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Fisiologia - Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

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Thais Alves Fagundes 
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) 
São doenças infecto-contagiosas transmitidas pelo contágio direto durante o ato sexual. 
Os problemas de saúde pública levam em conta 4 dimensões básicas: magnitude, transcendência, vulnerabilidade e 
factibilidade. A magnitude está relacionada a alta frequência das DST, associada à automedicação, aos tratamentos 
inadequados e a disseminação. A transcendência decorre do fato de que as DST são os principais facilitadores da 
transmissão da AIDS em todos os segmentos sociais. As DST são doenças de alta vulnerabilidade às medidas de 
prevenção primária e tratamento e, à exceção das virais, todas são sensíveis ao tratamento específico. O controle 
das DST é factível, desde que seja executado por profissionais comprometidos e por programas eficazes nos 
diferentes níveis de complexidade. 
No controle das DST utilizam-se dois princípios básicos do processo saúde-doença: (1) detecção precoce dos casos e 
tratamento adequado dos parceiros; (2) prevenção das recorrências. 
SÍFILIS 
Doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e períodos de latência quando não 
tratada. 
SÍNDROME: úlcera genital. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Treponema pallidum (bactéria). 
TRANSMISSÃO: sexual, vertical, transfusão sanguínea. 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Sífilis adquirida recente (menos de um ano de evolução): divide-se em primária, secundária e latente 
recente. 
 Sífilis adquirida tardia (com mais de um ano de evolução): divide-se em latente tardia e terciária. 
 Sífilis congênita recente: casos diagnosticados até 2 anos de vida. 
 Sífilis congênita tardia: casos diagnosticados após 2 anos de vida. 
FORMAS CLÍNICAS: 
1. Sífilis primária: 
 Surgimento do cancro duro após uma média de 21 dias de contato sexual. 
 Corresponde a uma lesão rósea, ulcerada, geralmente única e indolor, medindo de 1 a 2 cm, com bordas 
bem delimitadas, base endurecida, fundo limpo, liso e brilhante, secreção serosa escassa, acompanhada 
de adenopatia regional (bilateral, móvel, indolor). 
 Lesão permanece por 10 a 20 dias e desaparece sem deixar cicatriz. 
 
2. Sífilis secundária: 
 4 a 8 semanas após o desaparecimento da lesão primária. 
Thais Alves Fagundes 
 São lesões cutâneo-mucosas não ulceradas, simétricas, localizadas ou difusas. 
 Lesões regridem espontaneamente e desaparecem com duas a seis semanas. 
 Linfodenopatia é encontrada em 85% dos pacientes. 
 
3. Sífilis latente: 
 Recente (menos de 1 ano de evolução) ou tardia (mais de um ano de evolução). 
 Ausência de sinais e sintomas. 
 Pode durar de 3 a 20 anos. 
 Cerca de 2/3 dos pacientes não tratados permanecem nessa fase para sempre e sem complicações. 
 Diagnóstico é feito somente por métodos sorológicos. 
4. Sífilis terciária: 
 Sinais e sintomas aparecem cerca de 3 a 20 anos após a infecção. 
 Lesões cutâneomucosas, neurológicas, cardiovasculares e articulares. 
 1/3 dos pacientes com sífilis primária e/ou secundária evoluem para a fase terciária. 
5. Sífilis congênita: 
 Causada pela disseminação do Treponema pallidum da gestante infectada para o seu concepto. 
 Taxa de transmissão em mulheres não tratadas é de 70 a 100%, nas fases primária e secundária da 
doença, reduzindo para 30% nas fases latente e terciária. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
 Pesquisa direta (lesões de fase primaria e secundaria), campo escuro (lesões na fase primária), 
imunofluorescência direta. 
 Sorologias não-treponêmicas: VDRL e RPR (São testes quantitativos, importantes para o diagnóstico e 
seguimento pós-terapêutico). 
 Sorologias treponêmicas: FTA-Abs, MH-TP, TPHA, Elisa e testes rápidos (são testes específicos e qualitativos, 
importantes para a confirmação da infecção). 
 
CANCRO MOLE 
SÍNDROME: úlcera genital. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Haemophilus ducreyi (bactéria). 
TRANSMISSÃO: sexual 
SINAIS: lesões dolorosas, de bordas irregulares com contornos elevados e base recoberta por exsudato purulento, 
necrótico, com odor fétido que, quando removido, sangra fácil. 
Thais Alves Fagundes 
SINTOMAS: disúria, dor a defecação, sangramento retal, dispareunia (dor genital durante ou após o sexo) e 
corrimento vaginal. 
Diagnóstico diferencial: 
 Diferencia da sífilis pela dor do cancro mole. 
 
HERPES GENITAL 
SÍNDROME: úlcera genital. 
AGENTE ETIOLÓGICO: herpes simplex vírus (HSV-2). 
TRANSMISSÃO: sexual, inclusive oro-genital. 
SINAIS: pápulas erimatosas, seguindo-se de vesículas agrupadas com conteúdo citrino, as quais se rompem e 
originam ulcerações dolorosas, com bordas lisas. Posteriormente, são cobertas por crostas sero-hemáticas que 
cicatrizam por completo. 
SINTOMAS: prurido, ardência, hipersensibilidade, queimação e parestesia. 
Diagnóstico diferencial: 
 Diferenciar do cancro mole pela quantidade de lesões - úlceras - menores e em maior quantidade (ambos 
doem). No entanto, lesões da herpes podem coalescer, sendo necessário observar as bordas para 
diferenciar, se trata de uma lesão maior (cancro mole) ou lesões menores que coalesceram formando uma 
lesão maior (herpes genital). 
 Exame laboratorial. 
 
