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Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 1 Resumo Raciocínio Clínico Baseado em Evidências (RCBE) Introdução: Conceitos básicos: - Variáveis: são coisas que variam e que podem ser medidas; Variável independente: suposta causa ou variável preditora; Variável dependente: possível efeito, desfecho; Variável externa: outras variáveis que podem ser parte do sistema de estudo e podem afetar a relação causa-efeito. - População: todas as pessoas em um cenário definido. - Amostra: subconjunto de pessoas em uma população definida. Inferência: julgamento racional, com base em dados, de que as características da amostra se assemelham à da população de origem. - Validade interna: grau em que os resultados de um estudo estão corretos para a amostra dos pacientes sob análise. Redução de vieses, avaliação ao acaso fazem um estudo com boa validade interna. - Validade externa: grau de veracidade dos resultados de uma observação em outros cenários capacidade de generalização. - Fator de risco: é um fator de exposição associado ao desenvolvimento de uma doença, numa provável relação de casualidade. - Estratégia PICO: P: população paciente ou problema de interesse; I: intervenção principal intervenção- exposição, exame, diagnóstico, tratamento, etc; C: controle comparação de intervenções; O: desfecho desfecho clínico de interesse. - MBE: não é uma medicina baseada em Protocolos (é uma regra geral e uniformiza condutas, porém tem suas limitações, pois cada paciente tem sua particularidade). É ter evidências de qualidade, mas é tomar decisão individual, olhando o paciente com suas particularidades, isso aumenta a probabilidade de sua ação seja mais efetiva e assertiva. Não é Medicina baseada em certeza, é uma medicina baseada em probabilidades. Medicina baseada em Incertezas seria o verdadeiro nome dessa área. Medicina baseada em Fantasia: precisamos fantasiar para legitimar suas decisões. Seria o oposto da MBE. A maioria das evidências é falsa cabe o aprendizado de identificar as evidências que são verdadeiras. Tipos de artigos: fake News, estudos exploratórios (não são fake News, não são definitivos, mas é o inicio para pesquisa) e confirmatórios (trabalhos com qualidade suficiente e que confirmam a conduta). É uma medicina baseada em racionalidade. - Tipos de estudos: Observacionais: ruim para medir eficácia, mas pode gerar hipóteses. Transversal: É uma foto do momento. Gera hipóteses, estima acurácia, mensura associação. Coorte: é um filme. São uteis para avaliar associação e fatores de risco; Caso controle: é um filme. São uteis para estudar doenças, mensuramos prevalência, exposição. Ensaios clínicos: se destinam a avaliar segurança, eficácia. Revisão sistemática: transmitir um parecer sobre o estado da arte para responder uma pergunta específica. Metanálise: tratamento estatístico para obter uma avaliação apurada. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 2 Vídeo: Eficácia x efetividade x eficiência Eficácia (propriedade benéfica): Representa uma propriedade benéfica intrínseca de uma intervenção. Entra o conceito da plausibilidade extrema. Por exemplo: distanciamento social. Efetividade (eficácia no mundo real): Representa se a eficácia ocorre no mundo real. E para ela acontecer precisamos ter um resultado verdadeiro. Depende da população. Por exemplo: a população cumprir o distanciamento social. Eficiência (custo): custo x efetividade. Remete a custo e efetividade. Por exemplo: distanciamento social x recesso econômica. Profecia Autorrealizável Profecia autorrealizável metodológica: Ocorre quando a intervenção coincide com o desfecho primário. Por exemplo, um estudo utilizou um dispositivo para detectar fibrilação atrial, porém a função desse dispositivo já é detectar a fibrilação atrial. fazer um ECR parece que fazer faz mais sentido do que não fazer. Paradoxo do cientista: emoção e razão O paradoxo é a necessidade de conviver entre a razão e emoção. Apesar de o cientista precisar estudar racionalmente, ele precisa de emoção para motivar seu estudo, pois o impulsiona a fazer as coisas. Contudo, um entusiasmo exagerado o faz chegar a resultados errados. Dessa forma nós iremos: - Emoção: deve estar na pergunta da pesquisa; - Razão: na resposta da pesquisa impede que o entusiasmo leve a mais resultados positivos do que negativos. A segunda dicotomia do cientista é: criatividade x rigor. - Rigor: rigor metodológico a fim de cair em erros; - Criatividade: a fim de criar uma boa hipótese e um bom projeto de pesquisa. Para andar entre essas áreas precisamos saber qual o momento exato de usar cada coisa. E o consumidor de ciência? Deve interpretar o que o cientista está usando a criatividade/emoção e rigor/razão. PodCast: O que é Medicina? A probabilidade de um tratamento/benefício é uma probabilidade condicional, ou seja, são 2 probabilidades multiplicadas. - Probabilidade 1: probabilidade da eficácia (benefício intrínseco do tratamento) depende de erros aleatórios e erros sistemáticos; - Probabilidade 2: probabilidade do paciente se beneficiar, ou seja, é uma probabilidade individual depende do RAR. OBS: Quando multiplica a probabilidade 1 de baixa evidência, a probabilidade 2 tem baixas chances de dar certo, devido a um maior risco do acaso e consequências não intencionais. OBS1: Lembrem-se do princípio da prova do conceito: evidência científica de alta qualidade. Ele norteia as condutas médicas, mas não obriga a tomada de decisão, principalmente devido aos valores e desejos individuais do paciente. OBS2: Lembrem-se também do princípio da complacência, de modo que uma vez demonstrada em um grupo, tende a se estabelecer aos demais grupos. Semana 1- Princípios da MBE Aula Inaugural: Vídeo aula - Divisão do raciocínio médico individual (paciente em si) x populacional (precisa diagnosticar o fenômeno que influencia a sociedade como todo). Importante aprender a migrar de um para o outro, a depender da situação. - Muitas coisas dispostas em diretrizes e Guidelines não são baseadas em evidências importante verificar e questionar, mas algumas se encaixam no principio da plausibilidade extrema (incontestável). Úteis para ter uma noção. - Epidemia de informação: não é um processo bom de lhe dar com a evidência. O ideal é: ter um problema buscar a resposta para esse problema. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 3 Por que COVID-19 se transmite tão rapidamente quando comparado aos SARS- cov 1? Não está sendo pesquisado. - O pensamento científico tem que ser multivariado. - Ciência aberta/preprint: permite ver desde o inicio a pesquisa, e o pesquisador recebe críticas e sugestões. Estão sendo disseminados como se já tivesse pronto. A arte de ler um artigo científico: vídeo aula A leitura do artigo é bastante aprofundada, vai além de ler e analisar as partes. É necessário experiência, atenção, ver além do trabalho. É um ato de pensamento, ao invés de absorção de informações processo ativo. Etapas: - Pré-leitura: Se preparar mentalmente Preparação leitura do título, objetivo do trabalho; Análise de tendenciosidade: a nossa tendenciosidade (crenças internas), do autor (ficar mais cético a leitura do trabalho). Valor preditivo positivo/negativo: representa o quanto ele vai representar sobre a veracidade daquela informação. Depende: Probabilidade pré-teste: probabilidade de aquela ideia ser verdadeira, antes da realização do trabalho depende da lógica; Presença da presença de trabalhos prévios sobre o tema estado da arte. - Leitura: análise de sinal (aquilo que vem no trabalho que representa a realidade) e ruídos (informações que nãorepresentam a realidade. Vem de erros sistemáticos e erros aleatórios). Buscar por erros sistemáticos (buscar nos métodos) e erros aleatórios (buscar nos resultados). O que é a Medicina Baseada em Evidências? INCERTEZA + PROBABILIDADE + CETICISMO (NÃO SABER AINDA) Inicialmente, precisamos entender o que é Medicina. Medicina é a busca de caminhos. A MBE é a medicina baseada em evidências científicas, pois existem muitas não científicas. Ciência é reconhecer a incerteza. Ademais, o pensamento científico é cético, é reconhecer que não sabe ainda. - O oposto da MBE seria a Medicina baseada em crenças, em fé, na fantasia. - “Medicina é a ciência da incerteza e a arte da probabilidade”. Método científico: - Situação gerar a hipótese testar a hipótese ver se funciona na prática; - Logo, previne as ilusões (viés ou acaso). Para diminuir o acaso, usamos estatística (valor de p); O viés é evitado através da randomização, cegar o paciente e o pesquisador. Viés de confirmação: - Se eu entrar acreditando, eu vou tendenciosamente olhar as coisas que eu acredito e eliminar as evidências negativas. Pensamento médico: - Incerteza + probabilidade + preferência do paciente + pensamento econômico. Segurança perceptiva: - É quando o paciente usa determinado tratamento com a falsa ideia de segurança. Plausibilidade biológica: - É uma ideia que aparentemente é plausível do ponto de vista médico, mas nem sempre é verdadeira quando testada (A ciência é contraintuitiva). 