazer. Só esperar. 
Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém ousaria tocá-la 
nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração apertado, velando-a. Nada se poderia 
fazer por ela senão desejar que o perigo passasse. Até que num movimento sem pressa, quase 
um suspiro, ela acordava como um cabrito recém nascido se ergue sobre suas pernas. Voltara de 
seu repouso na tristeza. 
Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de ter bebido em não 
se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte devia ser antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. 
Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas – senão a própria profundeza, 
como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, 
encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por um 
bater de asas, por algum rastro de bicho. E – de repente – a floresta. 
Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a floresta. Decerto 
nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os olhos cheios de brandura e 
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ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta que nela caberia e se perderia toda a sabedoria 
do mundo. 
Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na floresta seria 
queimada em fogueira. Mas o que vira – em que raízes mordera, com que espinhos sangrara, em 
que águas banhara os pés, que escuridão de ouro fora a luz que a envolvera – tudo isso ela não 
contava porque ignorava: fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um 
mistério. 
Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam constantemente da 
escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar roupa, enxugar o chão, servir a uns e 
outros. 
Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa – ao 
sol; que enxugava o chão – molhado pela chuva; que estendia lençóis – ao vento. Ela se arranjava 
para servir muito mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que 
trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando calmo, rosto pleno de 
uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira. A única marca do perigo por que passara 
era o seu modo fugitivo de comer pão. No resto era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que 
a patroa esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho discreto 
alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera nas suas florestas. 
(Lispector, Clarisse. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117/119) 
 
77. (CONSULPLAN/TRER/SP/Analista Judiciário/ Área Administrativa) O segmento de 
texto que tem o antecedente do pronome relativo que ERRADAMENTE indicado é: 
 
a) “Havia beleza nesse corpo que não era nem bonito...” – corpo 
b) “...constituindo vaga presença que se concretizava...” – presença 
c) “apesar de expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia entrava num mundo...” – 
pessoa 
d) “...rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá...” – rosto 
e) “...tirava o dinheiro que a patroa esquecia sobre a mesa...” – dinheiro 
 
 
 
GABARITO 
45 – C 46 - D 47 - C 48 - E 49 - E 
50 - A 51 - B 52 - D 53 - C 54 – B 
55 - E 56 - A 57 - A 58 - C 59 - A 
60 - C 61 - C 62– C 63 - E 64 – D 
65 - C 66 - D 67 - B 68 - A 69 – A 
70- A 71- C 72- E 73- A 74-C 
75- B 76- D 77- D 
 
 
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