DONOVANOSE (GRANULOMA INGUINAL/VENÉREO) 
SÍNDROME: úlcera genital. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Calymmatobacterium granulomatis (Klebsiella granulomatis, Donovania granulomatis) 
(bactéria). 
TRANSMISSÃO: sexual. 
SINAIS: úlcera plana ou hipertrófica, delimitada, fundo granuloso, indolor, vermelho vivo e sangra fácil. Evolui lenta e 
progressivamente, podendo se tornar úlcero-vegetante. 
SINTOMAS: caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. 
 
Thais Alves Fagundes 
 
LINFOGRANULOMA VENÉREO 
SÍNDROME: úlcera genital. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Chlamydia trachomatis (bactéria) 
TRANSMISSÃO: sexual. 
SINAIS: 
 Lesão de inoculação: pápula, pústula ou exulceração indolor, que desaparece sem deixar sequela. 
 Disseminação linfática regional: adenopatia inguinal dolorosa; evolui com supuração e fistulização por 
orifícios múltiplos, eliminando material purulento. 
SINTOMAS: febre, mal estar, anorexia, emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e meningismo. 
 
HPV 
SÍNDROME: verrugas. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Papilomavírus Humano. 
TRANSMISSÃO: sexual, materno-fetal. 
SINAIS: 
1. Infecção clínica: condilomas / verrugas (tumorações únicas e múltiplas, papilares ou micropapilares com 
epitélio superficial queratinizado). 
2. Infecção subclínica: lesões planas sem formações papilares. 
SINTOMAS: dependendo do tamanho e da localização anatômica, estas verrugas podem ser dolorosas, friáveis e 
pruriginosas. 
 
Thais Alves Fagundes 
INFECÇÃO GONOGÓCICA / URETRITE (gonorreia) 
SÍNDROME: corrimento uretral; dor/desconforto pélvico. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Neisseria gonorrhoeae (bactéria). 
TRANSMISSÃO: sexual. 
SINAIS: muco cervical turvo, corrimento amarelo-esverdeado muito abundante. 
SINTOMAS: endocervicite, vulvovaginite, sangramento intermenstrual, metrorragia, disúria, sangramento uretral, 
prurido anal e secreção anal mucopurulenta. 
URETRITE NÃO GONOCÓCICA (clamídia) 
SÍNDROME: corrimento uretral; dor/desconforto pélvico. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Trichomonas 
vaginalis. 
TRANSMISSÃO: sexual. 
SINAIS: corrimentos mucoides e discretos. 
SINTOMAS: disúria leve e intermitente. 
INFECÇÃO POR CLAMÍDIA (DIP – DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVIVA) 
SÍNDROME: corrimento uretral e vaginal; dor / desconforto pélvico. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Chlamydia trachomatis (bactéria). 
TRANSMISSÃO: sexual e vertical. 
SINAIS: colo uterino pode apresentar-se edemaciado, hiperemiado, sangramento, friável, ás vezes, com ulcerações, 
corrimento purulento ou muco opacificado. 
SINTOMAS: sintomas locais (cervicite, uretrite e bartholinite), complicações locais (endometrite e salpingite) e 
disseminadas (conjuntivite, peri-hepatite e artrite). 
TRICOMONÍASE 
SÍNDROME: corrimento uretral
e vaginal. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Trichomonas vaginalis (protozoário). 
TRANSMISSÃO: sexual. 
SINAIS: corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado, mal cheiroso e bolhoso. 
SINTOMAS: vulva e vagina: ardência, hiperemia e edema vulvar e vaginal, prurido vulvar. 
CANDIDÍASE (NÃO É DST/IST) 
SÍNDROME: corrimento vaginal. 
AGENTE ETIOLÓGICO: candida albicans (fungo). 
Thais Alves Fagundes 
TRANSMISSÃO: infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habita mucosa vaginal e digestiva, 
que cresce quando o meio torna-se favorável. 
SINAIS e SINTOMAS: prurido vulvovaginal, ardor ou dor a micção. Corrimento branco, grumoso (granuloso), inodoro 
e com aspecto caseoso. Hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva. Dispareunia. Fissuras e maceração 
da pele. Vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas à mucosa. 
VAGINOSE BACTERIANA (NÃO É DST/IST) 
SÍNDROME: corrimento vaginal. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, micoplasmas, peptoestreptococos. 
TRANSMISSÃO: caracterizada por um desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao aumento exagerado de 
bactérias, em especial, anaeróbias, associado a diminuição acentuada dos lactobacilos acidófilos (agentes 
predominantes na vagina normal). 
SINAIS e SINTOMAS: corrimento vaginal com odor fétido ou corrimento vaginal branco-acinzentado de aspecto 
fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso.

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