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Semiologia - Exame Físico do Idoso

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Thais Alves Fagundes 
EXAME FÍSICO DO IDOSO 
 
ANAMNESE 
 Requer mais tempo e paciência. 
 Dificuldades: hipoacusia, baixa visão, déficit de memória, confusão mental, falta de um bom informante. 
Identificação do paciente: Nome; Data de Nascimento/Idade; Naturalidade (onde nasceu); Procedência (onde 
esteve); Endereço (onde mora atualmente); Profissão/Escolaridade; Estado Civil; Religião; Cor da pele (observar e 
anotar); Gênero (observar e anotar). 
Queixa principal: motivo da consulta, registrado entre aspas. 
H.M.A.: 
 Perspectiva biomédica: local, quando surgiu, intensidade, fatores agravantes e atenuantes, fatores 
associados, uso de medicamentos, sintoma novo ou reincidente, tratamentos anteriores (se for reincidente). 
 Perspectiva do paciente: como a doença tem afetado a vida do paciente. Pesquisar medos, anseios, 
expectativas. 
História pregressa: doenças prévias (tratamento e intensidade), cirurgias, internações, transfusão sanguínea (motivo 
e data), neoplasias, alergias, etilismo, tabagismo, cognição, autonomia e independência. 
 Vacinas 
História medicamentosa: 
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 Polifarmácia 
 Interações medicamentosas 
 Doses de medicamentos 
História psicossocial: importante detalhar a rotina de atividade: 
 Atividade física (esportes, cuidar dos netos). 
 Atividades manuais (lavar louças, artesanato). 
 Profissão. 
História familiar: 
 Falecimento dos pais e irmãos (idade e causa). 
 Doenças crônicas e neoplasias. 
Revisão de sistemas: 
 Deve abranger aspectos particulares do processo senescência/senilidade. 
 COONG: 
o Acuidade visual 
o Audição 
 Sistema Gastrointestinal: 
o Hábitos intestinais 
 Sistema Genitourinário: 
o Continência urinária 
 Sistema Cardiorrespiratório: 
o Pesquisar apneia obstrutiva do sono. 
 Alimentação: deglutição, quantidade e qualidade nutricional. 
 Sono: pesquisar hipersonia, insônia, parassonias (pesadelos) - podem estar relacionados a medicações. 
 Vacinação 
 Cognição e humor 
 Avaliação tegumentar: lesões em áreas expostas ao sol, escaras, piodermites, lesões fúngicas. 
 Avaliação mental: 
o S.N.C. 
o Sintomas psiquiátricos 
 Avaliação funcional e de A.V.D. (atividades da vida diária) 
 Quedas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thais Alves Fagundes 
 ECTOSCOPIA 
 Grau de autocuidado e sinais de negligência; Comportamento. 
 Grau de orientação e capacidade cognitiva; Marcha; Independência. 
 Edemas; Perfusão; Icterícia; Cianose. 
 FÁCIES TÍPICAS 
 Hipotireoidismo: olhos pequenos, inexpressivos, rosto arredondado, cabelos secos, apatia. 
 Insuficiência renal: palidez, edema palpebral, pálpebras empapuçadas. 
 Parkinson: imóvel, inexpressiva, pouca mobilidade palpebral, tendência a babar, voz baixa e monótona. 
 Depressão: fronte enrugada, olhar sem brilho, expressão de apatia. 
 Demência: mímica pobre, lábios entreabertos, olhar vago para o infinito. 
 Assimetria facial: comumente se associa à ausência de dentes, o que dificulta diferenciar da paralisia facial. 
 Paralisia facial: em geral, é unilateral. 
o Para se identificar o lado afetado, diferenciar lesão do neurônio motor superior ou do inferior. 
o Deve-se pedir ao paciente que mostre os dentes, feche os olhos e franza a testa. 
o Lesão do neurônio motor superior: pálpebras podem ser fechadas. 
o Lesão do neurônio motor inferior: paralisia envolve todos os músculos do lado afetado. 
 PESQUISA DE LINFONODOS 
 Mobilidade, consistência e dor à palpação. 
o Linfonodos dolorosos são sugestivos de inflamação. 
o Linfonodos de consistência pétrea e aderidos aos tecidos adjacentes sugerem neoplasia maligna. 
 GLÂNDULAS TIREOIDEAS 
 Posicionar-se por detrás do paciente e palpar a tireoide. 
