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Mutações Genéticas e Cromossômicas

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PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 1 
 
 
 
 
 
 
MUTAÇÕES 
❖ Alterações no material genético, que ocorrem 
comprometendo nucleotídeos, a sequência 
de bases nitrogenadas (alterações em 
pequena escala), estrutura ou quantidade de 
cromossomos presentes na célula (alteração 
em grande escala), nesse caso se alteram 
grandes quantidades de DNA. 
❖ As mutações podem ser espontâneas ou 
induzidas. Podem ainda ser letais, ou ainda 
acarretar doenças ou anomalias. AS 
MUTAÇÕES TAMBÉM PROMOVEM A EVOLUÇÃO 
JÁ QUE DETERMINAM O AUMENTO NA 
VARIABILIDADE GENÉTICA. 
❖ Mutações geram novas características, 
indivíduos mais resistentes. 
❖ Agentes químicos, físicos ou biológicos podem 
causar alteração no material genético. 
TIPOS DE MUTAÇÕES 
GENICAS OU PONTUAIS 
❖ Quando comprometem uma leitura correta 
das trincas (códon) de bases do código 
genético 
GENÔMICAS CROMOSSÔMICAS (ANEUPLOIDIA) 
❖ Representadas por alterações na ESTRUTURA 
cromossômica ou pelo NÚMERO total de 
cromossomo. 
❖ Ex: Pode ter um indivíduo com 45 cromossomos 
ou com 46 e uma translocação entre 2 
homólogos. 
 
 
 
 
 
❖ OBS: Não é porque um indivíduo tem uma 
alteração cromossômica que ele terá mais 
consequências que um indivíduo que tem 
alterações moleculares. Isso depende muito 
da clínica. 
❖ Nulissomia (2n-2)→ Perda de um par inteiro de 
cromossomos. No homem é LETAL, NÃO NASCE. 
 
 
 
 
 
 
❖ Monossomia (2n-1)→ Um cromossomo a 
menos no cariótipo 
 
 
PH CROMOSSOMOPATIAS 
GENÉTICA 
Alteração 
molecular
Cromossômico
Grande
escala
Quantidade 
ou estrutura
Molecular
Pequena 
escala
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❖ Trissomia (2n+1)→ Um cromossomo a mais no 
cariótipo. 
CAUSAS DAS CROMOSSOMOPATIAS 
❖ Aumento ou diminuição do número de 
cromossomos. 
❖ Ocorre no processo de divisão celular 
❖ Causa: não disjunção, perda anafásica 
 
 
 
NÃO DISJUNÇÃO 
❖ A meiose é o processo exclusivo da divisão de 
gametas está ligada ao processo de 
cromossomopatias. 
❖ A meiose 1 é REDUCIONAL, uma vez que se 
reduz o número de cromossomos por células. 
Isso acontece porque as células se encontram 
ao final do processo. 
❖ A meiose 2 é uma etapa equacional. 
❖ Para que se mantenha constante o número de 
cromossomos na espécie se reduz o número 
antes de juntar. 
❖ O fuso mitótico é formado por microtúbulos, 
formados por citoesqueletos, puxam os 
cromossomos para as extremidades. Os 
microtúbulos podem ter problemas e não 
conseguem se encurtar e puxar os 
cromossomos para os polos opostos. 
❖ De verde temos a etapa em que a divisão dos 
cromossomos acontece de forma errada. 
PERDA ANAFÁSICA 
❖ Isso ocorre pois na anáfase ocorre erro. 
❖ A anáfase é a etapa em que ocorre o 
encurtamento das fibras do microtúbulo. 
ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS 
UNIVERSAL 
❖ Presente em TODAS AS CÉLULAS 
❖ Linfócito, hepatócito, célula epitelial, todas 
tem um cromossomo a mais ou um a menos 
❖ Nesse caso todas as células foram afetadas 
❖ NORMALMENTE TENDE A TER MAIS PROBLEMAS. 
MOSAICO 
❖ A ALTERÇÃO CROMOSSÔMICA ESTÁ PRESENTE 
APENAS EM ALGUMAS CÉLULAS, MAS NÃO 
TODAS. 
❖ Mais raro de acontecer 
❖ Nesse indivíduo a célula epitelial pode ter 46 
cromossomos, as célula nervosa com 4 e o 
linfócito com 45 cromossomos. 
❖ Quando a alteração cromossômica não está 
presente em todas as células do indivíduo. 
❖ Na parte de síndrome de Down você 
encontrará um exemplo de uma mulher com 
síndrome de Down em mosaico 
(47,XX,21/46,XX) 
 
