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1 Última atualização: 03/08/2021 1. Introdução pancitonpenia com hipoplasia medular na ausência de infiltrado neoplásico e aumento de reticulina. Doença rara que afeta a formação e o desenvolvimento de células do sangue. Ocorre um déficit produtivo de glóbulos vermelhos, glóbulos bran- cos e plaquetas, ao mesmo tempo. 2. Epidemiologia Trata-se de uma doença rara com poucos estudos e seus re- sultados são controversos. A sua origem pode ser hereditária (p. ex., anemia de Fanconi) ou adquirida, sendo a segunda a mais comum devido à exposição a drogas (anticonvulsivantes, antibac- terianos, antidiabéticos), produtos químicos (benzenos, solventes, inseticidas), radiação ionizante e vírus (hepatite, Epstein-Barr). Porém, a maioria dos casos não tem causa determinada sedo con- sideradas como idiopáticas. 3. Fisiopatologia Caracterizada por uma hipofunção da medula, ou seja, as cé- lulas tronco hmeatopoéticas são incapazes de se proliferar, dife- renciar e dar origem às células maduras ou aos seus precursores, acarretando uma pancitopenia acentuada. Essa deficiência de- corre do efeito citotóxico e imunossupressor das células T do pró- prio paciente. 4. Quadro Clínico As manifestações clínicas decorrem da anemia, neutropenia e plaquetopenia, cursando com astenia, sangramentos (petéquia, equimose, epistaxe), fadiga, cefaleia, palidez, febre e tendência a infecções. Não ocorre adenomegalia ou hepatoesplenomegalia. Nos achados laboratoriais, é uma anemia normocítica / nor- mocrômica, com reticulócitos diminuído. Há plaquetopenia e neu- tropenia em graus variados. 5. Diagnóstico Há uma classificação segundo a Sociedade Brasileira de He- matologia e Hemoterapia: • Anemia aplásica grave Medula óssea com celularidade < 25%, ou 25% a 50% com < 30% de células hematopoiéticas residuais 2 itens dos 3 a seguir: Contagem absoluta de neutrófilos < 500 μL Contagem absoluta de reticulócitos < 600 μL ou < 1% Contagem de plaquetas < 20.000 μL • Anemia aplásica muito grave Mesma definição de anemia aplásica grave associada a neu- trófilos < 0,2 x 109 /L • Anemia aplásica não grave Pacientes diagnosticado com anemia aplásica que não preen- chem os critérios acima O diagnóstico é feito através de uma série de exames labora- toriais, sendo os principais: Hemograma completo e contagem de reticulócitos: graus variáveis de pancitopenia e reticulopenia; Mielograma: hipocelularidade global com substituição do te- cido normal por gordura; Biopsia de medula óssea: hipoplasia intensa e reposição gor- durosa são requisitos indispensáveis para o diagnóstico; 6. Tratamento Objetiva regenerar a hematopoese e reduzir os riscos causa- dos pelas citopenias. O manejo depende de diversos fatores, como idade e presença de doadores imunocompatíveis. Nas formas grave e muito grave da doença, o transplante de medula óssea é mais recomendado em jovens (< 40 anos) com irmão HLA (antígeno leucocitário humano) compatível, pois esses tendem a ser mais beneficiados. Além de serem implementados também, terapia imunossupressora e suporte transfusional. Em pacientes > 40 anos, não é estabelecido o uso de trans- plante como tratamento curativo, já que apresenta maior risco de mortalidade e a realização de terapia imunossupressora se mos- trou mais eficaz nesse grupo. Já a forma moderada sem melhora espontânea é conduzida por observação, terapia imunossupressora e suporte. ! Pode ocorrer também a síndrome de Diamond-Blackfan, que é uma aplasia pura de células vermelhas, no qual há somente aplasia da série eritroblástica, cursando com granulócitos e plaquetas normais. O tratamento é feito com o uso de corti- coide e o transplante de medula óssea. 7. Anemia de Fanconi Doença autossômica ligada ao X, causado por mutações em genes envolvidos na reparação do DNA e na estabilidade genô- mica. Relacionada com o retardo mental e do crescimento, defei- tos no esqueleto, alterações renais e cutâneas, além de risco maior de desenvolver neoplasias. Tem frequência estimada de mais de 1/200 e uma prevalência à nascença de pelo menos 1/160,000. Em 2/3 dos doentes, os primeiros sinais são malformações congénitas que envolvem o esqueleto, a pele, os sistemas urogeni- tal, cardiopulmonar, gastrointestinal e nervoso central. Anomalias minor podem estar presentes, como baixa estatura e peso, micro- cefalia e microftalmia. As anomalias hematológicas podem ocor- rer numa idade mais jovem e, mais raramente, em adultos, com 90% dos doentes desenvolvendo falência medular até aos 40 anos. Os doentes podem desenvolver leucemia mielóide aguda, muitas vezes precedida de síndrome mielodisplásico. Existe predisposição a tumores sólidos da cabeça e pescoço ou regiões ano-genitais. Dada a elevada heterogeneidade genética, no fenótipo clínico, e no mecanismo patogénico da FA, o diagnóstico baseia-se na avaliação de quebras cromossómicas induzidas por diepoxibu- tano (DEB) ou mitomicina C (MMC). O tratamento de suporte inclui transfusões de concentrado de eritrócitos ou plaquetas desleucocitadas. O único tratamento cu- rativo para as manifestações hematológicas é o transplante de cé- lulas hematopoiéticas (aumenta risco de tumores sólidos). O tratamento sintomático inclui administração oral de andro- génios, com melhora na contagem de células sanguíneas. A admi- nistração de fator de crescimento hematopoiético pode ser consi- derada depois de aspiração da medula óssea e biópsia, que deve ser realizada periodicamente durante o tratamento. Quando se desenvolvem doenças malignas, o tratamento é complicado pela maior sensibilidade à radiação e à quimioterapia.
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