 Bócio: verificar se o aumento é difuso ou nodular (multinodular) e se há dor à palpção. 
 Cicatriz no pescoço secundária à tireoidectomia. 
 DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
 Peso: aumento ponderal até por volta dos 60 anos e, em seguida, redução lenta e gradual. 
 Altura: 
o Provavelmente menor do que a que o paciente alcançou ao final de sua fase de crescimento. 
o Encurtamento da coluna vertebral: redução da altura dos corpos vertebrais e dos discos 
intervertebrais e aumento de todas as suas curvaturas. 
 Avaliação de sarcopenia: circunferência da panturrilha. 
 Temperatura corporal: 
o Modificações no sistema de regulação da temperatura corporal. 
o Frequente inexistência de febre ou pela febre mitigada, quando acometidos por doenças infecciosas. 
o Maior risco de hipotermia (diminuição da sensação de frio, da resposta vasoconstritora, da resposta 
de calafrios) ou hipertermia (diminuição da capacidade de percepção do calor, da resposta 
vasodilatadora, da sudorese) em situações de frio ou calor extremo. 
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC): 
 Calculado pelo peso (kg) dividido pela altura (m) ao quadrado  avaliação nutricional. 
 Idosos: modificação dos valores em decorrência da diminuição da estatura. 
 Mudança do ponto de corte para menor que 22 para baixo peso. 
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CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA: 
 Medida mais sensível para avaliação da massa muscular em idosos. 
 Sentado ou em pé. 
 Pés apoiados em superfície plana, para que o peso fique bem distribuído. 
 Medir no local onde há a maior circunferência e sem fazer compressão. 
 Medir pelo menos 2x. 
 Manter a fita em um ângulo reto. 
CP menor 31 cm: indica redução massa muscular (sarcopenia). 
 
 PELE / MUCOSAS 
 Pele senil: diminuição da elasticidade, do turgor, da espessura, das secreções sudorípara e sebácea pela 
ação ambiental / raios ultravioleta (zonas de hipo e hiperpigmentação e de hiperqueratinização). 
o Diminuição de elastina e colágeno. 
 Neoplasias; Micoses; Equimoses (lesões sugestivas de maustratos); Úlceras por pressão / Escaras; Intertrigo; 
Dermatites (fraldas). 
o Escaras: dano decorrente de isquemia em área sujeita à pressão por muitas horas (acamados). 
 Condições de higiene do paciente. 
HIDRATAÇÃO 
 Realizada pelo exame da cavidade oral: mucosa oral e língua menos umedecidas indicam desidratação. 
 Turgor e elasticidade da pele podem estar reduzidos devido à senescência (perda de elastina). 
 OUVIDOS 
Pavilhão auricular / Ouvido externo: 
 Tofos gotosos: artrite gotosa. 
 Sinal de Lichtenstein (prega oblíqua do lobo da orelha): aterosclerose. 
OTOSCOPIA: 
 Conduto auditivo externo retificado tracionando-se o pavilhão auditivo para cima, para fora e para trás. 
 Sinais inflamatórios, secreção, cerume ou corpos estranhos. 
 Membrana timpânica: perfurada, coloração fosca ou tons avermelhados ou amarelados (patologias). 
Thais Alves Fagundes 
AUDIÇÃO / ACUIDADE AUDITIVA 
Perda auditiva (3ª condição mais prevalente em idosos) possui 3 tipos: 
 Neurossensorial (+ comum, presbiacusia); Condutiva; Mista. 
Teste do sussurro: 
 Avalia a compreensão dos sons de baixa intensidade e alta frequência. 
 Consiste em pronunciar palavras a uma distância de 60 cm de cada ouvido. 
 Pode ser realizado à cabeceira do leito. 
 OLHOS 
Avalia-se: 
 Acuidade visual 
 Campos visuais 
 Movimentos oculares 
 Estruturas externas e internas do olho: pálpebras, conjuntiva, esclerótica, córnea, pupilas e íris. 
Pálpebras: 
 Ptose palpebral: uni ou bilateral. Causas: ptose senil e paralisia do terceiro par craniano. 
 Xantelasma: pode ser indicativo de hiperlipidemia. 
 Ectrópio: eversão palpebral; Entrópio: inversão palpebral. 
Conjuntiva: 
 Icterícia 
 Anemia: achado físico mais característico de anemia é a palidez cutaneomucosa. 