 
 
 
Causas
Não-
disjunção
Perda 
anafásica
Alterações
Universal
Presente em 
todas as 
células
Mosaico
Presente em 
algumas 
células
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MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS 
❖ Um cromossomo tem um gene para 
codificação da proteína X, na mesma posição 
no cromossomo ao lado tem o mesmo gene 
para codificação da mesma proteína, o que 
difere entre ambos é que um se origina da 
mãe e outro do pai. 
❖ No cariótipo pareamos todos os cromossomos 
homólogos. 
ANEUPLOIDIAS 
SÍNDROME DE DOWN 
❖ TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21 
❖ Alteração no número – ANEUPLOIDIA 
❖ 47 CROMOSSOMOS 
❖ Principais características 
❖ Estatura baixa (metabolismo muito 
prejudicado/problemas hormonais) 
✓ Orelha de implantação baixa (abaixo da 
linha do nariz) 
✓ Presença de linha simiesca (90%) 
✓ Deficiência mental (O cérebro é muito 
dependente do hormônio T3 ativo, mas 
condições sociais e econômicas também 
estão associadas a essas características. 
Já na 3° semana de gestação, quando se 
forma o tubo neural o indivíduo precisa do 
ferro ativo e portanto, do T3 para 
formação do sistema nervoso) 
✓ Nariz e boca curtos (a língua fica muito 
para fora) 
✓ Língua saliente 
✓ Malformações cardíacas (muito frequente, 
principalmente na primeira infância 
acabam passando por cirurgia cardíaca). 
✓ Olhos curtos e puxados 
✓ NÍVEIS DE T3 INTRACELULARES BAIXO 
(apresentam hipotiroidismo) os genes 
podem ser inibidos, podem afetar a 
mitocôndria impedindo o seu 
funcionamento, como baixo tônus 
muscular, baixa de ferro, inflamação, 
estresse oxidativo aumentado. Acaba 
gerando também problema de 
crescimento, uma vez que afeta o gene. 
✓ ALTERAÇÃO DO GH, o gene que codifica 
para o hormônio GH é proteico, logo 
hidrofílico, acaba sendo pouco expresso 
(Down regulado); também afeta o 
crescimento do indivíduo. 
❖ Malformações cardíacas 
✓ Na 3° semana temos a gastrulação, 
formação dos 3 folhetos embrionários 
(ectoderma, mesoderma e endoderma). 
O mesoderma é responsável por formar o 
coração. Eles apresentam problema no 
mesoderma que dificulta o processo de 
septação, que separa as câmaras 
cardíacas. 
❖ Defeito septo atrioventricular 
✓ Defeito do septo ventricular é uma 
abertura no septo ventricular, ou uma 
parede divisória entre as 2 câmaras 
inferiores do coração conhecida como os 
ventrículos direito e esquerdo. Tem como 
sintomas principais: fadiga, sudorese, 
respiração rápida, respiração pesada, 
Síndrome de Down 
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respiração 
congestionada, 
desinteresse na 
alimentação ou 
cansativo, 
enquanto a 
alimentação e 
ganho de peso. 
 
