Prévia do material em texto
SUPER #CESPE APRESENTAÇÃO “Nós SOMOS do tecido de que são feitos os SONHOS.” (Willian Shakespeare) Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e/ou dos au- tores. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materi- ais, pedimos que denuncie enviando um e-mail para: pontodoscon- cursos@hotmail.com, ou em um dos meios de comunicação abaixo. 3 SUMÁRIO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .............................................................. 4 LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA ...................................................................................6 1.1 – SUBSTANTIVO ................................................................................................................. 6 1.2 – PRONOMES ....................................................................................................................... 8 1.3 – ADJETIVO E SUBSTANTIVO ....................................................................................... 12 1.4 – CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................................... 15 1.5 – MODOS VERBAIS........................................................................................................... 18 1.6 – TEMPOS VERBAIS ......................................................................................................... 19 1.7 – FORMAS NOMINAIS ..................................................................................................... 21 1.8 – TEMPOS COMPOSTOS .................................................................................................. 22 LIÇÃO 2 – #SINTAXE I ............................................................................................. 24 2.1 – A TRANSITIVIDADE E A COMPLEMENTAÇÃO VERBAL ...................................... 24 2.2 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. ADJUNTO ADNOMINAL .................................... 27 2.3 – A FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS ........................................... 28 2.4 – PRONOME RELATIVO ................................................................................................... 29 LIÇÃO 3 – #SINTAXE II ........................................................................................... 32 3.1 – O ESTUDO DO SUJEITO ............................................................................................... 32 3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL ........................................................................................... 34 LIÇÃO 4 – #SINTAXE III ......................................................................................... 41 4.1 - VERBOS INTRANSITIVOS ........................................................................................... 41 4.2 – VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS ........................................................................ 42 4.3 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS............................................... 43 4.4 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS .................................................. 44 4.5 – MUDANÇA DE TRANSITIVIDADE VS MUDANÇA DE SENTIDO ........................ 46 4.6 – CRASE ............................................................................................................................... 51 4.7 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL ....................................................................................... 57 APÊNDICE I ............................................................................................................... 61 LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA .......................................................................................... 62 1. ORAÇÕES COORDENADAS ............................................................................................... 62 2. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ............................................................. 65 3. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ...................................................................... 66 4. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ................................................................... 68 5. SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES .................................................................................... 72 6. OS ADVÉRBIOS .................................................................................................................... 73 7. AS EXPRESSÕES DENOTATIVAS .................................................................................... 75 8. VOZES DO VERBO ............................................................................................................... 76 9. REESCRITURA DE SENTENÇA ......................................................................................... 79 APÊNDICE II .............................................................................................................. 82 APÊNDICE III ............................................................................................................ 92 1. INTERPRETAR x COMPREENDER ................................................................................... 93 2. TIPOS TEXTUAIS x GÊNEROS TEXTUAIS ..................................................................... 93 3. REFERÊNCIA TEXTUAL ...................................................................................................... 96 4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EDITAL CESPE 1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. | 2. Reco- nhecimento de tipos e gêneros textuais. | 3. Domínio da ortografia oficial. | 4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. | 4.1. Emprego de ele- mentos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de ou- tros elementos de sequenciação textual. | 4.2. Emprego de tempos e mo- dos verbais. | 5. Domínio da estrutura morfossintática do período. | 5.1. Emprego das classes de palavras. | 5.2. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. | 5.3. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. | 5.4. Emprego dos sinais de pontuação. | 5.5. Concordância verbal e nominal. | 5.6. Regência verbal e nominal. | 5.7. Emprego do sinal indicativo de crase. | 5.8. Colocação dos pronomes átonos. | 6. Reescrita de frases e parágrafos do texto. | 6.1. Significação das palavras. | 6.2. Substituição de palavras ou de trechos de texto. | 6.3. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. | 6.4. Re- escrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. EDITAL ESQUEMATIZADO LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA: classe de palavras (sintagma nominal); con- cordância nominal; verbos (tempos e modos); LIÇÃO 2 – #SINTAXE I: termos integrantes: TRANSITIVIDADE (comple- mento verbal; complemento nominal); função sintática dos pronomes pes- soais); LIÇÃO 3 – #SINTAXE II: termos essenciais: estudo do sujeito; concordân- cia verbal; LIÇÃO 4 – #SINTAXE III: regência; crase; colocação pronominal; pontua- ção; acentuação; LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA: significação de palavras; reorganização da es- trutura de orações e dos períodos do texto; substituição de palavras; re- escrita de textos; (APÊNDICE) LIÇÃO 6 - #OFICINA DE LEITURA: compreensão textual; Interpretação textual; tipologia textual; gêneros textuais; elementos coesivos e referên- cia textual. (APÊNDICE) 5 TEORIA #CESPE NO ESQUEMA! Por Pedro Lima 6 LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA: classe de palavras (sin- tagma nominal); concordância nominal; verbos (tempos e mo- dos) 1.1 – UNIVERSO DA CONSTRUÇÃO: SUBSTANTIVO DETERMINATES SUBSTANTIVO ADJETIVO/FUNÇÃO DE ADJETIVO Artigo Pronomes NÚCLEO Numeral1.1.1 – ARTIGO E SUBSTANTIVO: a primeira relação semântica do sin- tagma! a) O artigo é a palavra que acompanha e determina o substantivo de modo definido (O, A, OS, AS) ou indefinido (UM, UMA, UNS, UMAS); b) Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de significação, em diferentes situações comunicativas em que são empregados. 1.1.2. – EMPREGO DO ARTIGO DEFINIDO (QUESTÃO CESPE/REESCRI- TURA DE SENTENÇA e CRASE!) a) Junto de nomes próprios, denota familiaridade (podendo o artigo ser omitido): “O Antônio comunicou-se com João.” b) Costuma aparecer ao lado de certos nomes próprios geográficos: “A Suécia” / “O Atlântico” / “O Brasil”. DICAS#CASCA! No Brasil, os Estados que dispensam o uso do artigo são: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e Sergipe. c) Em alguns títulos (é omitido em ordinais pospostos ao título: Pedro I, Henrique VIII): “O historiador Tito Lívio.” d) Usa-se o artigo em nomes de trabalhos literários e artísticos (se o artigo pertence ao título, terá de ser escrito, obrigatoriamente, com le- tra maiúscula, mesmo quando o nome da obra vier precedido de 7 preposição, conserva-se o artigo: “No caso de Os Lusíadas.”): “Os Lusía- das” / “A Tempestade”. e) São omitidos antes da palavra casa designando residência ou família; (quando seguidos de nome do possuidor ou de um adjetivo ou expres- são adjetiva, pode o vocábulo casa acompanhar-se de artigo: “Da casa de meus pais.”): “Estou em casa.” / Passei por casa.” / “Todos de casa.” / “Fui a casa.” *No exemplo “Fui a casa.”, o artigo é omitido, ou seja, só há a preposição a, pois a palavra casa não é qualificada. f) Nas indicações de tempo com uma hora, expressando a primeira hora, a utilização do artigo é facultativa: “Era perto da uma hora. / Era perto de uma hora.” g) Na maioria dos casos, de emprego facultativo junto a possessivos em referência a nome expresso: “Meu livro. / O meu livro.” *É obrigatório o uso do artigo, quando o possessivo é usado sem subs- tantivo: “Bonita casa era a minha.” h) Não se repete o artigo em frases como a citada: “O homem mais virtuoso do lugar.” “O homem o mais virtuoso do lugar.” (Errado) *É preciso saber distinguir o uso do conjunto o mais quando é para en- fatizar o substantivo determinado por adjetivo como na frase: “Seu rosto de leite e rosas, de um contorno o mais perfeito.” i) Junto às designações de partes do corpo e nomes de parentesco, os artigos denotam posse: “Traz a cabeça esbranquiçada pelas preocupa- ções. Tem o rosto sereno, mas as mãos trêmulas.” j) A palavra todo, no singular, pode vir ou não seguida de artigo, com os significados de inteiro, total e cada: “O coração de todo o ser humano foi concebido para ter piedade.” *O conjunto o todo denota totalidade, inteireza. Ou também pode apa- recer com o sentido de qualquer: “O coração de todo o ser humano foi concebido para ter piedade.” 8 *Em designações geográficas, o conjunto todo o ou a palavra todo en- trará como correta se a região pedir ou não artigo: “Todo o Brasil.” / “Todo Portugal.” *Usa-se em algumas expressões como: todo o gênero, todo o mundo, a toda a parte, em toda a parte, a toda a pressa, em todo o caso, etc. *No plural, todos não dispensa artigo (salvo se vier se vier acompa- nhado de palavra que exclua este determinante: “Todas as famílias.” / “Todas estas pessoas.” *Se exprimimos a totalidade numérica por numeral precedido do ele- mento reforçativo todos, aparecerá artigo se o substantivo vier ex- presso: “Todos os dois romances.” / “Todas as seis respostas.” *Se omitirmos o substantivo, não haverá lugar para o artigo: “Fizeram- me seis perguntas. Respondi, acertadamente, a todas seis.” 1.2 – PRONOMES 1.2.1 – INDEFINIDOS São aqueles que se referem à 3ª pessoa gramatical de forma vaga, im- precisa. Eles podem ser variáveis, sofrendo flexão de gênero e número e podem também assumir papel de pronome substantivo e de pronome adjetivo. Variáveis Invariáveis Locução pronominal indefinida Algum (uns), alguma(s) Alguém Qualquer um Nenhum(uns), nenhuma(s) Algo Cada um Todo(s), toda(s) Cada Todo aquele que Outro(s), outra(s) Nada Um ou outro Muito(s), muita(s) Ninguém Todo mundo