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EXAME FÍSICO DO ABDOME ➢ O paciente deve estar em decúbito dorsal, com os membros estendidos ao lado do corpo. O ideal é que haja um apoio na cabeça e no joelho, para que os músculos do abdome fiquem flácidos; ➢ As mãos devem ser aquecidas e as unhas curtas, para não deixar marcas nos pacientes; ➢ Observar sempre se a face do paciente demonstra dor; ➢ Principais pontos de referência: rebordos costais, ângulo de Louis, cristas ilíacas, ligamento inguinal; ➢ É dividido em regiões e quadrantes, respectivamente: ➢ Etapas: inspeção estática – inspeção dinâmica – ausculta – percussão – palpação – toque retal. ➢ Inspeção estática: primeira coisa a reparar é o formato do abdome. Pode olhar de frente e de forma tangencial, para procurar abaulamento, assimetria, se é globoso, escavado... verifica-se, também, assimetria, distensão (distendido ou flácido), estrias, retrações, cicatrizes, cicatriz umbilical (se profunda – o normal, elevada, plana (causada por distensão do abdome), abaulada), se os movimentos peristálticos são visíveis (não devem ser), hérnias (melhor visualizadas em obesos), abaulamento, circulação colateral, equimose (extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele que se rompem formando uma área de cor roxa). thaya Máquina de escrever Thayane Barreto ➢ Inspeção dinâmica: deve-se pedir para o paciente assoprar o dorso da mão com força, para averiguar possíveis hérnias, por exemplo [MANOBRA DE VALSALVA]; ➢ Ausculta: aquecer o estetoscópio e utilizar o diafragma sobre todo o abdome em sentido horário, nos 4 quadrantes, na tentativa de ouvir barulhos peristálticos. Como as fezes estão líquidas, se ouve um barulho de água com ar, chamados de estalidos e gorgolejos. Se com quadro de diarreia, o som ouvido é de borborigmo (é um hiperperistaltismo. Ocorre também quando houver predominância de gases em relação ao conteúdo liquido do órgão. É o ronco da barriga, que indivíduos normais podem apresentar quando estão com fome. Pode ser também um movimento de luta, tentando passar uma obstrução). Em caso de anormalidade (a exemplo de não ouvir nenhum barulho, o que é grave), é preciso ouvir por 3 minutos. Em caso de normalidade, são 2 minutos, sendo 5 a 30 barulhos por minuto; ➢ Importante descrever: ruidos aéreos presentes, aumentados, ou diminuídos; ➢ É importante tentar ouvir se há sopro da aorta logo abaixo do apêndice xifoide, e nas outras artérias do abdome, conforme imagem ao lado. o normal é que não seja ouvido. Se ouvido, pode ser estenose, aneurisma etc; ➢ Percussão: técnica de dígito-digital, em que o dedo médio toca o dedo médio da mão oposta 2 vezes, como um martelo. Primeiro deve-se ouvir os 4 quadrantes. Em seguida, procurar pelos órgãos. i. Hepatimetria (procura de fígado): região da linha hemiclavicular, um pouco abaixo do mamilo, percutindo crânio-caudal. É mais dificil em pacientes obesos e pessoas com mamas grandes. O som começa timpânico até o momento em que o fígado é encontrado. Por ser uma massa, o som passa a ser maciço. Marca-se o local de seu início e segue em frente na percussão, até achar seu final, quando o som volta a ser timpânico. Para achar essa sua borda inferior é mais fácil ir percutindo de baixo para cima, ainda na linha hemiclavicular, no quadrante inferior direito do abdome ao superior direito. A partir desta técnica, observa-se se o tamanho do fígado é normal ou está modificado. Exemplo de como deve ser descrito: fígado percutível na linha hemiclavicular/no Xº espaço intercostal até 2cm abaixo do rebordo costal. ii. Procura de baço: não deve ser achado. Ele fica na região bem posterior do lado esquerdo do corpo, abaixo das alças intestinais, então o som é naturalmente timpânico, já que elas são cheias de ar. A percussão é feita para procurar a ponta dele e, se tiver aumentado, o som fica maciço ou COMO SE CARACTERIZA O SOM? Ele segue até encontrar uma superfície... se cheia de ar, o som se propaga muito e volta forte (timpânico). Se há água ou sólido, não volta muito, volta aberto e não tão alto (maciço). Se há liquido, é suspeita de ascite. É preciso ouvir sempre os 4 quadrantes no sentido horário, começando pelo inferior direito. thaya Máquina de escrever hidroaéreos submaciço. Essa região é chamada de Espaço de Traube. Vai da parte lateral da linha axilar interior para a axilar média, entre o 6º espaço intercostal e o último, com percussão tanto medial- lateral quanto craniocaudal. A mão deve ir entre todos esses espaços, pode ser que em algum momento seja melhor de lado, por conta da localização iii. Pesquisa de macicez móvel: Feito para suspeita de ascite. Com o paciente em decúbito dorsal, se houver líquido, o som fica timpânico no centro e nas laterais fica maciço, isso é observado ao percutir da linha média para os flancos no abdome. Se em decúbito lateral esquerdo, o lado direito fica timpânico e o esquerdo maciço. Se em decúbito lateral direito, o lado direito fica maciço. Duas técnicas que complementam esta são: o sinal de Piparote e o semicírculo de Skoda. Percussão do espaço de Traube Pesquisa de macicez móvel Sinal de piparote: paciente