7 Princípios da MBE: - Principio do nível de evidência: toda evidência deve passar por uma análise crítica, que indique qual o grau de veracidade e relevância da informação. A depender desta análise chegamos à conclusão de que o nível da evidência é suficiente para modificar nossa conduta ou apenas para gerar hipótese ou não serve para nada; - Principio da hipótese nula: a hipótese nula é a ideia que aquilo que está sendo indagado não existe, não é verdade, não é eficaz. Portanto, a rejeição da hipótese nula significa existência, aceitar que o que foi testado é eficaz, é verdade Não existe, até que se prove o contrário. O principio da hipótese nula implica na proteção ao paciente não fazer aquilo que não tem evidência. Um fenômeno não deve ser considerado verdadeiro antes de sua demonstração. Benefícios modestos: benefícios probabilísticos, que tentam mostrar benefícios que só aparecerão no futuro. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 4 Viés de ação: o ser humano tem dificuldade em aceitar o principio da hipótese nula e isto porque temos o viés de ação, ou seja, é muito mais confortável fazer algo, agir sobre aquilo, do que simplesmente não fazer nada porque não existem evidências. - Principio da plausibilidade extrema/paraquedas: extrema vem de incontestável. Representa a exceção do principio da hipótese nula. São situações em que o benefício de uma conduta é tão obvia, que não há necessidade de um ensaio clínico randomizado. Por exemplo: paraquedas é muito obvio que ele protege; Desfibrilação; intubação de paciente com insuficiência respiratória. OBS: O pensamento médico-científico deve ser construído por evidências de qualidade (principio do nível de evidência), que sejam suficientes para rejeitar a hipótese nula (principio da hipótese nula), exceto em situações de plausibilidade extrema (principio da plausibilidade extrema). - Princípio da evidência indireta: se a evidência for de qualidade, mesmo não sendo testado para uma circunstância, pode ser utilizada se tiver validade. Por exemplo: determinada cirurgia teve sucesso em adultos, então é usada em crianças, mesmo não sendo testada. - Princípio da complacência: uma vez demonstrado um conceito em uma população, este tende a se reproduzir em outros tipos de indivíduos, tanto quanto à existência do efeito, como em relação à sua magnitude. O remédio que funciona para um branco, também funciona para o negro. Uma vez tendo evidências científicas de qualidade, esse conceito deve ser aplicado em diferentes tipos de pessoas, mesmo que as pessoas não tenham sido bem representadas naquele estudo se não fosse assim eu só iria testar/usar naqueles pacientes ideais (homem, jovem, etc). E a individualidade do paciente? Não diz respeito à decisão clínica individual. Nós iremos individualizar a conduta para cada sujeito. - Princípio da prova de conceito: prova de conceito significa que uma evidência científica de alta qualidade, que nos permita acreditar no que está escrito, mas não copiar. Não deve ser um dogma, deve-se levar em consideração o desejo do paciente, a cultura. - Princípio da complementaridade: ele reforça que ciência e julgamento clínico não são coisas antagônicas, pelo contrário, eles se complementam. O maior obstáculo para implementação dos princípios da MBE é o Complexo de Deus. Esta enfermidade psicológica de alta prevalência entre os médicos é caracterizada pela presunção de que podemos inventar condutas baseadas em lógica e considera-las benéficas sem testá-las devidamente. Ela é promovida pela ignorância de 2 fatos: - Incerteza do pensamento lógico viés de confirmação (Usa do acaso para validar coisas). - Existência de fenômenos ilusórios no universo. OBS: Método científico: conjunto de procedimentos que minimizam as ilusões da observação. Quanto menos rígido é o método científico, mais susceptível o estudo fica às ilusões do mundo real. Blog- Práticas Integrativas do SUS: Efeito futuro x efeito simultâneo: - Efeito futuro: é o que denominados de desfecho. Para afirmar que um tratamento melhora o desfecho do paciente, precisamos de evidências que nos tragam a probabilidade de melhora; - Efeito simultâneo: há práticas cujo efeito é simultâneo. Estas não precisam de predição probabilística, pois o efeito ocorre durante a conduta. Há espaço para terapias integrativas/alternativas/complementares? Princípio da Interdependência: - Se colocado de maneira correta, essas terapias podem ter valor para a sociedade e não está indo de encontro MBE, e sim ao encontro. O que é inadequado é usar determinada terapia com a falsa ideia de melhora do quadro do paciente. Custo das terapias: - Será que vale a pena gastar dinheiro nessas terapias? Se for pra falar de dinheiro, temos que levar a consideração algumas terapias caras que nem trazem resultado para o paciente e às vezes até causar mais malefícios, por exemplo, rastreio ao câncer de próstata e quimioterapias. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 5 Desejo do paciente: - Gera um maior autonomismo ao paciente, pois ele que busca essa terapia alternativa. Desfecho simultâneo x futuro: - Será que existe benefício clínico? Há desfecho futuro? É inadequado dar essas falsas esperanças ao paciente. - Contudo, há desfecho simultâneo, aquele que vem ao mesmo tempo do tratamento. Por exemplo: Massagem não vai curar sua dor, mas vai te dá conforto. Conclusão: - Não deve ser algo contrário da MBE, deve ser algo complementar. - Gera autonomismo e bem-estar ao paciente. Blog- Pensamento médico baseado em Evidências (Aspectos filosóficos e conceituais da Choosing Wisely): MBE é uma forma de aproximar e democratizar o pensamento científico para o raciocínio clínico e para a medicina. O pensamento científico é exatamente o não crente: “eu não sei”, gerando hipóteses e testando essas posteriormente. O objetivo desse teste é refutar a hipótese, caso eu não refute, eu passo a considerar aquilo verdadeiro método científico Modelo do ceticismo. O pensamento científico não procura a certeza, ele busca a incerteza, daí a necessidade de testar na prática. Ademais, a decisão médica deve ser baseada em probabilidade “A medicina é a ciênciada incerteza e a arte da probabilidade”. - Precisamos ter evidências que aumente a probabilidade de consequências intencionais para conseguir superar as não intencionais. A proposta do Choosing Wiseley é “pense cientificamente”. - Às vezes menos é mais. - O slow Medicine abre mais portas para o Choosing Wiseley, pois dá mais tempo para pensar e decidir. Artigo Semana 1: “A Randomized Trial of Progesterone in Women with Bleeding in Early Pregnancy” Estudo duplo-cego com uso de placebo, que queria verificar se o uso de progesterona em mulheres com sangramento no início da gravidez promoveria manutenção dessa gestação. - Não falou como foi feito o sigilo de alocação e quem implementou a randomização. - Usou o método de imputação- análise estatística que consegue preencher os dados ausentes com valores plausíveis. O resultado foi que não há diferença significativa entre o grupo que recebeu progesterona e o grupo placebo, contudo em mulheres que tiveram 3 ou mais abortos anteriormente, a terapia com progesterona seria benéfica. Na real pode ser um viés de positivação ao avaliar desfechos secundários e subgrupos risco de múltiplas comparações resultado ao acaso. Seria spin se tivesse na conclusão. - O valor de P fez aceitar a hipótese nula. (maior que 0,05). Além disso, teve múltiplas comparações e não teve correção dessa situação. Conclusões do grupo: - Moderada probabilidade pré-teste; - Resultado negativo aceitamos a hipótese nula; - Bom valor preditivo negativo; - Estudo confirmatório (não precisa fazer novos estudos), não foi gerador de hipótese e não foi fake News científico. Semana 2- Veracidade Cálculo amostral: O tamanho adequado da amostra depende do objetivo, do tipo do estudo e do desfecho. O foco sempre é obter uma amostra que seja ao mesmo tempo suficiente e factível. O tamanho amostral pequeno favorece ao erro aleatório. Valor de P: Como o estudo avalia apenas uma amostra do universo, ocorrem eventos devido ao acaso. Para avaliar isso, usamos o artificio da significância estatística. Se a diferença entre os grupos for estatisticamente significante, representa uma baixa probabilidade do acaso. Mas aonde que entra o valor de P? O valor de P é uma probabilidade de o resultado ser verdadeiro/aparecer, se a hipótese nula for verdadeira. Se esta for muito baixa, rejeitamos a hipótese nula e ficamos com a alternativa. Por convenção o valor de P deve ser <5%. evita o acaso. Mas o que significa esse valor? Diferentemente de pensar que é a probabilidade do acaso, devemos interpretar como se fosse à probabilidade de chegar ao mesmo resultado sem “sua droga” fazer efeito. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 6 Erro aleatório: ao acaso, imprecisão// RESULTADOS Divergência entre a observação em uma amostra e o valor verdadeiro na população, devida exclusivamente ao acaso Estimado pelo valor de p. - Erro tipo I (falso positivo estudos que afirmam): afirma algo falso = mentir. É o erro mais grave, pois mesmo que a hipótese nula seja verdadeira, eu a rejeito. Só aceitamos α= 5%. Como fabricar p<0,05? Estudo pequeno; Fenômeno da multiplicidade; Concluir pelo Desfecho secundário; Análise de subgrupo: Estudo positivo: avaliar consistência ok; Estudo negativo: subgrupo positivo cuidado. Estudo truncado. (Apesar disso, análise interinas são feitas em ensaio clínicos randomizados para avaliar se não está sendo prejudicial ao paciente, contudo elas não devem ser dadas nos resultados do estudo, nem parar o estudo apenas porque encontramos um resultado positivo). - Erro tipo II (falso negativo estudos que negam): não encontra o verdadeiro, deixa de afirmar= omitir a verdade. Significa afirmar que a hipótese nula quando ela é falsa. Aceitamos β= 20% de probabilidade de cometê-lo, logo, o poder deve ter 80% ou mais (1-β. Sendo beta, erro tipo II), por ele ser menos grave, já que não afirmar é melhor do que mentir Não tem poder o estudo. Vídeo- As ilusões científicas- o acaso Para avaliar determinado desfecho, nós pegamos uma determinada amostra para pensar na população. Por esse processo, podemos observar desfechos que não estão presentes na população e sim, apenas na amostra a amostra tem imprecisão acaso. OBS: Significância estatística (algo não é ao acaso). - Acaso x causa: antes de dizer que uma coisa é causal, eu tenho que mostrar que uma coisa não é casual. - Para diminuir a imprecisão: Aumentar a amostra. Porém, não é suficiente; OBS: Uma amostra muito pequena pode gerar uma falsa conclusão do desfecho, mesmo com valor estatístico pequeno. Nesse sentido, o autor pode realizar a mesma pesquisa, mas com pequenas alterações de metodologia, até que o desfecho seja favorável múltiplas comparações. Além disso, pode acontecer vários desfechos secundários e um deles pode ser positivo apenas por mero acaso. Analisar estatisticamente a possibilidade de ser ao acaso; P <0,05 é significância estatística rejeito a hipótese nula (Hipótese nula é algo que não existe, como não podemos provar algo que não existe, representa o contrário do que queremos provar) e aceita a alternativa. IMPORTANTE! Partir da ideia sempre que a hipótese nula é verdadeira, até que o calculo prove que se a hipótese nula for verdadeira, a probabilidade de o desfecho ocorrer é menor que 5%. O valor de p só terá significância estatística se for um estudo bem dimensionado. Não ter múltiplas comparações. Como desconfiar que há esse processo: Mudança dos desfechos; Conclusão a partir dos desfechos secundários; Análise de subgrupo (Por exemplo, apesar do estudo não ser positivo no grupo geral, ele foi positivo em mulheres); OBS: Análise de subgrupos: no qual o mesmo teste é realizado múltiplas vezes em diferentes subgrupos de pacientes. Pode-se criar tantos subgrupos que a probabilidade de encontrar significância em algum deles, por acaso, é grande múltiplas comparações. Estudo truncado: interromper o estudo precocemente no momento que o resultado é positivo. Geralmente justificam dizendo que seria antiético continuar o estudo. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 7 OBS: Desfecho primário (deve ser um único da mesma hipótese): deve ser decidido a priori, pois se não eu escolho depois o que for positivo uso do protocolo guia a conclusão. OBS1: Desfecho secundário: outros desfechos que não sejam primários gera hipótese e ajuda a refinar o primário. Mas eles podem ser definidos a priori. (Objetivos secundários podem ter, mas só teremos um desfecho para o objetivo secundário). OBS2: Desfecho Post-Hoc: você inventa um desfecho após a realização do estudo, a partir dos resultados. OBS3: SPIN: transformar o desfecho secundário em desfecho primário ou concluir pelo desfecho secundário. OBS4: Desfecho numérico: N>400 pacientes. CONCLUINDO: - Além de P ser menor que 0,05 precisamos de estudos grandes/bem dimensionado e sem múltiplas comparações. Vídeo- Por que Estudos pequenos não deveriam existir? A função de um estudo analítico é moldar a probabilidade de uma hipótese. E o problema está nisso, pois estudos pequenos não moldam essa probabilidade, já que os resultados tendem a ser aleatórios. A partir disso o cientista deve se atentar a isso, pois ao fazer estudos pequenos você está criando ruídos e não sinal para a ciência. O que não são estudos pequenos? Não tem relação com amostra. - São estudos que tem poder estatístico para a hipótese que ele deseja provar. - Estudos bem dimensionados e de qualidade. - Viés de publicação: O autor fica desestimulado em preparar um artigo que não traz a novidade desejada. Blog- Como calcular o tamanho da amostra Primeiro precisamos entender o por quecalcular. Nesse contexto, a maioria dos estudos são amostrais, ou seja, avaliam uma pequena parte da população e extrapolam estes achados para a população como um todo. Portanto, quanto maior a amostra, menos imprecisa e mais próxima da população. Para o estudo não ser pequeno, nós calculamos o tamanho amostral necessário para que o nosso estudo tenha uma precisão razoável em relação ao seu objetivo primordial. E cada estudo, cada situação, tem seu cálculo amostral. Inicialmente precisamos entender se o objetivo principal do estudo é descritivo ou analítico: - Descritivo: precisamos de uma amostra que forneça precisão na descrição da variável de interesse; Intervalo de confiança: intervalo para o resultado ser verdadeiro. Descrever a imprecisão da estimativa. Estudos muito pequenos aumenta o intervalo de confiança, tendendo-se a ser imprecisos. No estudo descritivo, a amplitude desejada do intervalo de confiança é um dos fatores que determina o tamanho amostral necessário. - Analítico (testa associação entre variáveis): precisamos de uma amostra que forneça poder estatístico para detecção de uma dada associação, se esta existir. Depende do equilíbrio entre a capacidade em detectar associações e o factível. Lembre-se que “ser capaz de detectar” significa ter um poder de pelo menos 80% em detectar certo grau de associação, já que só toleramos 20% de erro tipo 2. O segundo fator que influencia no tamanho amostral é o comportamento das variáveis do universo. - Desfechos de alta frequência (é melhor para detectar no estudo) precisam de amostras pequenas para serem precisamente descritos, enquanto desfechos raros necessitam de grandes amostras. - Se a variável for numérica, deve ser considerado o desvio-padrão, pois quanto maior a sua variabilidade, maior a amostra eu preciso ter e mais difícil obter uma descrição precisa. Calculando na prática: através de calculadoras. - Estudo descritivo e variável dicotômica: Qual a amplitude do intervalo de confiança desejado (precisão)? Qual a frequência esperada deste desfecho? - Estudo descritivo e variável numérica: Qual a amplitude do intervalo de confiança desejado (precisão)? Qual o desvio-padrão da variável de interesse? - Estudo analítico e variável dicotômica: Qual a diferença relativa que desejamos detectar entre os grupos? Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 8 Qual a frequência esperada no grupo controle? - Estudo analítico e variável numérica: Qual a diferença que desejamos detectar entre os grupos? Qual o desvio-padrão esperado em cada grupo? Vídeo- Teste de hipóteses- o valor de P - Nesse estudo, está ok nos erros sistemáticos baixo risco de viés. - No grupo placebo tem uma queda maior na sobrevida, logo sinvastatina reduz mortalidade. Porém, temos que avaliar se essa diferença foi ao acaso; - O valor de P no estudo foi de 0,0003, ou seja, é p= 0,03%. Significa que se a hipótese nula fosse verdadeira (Sinvastatina= placebo), temos uma probabilidade de 0,03% do resultado do gráfico aparecer. Logo, a hipótese nula é falsa, já que é um resultado foi muito inusitado. Abandonamos a hipótese nula e ficamos que a alternativa (sinvastatina é melhor que placebo). - Nesse estudo, temos uma amostra bem dimensionada. - Nesse estudo demonstra que não há muita diferença entre uma terapia de “desentupir um vaso” e mortalidade. - O valor de P é 0,62= 62% se a hipótese nula for verdadeira você tem 62% de aparecer o resultado do gráfico. Porém, como não é menor que 0,05, nós ficamos com a hipótese nula (angioplastia não reduz infarto). - Posso estar cometendo erro tipo II, pois você pode estar deixando de afirmar algo verdadeiro. Porém, devemos avaliar o poder. Nesse estudo, ele foi de 85% de poder, então tem baixa probabilidade de erro tipo II. - É um estudo bem dimensionado e randomizou para uma droga ou outra baixo risco de viés; - Desfecho primário: morte; - A diferença entre os grupos deu uma diferença de 0,19%. O valor de p, portanto, não foi significante. Dessa forma, o Omapatrillat não é superior ao Enalapril. Porém, o estudo concluiu que o Omapatrillat reduziu morte. Como ele fez isso? Ele fez uma análise secundária chamado de post-hoc. - Ao analisar secundariamente (ele transformou em qualquer hospitalização), ele encontra o valor de P=0,012, onde encontraria que o Oma era melhor que o Enalapril. - Não houve redução de mortalidade com o Balão Intra-aortico em pacientes com choque cardiogênico. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 9 - O estudo tinha poder: 0,92. - O que o estudo fez: análise de subgrupos. Revisão Sistemática “Administração pré-natal de progesterona para prevenir parto prematuro em mulheres consideradas em risco de prematuridade”. RESUMINDO: Foi benéfico o uso de progesterona, porém ainda não se sabe a dose, até quando usar. Por que foi feito esse estudo? - É uma condição grave e associada a grave mortalidade. Estratégia PICO: - P: pacientes mulheres com risco de parto prematuro; - I: Intervenção uso de progesterona; - C: comparador grupo controle; - O: Desfecho definir se o uso de progesterona seria benéfico ou não. Seleção dos estudos: - Inclusão: 36 estudos de Ensaios clínicos randomizados nas quais a progesterona foi administrada para prevenção de parto prematuro; - Exclusão: estudos quase randomizados, progesterona administrada para o tratamento agudo, progesterona administrada no primeiro trimestre para prevenir o aborto. Metodologia: - Coleta de dados: Cochrane; - Avaliadores: 2 avaliadores independentes; - Erros sistemáticos: Ocultação da alocação: 23 estudos foram considerados de baixo risco; 13 estudos não ficaram claros se houve viés; Cegamento de participantes: 25 dos 32 controlados por placebo fizeram o cegamento; Cegamento da avaliação de resultados: em 15 estudos houve cegamento; Dados de desfecho incompletos: houve 31 estudos de baixo risco para viés de atrito; Relatório seletivo de desfechos: 25 foram classificados como baixo risco e 1 de alto risco; Outras fontes de viés: 21 foram de baixo risco. (Cochrane have men). Resultados: avaliar os desfechos primários (mortalidade neonatal e redução de parto pré-termo<34 semanas). - No total foram 36 ensaios clínicos randomizados, divididos em: Uso de progesterona em mulheres com passado de parto prematuro; Uso de progesterona em mulheres com cérvice curto identificado ao ultrassom; Uso de progesterona em mulheres com múltiplas gestações; Uso de progesterona em mulheres após sintomas ou sinais de ameaça de parto prematuro; Uso de progesterona de mulheres com risco de parto prematuro por outras razões. - Homogeneidade: é a semelhança dos estudos selecionados (desfechos e resultados dos estudos) é o ideal ser mais homogêneo. QUI² (homogeneidade) + I² (representa a heterogeneidade). Quanto maior o valor de P rejeita a hipótese nula mais homogêneo ele é. - Qualidade das evidências: Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 10 Conclusão dos autores: - Uso de progesterona reduziu a mortalidade e aborto; - Há necessidade de mais estudos para avaliar dose, o momento do uso. Discussão: - Validade interna: Pico estruturada? SIM; Originalidade? SIM; Relevância? SIM; Viabilidade? SIM; Protocolo registrado a priori? Não encontraram; Estratégia de busca detalhada e exaustiva? SIM; Critérios de inclusão e exclusão foram adequados? SIM; Qualidade metodológica foi avaliada? SIM. Resultados importantes? Homogêneo, tem conflito de interesse, viés de publicação tem baixa chance. Validade externa: aceitamos a hipótese nula. Semana 3- Veracidade AnáliseMultivariada: É utilizada em estudos observacionais para evitar vieses de confusão. Você mantém um único desfecho, mas escolhe múltiplos preditores. Com isso, podemos concluir se os preditores são independentes ou não. Temos então um conjunto de variáveis que vão influenciar no prognóstico. O quanto elas vão influenciar depende da força de associação de cada uma delas com o desfecho. Isto é dado pela medida do quanto uma variável aumenta o risco do individuo, tendo sido ajustada para as demais. Por exemplo: Analisando a cafeína e tabagismo com infarto, se todos os pacientes ingerem a mesma quantidade de cafeína, o tabagismo vai manter sua relevância estatística? Se sim, então a variável confirma o desfecho, se não, é um viés de confusão. Contudo, é importante salientar que a análise multivariada não é suficiente para confirmar a causalidade. Se for para tratamento, o estudo observacional com análise multivariada não é confirmatório, mas sim exploratório. OBS: Tratamento Ensaio clínico randomizado/ Fator de risco estudo de coorte com análise multivariada + plausibilidade. Necessidade de grupo controle: - Efeito placebo: o individuo acredita que está recebendo um tratamento e isto influencia o resultado. Para eliminar esse efeito, é imprescindível que o grupo controle seja cegado em relação estar recebendo o tratamento ou não; - Efeito Hawthorne (+ em estudos observacionais): o individuo se sente em um ambiente de pesquisa e isto estimula a ser mais disciplinado com o seu tratamento. Da mesma forma, o médico também fica mais estimulado a tratar melhor e dar mais atenção ao paciente. Para eliminar esse efeito, deve-se ter um grupo controle duplo- cego que vai receber a mesma atenção do grupo tratamento; - Fenômeno de regressão a média: este fenômeno diz que se recrutarmos indivíduos com um parâmetro anormal, uma segunda medida deste parâmetro mostrará a média mais baixa que a medida inicial, independente de efeitos externos como placebo, Hawthorne ou outro motivo qualquer. Vieses/ Erros sistemáticos: acontece de modo repetido// MÉTODOS Processo com tendência a produzir resultados que se afastam sistematicamente dos valores verdadeiros. - Viés de seleção: ocorre na alocação de pacientes de maneira não randomizada, criando uma comparação entre 2 grupos diferentes. Para eliminar esse viés, devemos realizar a alocação dos grupos de maneira randomizada; - Viés de aferição/observação: ocorre quando pacientes são avaliados de maneira diferentes para desfecho. Para eliminar esse viés devemos avaliar Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 11 igualmente os grupos, cegar os pesquisadores e decidir regras claras (placebo, por exemplo) para decidir a ocorrência de um desfecho; OBS: Estudos abertos + desfecho subjetivo alto risco de viés de observação não deve ser visto como definido. - Viés de confusão: é o mais grave e mais prevalente viés. Estudos não randomizados idealizam que podem tratar tratamentos que podem funcionar, mas na realidade não funcionam, não possuem uma relação de causa e efeito. Para evitar esse viés podemos utilizar de 2 artifícios: Randomização: N>500 grupos homogêneos, elimina variáveis de confusão; N<100 risco alto de heterogeneidade; Em estudos observacionais, mesmo com análise multivariada (múltiplos preditores testados simultaneamente sai outro valor de p por meio do ajuste de viés de confusão podendo realmente verificar a associação ou perder significância estatística) ou pareamento de características não se eliminam todos os fatores de confusão, então não podemos dizer que existe casualidade. Serão geradores de hipóteses. OBS: Tratamento/hábitos de vida precisa de um ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo controlado/fatores de risco precisa de uma coorte com análise multivariada + plausibilidade. - Viés de desempenho (após a randomização): Por existir uma melhor atenção, dedicação aos pacientes do grupo intervenção e uma dedicação “normal” ao pacientes do grupo controle. Este cuidado especial pode influenciar significativamente o desfecho do paciente e não ser a intervenção exclusivamente que favoreceu a melhora do paciente. Isto acontece também da parte do paciente que, sabendo da intervenção, se torna um melhor cuidador de si mesmo. Lembre-se do efeito Hawthorne. Devemos fazer um estudo duplo- cego sempre que possível; - Viés de performance: quando o paciente não é cego no estudo e se encontra no grupo de intervenção. Ele pode se sentir estimulado e implementar outras mudanças nos hábitos de vida que potencializam um resultado positivo. Lembre-se do efeito Hawthorne; - Viés de análise: quando um grupo é diferente do outro. Quando um desfecho existe, mas não é por conta do tratamento; - Viés de atrito/seguimento: perda de participantes do estudo (até 10-20% é aceitável). Isso acontece porque uma perda grande destrói a randomização; - Viés relacionado ao desfecho: quando um desfecho é muito subjetivo ocorre um desfecho mole (Softs) que são menos importantes. Outro extremo são os desfechos “duros” (hard), dentre os quais o mais objetivo é morte, dicotômico, morreu ou não. - Viés de publicação: O autor fica desestimulado em preparar um artigo que não traz a novidade desejada. Contraste de tratamento: Um grupo randomizado para fazer exercício pode se animar ou desanimar quanto ao objetivo, portanto isso diminui o contraste entre esse grupo e o controle. O que fazer? Posso fazer uma análise por protocolo. Análise por intenção de tratar: tipo de viés A análise por intenção de tratar significa que os pacientes randomizados para tratamento, mas que por algum motivo não o receberam, assim como alguns que foram randomizados para controle e que receberam o tratamento, não sejam trocados de grupo, permanecendo em seus grupos originais. Se há troca de grupos, a randomização é perdida. Análise por protocolo: tipo de viés Ocorre à exclusão dos pacientes que violaram o protocolo do estudo da análise, apesar de parecer lógico, não é correto, pois ao fazer isso estou justamente inibindo o efeito da randomização. Isso leva a um viés pró-tratamento, ou seja, viés a favor do benefício do tratamento. Portanto, devemos manter no estudo mesmo que ele viole o protocolo. Blog- Guia para análise crítica de evidências sobre terapia Devemos começar lendo a conclusão do artigo e depois iniciamos a avaliação quanto fundamentada é a conclusão. Na análise de evidência sobre alguma terapia precisamos considerar 3 aspectos: - Veracidade: Há efeito de confusão influenciando o resultado? Ensaio clínico randomizado (os grupos tornam-se idênticos) x estudos observacionais. O resultado decorre do acaso? (Significância estatística); Erro tipo I. A conclusão foi baseada no resultado do desfecho primário ou secundário? Concluir pelos desfechos secundários cai no problema das múltiplas comparações. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 12 Há viés de mensuração? (estudo aberto, desfecho subjetivo). Há viés de tratamento? (Intenção de tratar). - Relevância: - Aplicabilidade da informação. Blog- Estudos observacionais: quando confiar, desconfiar ou descartar Coortes observacionais representam o desenho de primeira linha para construção de modelos probabilísticos preditores de risco, também são estes os estudos primordiais para avaliar efetividade, ou seja, o comportamento de uma conduta no mundo real. Coortes observacionais podem ser consideradas evidências confirmatórias em casos especiais, quando 3 critérios forem preenchidos: - Grande probabilidade pré-teste (plausibilidade biológica); - Grande força de associação; - Impossibilidade ética de randomização. Análise do artigo: Once- Weekly Semaglutide in Adultswith Overweight or Obesity - Conflito de interesse: é Financiado para uma farmacêutica tem sim. - Financiamento do pesquisador: alguns autores declararam conflito de interesse por serem associados à empresa. - Protocolo: foi publicado 3 dias após o início do estudo. Não teve mudança de desfecho; - Objetivo: este ensaio de 68 semanas avaliou a eficácia e segurança da Semaglutida em comparação com o placebo como um adjunto à intervenção no estilo de vida para reduzir o peso corporal e atender a outros desfechos relacionados em adultos com sobrepeso ou obesidade e sem diabetes. - Desfechos primários: possui 2 desfechos primários. - Racional teórico: apresenta plausibilidade biológica (a semaglutida é um análogo do GLP1), as informações prévias em relação à hipótese a ser testada. - Conclusão: Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 13 - Resultados: existe uma boa homogeneidade, valor de p=0,001. Quanto retirou a intenção de tratar teve uma maior perda de peso. Aqui foi a percentagem de redução de peso (variável numérica). Da esquerda: por intenção de tratar; Da direita: sem intenção de tratar. Nesse gráfico: variável categórica- colocou grupos de perda de peso. - Metodologia: Randomização 2:1: isso não enviesa, mas seria perigoso se aumentasse o número do grupo placebo. Agora ele chegou a falar de aconselhamento de alimentação e exercício físico resultado pode ser potencializado. Não teve uma perda tão considerável. Não diz se os dois grupos receberam a mesma alimentação e exercício. Não mostrou o cálculo amostral. - Conclusão do grupo: Não é confirmatório; É gerador de hipótese; Não é fake News científico. Boa probabilidade pré-teste + Artigo negativo= Valor preditivo positivo valeria a pena, porém devemos ter um maior cuidado. Semana 4 - Análise de relevância/magnitude É analisar a relevância de uma associação que seja verdadeira, ou seja, não é resultado do acaso e nem de viés, não tem a ver com valor de P. Vamos buscar essas informações nos resultados e para calcular depende de qual seja o objetivo primário do estudo. Risco relativo (RR): Probabilidade Representa o risco de tratamento/risco de controle. - Se o tratamento funcionar, o valor do risco do numerador (tratamento) será menor que o denominador (controle); - Se o valor do RR for menor que 1, significa que o tratamento testado é benéfico em relação ao controle, ou seja, possui baixo risco; - Se o valor for maior que 1 pode indicar um dano adicional como um fator de risco ou no próprio tratamento, já que o numerador maior significa que o risco do tratamento é grande; - Se a divisão for igual a 1= hipótese nula (risco tratamento= risco de controle); - Quanto mais próximo do 0, maior o impacto da proteção da terapia em questão. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 14 OBS: O risco de tratamento poderia ser risco de morte, risco de internamento, etc. OBS: Nesse gráfico vemos um intervalo de confiança muito grande imprecisão. E os estudos são pequenos e estão dando os mesmos resultados (positivos) viés de publicação. Logo, o risco relativo é uma propriedade intrínseca do tratamento e tende a ser constante entre diferentes subgrupos. Nos trabalhos, o RR sempre virá com alguns números entre parênteses, significando incerteza = intervalo de confiança. OBS: Hazard Ratio (HR): probabilidade de o evento ocorrer em um determinado tempo de seguimento em que a amostra está sendo observada. Se o tempo de ocorrência do desfecho é pequeno, o Hazard é maior do que para o mesmo número de desfechos com um tempo de seguimento maior. A diferença do risco relativo para o Hazard é que o hazard é mais completo, sendo a probabilidade do evento acontecer em determinado tempo. Usam geralmente gráfico onde existe tempo. Ele dá noção do tempo livre do desfecho. - 1-HR= Redução relativa do Hazard. - Valor: >1 = dano; <1= proteção. - Usamos o conceito de Hazard Ratio: Em estudos com longo tempo de seguimento; Estudos em que o desfecho é certo em todos os indivíduos, mas queremos avaliar o tempo de vida; Estudos em que pacientes entrem em momentos diferentes no estudo. OBS1: Odds Ratio (razão de chances): Primeiro precisamos entender o que é Odds. Odds é a chance, já o risco é probabilidade de uma coisa vir a acontecer. Ou seja, a chance representa a divisão entre: probabilidade/complemento da probabilidade (P/100-P). Odds >1: aumento de chance; <1: diminuição de chance. É usado para situações que não conseguimos calcular o risco= estudos de caso- controle, pois pegamos artificialmente a quantidade de pessoas que já tiveram os desfechos, o que não faz sentido calcular a probabilidade do risco ou também em estudos de regressão logística. Apesar de a interpretação ser a mesma do risco relativo, o valor numérico do risco relativo não coincide com o Odds Ratio. Redução relativa do risco (RRR): acurácia (sensibilidade/especificidade)= tamanho do efeito/tratamento Representa 1- risco relativo. Ou seja, expressa o efeito da eficácia do tratamento em termos percentuais (geralmente os tratamentos farmacológicos que funcionam tem RRR de cerca de 30%). - Corresponde à magnitude média do benefício; - É constante, que nem o risco relativo. Avaliamos a verdadeira eficácia do tratamento a partir da RRR. Redução absoluta do risco (RAR): Valor preditivo= impacto do tratamento e NNT= magnitude: Representa o risco de tratamento – risco do controle (risco basal- está no controle). Ou seja, retrata a experiência do paciente Não é generalizável. OBS: RAR= RR x RRR Importante, pois demonstra aquele paciente do nosso consultório individualização. OBS1: Exemplo: RRR=25%/ RL=5% /RAR=5% de 25%= 1,25. - NNT (número necessário a tratar para prevenir o desfecho): estima o tamanho do efeito de uma terapia e corresponde ao número médio de pacientes que precisam receber uma intervenção para que ocorra o desfecho definitivo em um paciente a mais em comparação ao grupo controle. Por exemplo, NNT de 30, preciso fazer tal intervenção em 30 pacientes, para 1 ter sucesso. Calculado: 100/ RAR (redução absoluta do risco) Usamos o RAR, pois essa medida refere à experiência individual do paciente. Medida que varia com o risco do paciente. Linha vertical= 1 <1 proteção. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 15 Quanto menor o NNT, maior a magnitude do benefício da terapia, pois menos pacientes deverão ser tratados para beneficiar 1. NNT próximo de 1: seria em casos de alguns casos de plausibilidade extrema e em situações prevalentes. OBS: NNH: É o NNT para causar prejuízo ao paciente. Permite comparar o NNT com NNH, ou seja, raciocínio de risco/benefício. Revisando formulas: - Risco de angioplastia=27% e risco de cirurgia cardíaca de grande porte= 19%. Risco relativo: 19/27= 0,70% menor que 1= proteção; maior que 1= dano; Redução absoluta do risco: 27-19= 8%; Redução relativa do risco: 1-0,7= 30%. NNT: 100/8= 13% Resumindo: - RR ou RRR TRATAMENTO; RR= Risco tratamento/risco controle RRR= 1- RR - RAR PACIENTE; RAR= Risco tratamento – risco controle - NNT ECONOMIA NNT= 100/RAR Intervalo de confiança A confiabilidade acerca de uma afirmativa, no que diz respeito ao erro aleatório, ou melhor, à ausência de erro aleatório. Quanto maior o tamanho amostral, mais estreito é necessário o intervalo de confiança. Logo, tal medida representa veracidade, pois diz respeito à imprecisão do estudo. - Quanto mais estreito: menos impreciso e quanto mais amplo: mais impreciso. Para avaliar essa questão, a gente pensa: “se fosse outro valor, mudaria minha conduta?” se tiver mais de uma decisão impreciso.Representa os números entre parênteses do risco relativo. O cálculo é feito da seguinte forma: - Resultado encontrado + ou – 1,96 erros-padrão= Intervalo de confiança. Desfechos: Antes de entender os tipos de desfechos, precisamos entender que os desfechos são interconectados. Desfecho substituto/intermediário/numérico= Não clínico Assim chamado, pois ele não é o interesse final da terapia, ou seja, não é garantia de desfecho clínico, não é a preocupação principal do médico ou do paciente. Ocorre a substituição do desfecho clínico por um desfecho que não implica necessariamente em uma melhora do paciente. Portanto, se temos um trabalho que se limita ao desfecho substituto, este trabalho é apenas gerar de hipóteses. - Nós iremos ver a melhora do paciente apenas em exames, porém não é garantia de melhora da doença em si, melhora clínica. Por exemplo, tratamento para osteoporose mostra na densitometria óssea uma melhora, mas não temos como afirmar que essa melhora no exame promoverá melhora/menos risco de fraturas. OBS: Esse desfecho não garante que o paciente será beneficiado. OBS1: Diferença para desfechos secundários: o desfecho secundário é definido pelo pesquisador. OBS2: A vantagem do desfecho substituto é fazer um tipo de estudo antes de fazer um ensaio clínico randomizado, por exemplo. Ai podemos dizer que em estudos de fase 2 (testa uma eficácia substituta) tem um desfecho substituto que é primário e caso tenha certo beneficio, nós colocamos esse desfecho substituto como primário em outro estudo de fase 3 (eficácia clínica). Desfecho composto/combinado: Desfecho composto significa que aquele desfecho vai ser pontuado para determinado paciente, se este tiver qualquer um de uma gama de itens que representam desfechos separados. Não é múltipla comparação (só tem 1 valor de P), é avaliar o combinado de desfechos. é 1 desfecho primário com múltiplos parâmetros NÃO AVALIAR SEPARADAMENTE CADA PARÂMETRO SEPARADAMENTE, SE NÃO SERIA MÚLTIPLAS COMPARAÇÕES. Um maior número de desfechos aumenta a confiabilidade/precisão (poder estatístico é dado pelo número de desfechos mais fácil detectarem) do estudo em relação a erros aleatórios. No entanto, estes desfechos compostos diminuem a relevância do Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 16 estudo porque teremos ao mesmo tempo desfechos mais e menos importantes. OBS: Importante não ter excesso de parâmetros e serem desfechos que seguem a mesma direção lógica. Análise dos tipos de desfechos: 1- O desfecho é substituto (gerador de hipótese) ou clínico? 