Pouco(s), pouca(s) Tudo Seja quem for Certo(s), certa(s) - - Tanto(s), tanta(s) - - Quanto(s), quanta(s) - - Qualquer, quaisquer - - 9 1.2.1.1 – Emprego de alguns pronomes indefinidos (QUESTÃO DE PROVA!) a) Algum(uns), alguma(s) Quando eles aparecem antes do substantivo, possuem sentido afirma- tivo. Se aparecerem depois, ganham sentido negativo. Algum amigo ligará para você. (Sentido afirmativo; alguém ligará) Amigo algum ligará para você. (Sentido negativo; ninguém ligará) b) Certo(s), certa(s) Dependendo da posição dessas palavras, a classe gramatical mudará. Se alguma delas vier ANTES do substantivo, serão pronomes indefini- dos; se vierem APÓS o substantivo, serão adjetivos. Certas pessoas nunca tomam as decisões certas. Certas pessoas caracteriza o pronome indefinido certas, mas decisões certas caracteriza o adjetivo certas que é dado à palavra decisões. c) Todo(s), toda(s) Essas palavras possuem variações de sentido. Se forem empregadas no plural, vão indicar a totalidade de um conjunto: Todas as lojas estarão abertas até meia-noite. Se forem empregadas no singular e sem artigo, essas palavras terão sentido de qualquer e cada: Em casa, toda decisão é tomada em conjunto. (toda decisão = cada deci- são) Se forem empregadas no singular e com artigo, essas palavras indica- rão totalidade, funcionando como a palavra inteiro, transformando-se em adjetivo: Assistiam desenhos por toda a manhã. (Assistiam desenhos pela manhã inteira.) Se essas palavras forem empregadas no singular, depois de um subs- tantivo, também serão como a palavra inteiro. 10 Assistiam desenhos pela manhã toda. (Assistiam desenhos pela manhã inteira.) 1.2.2 – POSSESSIVOS Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às três pessoas gra- maticais, indicando algo que lhes pertence, estabelecendo a relação de posse entre o pronome pessoal e o possessivo. São variáveis em gênero e número, concordando sempre com a pessoa ao qual se refere. Pessoa gramatical Pronome pessoal Pronome possessivo 1ª pessoa singular Eu Meu, minha, meus, minhas 2ª pessoa singular Tu Teu, tua, teus, tuas 3ª pessoa singular Ele/ela Seu, sua, seus, suas 1ª pessoa plural Nós Nosso, nossa, nossos, nossas 2ª pessoa plural Vós Vosso, vossa, vossos, vossas 3ª pessoa plural Eles/elas Seu, sua, seus, suas 1.2.3 – DEMONSTRATIVOS São aqueles que possuem a função de indicar o lugar que um ser ou alguma coisa ocupa em relação às três pessoas gramaticais. Essa locali- zação pode ocorrer no tempo, no espaço ou no contexto. Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis: Variáveis Invariáveis Este, esta, estes, estas Isto Esse, essa, esses, essas Isso Aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo DICAS#CASCA! A BANCA ABORDA, COM ESSES PRONOMES, A RE- FERÊNCIA TEXTUAL! CUIDADO! Substitutos dos pronomes de- monstrativos. (CAI NA PROVA!) a) A palavra “tal” pode ser considerada sinônima dos seguintes prono- mes: Este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela e aquilo. Tal surpresa me deixou acanhada. (Esta) Foi inesperada tal atitude, mesmo porque não conhecíamos esse seu lado. (Aquela) 11 b) No sentido de “exato, idêntico, em pessoa”, as palavras “mesmo” e “próprio” atuam como pronomes demonstrativos: Foi a própria professora quem nos deu a notícia. (Em pessoa) Foi nesse mesmo lugar que nos encontramos pela primeira vez. (Exato) c) A palavra “semelhante” pode atuar como demonstrativode identi- dade: Você foi corajoso em proferir semelhante palavra. d) AS PALAVRAS O, A, OS, AS “A vida é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam.” A vida é uma tragédia para aqueles que sentem e uma comédia para aque- les que pensam. 1.2.4 – RELATIVOS QUADRO DOS PRONOMES RELATIVOS Variáveis Invariáveis Masculino Feminino o qual os quais a qual as quais quem cujo cujos cuja cujas que quanto quantos quanta quantas onde a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes rela- tivos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pro- nomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições. Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de "que" neste caso geraria ambiguidade.) 12 Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar "que" depois de "sobre".) CUIDADO! os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da oração. Ex.: Havia condições com que não concordávamos. (Concordar com) Havia condições de que desconfiávamos. (Desconfiar de) c) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a "do qual", "da qual", "dos quais", "das quais". Ex.: O carro, cujo pneu está furado, pertence a papai. d) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Ex.: Emprestei tantos quantos foram necessários. Ele fez tudo quanto havia falado. e) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição. Ex.: O Deus a quem amo é poderoso! f) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. Ex.: A casa onde morava foi assaltada. g) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que". Ex.: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior. 1.3 – ADJETIVO E SUBSTANTIVO A segunda relação semântica do sintagma! (QUESTÃO DE CONCORDÂNCIA NOMINAL!) 13 1.3.1 – O QUE É ADJETIVO? Os adjetivos são termos que atribuem características, qualidades ou esta- dos a um substantivo. 1.3.2 – O QUE É LOCUÇÃO ADJETIVA? De mesmo valor que o adjetivo, as locuções adjetivas exercem o mesmo papel que o adjetivo, atribuindo qualidades e caracterizando os seres. A diferença, no entanto, é que as locuções adjetivas são expressões iniciadas por preposições (de, em, com, sem, etc.). Aquela árvore com flores na esquina. DICAS#CASCA! As locuções adjetivas, apesar de exercerem o mesmo papel de adjetivo, não são expressões que transformamos em adjetivo, uma vez que às vezes elas não possuem um adjetivo equivalente ou este adjetivo equivalente não traz o mesmo significado. Tempero de receitas apetitosas. Aqui, não há um adjetivo equivalente a receitas apetitosas. Ela tem opiniões infantis. Aqui, o significado do adjetivo e da locução proposta é divergente, por- que a frase pressupõe opiniões ingênuas, não necessariamente da in- fância. 