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Reprodução Animal I Resumo Geral Aula 20/07/21 Determinação e Diferenciação Sexual Introdução Sexo genotípico – diferenciado pela presença ou não do cromossomo Y, que possui genes específicos Pode-se dizer que todos os indivíduos nasceram programados para serem fêmeas, porém, na presença do cromossomo Y ocorrem alterações ativas na transformação dos órgãos internos e externos, que seria passiva na ausência dele; Sexo gonadal – definido pelos hormônios produzidos pelas gônadas, que interferem diretamente no sexo fenotípico; Sexo fenotípico – definido pelas características corporais (presença de pelos, penas etc.) e da gônada; Sexo cerebral – definido pela atuação dos hormônios no hipotálamo; Sexo comportamental – definido pela genitália formada. Determinação Sexual Estágios da Determinação Sexual Células germinativas iniciais se diferenciam e formam as gônadas a depender da presença ou ausência do cromossomo Y As fêmeas são formadas mais tardiamente, já que o processo de formação das gônadas ocorre de forma passiva a partir da ausência do cromossomo Y. Células germinativas primordiais - São células pluripotentes; - Darão origem aos gametas femininos e masculinos; - São localizadas externamente ao embrião, no saco vitelínico o Fornece proteção contra os sinais de diferenciação. - Migração para a crista urogenital, penetrando o embrião; o Gônada indiferenciada – 5ª semana. Após penetrarem o embrião, as células germinativas se organizam/combinam com outras células que já estão presentes na crista urogenital. Essa combinação ocorre a partir de genes/fatores presentes no local, que podem ser relacionados a sinalização para formação de genitália masculina ou feminina. Os diferentes tipos de células indiferenciadas se combinam, dando início a sua diferenciação. Sendo que esta origina diferentes tipos celulares das gônadas masculina e feminina: a) Células germinativas: No caso de sinalização para genitália masculina: espermatócito e espermatozoide; No caso de sinalização para genitália feminina: ovogônia e ovócito. b) Células de suporte: No caso de sinalização para genitália masculina: células de Sertoli; No caso de sinalização para genitália feminina: células da granulosa. c) Células secretoras: No caso de sinalização para genitália masculina: células de Leydig; No caso de sinalização para genitália feminina: células da teca. Diferenciação Sexual O cromossomo Y é uma mutação do cromossomo X. Sua principal diferença é o fato de possuir o gene SRY, responsável pela produção de uma proteína denominada “fator de desenvolvimento testicular”. Sua presença promove a diferenciação das gônadas do macho de forma ativa. O gene SRY é responsável por redigir o padrão de diferenciação sexual a partir da ativação da cascata de formação de outros genes/proteínas presentes no cromossomo Y. Um deles é o SOX9, responsável pela ativação (relação positiva) do outro, o FGF9. O SOX9 influencia a formação das células de Sertoli, enquanto o FGF9 influencia a produção das células de Leydig. A presença desses genes inibe a expressão de outros, relacionados a formação das genitálias femininas. Por isso, na ausência do cromossomo Y a cascata não é ativada e a formação das gônadas femininas ocorre de forma passiva. A formação dos gametas (ovócitos ou espermatozoides) é influenciada pelo conjunto de fatores/proteínas expressos pelos genes após a ativação da cascata. Formação das gônadas A genitália interna indiferenciada é formada por dois tipos de ductos: os de Muller, ou paramesonéfricos e os de Wolf, ou mesonéfricos. Os ductos de Muller se diferenciam na genitália interna feminina ou genitália tubular, composta pelas tubas uterinas, útero e porção cranial da vagina. Isso ocorre na ausência do hormônio Anti-Mulleriano (AMH ou MIF), produzido pelas células de Sertoli do testículo. Já os ductos de Wolf se diferenciam na genitália interna masculina ou genitália tubular, composta por epidídimo, ducto deferente e vesícula seminal. Isso ocorre após estímulo promovido aos ductos pela presença de testosterona, produzida pelas células de Leydig presentes no testículo. Na presença da enzima 5α-redutase, a testosterona se diferencia/converte em um metabólito, a 5α-dehidro-testosterona (DHT). Este metabólito é biologicamente mais ativo do que a testosterona e promove efeito androgênico maior. Ele é responsável por atuar na diferenciação das genitálias externas do macho (próstata, escroto e pênis). Na sua ausência, as modificações ocorridas a estrutura genital embrionária indiferenciada são reduzidas, permitindo a formação das genitálias externas da fêmea (vagina e clitóris). A formação da genitália feminina é mais demorada, pois, ocorre de maneira passiva. Ou seja, é necessário que não haja a presença de testículo e expressão de fatores relacionados para que sua diferenciação final ocorra. Genitália externa O seio urogenital dá origem a bexiga em machos e fêmeas. Além disso, nos machos é estimulado pela testosterona para formação da próstata, das glândulas bulbouretrais e da uretra peniana; e nas fêmeas forma a porção caudal da vagina. A genitália externa do embrião indiferenciado é formada por tubérculo genital, pregas vestibulares e a cloaca. No macho, a presença da DHT atua no fechamento da prega cloacal em toda a sua extensão, após a formação do ânus, dando origem ao escroto, a rafe escrotal e a glande do pênis (diferenciação do tubérculo genital). A ausência de DTH reduz as modificações ocorridas na estrutura embrionária indiferenciada, promovendo a junção de apenas uma parte da extensão da prega cloacal e a formação do ânus e da vagina; enquanto o tubérculo genital se diferencia em clitóris A origem embriológica do clítoris é a mesma da glande do pênis dos machos: o tubérculo genital; Para que ocorra conversão a testosterona e produção de DHT é necessário que 3 pontos sejam atendidos: Presença de testosterona; Presença da enzima 5α-redutase; Presença de receptores funcionais e em quantidade suficiente para DHT. A ausência ou falha de qualquer um desses pontos pode levar a má-formação genital, produzindo indivíduos fora do padrão, como: Pseudohermafrodita – indivíduo com genitália interna diferente da genitália externa. o Pseudohermafrodita macho: indivíduo com 2 testículos e falha na formação do pênis, micro pênis ou vulva; o Pseudohermafrodita fêmea: indivíduo com 2 ovários e falha na formação da vulva (genitália ambígua) A fêmea pode ter produzido ou recebido hormônios masculinos durante sua formação embrionária. Hermafrodita verdadeiro – indivíduo com a presença das duas gônodas. Ou seja, um ovário e um testículo ou um/dois ovotestis (gônada com parte testicular e parte ovariana). Tubérculo genital Através da ultrassonografia é possível realizar a sexagem embrionária a partir da localização do tubérculo genital: Tubérculo genital masculino: entre os membros posteriores e o cordão umbilical; Tubérculo genital feminino: entre os membros posteriores e a base da cauda. Os hormônios produzidos atuam não só na genitália, mas sim no indivíduo como um todo, sendo responsáveis pela expressão das características fenotípicas (sexo fenotípico) ou corporais, como massa muscular. Devido a permeabilidade cerebral, ocorre passagem e ação de alguns hormônios esteroides no cérebro (sexo cerebral), promovendo a diferenciação do hipotálamo para hipotálamo feminino ou masculino: A fêmea não produz testosterona, porém, o estrógeno, produzido pelas células da granulosa presentes no ovário, circula pelo sistema vascular do feto e se associa a α-fetoproteína, pela qual possui afinidade, sendo incapaz de ultrapassar a barreira hematoencefálica.Essa ausência de estrógeno no sistema nervoso central é responsável pela ocorrência de comportamento tipicamente feminino. Enquanto isso, o testículo produz testosterona, que não se liga a α- fetoproteína, pois não possui afinidade por ela. Com isso, a testosterona livre, que possui permeabilidade pela barreira hematoencefálica, penetra o sistema nervoso central, onde é convertida em estrógeno pela enzima aromatase e ativa o comportamento masculino. Ou seja, o que ativa o comportamento masculino é a conversão da testosterona em estrógeno dentro do sistema nervoso central. Por isso, uma fêmea que recebe alta carga de estrógeno durante sua vida embrionária pode ter suas α-fetoproteínas sobrecarregadas, levando a entrada de estrógeno no SNC e apresentação de comportamentos masculinizados. Ou ainda, uma fêmea que recebe testosterona durante sua vida fetal também pode apresentar comportamentos masculinizados devido a conversão desta em estrógeno no SNC. Para o macho não há situações que promovam alteração no padrão comportamental, pois a presença de estrógeno no SNC não altera seu comportamento normal e, caso receba testosterona, esta será convertida naturalmente em estrógeno no SNC. Após a vida adulta e maturidade sexual essas alterações hormonais tendem a não influenciar mais o padrão de comportamento sexual devido a alterações na permeabilidade cerebral, causando apenas transformações corporais/fenotípicas. Aula 21/07/21 Anatomia Funcional da Fêmea Introdução Componentes da genitália das fêmeas mamíferas: Ovários; Tubas uterinas (ovidutos); Útero o Cornos uterinos; o Corpo uterino; o Cérvix Vagina – contactada de forma direta pelo vestíbulo; Vestíbulo; Vulva – compõe a genitália externa; Clitóris. Disposição dos órgãos Importante: O útero fica sob a região dorsal da parede da bexiga, o que facilita a identificação das estruturas durante