2- O desfecho clínico é soft (subjetivo: é o menos importante) ou hard (objetivo: é o desfecho mais importante); 3- O desfecho é combinado? - Analisar a contribuição dos desfechos hard e softs. Revisão Sistemática: Exercise for Overweight or Obesity - Não declararam conflito de interesse; - O protocolo não foi encontrado artigo de 2009 não tinha obrigatoriedade. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 17 - Os estudos incluídos na revisão sistemática: 41. - Gráfico: - Considerações do grupo: POSITIVOS: Estratégia de busca bem detalhada; Critérios de inclusão e exclusão foram adequados e bem claros; Homogeneidade: através de testes estatísticos (p<0,01 adequado para RS); Pico estruturado; Sem conflitos de interesse; Tema original; NEGATIVOS: Resultados não condizem com a realidade dos 43 estudos que eles utilizaram, eles só incluíram apenas 14 estudos para concluir (viés de publicação); A análise de viés não foi bem feita; Não explicaram como foi à randomização; Viés de desempenho: ao saber que está em uma pesquisa, ele melhora a dieta, ele exercita mais; Pouco tempo de análise; Sem protocolo; Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 18 SPIN: queriam relacionar prática de exercício físico com a perda de peso, porém relacionaram a perda de peso com a dieta e ainda concluíram a partir de desfecho secundário; Principio da complacência: validade externa não deve ser aplicada para a população como um todo, pois a dieta entrou como um fator de confusão entre o exercício físico e perda de peso. Além disso, eles comentam que existem muitos artigos que apenas o exercício físico não leva a perda de peso. RESUMINDO: Nem iremos avaliar a relevância; Ficamos com a hipótese nula: exercício não reduz peso, já que a hipótese alternativa era exercício e redução de peso. Análise do artigo: “Efficacy and Safety of the m- RNA1273 SARS-COV 2 Vaccine”. - Tendenciosidades internas: queremos muito que seja um estudo positivo, devido à situação caótica do país; - Análise pré-leitura: Não é predatório; Fator de impacto: 74.699; Protocolo: tinha protocolo; Pesquisadores experientes; Conflito de Interesse: o artigo disse que não tinha conflito de interesse, mas tem vários funcionários e pesquisadores que são da empresa que produz a vacina. - Justificativa: vacinas são necessárias para reduzir a morbimortalidade da COVID19. - Metodologia: Estudo de fase 3; Adultos medicamente estáveis; Placebo controlado; Randomizado; Observador cego; Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 19 - Desfechos secundários: vários. - Resultados: Perda de seguimento: não teve uma perda tão grande. Os grupos eram homogêneos. Análise por protocolo: 95% com bom intervalo de confiança o grupo placebo está aumentando, mostrando que a vacina está sendo eficiente de modo a inviabilizar a infecção. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 20 Análise por intenção de tratar: aumentou para o grupo placebo, o que demonstra que tem eficácia. Eficácia em casos sintomáticos: 94,1%; Eficácia em casos severos (análise secundária): 100%. - Conclusões do grupo: Na real era confirmatório. Semana 5- Aplicabilidade de Evidência sobre Terapia Primeiro precisamos lembrar da diferença entre efetividade e eficácia. - Eficácia: é uma propriedade intrinseca de uma conduta médica; Uso de ensaios clínicos randomizados. - Efetividade: resultado da interação do tratamento com o ambiente em que ele está sendo aplicado eficácia no mundo real. Uso de Outcomes Research É o estudo que vem após o ECR para avaliar a efetividade: pode ser um ECR pragmático ou estudos observacionais. Um bom médico é aquele que prescreve condutas de acordo com a preferência do paciente, a fim de aumentar essa efetividade. Outra coisa que tende aumentar a efetividade é quando se tem um balanço entre custo x benefício. - Eficiência: custo x efetividade. Custo clínico: ações individuais e populacionais; Custo monetário: ações populacionais; OBS: Nem sempre a eficácia traduz em efetividade. Princípio da prova do conceito: evidência de alta qualidade, mas que não cria uma regra de bolo A prova do conceito define a medicina baseada em evidências como prática de julgamento clínico indivudualizado, norteado por conceitos científicos. Ou seja, esse principio norteia a prática clínica ao usar evidências de alta validade uma evidência científica ele não serve necessariamente para determinar a conduta clínica, serve na verdade para gerar um conceito que vai nortear nossa decisão clínica individual. O princípio da prova do conceito previne 2 equivocos comuns: - Achar que a conclusão do trabalho cria uma regra ou receita de bolo a ser sistematicamente reproduzida. - Copiar o método do trabalho científico na prática clínica. Ocorre de 3 formas: Copiar o critério de inclusão: a copia da população-alvo é a negação do principio complacência ou de evidências indiretas; Copiar a forma de tratamento: a forma de aplicaão do conceitoao paciente deve ser individualizada. MBE é individualizar uma Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 21 decisão norteada por um conceito comprovado; Cópia do grupo controle: este é o mais caricatural dos equivocos. OBS: A escolha da população para determinado estudo não quer dizer que vamos utilizar o tratamento apenas naquela população. Na verdade, a escolha dessa amostra serve para evitar erro sistemático e aleatório, além de selecionar uma amostra que consiga avaliar vários desfechos e assim tenha poder estatístico criar um conceito individualizar a conduta. Nesse contexto, o trabalho científico serve para criar um conceito e não para determinar conduta individual. Importante diferenciar nível de evidência e grau de recomendação: - Nível de evidência: diz respeito à confiabilidade do trabalho erro aleatório ou sistemático; - Recomendação: indicar uso. OBS: Nem sempre tratamento com alto nível de evidência tem alto grau de recomendação. Principio da Complementariedade: ciência e julgamento clínico são complementares Nesse princípio a ciência e o julgamento clínico são complementares. - A evidência serve para determinar se uma terapia é eficaz; - Julgamento clínico serve para analisar se a terapia é eficaz em determinado paciente. Decisão Compartilhada x Decisão Consentida: A decisão compartilhada não é dar evidências ao paciente e deixar que ele tome a decisão final, isso é decisão consentida. Logo, a decisão compartilhada é utilizar as preferências e valores do paciente na formação da opinião médica. Como fazer a decisão compartilhada? - Etapa 1: o processo de decisão começa pela evidência científica pela prova do conceito de acordo com RRR; - Etapa 2: analisar a individualidade clínica do paciente, de acordo com RAR e NNT; - Etapa 3: levar em consideração o ponto de vista pessoal, os valores e preferências dos pacientes. O que vemos normalmente é a decisão delegada, onde o médico diz suas preferências e deixa o paciente tomar a decisão. Sendo que o certo é: o paciente falar das suas preferências e o médico juntar as preferências dos pacientes com as evidências científicas. Princípio da Complacência: extrapolar para outras pessoas o benefício encontrado no estudo Após concluirmos que uma evidência é verdadeira e relevante, devemos pensar na sua aplicabilidade. O ideal é que ela seja aplicada a um maior número de pessoas possível. Isso justifica a maior complacência na análise de aplicabilidade. Um ensaio clínico é feito para testar uma hipotese. Sendo assim, a especificidade da amostra estudada e e outros aspectos de seu desenho existem para evitar viés e maximizar o contraste de resultado entre intervenção e controle, aumentando o poder estastístico. Uma vez provada a hipotese podemos extrapolar. OBS: Validade interna: é o mesmo conceito da análise de veracidade, que se faz nas circunstâncias internas do estudo em questão. OBS1: Validade externa: descreve até que ponto podemos extrapolar os resultados de um estudo para uma população diferente da avaliada ou para uma forma de aplicação um pouco diferente da realizada no estudo. A aplicabilidade da terapia se refere a 3 aspectos: - Em quem será aplicada: depende da população a ser aplicada. Iremos avalair cuidadosamente de quem se trata a amostra estudada naquele estudo. Importante pensar se existe alguma razão para aquele benefício se perder neste tipo de paciente ou para surgir um efeito adverso grave; - Como será aplicada; - Onde será aplicada: diz respeito a terapias que dependem da habilidade da equipe médica. Além disso, outra questão é o custo. Níveis de evidência: - Nível A: é aquela situação em que há comprovação da veracidade do benefício em desfecho clínico; - Nível B: situações em que a evidência não diz respeito àquele tipo específico de população, mas há uma evidência de qualidade em outra população que se decidide extrapolar princípio da complacência; - Nível C: ausência de evidência. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 22 Resumindo: Importante Análise do Impacto de uma Conduta: Precisamos avaliar o tamanho do efeito. Essa análise do tamanho de efeito vai além de avaliar a veracidade. Nesse contexto, significância estatística (valor de P) não é a mesma coisa de significância clínica (avaliada pelas medidas de associação: RRR, RAR, NNT). - RR/ RRR: Diz o tamanho do efeito. É intrínseca do tratamento e constante; - RAR: Diz o impacto para o paciente. Depende do risco basal do paciente e não é generalizável. - NNT: Número necessário a tratar para se prevenir um desfecho. Quanto maior o valor menos impactante. Depende do risco basal do paciente. Tratamos muitos para 1 se salvar; A RRR não é 100%. - Benefício: RR x preferência do paciente; - Custo: custo para o paciente + custo ao sistema. Gráfico de Forest Plot: Neste gráfico, a linha vertical central é o risco relativo de 1, que é a hipótese nula. - Se o resultado está à esquerda: significa um RR menor que 1, que favorece a droga, reduzindo o risco. Vem acompanhado do IC, que é a precisão da estimativa. Se este IC não toca na linha da nulidade, significa significância estatística e mostra que no grupo inteiro o estudo é positivo, mostrando que a droga reduz a probabilidade do desfecho. - Se o resultado está à direita: significa um RR maior que 1, significando malefício. Semana 6- A ciência do Diagnóstico Ciência do Diagnóstico: Até agora vimos que a casualidade depende da probabilidade e na ciência do diagnóstico não será diferente. A ciência do diagnóstico segue um raciocínio Bayesiano (probabilidade condicional: a probabilidade pós-teste é condicionada pela probabilidade pré-teste e pelo teste multiplicação entre as informações): OBS: Paradoxo Bayesiano: é que o “preconceito” (probabilidade pré-teste) domine a mente, de modo que a nova informação não consiga ser avaliada de forma independente da informação antiga. Logo, para evitar esse paradoxo devemos avaliar as informações de forma independente. - Usamos uma probabilidade pré-teste (probabilidade dos sintomas que o paciente tem e o próprio exame físico). Posteriormente iremos fazer testes para refutar ou confirmar minha probabilidade pré-teste, sejam eles sensíveis ou específicos, a fim de chegar à probabilidade pós-teste. - Probabilidade pré-teste: vem a partir de estudos de prevalência, ou seja, estamos analisando o presente. Os estudos de prevalência (estudos transversais) podem dar 2 resultados: a probabilidade e o modelo probabilístico (Avalia várias características do paciente = score diagnóstico). As maneiras de avaliar a probabilidade pré-teste são: Científica: fica mais acurado o diagnóstico; Intuição do médico; Genérica: informação genérica, por exemplo, o paciente com tosse, quantos % são COVID? Ou seja, qual a prevalência de COVID com tosse na emergência? Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 23 Avalia o quadro clínico do paciente, por exemplo. Exame físico. OBS: A cegueira é importante para os médicos. Por exemplo, o ideal seria que os médicos fossem cegos sobre a probabilidade pré-teste do paciente na hora de fazer o laudo do exame. - Acurácia do teste: serve para discriminar quem está doente e quem está saudável, em outras palavras, a capacidade do método em acertar o diagnóstico molda a probabilidade pré-teste. Mas como um teste irá pegar o valor da probabilidade pré-teste e moldá- la para determinar a taxa de acerto? A partir de 2 componentes: Sensibilidade (capacidade do método em reconhecer doentes): a proporção dos doentes com teste positivo que é determinada pela razão: testes positivos/doentes; Especificidade (capacidade do método em reconhecer os saudáveis): proporção dossaudáveis com teste negativo, que é determinada pela razão: testes negativos/saudáveis. Quanto maior for o valor dos dois componentes, melhor as chances de aumentar a probabilidade do diagnóstico. Podemos unir os dois valores em 1 único parâmetro através da razão de probabilidade. Razão de probabilidade positiva (RP+)= Sensibilidade/100- especificidade. Quanto maior este número, maior o aumento da probabilidade de doença (já que o numerador seria maior) se o teste for positivo; Razão de probabilidade negativa (RP- )= 100-sensibilidade/especificidade. Quanto menor for este número, maior a redução da probabilidade de doença ou aumentar o saudável (Já que o numerador seria menor) se o teste for negativo. OBS: É um erro aceitar a acurácia do teste e ignorar a probabilidade pré-teste (Modelo médico tradicional). De modo que os 2 parâmetros devem ser avaliados para avaliar a probabilidade pós-teste de diagnostico. OBS1: Lembre-se de avaliar o intervalo de confiança do teste avaliado no artigo. OBS2: Fenômeno da ancoragem: ocorre quando temos uma ideia inicial positiva, as outras tendem a ser positivas para você, o que acaba superestimando uma informação. OBS: A maioria dos testes estão com RP+ entre 5 e 10 e RP- de 0,1-0,2. - Probabilidade pós-teste= valor preditivo é o objetivo do diagnóstico. Pode ser calculado por meio de aplicativos ou pelo Nomograma de Fagan. Probabilidade pré-teste: a partir de estudos de prevalência; Razão de probabilidade; Probabilidade pós-teste. Valor preditivo positivo (VPP): se o teste for positivo, qual a probabilidade do individuo ser realmente doente? Valor preditivo negativo (VPN): se o teste for negativo, qual a probabilidade do individuo ser realmente saudável? É complemento da probabilidade pós- teste da doença. Por exemplo: a probabilidade de um sujeito adoecer Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 24 por determinada doença é de 30%, logo, o VPN é 70%. Esses dois parâmetros estão vinculados aos pacientes. Não podemos confundir com sensibilidade e especificidade. Valor preditivo: depende da prevalência da doença. Não é uma propriedade do teste varia com o paciente Conclusão final; Especificidade/sensibilidade: independe da prevalência da doença, mas pode variar com a extensão da doença (gravidade). São propriedades intrínsecas do teste. Semana 7- A arte do Diagnóstico Fluxograma do raciocínio diagnóstico 1- Estimar a probabilidade pré-teste através de escores ou outros modelos probabilísticos. A intuição não deve ser utilizada; 2- Agregar outras informações clínicas ou solicitar exame complementar; 3- Se decidirmos solicitar um exame complementar, precisamos saber a sensibilidade e/ou especificidade do método. Isto deve ser informado por algum trabalho científico já publicado (acurácia). A seguir, calcular as razões de probabilidade, que informará o quanto este teste agregará valor à probabilidade pré-teste; 4- Calcular a probabilidade pós-teste através do nomograma de Fagan ou calculadoras. A partir daí, toma-se a decisão clínica ou terapêutica de acordo com a complexidade em questão. Análise sequencial: Na realidade no mundo prático, não existe uma única probabilidade pré-teste e um único teste, mas um conjunto de informações. A partir de uma probabilidade pré-teste inicial, vamos obtendo probabilidades pós-testes via razões de probabilidade. Esta probabilidade pós-teste será a pré-teste da etapa seguinte, onde um novo teste irá fornecer uma nova RP+ ou –, obtendo-se uma nova probabilidade pós- teste e assim sucessivamente. Esta é análise sequencial. - Probabilidade pré-teste inicial > teste 1 > probabilidade pós-teste 1> probabilidade pré-teste 1> teste 2 > probabilidade pós-teste 2 > probabilidade pré-teste 2... - Ou seja, a probabilidade pré-teste inicial se torna a pré-teste 1 e assim sucessivamente. - Essa não é uma análise ideal, pois não leva em conta o valor preditor independente de cada informação ou teste. Análise diagnóstica multivariada: Essa análise é superior ao sequencial. Quando se coloca todas as informações em um modelo multivariado (muitas variáveis ao mesmo tempo), uma variável será ajustada para as outras e o que vai permanecer no modelo final é o valor específico de determinada informação, despoluindo o valor agregado de outras informações que podem estar associadas a ela. Isto é chamado de valor preditor independente. evita viés de confusão. - O modelo multivariado permite que a importância de cada variável diminua, porque se anula o efeito indireto de outras variáveis sobre ela, obtendo-se o valor direto de cada variável, levando a uma probabilidade final. Exemplos da aula: - Pré-teste de um paciente chegar à emergência com tosse, qual a probabilidade de ser covid? 