1.3.3 – FLEXÃO EM GRAU a) Superlativo Indica característica atribuída ao substantivo em máxima intensidade. É dividido em absoluto e relativo. a.1) Superlativo Absoluto O superlativo absoluto ainda admite duas formas: analítico e sintético. a.1.2) Quando é analítico, temos uma palavra intensificadora + adje- tivo. Aqui será construído um prédio muito alto. a.1.3) No caso do sintético, temos o adjetivo + um sufixo intensificador. Aqui será construído um prédio altíssimo. 14 b) Superlativo Relativo Quando o superlativo é relativo, temos um adjetivo que atribui caracterís- tica relacionando-o a outros seres com a mesma característica. Estes tam- bém admitem duas divisões, sendo de superioridade: Este prédio é o mais alto do mundo. Ou de inferioridade: Esta menina é a mais baixa de todas. c) Comparativo Indica comparação entre uma característica que dois seres possuem, es- tabelecendo uma relação entre eles. Tem três tipos: comparativo de supe- rioridade, de igualdade ou de inferioridade. c.1) Comparativo de Superioridade A árvore era mais alta que o poste. c.2) Comparativo de Igualdade A árvore era tão alta quanto o poste. c.3) Comparativo de Inferioridade A árvore era menos alta que o poste. DICAS#CASCA! O USO DA PREPOSIÇÃO É FACULTATIVO! (QUESTÃO DE PROVA!) Lucas é menos extrovertido (do) que seu irmão. Lucas é mais extrovertido (do) que seu irmão. Este procedimento é melhor (do) que o outro. Meu desempenho foi pior (do) que o seu. A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico. DICAS#CASCA! As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utili- zadas quando se comparam duas características de um mesmo ser. Exemplos: Pedro é mais bom (do) que esforçado. O garoto é mais mau (do) que esperto. Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo. 15 1.4 – CONCORDÂNCIA NOMINAL Conceito: é a adequação dos termos da oração feita para que estes har- monizem e concordem em número e gênero com o substantivo. Regra geral: em uma oração com dois ou mais substantivos, o adjetivo pode concordar com todos estes termos (concordância lógica) ou com o mais próximo dele (concordância atrativa). Exemplos: Menino e menina gordos. (Lógica, pois “gordos” abrange “menino” e “menina”) Menino e menina gorda. (Atrativa, pois “gorda” se refere somente a “menina”) CUIDADO! Na soma, o termo masculino SEMPRE prevalecerá. Para que haja a forma FEMININA e PLURAL, na adição dos núcleos, é necessário que TODOS os elementos, SEM EXCEÇÃO, sejam femininos. Exemplos: A mãe e filha bonitas chegaram cedo. Chegou atrasada a mãe e o pai. (Atrativa, pois “atrasada” se refere somente a “mãe”) Chegaram atrasados a mãe e o pai. (Lógica, pois “atrasados” se refere a “mãe” e “pai”) a) Obrigado, anexo (incluso / apenso), quite, próprio, possível, tal qual, nenhum: são variáveis. Exemplos: Muito obrigada, disse e mulher. Os documentos seguem anexos. A lista de preços inclusa foi aprovada pela diretoria. A petição segue apensa ao processo. Posso dizer que agora estamos quites. Ela mesma trocou a lâmpada quei- mada. O autor escreveu três possíveis finais para a história. As mães eram tais quais as filhas. Nenhuns carros passaram por aqui. Não vi nenhuma motocicleta também. ATENÇÃO: “anexo” é variável, porém as expressões “em anexo”, “em incluso” e “em apenso” são invariáveis. Os documentos estão em anexo. 16 A lista de preços em incluso foi aprovada pela diretoria. A petição segue em apenso ao processo. Menos é invariável: Ela comprou menos roupas dessa vez. Também quis parcelar em menos vezes. Bastante, meio: quando modificam o substantivo, são variáveis; quando são advérbios, invariáveis. Havia bastantes pessoas dentro daquele ônibus. (Modifica o substantivo “pessoas” – variável) Choveu bastante ontem de manhã. (Função de advérbio – invariável) Hoje eu estou meio desanimado. (Função de advérbio – invariável) Ela comeu meia melancia!(Modifica o substantivo “melancia” – variável) Haja(m) vista – o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado esteja no singular, verbo SOMENTE poderá ficar no SINGULAR; caso o elemento exemplificado esteja no PLURAL, o verbo PODERÁ VIR no SINGULAR ou como no PLURAL. Os últimos fatos foram alegres, HAJA VISTA O NASCIMENTO DE JOÃO. A literatura brasileira é muito rica, HAJA(M) VISTA OS MARAVILHOSOS LIVROS DE MACHADO DE ASSIS. CUIDADO! A expressão fica invariável (seguida de preposição). Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. MESMO – Quando significar “PRÓPRIO” é variável. Porém quando sig- nificar ATÉ MESMO é invariável. Ela mesma (PRÓPRIA) fez o almoço. Mesmo (ATÉ MESMO) ela fez o al- moço. POSSÍVEL – Com as estruturas com O MAIS – O MENOS – O MELHOR – O PIOR – QUANTO, o adjetivo POSSÍVEL estará no SINGULAR; Fiz todos os esforços QUANTO POSSÍVEL. / São alunos O MAIS estudiosos POSSÍVEL. 17 Já nas estruturas com OS MAIS – OS MENOS – OS MELHORES – OS PI- ORES, o adjetivo POSSÍVEL virá no PLURAL. São alunos OS MAIS POSSÍVEIS ESTUDIOSOS. DECORE! 1 – Fica no SINGULAR o ADJETIVO que modifica dois ou mais SUBSTAN- TIVOS que se referem à mesma pessoa ou coisa: Ele sempre foi pai e marido EXEMPLAR. Tom Jobim foi compositor, músico e arranjador GENIAL. 2 – Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. Encontramos caído o prendedor e a roupa. CUIDADO! Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de paren- tesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. 3 – Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acom- panhado de nenhum modificador. Água é bom para saúde. b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Esta água é boa para saúde. 18 4 - O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Juliana as viu ontem muito felizes. 5 - Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjeti- vos no singular, podem ser usadas as construções: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do úl- timo adjetivo. Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Admiro as culturas espanhola e portuguesa. 