a ultrassonografia; O ligamento largo do útero sustenta o útero. A técnica da palpação transretal é diferente entre as fêmeas bovina e equina devido a diferenças no posicionamento dos órgãos e estruturas. Na vaca: O posicionamento do útero é mais ventral devido a menor aderência do ligamento largo do útero e este possui formato encarneirado; Os ovários se encontram lateralizados ao útero, sendo que é necessário o palpar primeiro para chegar até eles; Além de se posicionarem mais próximas, as estruturas também são mais maleáveis, pois o ligamento largo do útero não se encontra tão aderido à parede dorsal do abdômen; Após a gestação, o útero fica mais flácido devido a redução do tônus promovida pela ação da progesterona residual. Na égua: O útero converge para cima devido a maior aderência do ligamento largo do útero na parede dorsal do abdômen, e possui formato de Y; Os ovários ficam suspensos dorsalmente de maneira fixa, sempre caudais aos rins. Por isso, é possível encontrá-los sem necessariamente precisar palpar o útero antes; As estruturas não se movimentam tanto, sendo mais difícil de pegá-las devido a maior aderência do ligamento largo do útero a parede abdominal. Por isso, deve-se evitar a manipulação excessiva visando prevenir o rompimento do reto; Após a gestação, o útero se mantém mais tonificado. O posicionamento varia de acordo com a condição do animal (gestante ou não), idade e quantidade de partos. Ovários - Localizados na cavidade abdominal ou pélvica, sempre caudal aos rins; - Possuem funções exócrinas (produção de hormônios) e endócrinas (produção de gametas); - Seu formato varia conforme a espécie: Multíparas: cacho de uva; Uníparas: ovoide. Exceções: Na égua possui formato riniforme (caroço de feijão) e fossa de ovulação; Nas aves o ovário esquerdo é funcional e o direito muitas vezes é um ovotestis. Ovário da vaca: O oócito fica dentro do folículo, imerso no líquido folicular ou antro. Ovário da égua: Em outras espécies, a parte parenquimatosa ou cortical é externa/superficial, de onde emergem e ovulam os folículos; enquanto a região medular é interna e compreende o tecido de sustentação, vasos e nervos. Na égua a disposição dessas regiões é invertida, e a ovulação precisa ocorrer num local restrito, a fossa ovulatória. Esse fator impede a dupla ovulação e realização de protocolos de superovulação sejam feitos nesses animais, já que a liberação dos oócitos após a ovulação de vários folículos é dificultada pela presença de um corpo hemorrágico na fossa ovulatória. O fato de os folículos da égua serem maiores (mínimo de 5 cm) permite sua palpação. Porém, após a formação do corpo lúteo não é possível senti-lo devido ao mesmo estar incluso ao ovário e possuir consistência firme, semelhante ao tecido do ovário. Ao contrário deste, é possível palpar e diferenciar o corpo hemorrágico devido a sua consistência mais esponjosa. Composição histológica - Externamente envolto por epitélio superficial e túnica albugínea. Córtex - Região externa; - Tecido predominante; - Estruturas funcionais: folículos, corpo lúteo e corpo hemorrágico; - Estruturas vestigiais: corpus fibrosum e corpus albicans; Medular - Região interna de tecido conjuntivo fibroelástico; - Vasos linfáticos, sanguíneos e nervos. Tipos foliculares Folículo primordial Oócito imaturo oriundo de células germinativas primordiais, envolto por única camada de células epiteliais achatadas. Folículo primário Oócito circundado por uma ou mais camadas de células mais cuboides ou colunares. Precede o aparecimento do antro folicular. Formação da zona pelúcida. Folículo secundário Oócito primário em crescimento circundado por epitélio estratificado. Desenvolvimento da camada da teca. Folículo terciário (antral ou folículo de Graaf) Folículo em seu tamanho máximo. Possui uma cavidade central denominada antrum, preenchida com líquido folicular, produzido pelas células da granulosa (interna a teca interna); Teca (células do tecido mais externo) – se diferencia em 2 camadas: interna (produção de esteroides inicia a excreção esteroideana) e externa (estrutura fibrosa); Zona pelúcida. Classificações O crescimento folicular ocorre sob influência das alterações hormonais cíclicas às quais a fêmea está exposta, de acordo com a fase do ciclo estral. As células aderidas a zona pelúcida do oócito são células da granulosa, que estão estruturadas de forma a serem chamadas de coluna radiata. Estas estão conectadas ao oócito através de um pedúnculo denominado cumulus oophorus, e são responsáveis pelo repasse de nutrientes. Onda folicular A maioria dos folículos que são recrutados numa onda folicular (99%) regridem, se degenerando a folículo atrésico. Folículo atrésico Folículo em qualquer estágio de desenvolvimento que não possui a quantidade adequada de receptores bioquímicos ativos (baixa sensibilidade) para FSH e LH e entra em processo de degeneração antes de ovular, acabando por desaparecer e deixar uma estrutura vestigial, o corpus fibrosum. Corpo hemorrágico Estrutura de consistência friável, semelhante a um coágulo, que surge no local do folículo recém-ovulado. Corpo lúteo Estrutura de cor amarelada que substitui o corpo hemorrágico. É resultante da proliferação e luteinização de células da teca e da granulosa após a ovulação. Corpo albicans Estrutura remanescente (cicatriz) do corpo lúteo degenerado caso não ocorra gestação. Tuba Uterina Também chamada de salpinge ou oviduto, é uma estrutura tubular e flexível que “liga” o ápice do corno uterino ao ovário. Porções: Istmo Região mais estreita da tuba. Localizada na porção proximal, liga-se ao lúmen uterino. Ampola Maior região da tuba. Mais dilatada distalmente. É onde ocorre a fertilização. Infundíbulo Possuiabertura próxima aos ovários, com formato de funil. É responsável por captar o oócito a partir de suas fímbrias, que estão presentes em sua parte mais distal e se movimentam por todo o ovário. Composição histológica Mucosa: Pregas Células epiteliais ciliadas o Abundantes na região de captação do oócito; o Pulsação (batimento) ciliar é afetada por hormônios; o Facilitam a remoção de células do cumulus oophorus, que dificultam o contato com o oócito, pois vão “limpando” o local (desnudamento do oócito). Células epiteliais não ciliadas o Grânulos secretores: variam com a fase do ciclo estral; o Fluido tubárico: capacitação e hiperativação do espermatozoide; fecundação; desenvolvimento embrionário inicial Fundamental para promover ambiente ideal para fertilização da fêmea. Camada muscular Funções Captação do oócito; Desnudamento de oócitos; Sobrevivência dos gametas (oócitos, espermatozoides) e embrião; Capacitação espermática e reação acrossomal; Fecundação e desenvolvimento embrionário inicial. Útero Segmento composto por 2 cornos (cada um termina em uma tuba uterina, que o conecta a um ovário), 1 corpo e 1 cérvix. Responsável por receber e manter o concepto durante a gestação, produzindo ambiente favorável para seu crescimento e desenvolvimento até o parto. A proporção, formato e disposição dos cornos varia entre as espécies. O embrião chega ao útero por volta de 5-6 dias, e se desenvolve até o parto. a) Útero Didelfo Órgãos septado ou duplicado – 2 cérvix, 2 cornos e 2 vaginas (região cranial) totalmente separados; Comum em marsupiais, lagomorfos e alguns roedores Não permitem o desenvolvimento fetal completo, por isso, o feto é expulso muito cedo, em estado ainda infantil, e termina seu desenvolvimento no marsúpio ou bolsa, onde fica conectado a glândula mamária. b) Útero Duplex Corpo uterino e cérvix duplos – apenas uma vagina; Comum em roedores como capivara, cutia, paca e coelha. Cornos bem delimitados. Importante.: Os dois tipos descritos acima podem ocorrer de maneira patológica devido à má formação. c) Útero Bicornual Útero com corpo pequeno e cornos grandes; Característico de porca (útero com > 1 m de extensão), cadela e gata. d) Útero Bipartido O útero apresenta um septo (ligamento intercornual) que separa os dois cornos do pequeno corpo uterino; Encontrado em vacas e éguas. Placentomas Estruturas responsáveis por viabilizar a ligação materno (carúnculas) – fetal (cotilédones) na vaca Todas as trocas ocorrem nesses locais. e) Útero Simplex Útero de corpo proeminente e cornos uterinos pequenos ou inexistente; Característica de primatas e mulher. Estrutura 3 túnicas: Mucosa – Endométrio o Glândulas endometriais o Variações durante o ciclo estral; o Fluido: proteínas séricas e uteroespecíficas responsáveis pelo controle embrionário e implantação do embrião. Muscular – Miométrio o Camadas interna (circular) e externa (longitudinal); o Atividade afetada por hormônios ovarinos (progesterona). Serosa – Perimétrio o Contínua ao ligamento largo. Funções Transporte e sobrevivência espermática; Indução da regressão do corpo lúteo; Desenvolvimento do concepto; Gestação e parto; Puerpério – involução uterina. Cérvix Uterina Estrutura que se projeta caudalmente na vagina – “porta do útero”; Órgão fibroso com pequena quantidade de músculo liso; Parede espessa e lúmen constrito. Funções Transporte espermático; Reservatório espermático; Barreira seletiva aos espermatozoides inviáveis; Tampão mucoso – gestação. Vagina Funções Órgão copulatório; Reservatório espermático; Canal do parto. O epitélio vaginal sofre alterações em função das variações hormonais na fêmea, que ocorrem de acordo com a fase do ciclo estral em que ela se encontra. A parede possui camada muscular muito extensa, que relaxa/dilata para permitir a passagem do feto no momento do parto. Genitália