Córnea: 
 Arco senil: anel esbranquiçado na córnea, sem significado patológico 
 Pupilas: 
o Menor, com pequenas diferenças de tamanho entre as duas. 
o Tempo de relaxamento e acomodação aumenta progressivamente. 
o Reação pupilar à luz é preservada. 
Íris: 
 Prolapso da íris: secundário à complicação de cirurgia de catarata. 
 Movimentação ocular: um terço dos idososapresenta anormalidades do desvio conjugado do olhar para 
cima, na ausência de doença neurológica. 
 Fundo de olho: papiledema. 
VISÃO / DÉFICIT VISUAL 
 Déficit é frequente: catarata, glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética. 
 Avaliação pode ser feita em todo idoso (em uso de lentes corretivas, se necessário). 
o Reconhecimento de faces: a 4 metros. 
o Teste de snellen: a 5 metros. 
o Leitura de jornal ou revista: a 25 cm, em uso de lentes corretivas se necessário (prescrição médica). 
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 APARELHO CARDIOVASCULAR 
INSPEÇÃO 
 Cicatrizes 
 Edema unilateral em membro inferior: trombose venosa profunda. 
PALPAÇÃO 
ICTUS CORDIS (campânula): 
 Ictus cordis pode não ser palpável em decúbito dorsal. 
o Devido aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax. 
o Pode ser necessária a manobre em DLE (decúbito lateral esquerdo). 
AUSCULTA 
BULHAS CARDÍACAS: 
 Bulhas cardíacas podem ser hipofonéticas. 
 Primeira bulha 
 Segunda bulha: 
o Até a quarta década de vida, a segunda bulha cardíaca (B2) é mais audível no segundo espaço 
intercostal esquerdo do que no direito. Com o envelhecimento, essa relação inverte-se, em virtude 
de modificações na posição da aorta e da artéria pulmonar. 
o Outra variação é o desdobramento da segunda bulha, por sobrecarga do ventrículo esquerdo. 
 Terceira bulha: 
o Origem atribuída às vibrações das estruturas do ventrículo esquerdo. 
o No idoso, é sempre patológica e um indicador confiável de insuficiência ventricular esquerda. 
 Quarta bulha (campânula): 
o Pode surgir sem significado patológico, como consequência da redução da complacência do 
ventrículo esquerdo que acompanha o processo de envelhecimento. 
o Diminui complacência arterial (perda de elasticidade)  Aumento da resistência vascular periférica 
 Aumento da pressão sistólica / Aumento da pós-carga (resistência imposta à ejeção do sangue do 
ventrículo esquerdo para a aorta, proporcional à RVP)  Aumento da pós-carga causa uma tensão 
na parede do VE  Hipertrofia concêntrica do VE  Diminuição da capacidade volumétrica do VE 
 Diminuição do enchimento diastólico inicial do VE e aumento do enchimento diastólico final do 
VE (pois esse enchimento inicial passa a ocorrer em uma fase tardia da diástole devido a uma 
contração atrial mais intensa)  Aumento da contração atrial  Hipertrofia do AE  Maior 
participação da contração do AE  4ᵃ bulha. 
o 4ᵃ bulha: 
 Identificada no final da diástole na parede do VE. 
 Representa a contração atrial efetiva. 
 Sinal clínico de hipertrofia ventricular concêntrica. 
SOPROS: 
 Dilatação e a perda da elasticidade da aorta ascendente e o espessamento dos folhetos da valva aórtica 
podem ser responsáveis pelo aparecimento de sopro de ejeção, nem sempre com significado patológico. 
 Sopro sistólico: 
o Pode não ter significado patológico. 
o E traduzir apenas espessamento e calcificação da valva mitral, sem que haja alteração funcional. 
 Sopros diastólicos: indicam disfunção valvar - insuficiência aórtica ou estenose mitral. 
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AUSCULTA DAS CARÓTIDAS: 
 Possível encontrar sopros, originados na própria artéria ou irradiados a partir da valva aórtica. 
 Irradiação para o pescoço é uma das principais características do sopro da estenose aórtica. 
SOPROS ABDOMINAIS (diafragma): 
 Ausculta de mesogástrio e hipocôndrios. Sopros ocorrem na estenose de artérias renais. 
PRESSÃO ARTERIAL 
 PA medida em 2 posições (decúbito/sentado, ortostatismo). 
HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA: 
 Diminuição da complacência arterial (perda da elasticidade)  Aumento da resistência periférica  
Aumento da pressão sistólica. 
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA OU POSTURAL: 
 Redução de 20 mmHg ou mais na pressão sistólica e/ou 10 mmHg ou mais na diastólica ao passar-se da 
posição deitada para a posição de pé. 
o Envelhecimento altera sensibilidade dos barorreceptores, capacidade de reter sal, resposta de 
elevação da frequência cardíaca e enchimento ventricular. 
 Causa importante de hipotensão ortostática no idoso: disautonomia (não ocorre aumento da FC como 
esperado). 
Frequência cardíaca: 
 Contar a frequência cardíaca (pulso) na pesquisa de hipotensão postural, para diagnóstico etiológico. 
 Condições normais: FC se eleva de 6 a 12 bpm na posição ereta. 
o FC aumenta em até 20 bpm (HO simpaticotônica): 
 Resposta cardíaca compensatória apropriada. 
 Hipotensão ortostática associada à descondicionamento físico, uso de medicamentos 
(diuréticos, anti-hipertensivos, antidepressivos) ou hipovolemia. 
o FC não aumenta / Aumento menor que 10 bpm (HO por disfunção autonômica  disautonomia). 
o FC diminui (HO por distúrbio vagal). 
Técnica: 
1. Determinar a pressão arterial do paciente em decúbito dorsal, depois de 2 a 3 min de descanso. 
2. Determinar a pressão arterial com o paciente sentado, e, após ficar de pé, com intervalo de 1 e 3 min. 
o Colocar o braço do paciente sobre o ombro do examinador, mantendo-o ao nível do coração. 
HIATO AUSCULTATÓRIO: 
 Desaparecimento dos sons na ausculta (sons de Korotkoff) durante a deflação do manguito, apesar da onda 
de pulso continuar a ser palpável. 
o Geralmente entre o final da fase 1 e o início da fase 2 dos sons de Korotkoff. 
 Pode subestimar a pressão arterial sistólica (PAS) ou superestimar a pressão arterial diastólica (PAD). 
 Sempre usar técnica palpatória para evitar este erro (insuflando-se o manguito até níveis de PA nos quais há 
o desaparecimento do pulso à palpação). 
 
Thais Alves Fagundes 
PSEUDO-HIPERTENSÃO 
 Falsa estimação da PA à esfigmomanometria. 
 Decorrente do endurecimento (calcificação) das paredes das artérias periféricas (arteriosclerose do idoso). 
 Diagnóstico sugerido em indivíduos com níveis pressóricos elevados detectados pelo esfigmomanômetro, 
sendo resistentes à terapêutica, na ausência de lesão em órgãos-alvo. 
Manobra de Osler: 
 Auxilia na identificação da pseudo-hipertensão, diferenciando-a da verdadeira hipertensão. 
 Palpação da artéria radial/braquial quando o esfigmomanômetro estiver insuflado a nível superior ao da PAS 
(após o desaparecimento do som). 
 Osler positivo: artéria permanece palpável. 
 Osler negativo: artéria não é mais palpada (colabou). 
REFLUXO HEPATOJUGULAR: 
 Pressão venosa jugular elevada. 
 Avaliada pelo reflexo hepatojugular ou teste da compressão abdominal: 
o Paciente em decúbito dorsal, com boca aberta, respirando normal (evita uma manobra de Valsalva). 
o Examinador coloca sua mão direita sobre o fígado (hipocôndrio direito) e aplica uma pressão firme e 
progressiva, mantida durante cerca de 20 a 30 s. 
o Na insuficiência ventricular direita, a distensão venosa mantém-se durante todo o período de 
compressão, com redução rápida após a liberação súbita. 
 PALPAÇÃO DOS PULSOS 
PULSAÇÃO E AUSCULTA DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS 
 Palpação e ausculta das artérias carótidas, desde a fossa supraclavicular até o ângulo da mandíbula. 
 Palpação: palpar no ângulo da mandíbula, de cada lado da traqueia, comparando-se entre si. 
o Estado da parede arterial (endurecimento, dilatação, tortuosidade). 
o Amplitude do pulso: valor diagnóstico a diferença entre uma carótida e a outra (indicativo de 
estenose ou oclusão do vaso). 
o Frêmito: origem na própria carótida (estenose ou oclusão) ou irradiado (estenose aórtica). 
