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Vitória Nobrega Alvarenga Leishmaniose Tegumentar Americana Introdução É uma doença infecciosa, endêmica no Brasil (sobretudo no Norte e no Centro-Oeste), causada por protozoários do gênero Leishmania (no Brasil, o principal é o L. L. braziliensis) acometendo a pele e as mucosas. Ela é uma infecção zoonótica que pode afetar o homem secundariamente (antropozoonótica). • Ela é diferente do Calazar (Leishmaniose visceral). Sua transmissão é vetorial, por mosquitos hematófagos de dois gêneros principais: Lutzomiya e Psycodopigus. • Sinônimos: mosquito palha, tatuquira, birigui. RESERVATÓRIO SILVESTRE: roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres. RESERVATÓRIO URBANO: animais domésticos. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2-3 meses, podendo variar de 2 sem a 2 anos. PONTOS CHAVES: é infecciosa, não contagiosa, transmitida por mosquito, endêmica e é preciso notificar. AGENTE Como dito anteriormente, é um protozoário do gênero Leishmania. Ele vai ser da orem kinetoplastida e da família Trypanossomatídea, sendo um protozoário de divisão binária. Os principais são: - Subgênero Viannia: Leishmania (V.) amazonenses; L (V.) guyanensis. - Subgênero Leishmania: L. (L.) braziliensis Ele possui duas formas: a forma promastigota (flagelado) e amastigota (aflagelado). Inoculação à promastigota à envolvidos por histiocitos à divisão binária à amastigotas nos histiocitos à infecta outras células ou volta para um novo mosquito. Classificação e clínica A imunidade é responsável pela cura: o macrófago ativado vai liberar IL-12, que vai ativar os linfócitos T auxiliares tipo 1 e as NK, aumentando as respostas citotóxicas via interferon gama (IFN gama). Os linfócitos T CD4+ ou helper podem ser definidos pelo tipo de citocinas que secretam, sendo conhecidos com Th1 e Th2. • Th1: realizam a defesa mediada por fagocitose contra microrganismos intracelulares. Secreta IL- 2, IFN-gama e TNF alfa. • Th2: realizam a defesa mediada por eosinófilos e mastócitos contra alérgenos e helmintos. Secretam IL-5, IL-10 e IgE. Porém, ambos secretam citocinas que promovem o crescimento, a diferenciação e as funções de linfócitos B, macrófagos e outras células. Os pacientes que contraem a forma cutânea da leishmaniose desenvolvem uma resposta do tipo Th1 ao nível das lesões, enquanto uma resposta Th2 aparece no nível das lesões mucocutâneas dos pacientes que sofrem da forma crônica associada a uma destruição das mucosas. LTA CUTÂNEA LOCALIZADA: - Forma uma úlcera indolor, única ou múltipla, com boa resposta Th1. - Há formação de pápula eritematosa, assintomática, com ou sem adenopatia regional e linfangite. - Involução: espontânea ou não, podendo formar cicatrizes atróficas. - Pode haver formação de uma úlcera crostosa; de impetiginóide, ectimatoide, úlcera vegetante, verrucosa crostosa. - Com parasitas LTA CUTÂNEA MUCOSA: - Úlcera necrótica, com boa resposta Th1. - Espécies do subgênero Viannia - Ausência de parasitas LTA ANÉRGICA DIFUSA - Nódulos disseminados - Fraca resposta Th1 – resposta Th2 - Espécies do subgênero Leishmania - Avalanche de parasitas Diagnóstico - TESTE DE MONTENEGRO: avalia o grau de resposta Th1. • 0,1 ml • Leitura 48-72 horas • Positivo não significa doença • Negativo indica lesão recente, LCD, LV e imunodeprimidos • É positivo se maior que 5mm - EXAME DIRETO: raspado da borda da úlcera - CULTURA: meios específicos - SOROLOGIAS: ELISA, IFI - EXAMES MOLECULARES: PCR Tratamento 1. GLUCANTIME (N-Metil-Glucamina) - Forma localizada: 10mg/kg/dia por 20 dias - Forma difusa ou mucosa: 20 mg/kg/dia por 30 dias. - 1 ampola = 5 ml. - 1 ampola = 1,5 ml antimoniato bruto - 1 ml = 81 mg Sb+5 EFEITOS ADVERSOS: cardiotoxicidade, reação de Jarisch- Herxheimer; nefro/hepatotoxicidade/pancreatite aguda. 2. ANFOTERICINA B - Primeira opção para gestantes - Alternativa para toxicidades de Glucantime - 1 mg/dia/dia ou em dias alterados. - DOSE TOTAL: • 1 a 1,5g (forma cutânea). • 2,5 a 3g (forma mucosa) 3. ISETIONATO DE PENTAMIDINA - Dose: 4mg/kg/dia, intramuscular, a cada 2 dias. OBS: São de 4 a 6 semanas para o resultado de tratamento.
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