6 – É PROIBIDO / É NECESSÁRIO Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam inva- riáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo). É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação. 1.5 – MODOS VERBAIS MODOS VERBAIS INDICATIVO = CERTEZA; SUBJUNTIVO = INCERTEZA, HIPÓTESE, DESEJO; IMPERATIVO = ORDEM, PEDIDO, DESEJO. 19 1.6 – TEMPOS VERBAIS Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação ex- pressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja: Tempos do Indicativo Presente – Expressa um fato atual. Eu estudo neste colégio. CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!) SUBSTITUIÇÃO DO PRESENTE COM MESMO SENTIDO: 1 – Eu estudo todos os dias. 2 – Eu tenho estudado todos os dias. (tempo composto do pretérito per- feito) 3 – Eu venho estudando todos os dias. (verbo vir + gerúndio) Pretérito Imperfeito – Expressa um fato ocorrido num momento ante- rior ao atual, mas que NÃO foi completamente terminado. Ele estudava as lições quando foi interrompido. Pretérito Perfeito (simples) – Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Ele estudou as lições ontem à noite. Pretérito Mais-Que-Perfeito – Expressa um fato ocorrido ANTES de ou- tro fato já terminado. (PASSADO DO PASSADO) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (Forma simples) CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO: Eu amara quando o verão acabou. (Forma simples) Eu tinha amado quando o verão acabou. (Forma composta / MESMO SEN- TIDO!) Futuro do Presente (simples) – Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. 20 Ele estudará as lições amanhã. Futuro do Pretérito (simples) – Enuncia um fato que pode ocorrer pos- teriormente a um determinado fato passado. Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. DECORE! Pode veicular uma ideia de hipótese: Não sei o que faria se não estivesses presente. (FUTURO CONDICIONAL) Tempos do Subjuntivo Presente – Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. É conveniente que estudes para o exame. Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Eu esperava que ele vencesse o jogo. DICAS#CASCA! O pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. Futuro do Presente (simples) – Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Quando ele vier à loja, levará as encomendas. DICAS#CASCA! O futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Se ele vier à loja, levará as encomendas. CUIDADO! FUTURO DO SUBJUNTIVO OU INFINITIVO PESSOAL? A diferença é que o futuro do subjuntivo vem regido por conjunção (nor- malmente “quando” ou “se”), advérbio ou pronome relativo. Veja: “Quando eu soltar a minha voz, por favor me entenda.” “Se você não cantar agora, o público não perdoará.” “A casa em que ela cantar sempre estará cheia de fãs.” 21 O infinitivo, por sua vez, pode ser regido por preposição: “Ao soltar a minha voz, você me entenderá.” “Para cantar agora, ela exige mil coisas absurdas.” “Sem lutares, a vitória é improvável.” “Chegou a hora de essa gente mostrar seu valor.” Ou vir sem preposição: “Navegar é preciso.” “Viver não é preciso.” “Convém chegares mais cedo.” 1.7 – FORMAS NOMINAIS FORMAS NOMINAIS INFINITIVO – equivale ao valor de um substantivo; GERÚNDIO – equivale ao valor de um adjetivo ou de um advérbio; PARTICÍPIO – equivale ao valor de um adjetivo. 1.7.1 – Emprego do infinitivo Essa forma nominal do verbo deve ser utilizada quando há a intenção de exprimir o processo verbal em eficiência, ou seja, exprime a noção de ação do verbo, aproximando-o do substantivo. “É preciso saber viver.” “De amar, também se morre.” 1.7.2 - Emprego do gerúndio O gerúndio deve ser utilizado quando há a intenção de expressar a conti- nuidade do processo verbal, realizando as funções do advérbio ou do ad- jetivo. Ela perdeu o livro andando no parque. (valor adverbial = quando) Tenho agonia de pessoa assobiando. (valor de adjetivo = pessoa que asso- bia) 1.7.3 - Emprego do particípio O particípio deve ser utilizado quando há a intenção de exprimir um re- sultado da ação verbal, acumulando tanto as funções do verbo quanto do adjetivo e, por isso, pode receber as desinências -a de feminino e -s de plural. 22 Comprado o presente, fomos para a festa.A roupa foi confeccionada por um estilista. 1.8 – TEMPOS COMPOSTOS (CAI NA PROVA!) a) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO Processo que ocorreu ANTES de outro processo passado. Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara) b) FUTURO DO PRESENTE Expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já PASSADO em relação a OUTRO FATO FUTURO. Isso acontece por in- fluência nominal particípio. Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. CUIDADO! O TEMPO COMPOSTO DO FUTURO DO PRESENTE NÃO PODE SER SUBSTITUÍDO PELA FORMA SIMPLES! Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. (Tempo composto / fato ocorrido) Quando estivermos lá, o dia amanhecerá. (Forma simples / fato futuro). c) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO: Indica um fato que se realizaria no passado, entretanto, com uma con- dição: Se tivéssemos conversado antes, essa tragédia não teria acontecido. Indica um processo ENCERRADO posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente: Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com outro clube. d) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO: É empregado para indicar processos que se REPETEM ou PROLONGAM do passado até o presente: 23 Tenho amado muito nestes últimos dias. É natural substituirmos este tempo composto pela locução verbal VIR + GERÚNDIO. Venho amando muito nestes últimos dias. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 24 LIÇÃO 2 – #SINTAXE I: termos integrantes: transitividade (complemento verbal; complemento nominal); função sintática dos pronomes pessoais) 2.1 – A TRANSITIVIDADE E A COMPLEMENTAÇÃO VERBAL (objeto direto, objeto indireto, objeto direto e indireto) #A TABELA DA TRANSITIVIDADE VERBAL DECORE, PELO AMOR DE DEUS!!! V.T.D. (verbo transitivo direto) / QUEM AMA, AMA ALGUMA COISA; DICAS#CASCA! A banca cobra o objeto direto preposicionado! O objeto direto pode ser preposicionado nos seguintes casos: a) Acompanhado de verbos que exprimem sentimentos. Não odeio a ninguém. (CASO FACULTATIVO) b) Para evitar ambiguidade. (CASO OBRIGATÓRIO. QUESTÃO DE PROVA!) Na copa do mundo, venceram aos brasileiros os alemães. c) Quando for expresso por pronome pessoal oblíquo tônico. (CASO OBRIGATÓRIO) Pedro, sua família, nesse dia ensolarado, festeja a ti. d) Quando for expresso pelo pronome relativo QUEM. (CASO OBRIGA- TÓRIO) A pessoa a quem amo está presente. e) Quando for o nome próprio “Deus”. (CASO FACULTATIVO) A igreja orienta que todos amem a Deus. f) Algumas expressões que indicam ideia de partitivo, ou seja, o objeto direto transmite ideia de parte daquilo a que se refere. (FACULTATIVO) “Celina bebeu do próprio veneno.” (Bebeu parte do veneno) “Celina bebeu o próprio veneno.” (Bebeu todo o veneno) 25 V.T.I. (verbo transitivo indireto) / QUEM PRECISA, PRECISA DE ALGUMA COISA; DECORE AS PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS!!! A: a, ante, até, após; S: sem, sob, sobre; D: de, desde; E: em, entre; P: para, por, perante, per; C: com, contra; T: trás. ASDEPCT! V.I. (verbo intransitivo) / QUEM MORRE, MORRE; a) Não necessitam de complemento porque têm sentido completo. Por esse motivo, eles conseguem formar o predicado sozinhos; Carmem morreu. Jordana chegou. b) Os verbos intransitivos são, muitas vezes, acompanhados de adjunto adverbial ou de predicativo. Carmem morreu serenamente. (Advérbio) Jordana chegou satisfeita. (Predicativo do sujeito) c) PRINCIPAIS VERBOS INTRANSITIVOS: morrer, nascer, andar, correr, sair, trabalhar, adormecer, dormir, etc. V.T.D.I. (verbo transitivo direto e indireto / QUEM ESCREVE, ESCREVE ALGUMA COISA PARA ALGUÉM; V.L. (verbo de ligação) a) Os verbos de ligação, também chamados de copulativos, têm a função de ligar o sujeito e suas características (predicativo do sujeito); b) Lista dos verbos de ligação: b.1) Estado Circunstancial • Estar. Exemplo: Estou exausta! • Parecer. Exemplo: Ela parece feliz com os resultados. 26 • Andar. Exemplo: Desde aquele episódio, andamos sempre conten- tes. b.2) Estado Permanente • Ser. Exemplo: Eles são capazes de finalizar tudo até amanhã? • Viver. Exemplo: Vivem doentes. b.3) Mudança de Estado • Ficar. Exemplo: Fico feliz com a notícia! • Tornar-se. Exemplo: Ela se tornou um exemplo de vida. • Virar. Exemplo: Depois de tudo, virou um santo... b.4) Continuidade do Estado • Permanecer. Exemplo: Ele permaneceu calado. • Continuar. Exemplo: Ela continuou atenta ao trabalho. DICAS#CASCA! A) A BANCA COBRA O COMPLEMENTO VERBAL: OBJETO DIRETO E OB- JETO INDIRETO! – (FIQUE DE OLHO!); B) VERBO DE LIGAÇÃO NÃO TEM COMPLEMENTO! – A vida é bela. (“bela” é PREDICATIVO DO SUJEITO); C) CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS – A classificação dos verbos em intran- sitivo, transitivo e verbo de ligação é feita mediante o seu CONTEXTO. Isso porque o mesmo verbo pode ser classificado de formas distintas, conforme verificamos nos exemplos a seguir: Desde aquele episódio, andamos sempre contentes. (Verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir contente); Ela vive cansada. (Verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir constantemente cansada); Ela vive no Japão. (Verbo intransitivo, pois expressa a ação de residir no Japão); D) O PREDICATIVO DO SUJEITO É A CARACTERÍSTICA DO SUJEITO QUE DEFINE OU MODIFICA O SUJEITO! Ele é chamadode predicativo porque faz parte do predicado, mas não acrescenta nada ao verbo e, sim, ao sujeito. 27 2.2 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. ADJUNTO ADNOMINAL 2.2.1 – COMPLEMENTO NOMINAL Complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advér- bio). Exemplos: Tenho medo do escuro. Paulo é fiel ao time. O governo agiu contrariamente ao povo. 2.2.2 – ADJUNTO ADNOMINAL Determina, especifica o valor do SUBSTANTIVO! Exemplos: A casa de papai é bonita. O carro bonito foi vendido. #TABELA DO PODER! ADJUNTO ADNOMINAL COMPLEMENTO NOMINAL Substantivo abstrato; Substantivo concreto. Substantivo abstrato; Adjetivo; Advérbio. Sentido de posse Sem sentido de posse O uso da preposição NÃO é obrigatório O uso da preposição É OBRIGATÓRIO Sentido Ativo (preposição DE) Sentido Passivo (qualquer preposição) 2.2.3 – COMPLEMENTO NOMINAL VS. OBJETO INDIRETO (os termos in- tegrantes da oração e a técnica do estudo da preposição) 1. Ele pensa verdadeiramente na vitória. 1º PASSO: a técnica só é válida quando O TERMO DESTACADO ESTÁ POS- POSTO AO VERBO! 2º PASSO: quebramos a estrutura do termo destacado: na vitória = em + a vitória. 3º PASSO: descobrimos a origem da preposição (se for do verbo, temos OBJETO INDIRETO; se for do nome, temos COMPLEMENTO NOMINAL). 28 Como, na questão, QUEM PENSA, PENSA EM ALGUMA COISA, temos OB- JETO INDIRETO. Agora, veja: 2. Ele é fiel ao clube. Ao clube = a + o clube (A é preposição / O é artigo) Analisando o verbo da questão, descobrimos que trata-se de VERBO DE LIGAÇÃO. Logo, a preposição tem origem no NOME FIEL. ao clube = COMPLEMENTO NOMINAL. 2.3 – A FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS (QUESTÃO DE PROVA!) A) CASO RETO EU –TU – ELE – NÓS – VÓS – ELES FUNÇÃO NA ORAÇÃO: SUJEITO B) OBLÍQUO ÁTONO ME – TE – LHE – SE – O/OS – A/AS – NOS – VOS – LHES FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto direto ou indi- reto). Desejo-te boa sorte... Faça-me o favor... DICAS#CASCA! A) O – A – OS – AS SÓ FUNICIONAM COMO OBJETO DIRETO. Ontem, eu a vi. B) Em verbos terminados em -R, -S ou -Z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em - AM, -EM, -ÃO e –ÕE os pronomes se tornam no(s), na(s); 29 C) FUNÇÕES DO PRONOME LHE: C.1) COMPLEMENTO VERBAL: objeto indireto. Disse-lhe a verdade! C.2) COMPLEMENTO NOMINAL (SEMPRE COM VERBO DE LIGAÇÃO!) Ele não lhe foi fiel. C.3) ADJUNTO ADNOMINAL (SENTIDO POSSE / SEMPRE COM VERBO TRANSITIVO DIRETO / PODE SER SUBSTITUÍDO POR SEU, SUA, DELE, DELA) Beijo-lhe a mão. (Beijo a sua mão. / Beijo a mão dele.) D) OBLÍQUO TÔNICO (A PREPOSIÇÃO É OBRIGATÓRIA) A MIM – A TI – A SI – A ELE/A ELES – A ELA/A ELAS – A NÓS – A VÓS FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto indireto; objeto direto preposicionado). Disse a verdade a mim. (Objeto indireto) Ninguém entende a nós.” (Objeto direto preposicionado) 2.4 – PRONOME RELATIVO – A FUNÇÃO SINTÁTICA REFE- RENCIAL QUE / O QUAL / A QUAL / ONDE = EM QUE / QUANDO = EM QUE / CUJO / QUEM OBSERVE: O CARRO QUE COMPREI É BONITO. 