 Ausculta das carótidas: 
o Possível encontrar sopros, originados na própria artéria ou irradiados a partir da valva aórtica. 
o Irradiação para o pescoço é uma das principais características do sopro da estenose aórtica. 
INGURDITAMENTO E PULSAÇÕES DAS VEIAS JUGULARES (pulso venoso) 
 Paciente recostado no leito, em um ângulo mais ou menos de 45°. 
 Pulsações na parte inferior do pescoço, mais notadas entre as duas inserções do esternocleidomastóideo. 
 Pulso venoso reflete as modificações pressóricas nas cavidades direitas do coração. 
 Estado deturgência das jugulares externas: 
o Condições normais: 
 Veias jugulares túrgidas em decúbito. 
 Na posição semissentada (em pé e sentado): veias jugulares colabam, ficando visível apenas 
o pulso venoso na raiz do pescoço. 
o Ingurgitamento jugular: 
 Veias jugulares túrgidas quando o paciente adota a posição semissentada / sentada. 
 Traduz insuficiência ventricular direita (hipertensão na veia cava superior). 
Thais Alves Fagundes 
PALPAÇÃO DA AORTA ABDOMINAL 
 Paciente em decúbito dorsal, em leve flexão das coxas sobre a bacia para relaxar os músculos abdominais. 
 No espaço entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical, pressionando-a contra a coluna vertebral. 
 Mão esquerda deve apoiarse sobre a direita para ajudar na compressão. 
 Aneurisma da aorta abdominal: pulsações visíveis abaixo da cicatriz umbilical. 
PULSO RADIAL 
 Analisa-se: estado da parede arterial, frequência, ritmo, amplitude ou magnitude, tensão ou dureza, tipos de 
onda e comparação com a artéria homóloga. 
 Parvus et tardus: encontrado nos casos de estenose aórtica. 
PULSO FEMORAL 
 Palpada na região inguinocrural, logo abaixo do ligamento inguinal, em sua porção média. 
 Com o paciente em decúbito dorsal, o médico se posta do lado que será examinado e, com os dedos 
indicador, médio e anular, procura sentir as pulsações da artéria femoral comum no triângulo de Scarpa. 
PULSO POPLÍTEO 
 Palpada na fossa poplítea. 
 Paciente em decúbito dorsal e com a perna a ser examinada semifletida. 
 Médico se posta ao seu lado, abarcando o joelho com as mãos: enquanto os dedos de uma das mãos fazem 
compressão na patela, os da outra sentem as pulsações da artéria. 
PULSO TIBIAL ANTERIOR 
 Palpada no terço distal da perna, entre os músculos extensor do hálux e extensor longo dos dedos. 
 Paciente deve estar em decúbito dorsal com leve flexão do joelho. 
 Firmar o pé do paciente, em dorsiflexão, com uma das mãos. Com os dedos indicador, médio e anular da 
mão contralateral, sente as pulsações da artéria. 
PULSO PEDIOSO 
 Palpada entre o primeiro e o segundo metatarsianos. 
 Paciente deve permanecer em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. Médico fica ao lado do membro a 
ser examinado e palpa a artéria com os dedos indicador, médio e anular de uma das mãos; com a outra, fixa 
o pé do paciente em dorsiflexão. 
PULSO TIBIAL POSTERIOR 
 Palpada na região retromaleolar interna com o paciente em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. 
 Extensão completa do joelho pode determinar compressão da artéria poplítea com diminuição dos pulsos 
podais. 
 Médico fica ao lado do membro a ser examinado, sustentando o calcanhar do paciente com a mão 
homóloga; com os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral, procura sentir as pulsações da 
artéria na região retromaleolar, fixando o polegar na região maleolar externa. 
 
 
 
Thais Alves Fagundes 
 APARELHO RESPIRATÓRIO 
Inspeção, palpação, percussão, ausculta. 
 Redução da expansão torácica, levando a aumento do volume residual. 
 Aumento do diâmetro do ântero-posterior: interposição pulmonar entre o coração e a caixa torácica. 
 Ausculta respiratória é mais difícil de ser realizada, porque nem sempre o idoso consegue fazer inspirações 
profundas. 
 Aumenta a cifose torácica. 
 Crepitações bibasais: podem ser fisiológicas quando desaparecem com a tosse. 
 Diminuição do murmúrio vesicular, mas nunca ruído adventício. 
