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Antipsicóticos: Tipos e Mecanismos de Ação

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Antipsicóticos 
Introdução 
Esquizofrenia: 
É uma doença progressiva, que gera 
comprometimento social e prognóstico ruim. Seu 
principal sintoma é a psicose. 
Seu curso é variável, podendo evoluir para um 
comprometimento funcional mais importante à 
medida que o tempo passa, no entanto, alguns sujeitos 
evoluem bem. 
 
Novos episódios estão relacionados com o declínio 
cognitivo de massa cefálica. Logo, o objetivo dos 
psiquiatras é prevenir a todo custo um novo episódio 
psicótico. 
É uma doença associada com disfunções sociais, 
laborativas e morte prematura (cerca de 15-25 anos 
de vida). 
Os atuais tratamentos precisam ser iniciados de forma 
precoce e geram: 
- Funcionalidade; 
- Qualidade de vida: principalmente o tratamento de 
manutenção. 
- Redução das hospitalizações; 
- Redução de sintomas. 
 
 
Antipsicóticos 
Introdução: 
Os antipsicóticos são divididos em típicos e atípicos. 
- Típicos: geravam efeitos colaterais, sendo os principais 
os sintomas piramidais; 
- Atípicos: o maior exemplo é Clozapina, a qual trata 
psicose e não gera efeitos colaterais. 
Vias dopaminérgicas: 
- Via mesolímbica: está relacionada aos sintomas 
psicóticos. É a via relacionada com o núcleo 
accumbens (recompensa, prazer e motivação). 
 A hiperatividade dessa via seria a responsável 
pelos sintomas psicóticos. 
 Antipsicóticos bloqueiam D2 na via 
mesolímbica, o que leva a diminuição 
dos sintomas positivos, como também 
diminui os mecanismos de 
recompensa. 
 
- Via Mesocortical: Essa via está relacionada às 
atividades cognitivas e ao afeto. 
 Parece estar hipoativa na esquizofrenia. 
 Com o bloqueio de D2 na via 
mesocortical, gera um aumento nos 
sintomas negativos (embotamento 
afetivo, problemas na cognição e 
hipomimia- perda da mímica facial) e 
alterações cognitivas e afetivas. 
 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Via nigroestriatal: essa via está relacionada com o 
sistema extrapiramidal, a motricidade e aos 
movimentos. 
 O bloqueio de D2 na via nigroestriatal provoca 
distúrbios de movimentos: os sintomas 
extrapiramidais  tremor, distonia aguda. 
 A associação de medicação anti-
muscarínicas (Ex: prometazina e Buperideno) 
gera diminuição dos efeitos extrapiramidais. 
 Ao se ligar a dopamina com seu 
receptor D2, isso diminui também a 
liberação de acetilcolina, logo, 
quando D2 está bloqueado, há um 
aumento da ação colinérgica  
Haldol + Fernegam. 
 Importante salientar que a dopamina e 
acetilcolina têm uma relação recíproca entre 
si na via nigroestriatal. Nesse sentido, os 
neurônios dopaminérgicos na via 
dopaminérgica nigroestriatal estabelecem 
conexões pós-sinápticas com neurônios 
colinérgicos, bloqueando a liberação da 
acetilcolina. 
 Se a dopamina não puder mais 
suprimir a ação da acetilcolina, 
devido ao bloqueio dos seus 
receptores por um antipsicótico 
convencional, a acetilcolina torna-se 
ativa. Uma compensação para essa 
hiperatividade da acetilcolina consiste 
em bloqueá-la com um agente 
anticolinérgico. 
 Desse modo, os fármacos com ações 
anticolinérgicas irão diminuir a 
atividade excessiva desse 
neurotransmissor. Assim, os 
antipsicóticos convencionais com 
propriedades anticolinérgicas potentes 
produzem menos sintomas 
extrapiramidais. 
- Via tuberofundibular: essa via está relacionada com a 
prolactina. A ação da dopamina aqui seria frear a 
liberação de prolactina. Contudo, com o bloqueio de 
D2, a prolactina fica desinibida, levando a uma 
hiperprolactinemia com os seguintes efeitos colaterais: 
 Galactorreia; 
 Ginecomastia; 
 Diminuição da fertilidade e da libido. 
Antipsicóticos típicos/convencionais 
É pautado que a psicose traz consigo o aumento da 
atividade dopaminérgica na área mesolímbica. Então 
esses fármacos vão agir em D2, bloqueando esse 
receptor. Esse bloqueio prejudica a relação entre o 
neurotransmissor e o receptor, e todas as reações de 2º 
mensageiro que aconteceriam. 
São divididos em: 
- Alta potência: 
 Incisivos: maior poder deliriolítico; 
 Menos sedativos; 
 Em doses menores são antipsicóticos: 
bloqueiam os receptores D2 de dopamina; 
 São eles: 
 Haloperidol: é o que gera maior 
bloqueio dopaminérgico, contudo é 
menos sedativo que os de baixa 
potência. VO tem um pico de 1-4 
horas e IM tem um pico em 20 minutos. 
É uma droga de depósito, sendo 
liberado aos poucos (Haloperidol 
decanoato  indicado em pacientes 
com baixa adesão). 
 Trifluoperazina; 
 Flufenazina. 
- Baixa potência: 
 Doses mais altas para efeitos antipsicóticos; 
 Mais propriedades anticolinérgicas, anti-
histamínicas e antagonistas alfa 1; 
 Mais sedativos; 
 São eficazes, contudo, para bloquear D2 e ter 
efeito clínico, precisam de doses mais altas, o 
que pode levar a outras ações, devido ao 
bloqueio de M1, H1 e alfa1. 
 Efeitos colaterais: 
 Bloqueio Muscarínico (M1): 
Constipação, retenção urinária; 
 Bloqueio Histamínico (H1): aumento do 
apetite, sonolência; 
 Bloqueio adrenérgico (alfa 1): 
hipotensão postural. 
 São eles: 
 Clopromazina: possui maior atividade 
anticolinérgica e anti-histamínica. 
Ainda é usado para enxaqueca e 
precisa de doses maiores para os 
efeitos antipsicóticos. O pico por VO é 
de 1-4 horas e IM de 30-60 minutos. 
 Levoprozamina; 
 Tiorizadina. 
Antipsicóticos atípicos/2ª geração: 
Dentro de uma perspectiva clínica, os antipsicóticos 
atípicos são definidos pelas propriedades atípicas em 
comparação com os convencionais. Ou seja, eles 
possuem um perfil clínico de ações antipsicóticos iguais 
sobre os sintomas positivos, mas pouco sobre os 
sintomas extrapiramidais e menos hiperprolactemia. 
Do ponto de vista farmacológico, os antipsicóticos 
atípicos podem ser definidos como antagonistas 
serotonina-dopamina, com antagonismo simultâneo 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
dos receptores de serotonina (5HT2A) e dos receptores 
D2. 
- Ao bloquear o receptor de serotonina, proporciona 
aumento da dopamina, que vai competir, com os 
bloqueadores de D2. Isso proporciona menos efeitos 
colaterais. 
 Lembre-se que o neurônio serotoninérgico se 
comunica com o neurônio dopaminérgico na 
substância negra, o que freia a liberação de 
dopamina. Logo, ao bloquear o receptor de 
serotonina, a liberação de dopamina é 
desinibida e reduz o bloqueio de D2. 
 Mesma coisa acontece com a prolactina, ao 
bloquear o 5HT2A também diminui a liberação 
de prolactina. 
O ganho dos atípicos foram menos efeitos agudos 
extrapiramidais, menos indução dos sintomas 
negativos e menos hiperprolactemia. 
Todos os antipsicóticos conhecidos se ligam a D2, cujo 
grau de ligação determina se o individuo terá efeitos 
terapêuticos ou colaterais. Para a maioria dos 
antipsicóticos atípicos, é necessária a ocupação de 
mais de 80% dos receptores D2 na via mesolímbica 
para obter efeitos terapêuticos. Enquanto a ocupação 
dos receptores D2 acima de 80% no estriado dorsal 
está associada aos efeitos extrapiramidais e 
desenvolvimento de hiperprolactenemia. 
 