1 – O CARRO É BONITO; 2 – EU COMPREI O CARRO. (Objeto direto da oração subordinada adje- tiva) QUE = CARRO / CARRO = TEM FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO / QUE = OB- JETO DIRETO. DICAS#CASCA: OS PRONOMES RELATIVOS INTRODUZEM AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS. LOGO, POSSUEM FUNÇÃO DE ADJUNTO ADNOMINAL! O ALUNO QUE ESTUDA PASSA! 30 O PRONOME RELATIVO FUNCIONA COMO ADJUNTO ADNOMINAL DE ALUNO E SUJEITO DA ORAÇÃO QUE ESTUDA. CUIDADO! USO DO PRONOME RELATIVO (DECORE!) 1- Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar. Este é o pintor a cuja obra me refiro. Este é o pintor de cuja obra gosto. 2 - O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas: Não conheço o político de quem você falou. 3 - O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo clas- sificado como pronome relativo indefinido. Quem faltou foi advertido. 4 - Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá prece- dido de preposição. Marcelo era o homem a quem ela amava. 5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de re- lativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coi- sas, no singular ou no plural. Não conheço o rapaz que saiu. Gostei muito do vestido que comprei. Eis os ingredientes de que necessitamos. 6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as. Falo o que sinto. (O pronome o equivale a aquilo.) 7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pro- nome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões). Aquele é o livro com que trabalho. Aquela é a senhora para a qual trabalho. 8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída. Apresentaram provas em cuja veracidade eu creio. 31 9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relati- vos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Comprou tudo quanto viu. 10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual. Este é o país onde habito. a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem antecedente. Sempre morei no país onde nasci. b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposi- ção a + onde. Voltei àquele lugar aonde minha mãe me levava quando criança. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 32 LIÇÃO 3 – #SINTAXE II: termos essenciais: estudo do sujeito; concordância verbal 3.1 – O ESTUDO DO SUJEITO A) O SUJEITO SIMPLES / SUJEITO COMPOSTO (A BANCA COBRA EM CONCORDÂNCIA VERBAL!) B) SUJEITO DESINENCIAL / ELÍPTICO / OCULTO DETERMINADO Ganhamos a loteria. Paulo, SAIA! C) SUJEITO INDETERMINADO (A BANCA COBRA AS FUNÇÕES DA PALA- VRA SE!) 1º CASO: VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL Ex.: Roubaram meu carro. 2° CASO: O VERBO + “SE” (QUESTÃO DE PROVA!) DECORE AS FÓRMULAS MÁGICAS! 2.1) V.T.I. + SE + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO Ex.:Precisa-se de funcionários. SE = Índice de indeterminação do sujeito. DE FUNCIONÁRIOS = objeto indireto VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR! 2.2) V.I. + SE = SUJEITO INDETERMINADO Ex.: Vive-se bem em apartamentos. SE = Índice de indeterminação do sujeito. VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR! 2.3) VERBO DE LIGAÇÃO + SE Ex.: Fica-se nervoso na casa da sogra. SE = Índice de indeterminação do sujeito. VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR! 2.4) V.T.D. + SE = SUJEITO DETERMINADO Ex.: Alugam-se apartamentos. / Aluga-se apartamento. 33 SE = Partícula Apassivadora Apartamentos / apartamento = Sujeito simples O verbo DEVE CONCORDAR com o sujeito! D) ORAÇÃO SEM SUJEITO (os verbos IMPESSOAIS) é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações: Havia formigas na casa. Nevou muito este ano em Nova Iorque. É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conte- údo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no pro- cesso verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com: D.1) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer. Veja: Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto. DICAS#CASCA Quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado. Veja: Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito) Já amanheci cansado. (eu=sujeito) D.2) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos: D.2.1) Ser: É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora) DICAS#CASCA! Ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora. / São nove horas.) Hoje é (ou são) 15 de março. (Data) 34 Obs.: Ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, suben- tendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias. D.2.2) Estar: Está tarde. (Tempo) Está muito quente. (Temperatura) D.2.3) Fazer: Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido) Fez 39°C ontem. (Temperatura) D.2.4) Haver: Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir) DICAS#CASCA! Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é pos- sível usá-los no plural. Veja: Faz muitos anos que nos conhecemos. Deve fazer dias quentes na Bahia. Veja mais: Há muitas pessoas interessadas na reunião. Houve muitas pessoas interessadas na reunião. Havia muitas pessoas interessadas na reunião. Haverá muitas pessoas interessadas na reunião. Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. 3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL 3.2.1 - CASOS QUE ACEITAM O SINGULAR E O PLURAL (Questão de prova!) 