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Avaliação dos testes diagnósticos

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ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Saúde, gestão e humanidades IV 
DIAGNÓSTICOS 
Processo de decisão clínica baseado de 
forma consciente, ou não, em uma 
probabilidade de se estabelecer o 
fenômeno de ocorrência. 
Neste sentido, é fácil perceber que o 
estabelecimento de um diagnóstico é um 
processo, muitas das vezes, imperfeito, 
pois ele resulta em uma probabilidade, 
ao invés de uma certeza de se estar 
correto. 
Quanto maior for o grau de certeza do 
diagnóstico, maior será a chance de 
sucesso na condução do caso. 
Mas nem sempre é fácil.... Podemos estar 
diante de quatro situações: 
1. As coisas são o que parecem ser 
2. As coisas não são, mas parecem ser 
3. As coisas são, mas não parecem ser 
4. As coisas não são e nem parecem ser 
 
TESTES DIAGNÓSTICOS 
Os testes diagnósticos podem expressar 
os seguintes resultados: 
 
Acurácia: é a proporção de acertos 
(verdadeiros positivos e verdadeiros 
negativos) em relação a amostra 
estudada. 
Ac =
A + D
A + B + C + D
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Muito alta: ≥ 0,90 
 Alta: 0,70 ≤ Ac < 0,90 
 Moderada: 0,50 ≤ Ac < 0,70 
 Baixa < 0,50 
TESTE DIAGNÓSTICO PADRÃO OURO 
Padrão ouro ou padrão de acurácia ou 
ainda padrão de referência é o teste que 
traz uma indicação mais sólida da verdade 
sobre a doença (presença ou ausência) 
como por exemplo: estudos 
anatomopatológicos. 
A escolha de um outro teste que não seja 
o padrão-ouro é realizado seguindo 
alguns critérios fundamentais: menor 
custo; menor invasão; conveniência pela 
simplicidade e balanceamento entre os 
riscos de erro de classificação e os 
benefícios. 
MENSURAÇÃO ADEQUADA: CARACTERÍSTICAS 
Validade: “O que foi medido é o que 
realmente se pretendia medir? ” 
Confiabilidade: “A medida pode ser 
reproduzida por outras pessoas? ” 
Validade de um teste é definida como a 
habilidade de diferenciar entre quem tem 
ou não a doença, e possui dois 
componentes: a sensibilidade e a 
especificidade. (Gordis, 2010) 
PROPRIEDADES DO TESTE: 
SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE 
SENSIBILIDADE 
Proporção de pessoas com a doença e que 
têm um teste positivo  capacidade do 
teste em captar os positivos entre os 
doentes  um teste sensível dificilmente 
deixará passar pessoas que tem a doença. 
Testes sensíveis são úteis nos estágios 
iniciais de um processo diagnóstico, 
quando diversas possibilidades podem ser 
consideradas. Geralmente são mais 
baratos, mais simples e com menos riscos 
para o paciente (são testes de 
rastreamento/Screening); 
S = 
A
A + C
 
 
 
Avaliado por meio de 
um teste padrão-ouro 
 
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ESPECIFICIDADE 
Proporção de indivíduos sem a doença que 
têm um teste negativo  capacidade do 
teste em captar os negativos entre os 
não doentes. 
Testes específicos são úteis para 
“confirmar” um diagnóstico que tenha 
sido sugerido por outros dados. Um teste 
específico raramente acusará 
positividade na ausência da doença. 
E = 
D
B + D
 
A Sensibilidade e a Especificadade 
sofrem um contrabalanço. Geralmente 
(mas, nem sempre): ↑S ↓E e ↓S ↑E 
(Fletcher, 2006). 
Exemplo: 
PROPRIEDADES DO TESTE: VALOR 
PREDITIVO 
A sensibilidade e a especificidade são 
propriedades que devem ser levadas em 
consideração para fundamentar a decisão 
de se utilizar ou não o teste e para 
definir pontos de corte nos valores  
Para rastrear ou confirmar? Esta seria a 
pergunta mais adequada; 
Para o clínico, o dilema é determinar se 
o paciente tem ou não a doença, dados os 
resultados de um teste. (Fletcher, 2010) 
Neste caso, utiliza-se os resultados dos 
valores preditivos. O Valor Preditivo 
responde a pergunta: “se o resultado do 
teste do paciente for positivo (ou 
negativo), qual é a probabilidade dele 
ter (ou não ter) a doença? ”. 
Valor Preditivo Positivo: é a 
probabilidade de ter a doença em um 
paciente com um resultado positivo 
(anormal) do teste. 
VPP =
A
A + B
 
