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HG VII aula 1 - Evidência científica Evidência é o caráter do que é evidente, manifesto, do que não deixa dúvidas, prova. É necessário ter cuidado com a evidenciomania, o culto de que a evidência é uma certeza. Para isso, deve-se trazer o termo RACIONALIDADE à vista, afinal, a incerteza está sempre presente. Assim, a mais importância evidência é a que demonstra racionalidade do processo de decisão. ● Evidência como decisão A medicina baseada em evidências não é uma imposição, ou seja, não pode-se impor maneiras de pensar, o que é feito é motivar e educar as pessoas a se pensar na racionalidade científica. Ou seja, mais do que uma forma de agir, a MBE é uma forma de pensar. ● Medicina Baseada em Evidência Princípios de MBE: 1. Nível de evidência: toda evidência deve passar por uma análise crítica, que indique qual o grau de veracidade e relevância da informação. Isso pode fazer com que:: modifique-se a conduta, gere-se uma hipótese ou não sirva para nada. É preciso provar que algo é bom para que seja adotado e não provar que é ruim para que não seja adotado. 2. Complacência: não há evidência para tudo, ou seja, não há um ensaio específico para uma pessoa específica. O ideal é que os que já existem sejam transpostos para a realidade de cada paciente. 3. Hipótese nula 4. Complementariedade 5. Plausibilidade extrema: quando o benefício é ÓBVIO. Erradicar ou não o mosquito da dengue? (não faz sentido fazer um estudo sobre isso já que é óbvio). 6. Eficácia: refere-se à capacidade de um medicamento, na dose recomendada, em produzir efeitos benéficos em circunstâncias ideais, como nos ensaios clínicos randomizados 7. Efetividade: medir o efeito de um medicamento na terapêutica, ou seja, em condições “reais” da população como um todo. aula 2 e 3 - teste diagnóstico O teste diagnóstico é um score, exame ou critérios diagnósticos usados para se chegar a uma decisão sobre a patologia de um paciente. Para o diagnóstico ocorrer, é necessário pensar na probabilidade condicional que envolve: a. Probabilidade pré teste b. Teste diagnóstico: vai me influenciar a saber se o indivíduo está doente ou não. Quanto mais acurado, mais fácil esse teste fornecer uma resposta. Ele não faz afirmação categórica, ele influencia na probabilidade de ter a doença. Catarina Nykiel - 7° semestre c. Probabilidade pós teste: são os valores preditivos que veem a probabilidade de se ter ou não a doença, após o resultado do teste. É a própria prevalência da doença na população. Propriedades dos testes diagnósticos Para isso há algumas características como: i. Sensibilidade: é a capacidade de identificar os verdadeiros positivos em indivíduos verdadeiramente doentes. Quando ele possui essa propriedade, raramente deixa de encontrar pessoas com a doença, ou seja, há um baixo índice de falsos negativos. Mas, em contrapartida, pode ter falsos positivos. Quando usar? doença grave, tratável, resultados errados não provocam traumas psicológicos, econômicos ou sociais para o paciente, no caso de triagem em bancos de sangue. ii. Especificidade: capacidade de identificar os verdadeiros negativos em indivíduos verdadeiramente não doentes. Assim, ele raramente dirá que um paciente sadio é doente (baixo índice de falsos-positivos). Mas, pode encontrar falsos negativos. Quando usar? doença importante, mas difícil de tratar ou incurável, saber que não tem a doença provoca impactos socioeconômicos e confirmação de um diagnóstico. A sensibilidade e a especificidade de um teste diagnóstico NÃO se alteram com a prevalência. iii. Acurácia: possuir sensibilidade e especificidade, ou seja, identifica os verdadeiros positivos e os negativos também. Os testes acurados, no entanto, costumam ser mais custosos, sendo necessária a indicação racional de seu uso, principalmente em patologias relevantes, mas curáveis, e em situações nas quais resultados incorretos causem danos graves. O “ponto de corte” para a acurácia de um teste ser clinicamente interessante é de valores > 0,8 (80%). iv. Valor preditivo positivo: proporção de indivíduos verdadeiramente positivos entre aqueles com diagnóstico positivo realizado pelo teste. v. Valor preditivo negativo: proporção de indivíduos verdadeiramente negativos (não doentes), entre aqueles com diagnóstico negativo realizado pelo teste. Quanto menor for a prevalência da doença, menor será o valor preditivo positivo e maior valor preditivo negativo. Quanto maior for a prevalência, maior será o valor preditivo positivo e menor o valor preditivo negativo. Catarina Nykiel - 7° semestre Métodos de cálculo Esses métodos de cálculo são baseados nessa tabela: Curva roc A curva ROC representa a relação entre a sensibilidade e a especificidade de um teste diagnóstico ao mesmo tempo. Para construir uma curva ROC, traça-se um diagrama que representa a sensibilidade e a especificidade para um conjunto de valores de cut off point (ponto de corte). Esse ponto de corte é um valor que usamos para denominar se o paciente está ou não doente. Ex: o valor do colesterol para o qual o indivíduo é considerado em hipercolesterolemia. A curva ROC permite definir os valores para os quais existe maior otimização da sensibilidade em função da especificidade. Esse ponto, de maior sensibilidade e especificidade é sempre o ponto MAIS PRÓXIMO DO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DO DIAGRAMA. Acurácia: é passível de ser quantificada com a curva de ROC, já que seu valor vai ser proporcional a área sob a curva ROC. razões de verossimilhança ou de probabilidade São uma forma de descrever o desempenho de um teste diagnóstico. Resumem o que a sensibilidade e especificidade fornecem. A razão de verossimilhança, para um determinado valor de um teste diagnóstico, é dada em chances e é definida como a probabilidade de um resultado do teste em pessoas com a doença,dividida pela probabilidade do resultado do teste em pessoas sem a doença. Probabilidade é a proporção de pessoas nas quais o teste positivo está presente. É usada para expressar a sensibilidade, especificidade e os valores preditivos. Chance é a razão de duas probabilidades. É a probabilidade de ocorrer/ probabilidade de não ocorrer. Ou seja, são duas informações iguais, escritas de formas diferentes. EX: a chance de ter a doença X é de 1/1000, que é igual a falar que a probabilidade de ter é de 0,001. Catarina Nykiel - 7° semestre Razão de verossimilhança positiva (RVP): (sensibilidade) / (1 − especificidade) Quanto maior a RVP, melhor o teste Para um teste ser bom, a RVP tem que ser muito > 1 Razão de verossimilhança negativa (RVN): (1 − sensibilidade) / (especificidade) Quanto menor a RVN, melhor o teste Quanto mais perto de 0, melhor o teste testes múltiplos A maioria dos testes de diagnósticos não são perfeitos, ou seja, apresentam menos de 100% de sensibilidade e especificidade. Um único exame não consegue confirmar nem afastar a doença. Por isso,na prática, são necessários outros exames para realizar essa tarefa (testes múltiplos). Isso pode ser feito em: a. Testes em paralelo: vários testes ao mesmo tempo, sendo que o resultado positivo de qualquer um já indica o diagnóstico. Aumentamos a sensibilidade, mas reduzimos a especificidade. Quando usar? quando precisamos avaliar rapidamente um paciente hospitalizado ou em emergência b. Testes em série: faz-se testes um atrás do outro. Nesse caso, TODOS devem dar positivo para confirmar o diagnóstico e dando um negativo, invalida o diagnóstico. Aumentamos a especificidade e reduzimos a sensibilidade. Quando usar? na necessidade de avaliação rápida quando NÃO existir exame de alta especificidade disponível. Catarina Nykiel - 7° semestre
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