Externa Vestíbulo o Transição vagina-vulva; o Junção vestíbulo-vagina: orifício uretral e hímen vestigial Menor que a vulva, com exceção das gatas. Vulva o Lábios vulvares o Depósito de gordura, tecido elástico e fina camada de músculo liso; o Comissura dorsal e ventral. Clitóris o Tecido erétil, bem suprido por terminações nervosas; o Encoberto pela comissura ventral. Aula 27/07/21 Endocrinologia da Reprodução Sistema endócrino x Sistema nervoso Dois sistemas relacionados ao controle do corpo através da transformação de informações externas e internas em respostas orgânicas. O sistema endócrino trabalha por meio de hormônios, enquanto o sistema nervoso trabalha por meio de neurotransmissores. A principal diferença entre essas substâncias é que: Os hormônios são produzidos em determinados locais e chegam nos órgãos através da corrente sanguínea, produzindo respostas após sua ligação com receptores. A quantidade de receptores varia entre as partes do corpo. Já os neurotransmissores são secretados dentro do sistema nervoso central através de grupos de neurônios pré-sinápticos e atuam em locais muito específicos, se ligando a neurônios pós-sinápticos e possuindo ação mais local. Em algumas situações alguns neurotransmissores podem ser secretados na circulação sanguínea, e passam a funcionar como hormônios. Em função dessa diferença, o tempo de ação das duas substâncias é diferente. Sendo que a ação do hormônio demora mais para ser efetivada, possuindo resposta mais lenta; enquanto a resposta para a ação dos neurônios é mais rápida. Porém, apesar das diferenças, os dois sistemas estão intimamente interligados, no sentido que se um inicia uma ação e essa demora para ocorrer, o outro é ativado visando auxiliar na resposta desejada. Hipotálamo Estrutura que fica dentro do sistema nervoso central, na base do cérebro. Funciona como “gerente” do corpo, pois é composto por uma série de neurônios diferentes, organizados em forma de núcleos, sendo responsáveis por diferentes funções, como controle da sede, termorregulação. Os núcleos são responsáveis por perceber estímulos externos e internos, enviando informações para órgãos visando provocar mecanismos compensatórios para permitir a adaptação corpórea. GnRH Hormônio liberador de gonadotropinas, responsável por estimular a liberação de gonatrofopinas, substâncias com tropismo pelas glândulas femininas e masculinas. A secreção desse hormônio a partir do hipotálamo é feita diretamente na hipófise, mais especificamente na adenohipófise, glândula localizada logo abaixo dele. Sendo que devido à proximidade das duas glândulas há contato íntimo via circulação pelo sistema porta hipotalâmico-hipofisário, facilitando a chegada do GnRH a adenohipófise. A hipófise é dividida em duas partes: neurohipófise e adenohipófise. As gonadotropinas secretadas pela adenohipófise após estímulo do GnRH são o FSH (Hormônio Folículo Estimulantes) e LH (Hormônio Luteinizante). Estas possuem tropismo pelas gônadas femininas e masculinas e irão atuar nos ovários e testículos. Como o próprio nome diz, o FSH irá atuar nos ovários promovendo o crescimento folicular, enquanto o LH provoca a ovulação do folículo desenvolvido/dominante, que após seu rompimento passa a ser luteinizado. As duas gonadotropinas também atuam nos testículos, sendo que o FSH estimula as células de Sertoli a produzir fatores de crescimento que modulam a multiplicação das células germinativas dos túbulos seminíferos, responsáveis pela produção dos espermatozoides; enquanto o LH atua nas células de Leydig promovendo a secreção de testosterona. Adenohipófise ou Hipófise Anterior A síntese e liberação de FSH ou LH é diferenciada pelafrequência e amplitude dos pulsos de secreção do GnRH, que sofrem influência do crescimento folicular e consequente ativação e ação do estrógeno (E2) por meio de mecanismos de feedback: Baixa amplitude e alta frequência (secreção basal) Secreção de FSH; Alta amplitude e baixa frequência (picos de secreção) Secreção de LH. FSH FSH Ovário Crescimento folicular A ativação metabólica das células foliculares visando seu crescimento ativa a secreção de outro hormônio, o estrógeno (E2), através das células da granulosa. o Estrógeno (E2) O E2 é um esteroide sexual, conhecido como hormônio do cio ou estro, e fica dentro do líquido ou antro folicular, sendo responsável por diversas funções, como: Promoção da receptividade sexual da fêmea para facilitar a cópula; Modificação do epitélio vaginal, aumentando a proliferação e queratinização das células mais apicais para aumentar a proteção e reduzir possíveis danos; Aumento da vascularização das genitálias interna e externa, promovendo edema e hiperemia dos lábios vulvares; Relaxamento ou abertura da cérvix para permitir a entrada do ejaculado dentro do útero e, principalmente, para permitir a saída de suas células mortas, já que o total de células que entra é muito maior do que a quantidade necessária para que a fertilização ocorra. Além disso, permite o mecanismo de autolimpeza do útero, com remoção das sujidades carreadas pelo pênis do macho, evitando a ocorrência de infecções; Alteração da permeabilidade vascular uterina visando a maior migração de células de defesa para o local e expulsão do excesso de conteúdo estranho. É importante lembrar que o espermatozoide é uma célula estranha ao útero por si só e por ser uma célula haploide, assim como as substâncias/proteínas presentes no plasma seminal A melhor época para manipulação do útero ocorre quando esse está sob efeito do estrógeno, pois nesse momento possui resposta imune que facilita a terapêutica nos casos de doenças. É a alta concentração de estrógeno que sinaliza que o folículo dominante não precisa mais crescer, ou seja, não precisa mais da secreção de FSH pela adenohipófise, e promove o pico de LH, responsável pela ovulação. LH LH Ovário Folículo Ovulação Formação do corpo lúteo (CL) O crescimento folicular, com consequente aumento da secreção de E2, promove mudança no padrão de secreção de GnRH (secreção basal picos de secreção) a partir do feedback deste sobre a adenohipófise, promovendo o start para a secreção de LH. Corpo lúteo Glândula transitória formada após a ovulação devido a luteinização das células foliculares. É responsável pela produção de progesterona (P4), que tem seu pico no D5, 5 dias após a ovulação (D0), quando a formação do corpo lúteo é completada. o Progesterona (P4) Responsável por preparar o útero para o recebimento e manutenção/nutrição do embrião no útero através do estímulo para que as glândulas endometriais liberem a secreção, que foi produzida durante a fase de alta de estrógeno, para a luz do órgão. Nesse sentido, sua ação é importante até que a placenta seja formada, já que após esse estágio esta passa a ser responsável pela manutenção do embrião. Outra ação extremamente importante é a promoção do relaxamento uterino ou quiescência da musculatura uterina, reduzindo a contratilidade para permitir seu crescimento em conjunto com a evolução do embrião. Nesse sentido, há uma diferença entre o tônus uterina da vaca e da égua após a ovulação, sendo que na vaca percebemos o relaxamento fisiológico promovido pela P4, enquanto na égua esse tônus se mantém alto. Além disso, logo após a ovulação promove o fechamento da cérvix para evitar a entrada de substâncias estranhas no útero a partir do momento em que ocorre a nidação do embrião; e promove alteração no comportamento da fêmea, reduzindo sua receptividade. Por fim, atua inibindo a secreção de GnRH durante o período de espera para o reconhecimento materno para evitar níveis de crescimento folicular que possibilitem outra ovulação ou a produção de estrógeno suficiente para induzir uma apresentação de cio. Eixo Hipotalâmico-Hipofisário- Gonadal Hipotálamo ↓ GnRH ↓ Adenohipófise ↓ FSH ↓ Ovário ↓ Crescimento folicular ↓ Aumento da produção de E2 ↓ Feedback positivo do E2 no início do crescimento folicular aumenta a liberação de GnRH visando a secreção de mais FSH (maior crescimento do folículo e liberação de mais E2) ↓ Feedback negativo do E2 sobre a secreção de FSH e positivo sobre a secreção de LH (alteração do pulso de GnRH: maior amplitude/pico) pela adenohipófise após a maturação de um ou mais folículos Sinaliza que o FSH não é mais necessário, pois já há presença de folículo dominante ↓ Aumento da secreção de LH ↓ Ovário ↓ Transformação do folículo em corpo lúteo (CL) ↓ Aumento dos níveis de P4 ↓ Feedback negativo sobre a secreção de GnRH e adenohipófise Bloqueio do eixo a nível hipotalâmico e hipofisário: atua sobre a secreção de LH, impedindo que a fêmea ovule ↓ Chegada do embrião ao útero após a fertilização (embrião tem em média 10 dias para sinalizar) ↓ Reconhecimento materno da gestação ↓ Manutenção dos níveis de P4 altos ou Não há chegada de embrião no útero ↓ Produção de PGF-2α pelas células endometriais (D15) ↓ Lise do corpo lúteo (CL) Luteólise ↓ Redução dos níveis de P4 ↓ Retirada do bloqueio do eixo ↓ Nova onda folicular entre 2-3 dias Importante: O FSH mantém níveis basais durante todo o ciclo, seguindo o padrão da secreção de GnRH; Devido a manutenção da secreção de P4 pelo CL, durante o período em que o útero está esperando a sinalização do embrião ocorre crescimento folicular, mas não suficiente para produzir quantidade de E2 suficiente para estimular a produção de LH, necessária a ovulação. Com isso, o que ocorre é uma sequência de crescimento e regressão de folículos. PGF-2α Sinalizador de inflamação que, além da luteólise, produz efeitos colaterais sistêmicos