 
SÍNDROME DE DOWN – INCIDÊNCIA 
 
❖ Quanto maior a idade da mãe maior o risco 
de a criança ter síndrome de Down. Isso 
acontece porque a ovogênese da mulher 
gera 4 ovócitos, um que de fato será viável e 3 
inativados. Esse ovócito viável não completou 
sua divisão meiótica, está estagnada no início 
da meiose 2, entretanto para que essa meiose 
seja concluída ele tem que ser fecundado. 
❖ Por esse ovócito está no meio da meiose 2 ele 
ainda precisará passar pela anáfase 2, ou seja, 
período da divisão celular em que as fibras do 
fuso mitótico se desfazem e dividem os 
cromossomos em pares iguais. Tendo erro 
nessa etapa da divisão celular é possível que 
haja uma cromossomopatias. 
❖ O ovócito a ser fecundado é uma célula com 
a sua idade que ainda vai concluir a miose 
após a fecundação. 
MOSAICO E SÍNDROME DE DOWN 
❖ Em algumas de suas células essa mulher tem 
alterações genéticas e em outras não. 
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS – 
EXEMPLOS 
TRANSLOCAÇÃO: 
❖ Translocação: troca de pedaços entre 
cromossomos que não são homólogos. SE ESSA 
TROCA OCORRESSE ENTRE CROMOSSOMOS 
HOMÓLOGOS (DO MESMO PAR) CHAMARÍAMOS 
DE CROSSING OVER. 
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❖ 3% DOS CASOS DE SÍNDROME DE DOWN são 
causados pela TRANSLOCAÇÃO ENTRE 
CROMOSSOMOS 14 E 21, gerando um 
cromossomo híbrido, o resultado será um 
gameta com a presença (equivalente) de 3 
cromossomos 21. 
❖ Ocorre nos 5 pares de cromossomos 
acrocêntricos: 13, 14, 15, 21 e 22. Chamado de 
TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA. 
❖ O que é translocação Robertsoniana? Fácil, 
no nosso DNA temos 5 cromossomos 
acrocêntricos: 13,14,15,21,22. Quando eles 
trocam pedaços entre si (por exemplo,o 13 
troca pedaço com o 15, o 14 com o 13 e assim 
por diante) é denominado de translocação 
Robertsoniana. 
❖ Exemplo: Nesse caso o cromossomo 14 pegou 
um pedaço do cromossomo 21. Esses dois 
cromossomos são de PARES DIFERENTES, 
portanto tivemos uma translocação 
Robertsoniana. Esse indivíduo tem 46 
cromossomos, mas NÃO TEM A TRISSOMIA DO 
CROMOSSOMO 21, sendo apenas um 
PROBLEMA ESTRUTURAL (que mexe com a 
estrutura do cromossomo e não com a sua 
quantidade). 
❖ Portanto, sim. Pode acontecer casos de 
síndrome de Down sem que necessariamente 
o indivíduo tenha trissomia do cromossomo 21, 
ele pode ter apenas uma translocação 
Robertsoniana. 
REVISANDO TIPOS DE CROMOSSOMOS 
❖ Geralmente indivíduos com translocação 
Robertsoniana tem menos prejuízos funcionais. 
❖ Normalmente é mais branda a sintomatologia 
que a trissomia de Down. 
 
 
 
PROCEDIMENTOS PAR A OBTENÇÃO 
ALTERAÇÕES FETAIS 
MÉTODOS NÃO INVASIVOS 
❖ Ultrassonografia 
❖ Ecocardiograma 
❖ Dopplerfluxometria 
❖ Marcadores bioquímicos 
❖ Quando se encontra alguma alterações ou 
indício nos métodos não invasivos usamos os 
métodos invasivos para afirmar ou afastar 
diagnóstico. 
MÉTODOS INVASIVOS 
❖ Amniocentese 
❖ CACV 
❖ Cordocentese 
❖ Obs: Só confirma cromossomopatias com o 
cariótipo 
❖ Para se coletar o cariótipo usamos os anexos 
embrionários do embrião: saco vitelínico, bolsa 
amniótica ou âmnio, alantoide, córion, 
placenta. 
 
 
 
Suspeita clínica para aneuploidias 
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MÉTODOS NÃO INVASIVOS 
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA 
❖ Capaz de detectar ocorrência de 
malformação fetal (transluscência nucal e 
ultrassonografia morfológica) 
❖ Estimula a idade do feto 
❖ Detecção de anomalias anatômicas 
❖ 4 marcações principais: 
✓ CCN → Comprimento de cabeça nádega 
 