- Grupos dos “Donas”: 
 Risperidona: em doses altas pode causar 
efeitos extrapiramidais como o Haloperidol, o 
que nos faz pensar que o bloqueio 5HT2A não 
seja tão incisivo. 
 Está relacionada ao aumento da 
prolactina, apesar de ser um 
antipsicótico atípico; 
 Gera aumento de peso, hipotensão 
postural semelhante aos típicos; 
 É usada em tratamento da agitação 
no autismo, síndromes psicóticas e 
transtorno bipolar. 
 Paliperidona: é um metabólito da risperidona. 
É um bom antipsicótico, pois é uma droga de 
depósito (30 dias – 3 meses); 
 Lurazidona: tem boas evidências para 
tratamento de depressão no transtorno 
bipolar. 
 Aziprozidona: gera menor ganho de peso e 
hiperprolactenemia. Contudo, é uma droga 
de alto custo; 
 Aripripazol: traz uma ação inovadora: não 
bloqueia D2,tendo um agonismo ou 
antagonismo parcial. 
 É menos relacionada aos efeitos 
extrapiramidais, já que não gera 
bloqueio excessivo de D2; 
 Gera ganho de peso, apesar de ser 
pouco; 
 Em baixas doses potencializa 
antidepressivos. 
- Grupo dos “Pina”: 
 Olanzapina: tem várias funções: estabilizadora 
de humor, tratamento de depressão e 
esquizofrenia. 
 Tem um impacto metabólico grande, 
podendo aumentar glicemia, TGL e 
ganho de peso. 
 Clozapina: indicada para casos refratários 
(não responder a 2 antipsicóticos pelo período 
adequado). 
 Gera diminuição do limiar convulsivo e 
ganho de peso. 
 Deve ser introduzido de forma gradual, 
pois pode alterar o hemograma. 
 Quetiapina: tem muitas funções: antipsicótico 
em doses mais altas, hipnótico e 
antidepressivo. 
 Amissulprida e Sulpirida: são antipsicóticos 
eficazes e bloqueiam D2 e D4. 
 
OBS: A Lurazidona e Aripripazol pode gerar acatisia 
(inquietação). 
Efeitos colaterais dos antipsicóticos: principalmente os 
típicos/convencionais 
- Neurológicos: 
 Manifestações extrapiramidais; 
 
4 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 Convulsões; 
 Sedação; 
 Sonolência. 
- Cardiovasculares: 
 Hipotensão postural; 
- Neuroendócrinos: 
 Galactorreia; 
 Amenorreia; 
 Disfunção sexual; 
- Efeitos anticolinérgicos: 
 Bloqueio dos receptores Muscarínicos: visão 
turva, boca seca, constipação; 
- Síndrome Neuroléptica maligna: é uma reação 
idiossincrática, ou seja, depende do paciente. 
 Hipertermia + alterações na consciência + 
rigidez muscular extrema (pode gerar 
rabdomiolise e alterar a função renal) + febre 
de difícil controle. 
Adesão ao tratamento: 
A falta de adesão ao tratamento da esquizofrenia é 
principalmente devido ao custo e as recaídas. 
Importante fazer um tratamento individualizado. 
Evolução do tratamento da esquizofrenia:

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