pró-inflamatórios, como contratilidade de musculatura lisa, que podem variar em menor ou maior grau dependendo da espécie, da dose e do análogo utilizado. É o hormônio mais utilizado na reprodução, encabeçando a hormonioterapia. o Duração de um ciclo reprodutivo: D0 Ovulação; D5 Pico de P4 (platô) pelo CL totalmente maduro após a ovulação (responsivo a PGF- 2α: presença de receptores sensíveis); D10 Sinalização do embrião; D15 Secreção de PGF-2α se não houver chegada e sinalização do embrião; D18 Abertura de novo cio pela fêmea; D21 Ovulação. Importante: Após a ovulação, se a fêmea não foi inseminada ou copulada, ela fica 15 dias parada até que seu ciclo seja reiniciado. A utilização de análogo de PGF-2α no D5 ovulação, quando se sabe que a fêmea não emprenhou, coincide com o momento em que o CL é responsivo a prostaglandina e possibilita a sincronização do cio e/ou redução do intervalo entre cio, acelerando o reinício do ciclo em até 1 semana (nova ovulação no D12). Aula 28/07/21 Inibina Hormônio secretado pelas células da granulosa dos folículos dominantes (mais desenvolvidos), que possuem maior competência bioquímica (maior quantidade de receptores ativos/sensíveis ao FSH), antes do pico de LH. Atua sobre a adenohipófise promovendo feedback negativo sobre a secreção de FSH. Essa redução é um mecanismo de competição dos folículos mais desenvolvidos, que tem como função inibir o crescimento dos outros folículos e aumentar sua afinidade pelo LH durante o pico, permitindo sua ovulação. Corpo lúteo Se não houver reconhecimento da gestação, o corpo lúteo inicia a síntese de ocitocina, que atua no útero apenas quando este foi previamente sensibilizado pelo estrógeno (secreção basal) para ativação de receptores específicos,ou seja, possuir folículos em crescimento razoável (concentração mínima). Só após a liberação e ação da ocitocina, comunicando para o útero que há produção de folículos, a síntese de PGF-2α pelas células endometriais é iniciada. o Retenção de placenta A aplicação de ocitocina para promoção de contratilidade uterina nos casos de retenção de placenta funciona sem associação a aplicação exógena de estrógeno por até 10 horas pós-parto, porque o pico de estrógeno fisiológico prévio ao parto, que visa o relaxamento do útero e vagina e abertura de cérvix, mantém suas concentrações altas e acaba por sensibilizar os receptores uterinos de ocitocina. Ocitocina Hormônio produzido pelos núcleos supra- quiasmático e paraventricular do hipotálamo e secretado pela neurohipófise. É responsável pela produção de contratilidade de musculatura lisa, sendo que sua produção fisiológica ocorre após a recepção de estímulos sensoriais externos (visuais, táteis, auditivos), percebidos via receptores mecânicos (sucção do teto pelo bezerro), químicos ou térmicos e transformados em informação neural; porém, pode-se utilizar fármacos sintéticos a base dela para promover a ejeção de leite em vacas. A resposta ao estímulo ocorre rapidamente, já que acontece por via neural a partir da secreção dos neurotransmissores armazenados em vesículas nos núcleos hipotalâmicos. Outro exemplo de secreção fisiológica de ocitocina ocorre devido a movimentação do feto durante o parto, percebida por mecanorreceptores presentes no colo do útero (cérvix) e vagina, que quando ativados enviam informação para o hipotálamo induzir a secreção pela neurohipófise. Ocitocina x Prolactina A prolactina é sintetizada na adenohipófise e responsável pela produção de leite, sendo sua secreção também estimulada ou não por fatores e hormônios produzidos no hipotálamo. Existem evidências de que um dos fatores que estimula a produção de prolactina é o TRH, relacionado a secreção dos hormônios tireoidianos. Pelo contrário, já se sabe que a Dopamina atua inibindo a produção de prolactina. Aula 10/08/21 Foliculogênese Como o ovócito é a estrutura embriológica que fica dentro do folículo, quando se trata de foliculogênese, deve-se pensar na ovogênese ou oogênese em conjunto, pois, estes são mecanismos fisiológicos interligados. Nesse sentido, o folículo está diretamente relacionado a saúde do oócito, já que funciona como a estrutura responsável por manter ambiente adequado para que o oócito sofra uma série de modificações bioquímicas e estruturais necessárias para que este consiga ovular. Como funciona a formação de folículos e oócitos? As células germinativas primordiais/indiferenciadas presentes no saco vitelínico migram através do cordão umbilical até chegar à crista urogenital, onde se organizam conforme os genes expressos e hormônios secretados. A partir de um determinado momento, estas células passam a se diferenciar em oogônias/ovogônias diploides (2n) que, após se proliferarem através de mitose (divisão equacional), passarão por meiose (divisão reducional) dando origem a 4 células haploides (n), os oócitos. Devido a isso, são chamadas de “células mãe”. Células germinativas primordiais ↓ Oogônias (2n) ↓ Mitose ↓ + oogônias (2) ↓ Meiose (~ 75º dia de gestação) ↓ Oócitos I (primários) Importante: Durante a fase de Prófase I da meiose I, mais especificamente no período de Diplóteno desta fase, as oogônias cessam o processo de divisão celular (por volta do 150º dia de gestação), dando origem a oócitos I (primários). Como as oogônias terminam seu ciclo após a meiose e não ocorre formação das mesmas após essa fase, os oócitos primários advindos destas são conhecidos como reserva gamética, ou seja, acredita-se que todas as fêmeas nascem com um número/população pré- determinada de oócitos primários. Porém, já existem algumas evidências de que as fêmeas podem possuir células tronco capazes de dar origem a novos oócitos primários ao longo da vida da fêmea, permitindo que estas mantenham sua vida reprodutiva por mais tempo sem que ocorra descarte precoce devido a falhas reprodutivas (“menopausa”). Devido a isso, todas as fêmeas nascem com oócitos I, ou seja, na fase primária. Estes oócitos primários tomam conta do ovário das fêmeas. A fase de Diplóteno é importante, pois engloba a recombinação genética dos DNAs materno e paterno, a presença de cromossomos bem descondensados e muitas organelas/informação celular. Devido a isso, a partir dessa fase, o oócito entra em um processo de quiescência, mantendo seu metabolismo basal sem dar continuidade aos processos de divisão celular. Em dado momento da vida da fêmea, este oócito é estimulado pelo desenvolvimento folicular (informações hormonais) e volta a se amadurecer/crescer. Quando a fêmea entra na puberdade e ocorrem picos de LH, os oócitos que já cresceram retomam a meiose para tentar ovular. Folículos Folículos pré-antrais: ainda não tiveram a formação do antro; o Primordiais (40 µm) – um oócito primário circundado por uma camada de células da granulosa de formato achatado; o Primários (100 µm) – um oócito primário circundado por zona pelúcida incipiente e uma camada de células da granulosa de formato cuboide; o Secundários (200 µm) – um oócito primário circundado por zona pelúcida bem formada e várias camadas de células da granulosa de formato cuboide, que passam a ser proliferar acompanhando o crescimento folicular e se tornam responsivas a gonadotropinas Apesar disso, a fêmea não inicia a puberdade nesse momento, pois os pulsos gonadotropínicos (secreção de LH e FSH) ainda não estão ocorrendo. Esse processo de crescimento folicular se mantém desde a vida fetal até a puberdade da fêmea e não depende de hormônios, ocorrendo em maior ou menor grau a partir da influência de outros fatores, como os intraovarianos e intrafoliculares (GH e IGF-1 relacionado ao estado nutricional do animal); estresse, idade , raça e genética. Folículos antrais: a formação do antro já ocorreu Acontece após a puberdade devido ao crescimento folicular promovido por estímulos hormonais. Fase antral A partir da puberdade o estímulo hormonal é maior devido a maturação do eixo hipotalâmico-hipofisário, e a fêmea começa a responder apresentando crescimento folicular a partir do folículo secundário já desenvolvido, que progride a terciário e pré ovulatório. O oócito primário, que retoma a meiose I após o estímulo de LH pré-ovulatório, ovula como oócito secundário e cessa a meiose II novamente, porém, agora na fase de Metáfase II. A meiose só é terminada caso esse ovócito seja fertilizado, quando passa a ser chamado de óvulo (célula final/madura). o IGF-I Participa/influencia o crescimento dos folículos pré-antrais, estando diretamente relacionado a proliferação e funcionamento das células da granulosa. Por isso, é importante ressaltar que a condição nutricional das fêmeas precisa estar adequada para que haja a secreção de IGF-I necessária ao crescimento folicular. Puberdade A puberdade é marcada basicamente pela primeira ovulação viável da fêmea, que possui formação subsequente de corpo lúteo funcional e é acompanhada de comportamento sexual (apresentação de cio), sendo a demonstração deste influenciada pela condição ambiental e organização/hierarquia social a qual a fêmea está inserida Em ambientes onde há hierarquia social muito forte, as fêmeas mais jovens podem ter seu comportamento sexual reprimido. A partir desse momento, as fêmeas estão aptas a iniciar o desenvolvimento de novas ondas/pool foliculares a cada ciclo subsequente. As fêmeas com folículos secundários terão sua idade a puberdade afetada por diversos fatores, sendo um dos principais o peso. Por isso se diz que, em condições normais, a fêmea alcança a puberdade quandoatinge em média 45% do seu peso vivo/adulto (PV), estando esse relacionado a