 APARELHO GASTROINTESTINAL 
CAVIDADE ORAL / OROSCOPIA 
Iniciar pelos lábios, pedindo que o paciente retire as próteses dentárias. 
Avalia-se: mucosa da cavidade oral, gengiva, dentes, língua, vestíbulo e palatos mole e duro. 
 Mucosas: coloração, pigmentação, presença de ulcerações, lesões da gengiva e estado dos dentes. 
 Cianose: observada nos lábios, ocorre nas doenças pulmonares e cardíacas. 
 Evidências de malignidade (tumores, úlceras que não cicatrizam, eritroplasia e lesões que sangram fácil). 
 Úlceras bucais: traumáticas secundárias a dentaduras, dentes fraturados e/ou restaurações. 
 Aftas 
 Veias varicosas na parte ventral da língua: sem significado patológico. 
 Estomatite induzida por dentaduras: localizadas sob as dentaduras; Estomatite angular 
 Cáries dentárias e/ou doença periodontal 
 Perda dentária, doença periodontal, associada a perda óssea (osteoporose) 
 Placas brancas nas gengivas e na mucosa (leucoplasias, candidíase): 
o Se puderem ser removidas por uma espátula, sugere candidíase. 
o Caso contrário, pode se tratar de lesões pré-malignas (encaminhado para especialista). 
 Queilite, monilíase, xerostomia. 
ABDOME 
Inspeção, ausculta, percussão, palpação. 
 Redução e enfraquecimento da musculatura pode dar falsa impressão de distensão abdominal. 
 Palpar e auscultar o trajeto da aorta abdominal (facilitado pelo enfraquecimento da musculatura). 
 Doenças prostáticas, fecalomas e neoplasias do reto são frequentes nessa faixa etária. 
o Fecaloma: fezes endurecidas, que pode ficar acumulada no reto ou na porção final do intestino, 
impedindo a saída das fezes e resultando em inchaço abdominal, dor e obstrução crônica do 
intestino. 
 Diarreia paradoxal. 
o Constipação intestinal: grande esforço nas defecações, fezes duras, sensação de evacuação 
incompleta ou de obstrução anorretal. 
CIRCULAÇÃO VENOSA SUBCUTÂNEA: 
 Obstáculo ao retorno venoso nos sistemas porta e cava. 
 No sistema porta, os vasos se apresentam no andar superior do abdome, podendo assumir um padrão 
conhecido por cabeça de medusa, quando se dirigem de maneira radial e para fora da cicatriz umbilical. 
Thais Alves Fagundes 
 APARELHO GENITO-URINÁRIO 
 Incontinência urinária (de esforço – aumento da pressão intra-abdominal). 
 Urgência urinária 
 Noctúria: idas frequentes para urinar à noite. 
 Poliúrica: hiperplasia benigna da próstata. 
 APARELHO LOCOMOTOR 
 Osteoporose 
 Sarcopenia 
 Marcha senil 
Avaliação geral: postura, equilíbrio e marcha. 
 Get-up and go / Times get-up and go 
 Tempo de suporte unipodal 
 Teste de Nudge 
 Teste de Romberg 
Avaliação articular e muscular global: coluna, pés, articulações de MMII, mãos. 
 Possibilidade de fraturas patológicas. 
 SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO 
 Consciência, grau de alerta. 
 Reflexos tendinosos estão diminuídos devido à queda da velocidade da condução nervosa e da sensibilidade 
de receptores periféricos. 
Avaliação cognitiva: 
 Clínica é o mais importante. 
 Testes podem ser utilizados, permitindo melhor seguimento da cognição. 
o Miniexame do estado mental (MEEM). 
o Fluência verbal (FV). 
o Teste do desenho do relógio (TDR). 
Avaliação do humor: 
 Avaliação dos sintomas do humor em todos os pacientes. 
o Escala de depressão geriátrica (Geriatric Depression Scale − GDS). 
Avaliação do grau de independência funcional: 
 Capacidade de realizar atividades de vida diária (AVDs), tanto as básicas quanto as instrumentais, sendo 
mensuradas por instrumentos de avaliação específicos (escalas e testes). 
o IVCF-20: índice de vulnerabilidade clínico funcional. 
Tremores: 
 Tremor essencial: ocorrem predominantemente durante a ação muscular. 
 Tremor de repouso: tremor da síndrome parkinsoniana, tremor ocorre com membros em repouso.

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