põe sua mão no centro do abdome, examinador põe a mão em um flanco e dá um peteleco no outro. Se houver líquido, será sentida uma onda no lado da mão espalmada. Semicírculos de Skoda: se, percutindo de forma circular, do centro para a extremidade, houver macicez apenas na extremidade, a ascite é leve. Se houver macicez até à região central, a ascite é maior. thaya Máquina de escrever a iv. Sinal de Giordano: com o paciente sentado, percutir o ponto entre o rebordo costal e a coluna vertebral, com a região ulnar do punho fechado. Se o paciente sentir dor, é sinal de inflamação ou infecção. Se dor, descrever assim: sinal de Giordano positivo. ➢ Palpação: pode ser de dois tipos, vide abaixo. i. superficial (pele, abaulamento etc): Faz-se uma varredura com a face anterior dos dedos aquecidos (e não com a palma da mão!) por todo o abdome, sempre em sentido horário, a começar pelo quadrante inferior direito; ii. profunda (dor, visceromegalia, massa, fígado, baço etc): costuma ser utilizada a mão dominante por baixo, por ter mais força, e a não-dominante por cima. Só é doloroso se houver alguma distensão. Para palpar o fígado, tem-se duas formas, descritas a seguir: iii. palpação do baço: Para palpar, pedir ao paciente para que expire e em seguida inspire fundo. Quando ele inspirar (porque a musculatura relaxa), as polpas digitais devem afundar no corpo dele, abaixo do rebordo costal, a fim de achar sua borda. Forma 1 – palpação do fígado: Posicionar mão esquerda na porção lombar do dorso do paciente, pressionando o fígado para frente, e a direita sobre a parte anterior do abdome, palpar a borda hepática durante a inspiração, com as polpas digitais, da fossa ilíaca direita até o gradil costal. Forma 1 – técnica da mão em garra 2: examinador coloca mãos paralelas sobre o hipocôndrio direito e tenta palpar a borda do fígado durante a inspiração com as mãos em garras. Palpação comum do baço thaya Máquina de escrever se não sentir dor, descrever como: punho-percussão das lojas renais negativa. iv. Palpação do sigmoide: os outros segmentos do intestino são difíceis de palpar, pois são moveis e as fezes ainda estão líquidos. Essa porção, no entanto, é fixa, pois já se encaminha para o reto, e as fezes já podem ser palpáveis, principalmente em caso de constipação. A alça sigmoide situa- se no quadrante inferior esquerdo e assemelha-se a uma corda de consistência firme e pouco móvel. v. Palpação dos rins: o rim muito difícil de ser encontrado, na normalidade, por conta de sua localização, a não ser que o paciente seja bem magrinho, o que facilita. Normalmente o direito é mais fácil de palpar.Como fazer? Na região dorsal, com o paciente em decúbito, abaixo do gradil costal da região posterior, mão lateralizada, checar abaulamento ao passo que o paciente respira fundo. ➢ Manobras especiais da palpação, específicas para suspeita de determinadas condições: i. Sinal de Murphy (p/ colicistite aguda): posicione os dedos da mão sobre a linha hemiclavicular, no rebordo costal, com bastante força, e peça para o paciente inspirar fundo. Se positivo, o paciente tenta inspirar e não consegue, porque dói. Em caso de cálculo, infecção, ou algo do tipo, a vesícula biliar estará dolorosa. Descrever: sinal de Murphy positivo. ii. Sinal de Blumberg (p/ apendicite): vai da crista ilíaca superior direita até a cicatriz umbilical. Pressão contínua ao empurrar contra a pele, e retirada brusca da mão, movimentando o peritônio e causando descompressão dolorosa, pois dói mais a retirada que a pressão. Diz- se: sinal de Blumberg positivo. Pode ser positivo em qualquer região, mas é utilizado mais aqui. iii. Sinal de Rovsing (muitos gases, ou fezes, do lado direito - onde fica o apêndice, ou dor na fossa ilíaca): mão fechada, com parte ulnar pressionando a região ínfero-superior do abdome, partindo da fossa ilíaca esquerda, seguindo trajeto anti-horário. Se houver processo inflamatório, diz-se: sinal de Rovsing positivo. iv. Teste de Psoas (apendicite): decúbito dorsal: paciente flete a perna e ponho pressão contra o movimento. Ou, em decúbito lateral esquerdo, o paciente flete a perna e estico os psoas. Diz-se: teste de Psoas positivo. Posição de Schuster (facilita a palpação). O paciente deve ficar em decúbito lateral direito, membros levemente fletidos para relaxar o abdome e braço esquerdo sobre a cabeça. thaya Máquina de escrever hernias, lombalgias, inflamações no ciático etc v. Inspeção e toque anorretal: não realizado geralmente por questões culturais, mas é simples e importante, pois identifica hemorroidas, fissuras, glicomas, fístulas, verrugas (em crianças e adolescentes, pode ser indicativo de abuso) ... Põe-se a perna esquerda esticada e a direita fletida. Põe-se o dedo no local, gerando uma contração. Após um momento rápido, há um relaxamento e o dedo pode ser introduzido, em movimento giratório, sem formar angulação. As pregas anorretais devem ser concêntricas, praticamente do mesmo tamanho. Em homens, observa-se também a próstata. Teste de psoas nas posições decúbito lateral esquerdo e decúbito dorsal, respectivamente.
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