secreção de hormônios como IGF-I (nutrição) e leptina. Maturidade sexual Ocorre quando a fêmea possui competência para se tornar gestante e levar uma gestação a termo, em geral de 2-3 ciclos (60-90 dias) após a primeira ovulação. Como a gestação é uma fase fisiológica que exige muito do organismo, sendo que a fêmea precisa ter uma condição corporal (anatômica e funcional) adequada (60% do PV) para que consiga manter a gestação e continuar seu desenvolvimento fisiológico natural. Desenvolvimento folicular Folículo terciário ou Antral Após se proliferarem, as células da granulosa passam a secretar diversos fatores e hormônios responsáveis por promover o acúmulo de líquido no folículo. Este fica concentrado em uma cavidade que circunda o oócito, conhecida como antro. Ao mesmo tempo, inicia-se a diferenciação de algumas células ao redor das células da granulosa, que passam a ser chamadas de células da teca. Estas são bem diferenciadas e classificadas em: Células da teca externa – estruturais: responsáveis pelo formato do folículo; Células da teca interna – funcionais: relacionadas a esteroidogênese (após estímulo do LH produzem pregnenolona a partir do colesterol, sendo que esta funciona como precursora para o estrógeno a partir da transformação em andrógenos (testosterona), substrato necessário para que as células da granulosa os convertam em estrógeno a partir da secreção de FSH). Folículo pré-ovulatório ou de Graaf Células da teca externa e interna bem delimitadas; O antro aumenta de tamanho devido ao maior acúmulo de líquido, fazendo com que o folículo cresça e atinja a competência para ovular; Oócito circundado pela zona pelúcida e cumulus oophorus (células da granulosa agrupadas ao redor do oócito, responsáveis pela nutrição a partir de difusão passiva de substâncias via junções celulares). Tamanhos de folículos pré-ovulatórios o Vacas: 20 mm; o Éguas: 35 mm. Importante: A nutrição do folículo ocorre apenas por vascularização externa, por isso, é necessário que ocorra difusão passiva de substâncias para dentro dele visando possibilitar a nutrição do oócito. A difusão passiva também permite que os hormônios produzidos pelas células da granulosa e da teca não fiquem apenas no líquido antral, mas também atinjam o oócito, atuando de maneira direta na sua maturação. Além das gonadotropinas secretadas pela adenohipófise (pico pré-ovulatório do LH), os hormônios produzidos pelas células foliculares também são responsáveis pelo desenvolvimento oocitário. Por isso, quando em contato com o oócito primário, reativam seu crescimento, fazendo com que ele saia da meiose I (prófase I) e chegue à meiose II (metáfase II), onde sua ovulação ocorre. Competência oocitária Para que consigam responder aos estímulos hormonais retomando a meiose com capacidade para serem fertilizados, os ovócitos precisam possuir competência oocitária ou maturidade bioquímica (maturação citoplasmática e nuclear). Sendo assim, os oócitos que não são estimulados adequadamente durante a fase de desenvolvimento folicular, ou que não terminaram a meiose I de forma adequada, podem até ovular, porém, não conseguem ser fertilizados devido a sua incompetência (ovulação infértil). Formação do corpo lúteo Após a ovulação, o rompimento da parede folicular permite a entrada de várias substâncias (trofoblasto, células sanguíneas etc.). As células da teca e da granulosa passam por transformações bioquímicas, dando origem as células luteais pequenas e grandes, respectivamente. As células luteais são responsáveis pela secreção de progesterona, pois há baixa concentração das enzimas responsáveis pela conversão de estrógeno em progesterona. Com isso, sofrem luteinização. Luteólise Morte celular programada do CL que ocorre quando não há reconhecimento da gestação pelo útero. A lise promovida pela prostaglandina ocorre a partir de redução da vascularização/nutrição e do mecanismo de apoptose. Gestação A sinalização do embrião permite o reconhecimento materno, que mantém o corpo lúteo ativo. Ovulação na cadela A cadela possui 2 características diferentes da maioria das espécies: Não ovula em metáfase II (meiose II), mas sim na prófase I (meiose I) – a maturação oocitária termina na tuba uterina (de 24-48 horas após a ovulação) Apta a ser fertilizada 2 dias após a ovulação, quando o oócito está apto para retornar a meiose II e dar origem ao óvulo; Não é incomum possuir folículos poliovulatórios, ou seja, com mais de um oócito liberado durante a ovulação (bem descrito em fêmeas jovens) Explicação: a grande quantidade de oócitos em um ovário muito pequeno impede a formação equivalente de folículos primordiais, fazendo com que alguns (2 ou mais) oócitos se agrupem em apenas um folículo; Não é incomum a fêmea nascer com algumas oogônias ainda se dividindo para dar origem aos oócitos primários A formação total ocorre em até 2 meses após o nascimento. Aula 11/08/21 Ciclo Estral Compreende uma série de eventos reprodutivos fisiológicos que acontecem entre duas ovulações ou estros consecutivos. Ciclo estral de vaca (única espécie que ovula depois do cio). Classificação quanto ao desenvolvimento do ciclo estral Observação: Poliéstricas: vacas e algumas ovelhas e cabras (em locais mais próximos a linha do Equador); Poliéstricas estacionais/sazonais de dias longos: ovulam nos períodos em que os dias são mais longos (maior quantidade de luz); Poliéstricas estacionais/sazonais de dias curtos: ciclam nos períodos em que os dias são mais curtos (menor quantidade de luz). Duração do ciclo estral Ciclo estral nas femeas bovinas Importante: Tendem a apresentar cio nos períodos de temperatura mais amenos do dia (início da manhã e final da tarde); Animais de alta produção possuem o chamado “fígado do útero”, um local onde ocorre alta metabolização hormonal. Devido a isso, costumam apresentar cio de menor intensidade, por isso, deve-se prestar mais atenção a estes; A inseminação deve ocorrer de 12/18h após a visualização da apresentação de cio, pois a ovulação ocorre aproximadamente 30h após o início deste; A inseminação artificial é utilizada principalmente para gado de corte devido a facilitar o manejo dos animais ao sincronizar as fases do ciclo estral. Fases do ciclo estral I. Proestro: aumento do folículo, fase de contração uterina; II. Estro: pico de estrógeno Animal manifesta cio (vocalização, redução do consumo, monta em outros animais, presença de muco vaginal etc.); III. Metaestro: ovulação A inseminação deve ser feita no final do estro/início do diestro; IV. Diestro: platô (concentração máxima) de progesterona. Dinâmica folicular Processo contínuo de crescimento e regressão folicular. De 2-4 ondas foliculares num período de 21 dias (geralmente ocorrem 3). Importante: Na fase de diestro, o folículo dominante das ondas recrutadas não consegue ovular e entra em atresia devido a presença de um CL pós- ovulatório funcional, responsável pela produção e manutenção de alta concentração de progesterona; Se não houver reconhecimento materno o CL entra em luteólise e o folículo dominante (maior quantidade de receptores para LH) de um novo pool recrutado consegue ovular. Desenvolvimento folicular (ondas foliculares) A alta concentração de progesterona impede o crescimento folicular, o que pode ser identificado pela baixa concentração de estradiol. Fases do ciclo estral I. Proestro (3 a 4 dias) P4 – regressão do corpo lúteo; Transição: entre P4 e E2 (2 a 4 dias); Recrutamento folicular – nova onda ovulatória; Concentração de estrógeno em elevação devido ao crescimento folicular Ocorre aumento de 5-10x; Útero bem encarneirado/firme e túrgido a palpação; Comportamento sexual: a fêmea fica mais agitada, atrai o macho, mas não aceita a monta. Ovário Presença de corpo lúteo e folículos A presença física do corpo lúteo não indica que ainda há alta concentração de progesterona, pois a regressão física demora mais tempo do que a interrupção da secreção de P4. II. Estro (12-18h; média: 15h) Receptividade sexual; Níveis circulantes de E2 elevados – responsáveis pelos sinais externos de cio; Comportamento: sinais externos de cio; Útero: mais túrgido e com contrações para facilitar o transporte do espermatozoide até as tubas uterinas; Duração depende da espécie – as raças taurinas possuem período de cio maior, podendo chegar até 18h, enquanto nas zebuínas ocorrem em até 10h e costuma ser em período noturnos, o que é influenciado pela produção de leite. Identificação; Ovulam algumas horas depois do término do cio. Sinais de cio: Comportamento sexual Observação visual; Aumento na temperatura corporal devido a secreção de estrógeno – variações de 0,5 a 0,8 ºC; Muco vulvar claro/translúcido/cristalino (coloração de “clara de ovo”); Tônus uterino rígido (útero encarneirado/firme a palpação); Agrupamento de indivíduos sexualmente ativos; Declínio na produção; Importância dos sinais secundários – 37-63% podem ocorrer sem aceitar monta; Alguns animais podem apresentar edema vulvar, com lateralização da cauda. Bursal marcador: quando o rufião monta na fêmea em cio, solta tinta que marca a mesma. III. Metaestro (3 a 5 dias) A ovulação ocorre em média 30h após o início do cio ou 12-18h após o final do cio Se o cio ocorrer de manhã (aceitou monta), deve-se inseminar a fêmea bovina tarde e vice- versa, para pegar a fase de receptividade A vaca é a única fêmea que ovula fora do estro; Corpo hemorrágico – antecede a formação do CL; Níveis de LH e FSH caem para valores basais; [ ] de P4 baixa, com aumento gradual; Alteração do endométrio para fase de secreção – começa a se