✓ DBP → Diâmetro biparietal 
 
✓ CC → Circunferência cefálica 
 
 
✓ CF → Comprimento femoral 
❖ A ultrassonografia obstétrica realizada entre a 
11° e a 14° semanas de gestação, também 
conhecida coo exame morfológico de 
primeiro trimestre, tem importância indiscutível 
no rastreamento de anormalidades 
cromossômicas. 
❖ Os principais marcadores ultrassonográficos 
das cromossomopatias são: a transluscência 
nucal (A), o osso nasal (B) e o Doppler do 
ducto venoso (C). 
a) Transluscência nucal: é uma imagem 
translucida gerada na região da nuca. No 
período fetal há um acúmulo de líquido 
nessa região. Existe um parâmetro para 
sabermos se é normal ou patológico. Esse 
líquido parece ter associação com o 
líquido cefalorraquidiano. 
b) Ossificação nasal: Em muitas 
cromossomopatias, inclusive a síndrome 
de Down apresenta uma ossificação 
deficitária. 
c) Doppler do ducto venoso: Análise do 
ducto e das trocas entre mãe e filho para 
analisar possíveis problemas. 
TRANSLUSCÊNCIA NUCAL: MARCADOR 
ULTRASSONOGRÁFICO 
❖ Transluscência subcutânea entre a pele e o 
tecido mole que recobre a coluna cervical 
❖ 10 -14 semanas 
❖ Maior TN (acúmulo de líquido) e com isso maior 
cromossomopatias 
❖ 2,5mm: diferencia mulheres com risco maior 
❖ 2,5-3,9 mm: 3X maior 
❖ 4,0 – 4,9: 18X maior 
❖ Acima de 5 mm: 13% 
aborto 
❖ S. Down, S. Noomam, 
higroma e cardiopatias 
❖ Apenas sugere, mas não 
afirma nada, uma vez 
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que são métodos não invasivos. 
MARCADORES BIOQUÍMICOS 
❖ Triagem tripla no soro materno: 
❖ Alfa-fetoproteina (AFP): proteína fetal (saco 
vitelínico e fígado). Ficar atento porque essa 
proteína também pode ser visto em alguns 
casos de câncer, tecido tumoral com 
metástase etc. 
❖ Beta-gonadotrofina coriônica (B-Hcg): 
Produzido pelos trofoblastos. Hormonoi 
produzido pelo trofoblasto (anexo embrionário 
que serve para nutrição do embrião nos 
primeiros momentos da gestação antes da 
placenta) 
❖ Estriol (uE3): produzido pelo feto (gl. Adrenal e 
metabolizado pela placenta) 
❖ Triagem tripla associada com idade materna 
avançada FETO COM CROMOSSOMOPATIA. 
METODOLOGIA INVASIVA 
AMNIOCENTESE 
❖ Ocorre uma punção do líquido amniótico 
❖ Esse procedimento é guiado por uma 
ultrassom para não lesionar o feto. 
❖ O líquido amniótico tem poucas células, mas 
elas serão levadas ao laboratório para serem 
cultivadas. 
❖ Na metáfase o crescimento dessas células vai 
ser interrompido, momento o qual o 
cromossomo está mais condensado. 
❖ Resultado de 2-3 semanas 
❖ Risco: 0,2 – 0,5% de induzir aborto 
❖ Risco: 0,1 % deformidade de membros 
❖ Complicações: 
✓ Aspiração de sangue materno 
✓ Imunização por Rh da mãe (Rh - ) 
✓ Acidentes de punção 
✓ Infecção materna 
✓ Perda de líquidp (raro) 
✓ Diagnóstico mais tardio 
COLETA DA AMOSTRA DE VILOSIDADE 
CORIÔNICA (CACV) 
❖ Aspiração do tecido trofoblasto fetal por vida 
transcervical ou transabidominal 
❖ Por conta de se aspirar um tecido acaba 
aspirando mais células que na amniocentese 
❖ Realizado em torno da 9° a 12° semana 
❖ Risco de 1% de abordo 
 
 
 
 
 
❖ A agulha do líquido da amniocentese tem o 
liquido mais transparente, enquanto o da 
amostra de vilosidade coriônica é mais 
vermelho, justamente pelo fato desse segundo 
ter mais células presentes. 
BIOPSIA DE VILO CORIAL 
❖ Cateter acoplado a seringa com meio de 
cultura 
❖ Aspiração de +/- 50mg de vilo corial 
❖ Cultura de curta duração (24hrs) 
❖ Resultado em 1-3 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CORDOCENTESE 
❖ Amostra de sangue fetal do corsão umbilical 
(linfócitos) 
❖ Período: a partir da 16° semana 
❖ Aplicações: 
✓ Presença de alguma anormalidade fetal 
detectada pela ultrassonografia 
✓ Falhas nas culturas de amniocentese e vilo 
corial 
✓ Cultura de células de linfócitos – curta 
duração (2-3 dias) 
✓ Extração de DNA 
✓ Hemoglobinopatias e doenças 
hematológicas 
❖ Colheita de 1-6 ml de sangue – veia umbilical 
❖ Risco: 0,5 – 1,0% 
❖ Complicações: hemorragias no sítio de 
punção 
❖ O que é colhido: Ph, PO2, PCO2, Síndrome 
TORCH (IgM), terapêutica fetal DNPH, 
hemoglobinopatias, hemofilias, citogenética.

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