50%; - Teste: RT-PCR: é o que existe de melhor é o padrão ouro 99% de especificidade e 60% de sensibilidade no primeiro teste; Acurácia do teste/relevância do teste: RPP e RPN RPP= 60/100-99= 60 teste ótimo, se for positivo ótimo de detectar a doença; RPN= 100-60/= 0,4 teste ruim, se for negativo ruim para detectar saudáveis; - Pós-teste: estão relacionados ao paciente VPP e VPN; Se o teste for positivo: temos 99% de probabilidade pós-teste (VPP); Se o teste for negativo: temos 30% de probabilidade pós-teste (paciente ser saudável) e no caso o complemento seria 70% de chance de ser doente (VPN). - Pré-teste: 50%; Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 25 - Teste: sensibilidade: 64% e especificidade: 84,8% TC: RPP: 64/100-84,8= 4,2 ruim, se for positivo ou seja, não detecta a doença; RPN: 100-64/84,8= 0,42 teste ruim, se for negativo não afasta a doença; - Pós-teste: a TC positiva e negativa não afasta a doença, é apenas um dado a mais. Semana 8- Acurácia Diagnóstica A acurácia é o quanto um dado de anamnese/exame físico/exames complementares aumentam a probabilidade do individuo ter uma determinada doença quando ela de fato está presente e, quando ausente, a probabilidade de ele não ter. É como se nós avaliássemos essa situação para confirmar ou refutar o nosso diagnóstico Usamos as razões de probabilidade Sensibilidade, especificidade, RPP e RPN IMPORTANTE. Estudos de acurácia são estudos descritivos, pois não está sendo gerada nenhuma hipótese, e como ocorrem no momento presente, são estudos transversais. Neles não é calculado o valor de P. OBS: A eficácia do exame é feita através de um Ensaio clínico randomizado. - Para prevenir o erro aleatório nos estudos de acurácia/descritivo, nós devemos descrever o intervalo de confiança da sensibilidade e especificidade. Quanto maior o intervalo de confiança mais impreciso e vice-versa. Alguns estudos concluem pelo VPP e VPN, isso é um erro, pois é uma característica do paciente. - As duas amostras são: doentes e saudáveis, divididos pelo padrão-ouro, onde 1 delas descreve a sensibilidade e a outra a especificidade. E a partir disso vou descrever uma proporção a partir dessas amostras. - Para um estudo de acurácia, uma amostra ideal deveria ser 50% dos doentes e 50% saudáveis, para a sensibilidade e especificidade possuírem a mesma precisão. Como numa amostra o número de doentes costuma ser menor, a sensibilidade tende a ser menos específica e intervalo de confiança tende a ser mais amplo Importante avaliar o intervalo de confiança da sensibilidade principalmente. Se há imprecisão na sensibilidade e especificidade também teremos imprecisão da RPP e RPN, que é o que precisamos para julgar o teste. - Na amostra de um estudo de acurácia, para diferenciar doentes de saudáveis antes do teste, é preciso realizar o exame padrão-ouro.Possíveis vieses nos estudos de acurácia: - Viés de observação/aferição: quando o médico não está cego, ou seja, ele sabe o diagnóstico do paciente pelo padrão ouro ou já sabe o quadro clínico do paciente. Para evitar esse viés o estudo deve ser cego ao paciente e ao padrão-ouro; Além disso, para evitar isso é preciso que o desenho do estudo seja a priori; Se esse viés existir, o exame é de baixa validade para acurácia. - Viés do espectro: se eu seleciono a amostra de modo que o meu grupo de doentes é muito diferente do meu grupo de saudáveis estudos de caso-controle; O ideal é que tenha um espectro amplo de probabilidade de doença, ou seja, baixa, média e alta probabilidade de doença. Ele superestima a acurácia, pois pega os 2 extremos: pega os super doentes ou pega os super saudáveis. - Viés de verificação (+ comum em estudos de acurácia): quando a maioria das pessoas com teste anterior alterado entrou no estudo por que fez o teste padrão-ouro, então isso pode superestimar a minha sensibilidade por provavelmente aumentar o número de indivíduos doentes, já que só entraram no estudo aqueles sujeitos com indicação para realizar o exame padrão-ouro e subestima a especificidade é como se eu avaliasse uma sub amostra. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 26 O ideal é que todos os pacientes façam o padrão-ouro, que é determinado pelo protocolo do estudo e não pelo médico. Estudos retrospectivos podem gerar isso avaliar o método do estudo. Não é relacionada ao estudo, e sim a prática clínica. Por exemplo, eu só coloco os pacientes para fazer cateterismo, quando a cintilografia deu positivo, mas o certo é que todos façam o padrão-ouro. - Adequação do padrão-ouro: o padrão ouro nem sempre é o melhor. O ideal é que o padrão-ouro seja o melhor exame para identificar a doença. - Tempo de realização do padrão-ouro: deve ser um curto tempo entre o padrão-ouro e o teste analisado. Por exemplo, faz a mamografia para câncer de mama e biopsia (padrão-ouro) 2 anos depois, isso pode alterar a sensibilidade e especificidade, devido a um tempo de intervalo muito longo. Avaliação crítica de um estudo de acurácia: - Verifique se o padrão de referência ou padrão-ouro escolhido é adequado, ou seja, realmente é o padrão de referência é um método ouro? - Verifique se a leitura do padrão de referência foi independente da leitura do método avaliado, ou seja, feita por pessoas diferentes, para que o conhecimento do padrão-ouro não influencie da leitura do exame. - Além disso, a leitura do método deve ser cega em relação ao quadro clínico do paciente viés de observação; - Procurar pelo viés de verificação; - Verifique se o estudo é retrospectivo ou prospectivo protocolo viés de verificação; Estudos retrospectivos são menos confiáveis, pois provavelmente a leitura dos exames não é feita de forma cega; - Confiabilidade da sensibilidade e da especificidade deve ser analisada através dos seus respectivos intervalos de confiança; - Avaliar se as razões de probabilidade são boas. OBS: A ordem é a mesma: veracidade, confiabilidade e aplicabilidade do estudo. Semana 9- Valores Preditivos O conceito bayesiano de valor preditivo positivo de um estudo diz que ele é: - Probabilidade de um resultado positivo predizer um fenômeno verdadeiro. - O valor preditivo positivo de um estudo é influenciado pelo valor de P, mas também por outras 3 variáveis: Probabilidade pré-teste: significa que antes de avaliar a veracidade do estudo, temos que avaliar a probabilidade pré-estudo (pré-teste) de a hipótese ser verdadeira. Poder estatístico: tem relação com erro tipo II. Quanto menor o poder estatístico do estudo, maior a probabilidade dele não encontrar uma associação que existe. Quanto menor o poder, menos a sensibilidade. Qualidade metodológica do estudo. Já o valor preditivo negativo representa: - Probabilidade de a pessoa ser saudável se o teste for negativo. Desta forma, valor preditivo é uma propriedade do individuo submetido ao exame, não do exame em si. OBS: Se a probabilidade de uma doença é muito baixa, qualquer método terá um bom valor preditivo negativo e ruim valor preditivo positivo. Já se a probabilidade de doença for muito alta, qualquer método terá um VPN ruim e um bom VPP. Resumindo: - VPP: A/ A+B x 100; - VPN: D/ C+D x100. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 27 Semana 10- Overdiagnosis e Choosing Wisely Utilidade dos exames: Uma vez acurado o exame, precisamos ver a Utilidade dele: - Valor preditivo; - Rendimento: quantos testes eu preciso fazer para ter 1 positivo? - Quanto o teste é benéfico x o quanto pagamos pelo teste. Overdiagnosis É um diagnóstico correto, mas fútil, desnecessário, que tem um potencial de prejuízo para o paciente, ao invés de benefício. - O diagnóstico deve ser útil, de modo a mudar o prognóstico do paciente. - O nosso objetivo é diagnosticar o doente beneficiando-o clinicamente, sem prejudicar o saudável. - Quando temos um benefício quando fazemos o diagnóstico, há um aumento na incidência daquela doença e queda na mortalidade pela mesma doença. OBS: Overtreatment: vem após um Overdiagnosis. Mecanismos de Overdiagnosis: - Rastreamento de doença/check-up em pessoas saudáveis; - Testes muito sensíveis; - Incidentalomas: diagnósticos incidentais, ou seja, encontrar doenças ao pesquisar outras; - Definição ampliada de doenças: mudança de parâmetros de algumas doenças, por exemplo, DM e HAS. O que atrai o Overdiagnosis? - Mentalidade do médico ativo: o heroísmo médico; - O pecado da omissão: medo da omissão em fazer o diagnostico certo; - Crença intuitiva na detecção precoce: gera uma ideia ilusória de sobrevida; - Conflito de interesse: quanto mais diagnósticos, mais venda de remédios ou maior número de exames realizados; - Ilusão de benefício. Consequências do Overdiagnosis: - Procedimentos desnecessários; - Tratamentos desnecessários, gerando morbidade aumentada; - Não redução da mortalidade. Exemplos práticos: - Screening/triagem de câncer de próstata e mama em pacientes assintomáticos e sem fator de risco não reduz mortalidade; - Teste ergométrico em pacientes assintomáticos; - Angioplastia em pacientes assintomáticos. OBS: Rastreamento de câncer não é prevenção, pois já é algo que existe. OBS1: O Overdiagnosis reduz o Qaly: equivale a 1 ano de vida num estado de saúde perfeito. Choosing Wiseley Pode ser traduzido como “usando sabedoria nas escolhas” ou “escolhendo sabiamente”. Esta iniciativa surge da percepção de que há falta de sabedoria na utilização exagerada ou inapropriada de recursos em saúde. Logo, o Choosing Wiseley vai ao encontro do paradigma Less Is more (menos é mais). Contudo, não é apenas fazer menos, é principalmente sobre pensar melhor. - Overuse: é fazer excessivamente. O Choosing Wiseley visa justamente o contrário, é fazer menos e melhor. Importante salientar que essa prática não tem objetivo de economizar recursos, mas sim de melhorar a qualidade da assistência, que deve ser embasada em evidências, aumentando a probabilidade do benefício e reduzindo o risco de malefício à saúde dos indivíduos. Luana Mascarenhas Couto – 18.2 EBMSP 28 Graus de recomendação: - Grau A: altamente recomendável; - Grau B: Recomendável; - Grau C: sem evidências a favor ou contra; - Grau D: desaconselhável; - Grau E: claramente contraindicado. OBS: Vantagens: podemos basear nossas decisões clínicas nas melhores evidências, melhorando o prognóstico do paciente; OBS1: Desvantagens: difícil ficar permanentemente atualizado, difícil encontrar as evidências mais relevantes. Segurança perceptível e Choosing Wiseley Exemplos típicos
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