preparar para receber o embrião; Os altos níveis de E2 durante o estro aumentam a vascularização e a permeabilidade vascular, podendo provocar liberação de secreção mucosanguinolenta pela vagina caso alguns vasos rompam Hemorragia de metaestro (processo fisiológico); Útero: redução do tônus, da vascularização e do edema Mais flácido, pronto para receber o embrião; Ovulação – LH e estrógeno Folículo IV. Diestro (10 a 15 dias; média de 14- 15 dias) CL funcional indica Atividade Ovariana Cíclica Luteal (AOCL), ou seja, que a fêmea ovulou Se não houver a presença de corpo lúteo deve-se considerar que o animal está em anestro (ovário sem atividade funcional normal); Atividade secretória das glândulas do endométrio; Inatividade sexual; Alta [P4] (6,6 ng/ml); CL responsivo a prostaglandina (PGF-2α) – possui receptores Pode-se induzir a luteólise a partir de prostaglandina exógena visando encurtar o ciclo. Ovário Células da teca e da granulosa Importante: Remodelamento tecidual: as células se reorganizam para dar origem ao CL; CL cavitário: presença de cavidade interna com acúmulo de líquido A conformação diferente não interfere na concentração de P4 ou na manutenção da prenhez. V. Luteólise É o processo de regressão do corpo lúteo que ocorre na ausência de um embrião viável a partir de um mecanismo de contracorrente, ou seja, a PGF-2α aumenta a espessura das células endoteliais dos vasos que nutrem o CL, diminuindo a capacidade de perfusão de substâncias e comprometendo sua nutrição. O corpo lúteo é conhecido como “célula suicida” devido a produzir as substâncias responsáveis pela sua regressão. Regressão do CL – PGF-2α VI. Gestação 270-290 dias (9 meses); Os níveis de progesterona se mantêm altos até o momento do parto devido a presença de CL ativo. Anestro É o intervalo prolongado entre dois estros (sem ciclar) sem a presença de CL funcional. Suas causas podem ser: Fisiológicas Espécies (cabras, ovelhas e éguas passam por anestro sazonal fisiológico), gestação, presença de crias (acredita-se que vacas de corte inibem a atividade do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, impedindo a secreção de gonadotropinas); Patológicas Distúrbios ovarianos (cistos foliculares ou luteais (CL com > 14d.)), hormonais (neoplasias) e deficiências nutricionais (mais comum). Importante: O útero geralmente possui aspecto intermediário, ficando túrgido apenas no início. Porém, nos quadros patológicos isso pode se alterar, por exemplo, cistos foliculares são responsáveis pela maior secreção de estrógeno, que deixa o útero com aspecto túrgido. Ovários PDL (pequenos duros e lisos) Importância da nutrição e ECC Avaliação de ECC Escore ideal para eficiência reprodutiva: 2,75 - 3,5. Ciclo estral nas femeas suinas Características Poliéstrica anual; Ciclo estral: 21 dias (podendo variar de 19 a 23 dias); Cio: 56 horas (47 horas nas púberes); Receptividade sexual: 40-60 horas; Ovulações: 38-42 horas a partir do início do cio ou 6 horas antes do término; O processo ovulatório pode durar até 3,8 horas. Puberdade Atingida por volta de 5-6 meses; Influenciada por: Nutrição; Ambiente social (presença do macho); Doença; Manejo (agrupamento); Clima (verão atrasa a puberdade). Fases do ciclo estral I. Proestro (média de 3 dias) Aumento do tamanho e hiperemia da vulva; Fêmea alerta/busca o varrão, monta outras fêmeas, atrai o varrão mas não aceita monta. II. Estro (48-72 horas) Vulva diminui, líquido mucoso opalescente; Fêmea inquieta, busca o varrão, emite grunhidos, se deixa montar ou aceita imobilização/pressão manual na lombar/anca reflexo de tolerância ao homem ou ao macho (mais comum em fêmeas jovens); O início do cio coincide com o pico ovulatório de LH (24 horas após o início do estro); Ovulação (superovulação: até 20 oócitos) ocorre no terço final do estro Ovulação 24h após o pico ovulatório de LH. Características do cio e seu reconhecimento Período em que a fêmea aceita a monta. Orelhas eretas; Perda de apetite; Reflexo de imobilidade ao macho; Costas arqueadas; Cauda erguida para cima com movimentos rápidos; Secreção vaginal de muco claro/cristalino; Vulva inchada e avermelhada; Reflexo de tolerância a pressão nas costas (homem); Micção constante. III. Metaestro (2 dias) Formação do corpo lúteo. Não ocorre hemorragia de metaestro. IV. Diestro (14-15 dias) Aumento de progesterona devido ao desenvolvimento máximo do CL. V. Luteólise (14-16 dias) PGF-2α via artéria ovárica e circulação geral – metabolização da prostaglandina no pulmão das fêmeas. Gestação 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias); Reconhecimento materno da gestação: secreção de E2 e contato dos blastocistos com o endométrio (4 ou 5 embriões) o Dias 11-12: estradiol fetal impede a luteólise; o PGF direcionada/liberada para a luz do útero não chega no CL. Manutenção da gestação: o CLs primários durante toda a gestação. Aula 17/08/21 Ciclo Estral É o período compreendido entre 2 estros ou 2 ovulações subsequentes, sendo que no caso de fêmeas multi-ovulatórias, essas ovulações não incluem as ocorridas durante a mesma onda folicular. A maioria das espécies ovula de 21 em 21 dias a partir da puberdade, idade em que a fêmea apresenta comportamento sexual e ovulação seguida de formação de CL funcional. A idade a puberdade é influenciada por vários fatores como raça, ambiente, fatores sociais (sistemas hierárquicos e contato com machos), nutrição (principal fator), taxa de crescimento. Estrógeno(E2) Começa a ser produzido pelas células da granulosa presentes nos folículos pré-antrais, porém, em menor quantidade. Nesse momento, mesmo que em quantidades mínimas, realiza intenso feedback negativo no hipotálamo impedindo a secreção de GnRH. A medida em que a fêmea vai crescendo e amadurecendo, a maior concentração de estrógeno aumenta e o mecanismo de feedback reduz sua intensidade, até chegar o momento em que o grande nível de estrógeno dessensibiliza o hipotálamo, atuando com feedback positivo sobre a secreção de GnRH, que inicia o estímulo a secreção das gonadotropinas (pulsos flutuantes e constantes de FSH). O aumento gradativo das concentrações circulantes de estrógeno promove mudanças na conformação corporal e comportamento das fêmeas. Ondas foliculares O número de folículos recrutados em uma onda folicular é em média de 10 e ocorrem nos dois ovários, podendo variar para mais ou menos a partir da influência de vários fatores externos, como nutrição. Seu desenvolvimento começa quando passam a ser estimulados a crescer pelo FSH, evoluindo da fase pré-antral para a antral, porém, nem todos conseguem crescer a ponto de chegar a ovular, sendo que a cada onda folicular há uma quantidade de folículos que entram em atresia. Os folículos que se mantêm são selecionados pelo seu nível de sensibilidade bioquímica e continuam a crescer, porém, apenas um deles possui competência para se tornar um folículo dominante, devido a possuir receptores em quantidade e com sensibilidade/afinidade suficientes para LH e FSH. Esse folículo passa a produzir estrógeno e inibina em grandes concentrações para que ocorra feedback negativo no hipotálamo visando a redução da secreção de FSH para impedir o crescimento dos outros folículos (corrida folicular). A partir do momento em que o folículo dominante diverge, ou seja, atinge o tamanho necessário para ovulação ele já possui competência para ovular, o que irá ocorrer após o pico pré-ovulatório de LH (24-48h antes da ovulação), quando o oócito I retoma a meiose I (Prófase I) para chegar a fase de meiose II (Metáfase II) e a modificação na vascularização da parede do folículo provoca o rompimento e sua saída (ovulação) A maioria das espécies precisa de um pico de LH para ovular. Além disso, as fêmeas monovulatórias não apresentam apenas uma onda folicular, manifestando de 2 a 3, porém, este número pode variar de 1 a 3 de acordo com fatores individuais. Sendo que: No caso de 2 ondas, o padrão é que a primeira ocorra de 1-2 dias após a ovulação e no D10 do ciclo (novo recrutamento em intervalos de 10 dias); No caso de 3 ondas, a primeira continua ocorrendo de 1-2 dias após a ovulação, a segunda ocorre no D7 e a terceira no D15 (novo recrutamento de 7 em 7 dias). A ovulação pode ocorrer em um ou nos dois ovários. É necessário entender essa dinâmica para emprego das terapias hormonais, como o uso de PGF-2α exógena para adiantar o novo recrutamento. Exemplos: A aplicação de PGF-2α no início da onda folicular não provoca a ovulação, pois, ainda não existem folículos maduros bioquimicamente e sensíveis o suficiente para ovular; A aplicação em momentos em que há folículos um pouco mais desenvolvidos, com mais receptores para LH, pode promover a luteinização folicular ou a ovulação de ovócito que não possui competência para ser fertilizado. Apesar do número de ondas foliculares ser diferente entre as espécies, sendo que nas sazonais há diferenças individuais dentro do período de transição entre dias com diferentes quantidades de luz, o número de ondas foliculares é determinado pelo momento em que o folículo dominante é formado. Após a ovulação, os níveis de P4 aumentam gradativamente até atingirem um platô A presença de um folículo dominante quando há alta [P4] liberada por CL ativo (D10 do ciclo), o bloqueio promovido no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal impede o pico de LH e sua ovulação, levando a atresia. Neste caso, a ovulação só será possível se a fêmea for manipulada hormonalmente. Muitas vezes, antes mesmo do folículo dominante terminar sua atresia, um novo pool de folículos