Valor Preditivo Negativo: é a 
probabilidade de não ter a doença quando 
o resultado do teste for negativo 
(normal). 
VPN = 
D
C + D
 
Quando o valor do valor preditivo é 
baixo, quer dizer que a probabilidade 
daquele teste ser fidedigno com a 
realidade é baixa também. 
VALOR PREDITIVO E PREVALÊNCIA 
Exemplo: Sensibilidade de 99% e 
especificidade de 95% 
PREVALÊNCIA E ESPECIFICIDADE 
Exemplo: Prevalência 10% e Sensibilidade 
100% 
Em situação de baixa prevalência, uma 
pequena elevação da especificidade leva 
a grande aumento do VPP, pois ele é 
fortemente influenciado pela 
especificidade. 
 
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Exemplo: Prevalência de 90% e 
sensibilidade de 100% 
Em situação de alta prevalência, uma 
pequena elevação da especificidade NÃO 
leva a grande aumento do VPP, pois ele é 
influenciado pela sensibilidade. 
VALOR PREDITIVO E SUA RELAÇÃO COM 
A PREVALÊNCIA 
Diferente da sensibilidade e da 
especificidade (que não são alterados), 
os valores preditivos de um teste SÃO 
influenciados pela PREVALÊNCIA do 
evento: 
O VP+ indica o quanto o clínico pode 
ficar mais confiante que um resultado 
positivo confirme a doença  geralmente 
é influenciado pela especificidade. 
O VP– indica o quanto o clínico pode 
ficar mais confiante de que um resultado 
negativo possa descartar a doença 
pesquisada. 
O Valor Preditivo não é uma característica 
do teste  ele é determinado pela 
sensibilidade e especificidade do teste e 
pela prevalência da doença na população 
testada. 
 Quanto menor a prevalência do evento, 
menor será o VPP; 
 Quanto maior a prevalência, menor será 
o VPN; 
 Portanto, quanto maior o conhecimento 
da doença e também dos riscos aos quais 
o sujeito está exposto, maior será a 
probabilidade de acertos no uso de um 
teste  principalmente, no 
diagnóstico!  IMPORTÂNCIA DA 
SEMIOLOGIA. 
 
 
 
 
CONFIABILIDADE X VALIDADE 
Uma medida pode ser confiável, mas não 
ser válida ou vice e versa. 
Lembrando que validade representa a 
capacidade de medir o que realmente se 
pretendia medir e a confiabilidade é se 
o que foi medido pode ser reproduzido em 
outras pessoas. 
CONFIABILIDADE 
É a reprodutibilidade da medida. É a 
consistência dos resultados quando a 
medida ou exame se repetem nas mesmas 
condições, por diferentes observadores. 
Fatores que contribuem para a variação 
de um resultado: 
 Variação intrasujeito 
 Variação intraobservador 
 Variação interobservador 
COMO AVALIAR A CONCORDÂNCIA 
INTRAOBSERVADOR? 
 Estatística Kappa 
Qual a extensão da concordância entre 
dois observadores que excede o nível 
de concordância resultante apenas do 
acaso? 
A Kappa expressa a extensão pela qual 
a concordância observada excede a que 
seria esperada pelo acaso 
(numerador), relativo ao que os 
observadores poderiam esperar em 
melhorar suas concordâncias 
(denominador). 
Exemplo: Dois patologistas analisaram 75 
amostras de câncer de pulmão e 
classificaram em subtipos Grau II e Grau 
III. 
 
 
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CONSISTÊNCIA DOS DADOS -
INTEROBSERVADOR 
KAPPA: é um indicador de concordância 
ajustado, podendo variar de – 1 a 1. 
Até 0,40 = sofrível 
0,41 – 0,60 = regular 
0,60 – 1 = boa/excelente 
Interpretação do Kappa segundo Landis e 
Koch: 
Até 0,40 = pobre 
0,41 a 0,75 = intermediária a boa 
Maior que 0,75 = excelente

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