é recrutado para iniciar uma nova onda folicular devido a produção constante de FSH, que se mantém durante todo o ciclo. Na fêmea não fertilizada, o útero inicia a secreção de PGF-2α em torno de 18 dias após a ovulação devido ao não reconhecimento materno da gestação. Nesse momento, as [P4] caem devido ao processo de luteólise e o folículo dominante da nova onda consegue ovular. Sazonalidade Está relacionada ao fotoperíodo, ou seja, a quantidade de luz que se tem em um dia. Este é mais um fator que interfere diretamente na reprodução e fertilidade de algumas fêmeas. Fêmeas poliéstricas sazonais de dias longos ou de fotoperíodo positivo (éguas): apresentam cio, em intervalos de 21 em 21 dias, em épocas em que se tem mais luz do que escuro ao longo do dia (> 12 horas de luz) Primavera/verão; Fêmeas poliéstricas sazonais de dias curtos ou de fotoperíodo negativo (caprinos e ovinos): apresentam cio, em intervalos de 21 em 21 dias, em épocas em que se tem mais escuro do que luz ao longo do dia (< 12 horas de luz) Outono/inverno; Importante: quando o hemisfério Norte está na época de Primavera/verão, o hemisfério Sul está em Outono/inverno e vice-versa. Fases do ciclo estral – Fêmeas bovina e suína I. Proestro – alterações no comportamento da fêmea devido a ↑[E2] e ↓[P4] funcionam como preparação para a entrada no estro e início do comportamento sexual positivo (aceitação do macho): começa a procurar outros machos e/ou fêmeas (monta outras fêmeas), algumas apresentam reflexo de Flehmen; II. Estro – comportamento sexual positivo (receptividade sexual/aceitação de monta), vulva edemaciada e hiperêmica, muco vaginal cristalino (alterações do epitélio vaginal), muco uterino límpido, cérvix relaxada devido à alta concentração de E2 circulante; o final do estro é marcado pela ovulação (pico de LH); III. Metaestro – maturação do corpo lúteo formado após a ovulação (corpo hemorrágico); IV. Diestro – corpo lúteo maduro e comportamentos relacionados a alta [P4]: sem comportamento sexual positivo, vagina seca, cérvix fechada (proteção do útero) Se não ocorre gestação, há lise do corpo lúteo para que a fêmea entre em cio novamente; Podem ser agrupadas em duas fases: Proestro e estro Fase folicular, estrogênica ou proliferativa (folículo produz estrógeno que promove a proliferação das células uterinas); Metaestro e diestro Fase luteínica, progesterônica ou secretora (corpo lúteo produz progesterona que promove a secreção pelas glândulas endometriais visando preparar o útero para a chegada do embrião). Ciclo estral nas cadelas As cadelas possuem ciclo estral muito singular, sendo conhecidas como monoestrais devido a possuírem apenas 2 cios, bem espaçados (de 6 em 6 meses) por ano. Fases do ciclo estral I. Anestro Ocorre de maneira fisiológica, como no caso das espécies sazonais ou nas fêmeas gestantes; Fase em que não há estruturas ovarianas ativas, ou seja, funcionais/capazes de estimular o eixo Hormônios em concentração basal. II. Proestro (5-10 dias; média de 7 dias) Fêmea apresenta estímulo gonadotrófico e crescimento folicular e aumento da [E2] circulante Modificações de genitália (vulva edemaciada e hiperêmica) e comportamentais (agitação, redução do apetite etc.) de estro Fêmea atrai o macho, mas não aceita o aceita; É quando apresenta sangramento fisiológico devido as altas [E2], que aumentam a vascularização e diapedese das células devido à alta permeabilidade vascular (mesmo raciocínio da hemorragia de metaestro nas vacas) A fêmea que está sangrando não é uma fêmea que está no cio; O pico de estrógeno ocorre no final do proestro e estimula o pico deLH, que ocorre no primeiro dia do estro (de 24-48h depois do pico de E2). III. Estro (4-10 dias) Redução das [E2] e aumento das [P4] (2,4 ng/mL: a mensuração permite identificar o momento ideal para inseminação utilizando sêmen congelado devido a sua menor viabilidade) seguida de pico de LH, que marcada o início do estro A proporção de [E2] e [P4] é responsável pela manifestação de comportamento sexual, fazendo com que a cadela seja totalmente diferente de qualquer outra fêmea, pois não entram em estro com alta de P4 já que esta inibe o comportamento/receptividade sexual. Peculiaridades Ovulação A cadela entra em estro quando apresenta um pico de LH (marca o início do estro e ocorre de 24-48h após o pico de estrógeno), sendo que a ovulação ocorre depois de 24-48 horas, ou 4 dias após o cessamento do sangramento. Porém, isso não significa que o ovócito ovulado está apto a ser fertilizado, já que esta espécie ovula em meiose I (Prófase I), ou seja, quando o oócito ainda é primário. Sendo necessário de 2-5 dias para que o oócito primário chegue a fase de meiose II (Metáfise II), quando está maduro, ou seja, possui capacidade de ser fertilizado (D10). Dessa forma, apesar do ciclo estral longo, não há diferença entre o período de fertilização e entre as idades gestacionais do fetos. Nesse sentido, o aumento da [P4] está diretamente associado a maturação final do oócito. Por isso, os meios de maturação em estudos in vitro precisam de certa quantidade de P4 para estimular a maturação final dos oócitos. As próprias células da teca foliculares iniciam a produção de P4 antes mesmos de sofrerem luteinização, ou seja, a cadela não precisa de CL ativo para produzir P4. Exames complementares “Os exames complementares são utilizados para acompanhar a ciclicidade e identificar a ovulação e, consequentemente, o momento ideal da monta ou da inseminação artificial. Os exames empregados em reprodução canina são: citologia vaginal, endoscopia vaginal, ultrassonografia de útero e de ovários, análise das concentrações séricas ou plasmáticas de progesterona e termografia. A realização de exames citológicos seriados, desde o início do proestro, pode também facilitar a determinação da onda pré- ovulatória de LH e segundo Feldman e Nelson (2004), uma contagem de 80% de células superficiais determina a concentração máxima de estrógeno (dia -2 do ciclo estral). A mudança abrupta dos tipos celulares resultando em parabasais e intermediárias indica o primeiro dia do diestro, correspondente ao dia +7 do ciclo estral (dia +7 em relação à onda pré-ovulatória de LH). O exame citológico é de fácil realização, porém não determina o dia da ovulação. A combinação das concentrações de progesterona, do LH, a análise das células do epitélio vaginal e a endoscopia vaginal são essenciais para facilitar a determinação da ovulação de uma forma mais confiável.” IV. Diestro (em média 60 dias) Manutenção de altos níveis de P4 pelo CLs ativos Alta [P4] e baixa de [E2] já não permite mais a manifestação de comportamento sexual; Caso não fique gestante, a fêmea mantém os níveis de P4 altos e após 60 dias entra em anestro (baixa P4 e E2) devido a lise do CL. Porém, caso fique gestante, o tempo de gestação coincide com o tempo do diestro/presença de CL ativo (60 dias). Aula 18/08/21 Fotoperíodo As regiões tropicais, ou seja, próximas da linha do Equador em latitudes de 25º para cima ou para abaixo, recebem a mesma quantidade luz e escuro basicamente durante todo o ano (12h para cada, especificamente), sem variações devido as estações (verão- inverno). Porém, a medida em que se afasta dessa linha em direção aos polos, começa-se a ter uma maior variação de quantidade de luz e escuro conforme a época do ano. Devido a isso, pode-se dividir o planeta em três regiões distintas: Região central/equatorial/tropical (latitudes de 0º-25º) Sem diferenças, mesma quantidade de horas de luz e escuro ao longo do ano Animais ciclam ao longo do ano inteiro; Região intermediária (latitudes de 25º- 40º) Diferenças intermediárias entre os períodos de luz e escuro ao longo do ano Apesar das diferenças, as espécies podem continuar ciclando o ano inteiro quando bem manejadas (status nutricional); Região polar/temperada (latitudes >40º) Diferença bem marcada entre os períodos de luz e escuro ao longo do ano. Ou seja, no verão há muita luz e pouco escuro e no inverno muito escuro e pouca luz Sazonalidade muito marcada, alta influência do fotoperíodo na reprodução. Técnicas de manejo para espécies sazonais em regiões temperadas Protocolos de luz; Hormonioterapia; Efeito macho (caprinos). Mecanismo hormonal do fotoperíodo A glândula pineal fica dentro do sistema nervoso central e é influencia diretamente pela quantidade de luz que a retina recebe, sendo que está é traduzida em estímulo elétrico e chega, via nervo óptico, ao sistema nervoso central, onde afeta várias estruturas, incluindo a glândula pineal, que está inclusa no mesmo. A glândula pineal produz um hormônio chamada melatonina durante a fase de escuro, independente da espécie. Ou seja, nas épocas de primavera/verão, há baixa produção de melatonina devido ao excesso de luz, e vice-versa nas épocas de outono/inverno. A melatonina está diretamente relacionada ao ciclo de sono/vigia e sua concentração circulante variam de acordo com a época do ano, determinando a sazonalidade reprodutiva, pois, atua diretamente na síntese e liberação de GnRH pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Independentemente da espécie, a quantidade de melatonina produzida é a mesma, sendo que a forma de atuação desta sobre o eixo (feedback positivo ou negativo) é diferente: Espécies sazonais de fotoperíodo negativo ou dias curtos (caprinos/ovinos) Têm o eixo estimulado pela melatonina, ou seja, nas épocas de outono/inverno, a alta produção de melatonina aumenta a produção de GnRH (feedback positivo), permitindo que essas espécies ciclem. Espécies sazonais de fotoperíodo positivo ou dias longos (éguas/algumas raças de gatas) Têm o eixo bloqueado pela melatonina, ou seja, nas épocas de outono/inverno, a alta produção de melatonina reduz a produção de GnRH (feedback negativo), sendo que os animais entram em anestro fisiológico. Importante: na época de primavera/verão (mais luz) o mecanismo ocorre de forma contrária devido a menor quantidade de melatonina produzida. Ciclo Estral nas Gatas A ovulação nesta espécie ocorre após a cópula com o macho, pois, a lesão vaginal causada pelas espículas presentes no pênis do gato é necessária para que os receptores presentes na parede da vagina e da cérvix recebam e transmitam a informação via neurônios para a hipófise (estímulo neuroendócrino), promovendo o pico de LH pré-ovulatório. Além disso, por questões de evolução da espécie e territorialistas, o trauma causado na vagina da fêmea durante a cópula impede que a gata aceite e copule com outro macho e, mesmo que venha a copular, o tampão de sangue formado impede uma nova fecundação. Devido a isso, enquanto a gata não é copulada ela apresenta períodos intercalados de interestro e estro. Pequenos ruminantes x Éguas As duas fêmeas apresentam ciclo estral em média de 21 em 21 dias, porém, com características bem diferentes com relação as fases deste. Sendo que as fêmeas caprinas/ovinas apresentam as mesmas fases que as vacas e porcas (proestro, estro, metaestro, e diestro), enquanto a égua só alterna entre estro e diestro. Ciclo estral nos pequenos ruminantes I. Proestro (4-5 dias – mais longo que nas vacas) Fêmea atrai o macho, mas não aceita a monta. II. Estro (24-48h – maior que na vaca) Pico de LH de 12-24h após o início do estro Ovula no terço final do estro. III. Metaestro (3-4 dias – semelhante a vaca) IV. Diestro (12-15dias) Corpo lúteo ativo. Ponto especial: A maioria das fêmeas apresenta secreção de muco vaginal translúcido durante a fase de estro, porém, na cabra este muco é mais caseoso quanto mais próxima está a ovulação. Ou seja, o muco é translúcido no início do estro e se torna mais opaco e grosso ao longo do estro, obtendo característica caseosa ao final deste período, de forma fisiológica. Ciclo estral nas Eguas Apesar de também ciclar de 21 em 21 dias, não é caracterizada pelas 4 fases de ciclo estral, sendo que só possui estro e diestro. I. Estro (5-7 dias – longo) A fêmea fica agitada, podendo parar de comer e ficar agressiva; apresenta maior frequência de micção, cauda em bandeira com eversão de clitóris; afasta os posteriores, fica paradas e abaixa a garupa na presença do macho; A ovulação ocorre no terço final do estro, de 24-48h antes do término do estro Entre o 5-6 dias; Pico de estrógeno 48h antes da ovulação e pico de LH após a ovulação A ovulação ocorre entre o pico de estrógeno e o de LH Uma das justificativas é a de que, devido ao seu tamanho, o folículo precisa de muito LH para se luteinizar, porém, não precisa de tanto para ovular. Observação: o folículo pré-ovulatório da égua possui 35 mm. II. Diestro (15-18 dias) Tônus uterino a palpação – Vaca x Égua Vacas em diestro possuem o útero bem flácido devido à alta de P4, responsável por promover o relaxamento da musculatura uterina. Enquanto no estro, a ação da maior [E2] promove o aumento do tônus uterino (útero do cio, bem firme). Na égua, enquanto ainda não há ação da progesterona sobre o útero no diestro (embrião pequeno), este se mantém bem tônico; enquanto no estro ele se apresenta bem flácido. Fertilização/Fecundação Tempo de duração do oócito A partir do momento em que é ovulado (chegada à meiose II), assume-se que o oócito possui uma meia vida média de 12h. Com exceção da cadela, onde devido a ser ovulado em meiose I, possui de 2-5 dias de vida. A fêmea precisa ser coberta em período que permita a presença de espermatozoides viáveis na tuba durante as 12h de vida do oócito (tempo máximo de ação). Por isso que geralmente as maiores taxas de fecundação ocorrem quando a fêmea é coberta/inseminada antes da ovulação. Período de viabilidade do sêmen O sêmen fresco dura 48 horas (bovinos), 5 dias (cachorro) e 7-10 dias (suíno) e geralmente permite melhores resultados de fertilidade quando utilizado antes da ovulação das fêmeas. Já quando se utiliza sêmen congelado, que possui menor viabilidade, pode-se realizar a inseminação após a ovulação, porém, esta deve ser bem controlada. Por isso, o manejo para a IA varia conforme a espécie e tipo de sêmen utilizado. Fertilização Sempre ocorre na ampola (região intermediária, maior porção) da tuba uterina. Etapas: 1. Reconhecimento espécie-específico Existem proteínas específicas na cabeça do espermatozoide que se conectam a proteínas da zona pelúcida, permitindo o reconhecimento. A zona pelúcida possui 3 tipos de proteínas: o ZP1 – estrutural; o ZP2 – reconhece o espermatozoide; o ZP3 – reconhece o espermatozoide da espécie, permitindo a ocorrência da reação acrossomal. 2. Reação acrossomal A reação acrossomal é o terceiro e último processo bioquímico/fisiológico pelo qual o espermatozoide passa até ter condições de fecundar o oócito. Antes disso, a célula passa pelos processos de hiperativação e capacitação, quando ocorrem modificações bioquímicas, da permeabilidade de membrana e ativação do metabolismo com aumento do vigor de movimentação para desobstruir o caminho pelas células da corona radiata. Após o contato com a zona pelúcida, reconhecimento das proteínas espécie- específicas e ligação a ZP3, o mecanismo de reação acrossomal é ativado e há vesiculação do acrossoma, capa presente na cabeça do espermatozoide que abriga conteúdo enzimático. 3. Contato entre membranas A liberação das enzimas/proteínas proteolíticas tem como função digerir a zona pelúcida para permitir o contato da membrana interna do espermatozoide com a membrana perivitelínica do oócito. Sendo que o espermatozoide se liga ao oócito pela região equatorial de sua cabeça. 4. Bloqueio à poliespermia Como o macho ejacula milhões de espermatozoides de uma só vez, enquanto as fêmeas ovulam apenas 1 (monovulatórias) ou 5-10 (poliovulatórias) oócitos, durante a fertilização estes ficam circundados por muitos espermatozoides. Esse mecanismo impede que um mesmo oócito seja ovulado por mais de um espermatozoide, pois, isso levaria a formação de vários pró-núcleos dentro de um oócito, impedindo a ativação de um deles a partir do encontro de pró-núcleo feminino (n) e pró-núcleo masculino (n) para formação do embrião (2n) A entrada de mais de um espermatozoide levaria a formação de embrião 3n, que não é viável, pois, o oócito não possui maquinaria para isso. Ele é composto por 2 etapas: a) Despolarização da membrana do oócito ou Bloqueio rápido a poliespermia O espermatozoide que entra no oócito é aquele que primeiro consegue realizar o contato entre membranas. Nesse momento, ocorre despolarização da membrana do oócito, mais precisamente, dos grânulos corticais presentes na região peribasal da membrana do oócito maduro, que migram para este local visando liberar o conteúdo (glicoproteínas) presente em suas vesículas. Após a mudança de carga, a membrana do oócito não exerce mais atração sobre nenhuma outra membrana. b) Bloqueio da zona pelúcida Após a exocitose das glicoproteínas para o espaço perivitelínico do oócito, ocorre reação/formação de barreira na zona pelúcida, que impede sua comunicação com outros espermatozoides. Importante: Retomada da meiose II pelo oócito primário Em meio a esses processos, o pró-núcleo feminino reinicia a meiose II. Mais precisamente após o contato entre membranas, sendo que ela termina com a expulsão/extrusão do segundo corpúsculo polar de seu citoplasma O óvulo só é óvulo mediante contato com um espermatozoide. 5. Formação do cone de fertilização Após o contato entre as membranas de espermatozoide e oócito, ocorre sua fusão para permitir que o pró-núcleo masculino entre no citoplasma do oócito. 6. Singamia Após exclusão do segundo corpúsculo polar, os pró-núcleos se atraem/aproximam na região equatorial da célula, a partir da ativação de mecanismo oocitário, para permitir a fusão dos dois pró-núcleos (n). O contato inicia a sequência de desmanche do envelope nuclear, condensação dos cromossomos e posterior pareamento, permitindo a formação de um núcleo diploide/zigoto(2n). O zigoto inicia o processo de clivagem, ou seja, série de divisões mitóticas. As clivagens ocorrem de 24-24 horas. Zigoto x Embrião O zigoto é a primeira fase do indivíduo, onde este ainda está diretamente dependente do metabolismo do oócito, já que se encontra dentro da maquinaria celular dele, onde a fecundação ocorreu O oócito orquestra o ambiente e as primeiras divisões celulares do zigoto. Enquanto o embrião se forma a partir da 4ª clivagem/divisão mitótica, fase em que o embrião está em fase de mórula (“amora”: células/blastômeros bem aderidas) e que corresponde ao momento em que ocorre ativação do genoma embrionário, quando este se torna mais independente, sendo capaz de estruturar suas próprias divisões, com organização específica. A fase de mórula ocorre com 8, 16, 32 ou 64 blastômeros, alterando-se conforme a espécie, e é diferenciada das fases anteriores pois, nesse momento já há alguma sinalização de diferenciação celular. Ou seja, apesar de ainda não serem indiferenciadas, já ocorre o posicionamento celular para execução de determinada função. Imagens: G: conjunto de células superficiais conectadas por junções de oclusão e localizadas por fora do embrião, chamadas de trofoectoderma;
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