35 A) EXPRESSÕES PARTITIVAS: A MAIOR PARTE, BOA PARTE, GRANDE PARTE, A MAIORIA, A MINORIA, PARTE DE, METADE DE, UMA PORÇÃO DE, O GROSSO DE, O RESTO DE, etc. Ex.: Boa parte das pessoas ACREDITOU/ACREDITARAM no que ele disse. A maioria os alunos OBTEVE/OBTIVERAM boas noitas. Metade dos professores PARTICIPOU/PARTICIPARAM do congresso. DICAS#CASCA! O mesmo processo de concordância se aplica quando se empregam COLETIVOS (bando, grupo, enxame, etc.). Quando o COLE- TIVO é seguido de TERMO NO PLURAL, a concordância também é OP- TATIVA: Ex.: Um grupo de alunos EXIGIU/EXIGIRAM a presença da professora. CUIDADO! O verbo ficará no SINGULAR se essas palavras (maioria, parte, metade, etc.) NÃO FOREM ESPECIFICADAS. Ex.: A maioria faltou. Boa parte abandonou o projeto. Um bando destruiu a sala. CUIDADO! (CAI NA PROVA!) Com expressões partitivas + ser, o verbo CONCORDA com o PREDICATIVO, e não com o SUJEITO: Ex.: A maioria dos analistas SÃO EXPERIENTES. B) SUJEITO COMPOSTO POSPOSTO: quando o sujeito composto é pos- posto, ou seja, colocado depois do verbo, passam a existir duas possibili- dades de concordância: VERBO NO PLURAL ou em CONCORDÂNCIA COM O NÚCLEO MAIS PRÓXIMO. Ex.: FALTARAM ao time CORAGEM E DETERMINAÇÃO. FALTOU ao time CORAGEAM E DETERMINAÇÃO. ACABARAM O LEITE E OS OVOS. ACABOU O LEITE E OS OVOS. CUIDADO! Nos casos em que o SE indica IDEIA DE RECIPROCIDADE en- tre os núcleos que constituem o SUJEITO COMPOSTO, a concordância deve ser feita no PLURAL. Ex.: ABRAÇARAM-SE A MÃE E A FILHA. OFENDERAM-SE muito O TÉCNICO E O JOGADOR. 36 C) PALAVRAS SINÔNIMAS (A CONCORDÂNCIA COM A UNIDADE DE SENTIDO DOS NÚCLEOS). Ex.: DESCASO e DESPREZO sempre MARCOU seu comportamento. O verbo no SINGULAR ENFATIZA a UNIDADE DE SENTIDO DOS NÚCLEOS. DESCASO e DESPREZO sempre MARCARAM seu comportamento. Também é possível a CONCORDÂNCIA LÓGICA, ou seja, o emprego do VERBO NO PLURAL. D) VERBO SER ENTRE PRONOME NÃO PESSOAL E SUBSTANTIVO (CON- CORDA COM O SUJEITO OU PREDICATIVO). Ex.: Tudo ERA/ERAM delícias naquela mesa. Isso É/SÃO coisas que dizem por aí. Quem É/SÃO os integrantes da comissão? E) VERBO SER NAS EXPRESSÕES QUE INDICAM NOÇÃO DE QUANTI- DADE (MUITO, POUCO, BASTANTE / VERBO NO SINGULAR!). Ex.: Três quilos de carne É MUITO POUCO para um churrasco. Cinco dias É POUCO tempo para conhecer Roma. Cem reais É POUCO para comprar tudo o que é preciso. F) VERBO SER NAS INDICAÇÕES DE TEMPO (CONCORDA COM O NÚ- MERO DE MINUTOS, DE HORAS, OU DE DIAS MAIS PRÓXIMO). Ex.: É uma hora da tarde. São quatro horas. É meio-dia e vinte. Hoje é/são vinte e dois de dezembro. G) A EXPRESSÃO É QUE (VERBO NO SINGULAR) Ex.: É para essas pessoas QUE o novo governo deve trabalhar. É nessas horas QUE se vê quem de fato é amigo. Os elefantes fazem tudo, mas os macacos É QUE levam a fama. 37 H) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...), seguida de nu- meral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Ex.: Cerca de mil pessoas participaram da manifestação. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas. CUIDADO! Quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Ex.: Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (Ofen- deram um ao outro) I) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar no plural. Ex.: Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. J) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Ex.: E quais de nós são/somos capazes? Alguns de vós sabiam/sabíeis do caso? Vários de nós propuseram/propusemos sugestões inovadoras. CUIDADO! Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Ex.: Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso. 38 L) PORCENTAGEM (Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagemseguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo). Ex.: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova. CUIDADO! Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Ex.: 25% querem a mudança. 1% conhece o assunto. M) O PRONOME RELATIVO QUE Quando o sujeito é o pronome relativo “que”, a concordância em nú- mero e pessoa é feita com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem. N) O PRONOME RELATIVO QUEM Quando o sujeito é o pronome relativo “quem”, pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta. Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro. O) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assumir a forma plural. Ex.: Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo ro- mance. CUIDADO COM A IDEIA DE EXCLUSÃO (CAI NA PROVA!) Se houver exclusão, a expressão um dos que leva o verbo para o singu- lar: 39 Já foi um dos candidatos que venceu a última eleição presidencial. (So- mente José venceu.) P) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente...”, “não apenas... mas tam- bém”, “tanto... quanto”, o verbo concorda de preferência no plural. Ex.: Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. Q) VERBO PARECER O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordân- cias: – Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo. Alguns colegas pareciam chorar naquele momento. – A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão. Alguns colegas parecia chorarem naquele momento. CUIDADO! Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular. Ex.: As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.) R) O VERBO NO INFINITIVO (Questão de prova!) R.1) INFINITIVO PESSOAL COM SUJEITO IGUAL AO DO VERBO DA ORAÇÃO ANTERIOR (FLEXÃO FACULTATIVA) Ex.: Os sindicalistas foram a Brasília para CONVERSAR / CONVERSAREM com o presidente. CUIDADO! Se a oração infinitiva vier ANTES da principal, é mais frequente o INFI- NITIVO FLEXIONADO: Para CONVERSAREM com o presidente, os sindicalistas foram a Brasília. R.2) INFINTIVO PESSOAL COM SUJEITO DIFERENTE DO SUJEITO DO VERBO DA ORAÇÃO ANTERIOR (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!) Ex.: O presidente fez o possível para os executivos estrangeiros ACEITAREM a proposta. 40 R.3) INFINTIVO QUE É REGIDO POR PREPOSIÇÃO E FUNCIONA COMO COMPLEMENTO DE SUBSTANTIVO, ADJETIVO OU VERBO. (NÃO SE FLE- XIONA O INFINITIVO!) Ex.: Os jornalistas foram proibidos DE ENTRAR. Eles não têm chance DE VENCER. Foram incumbidos DE ABRIR a exposição. Todos estão obrigados A COMPARECER. R.4) RECIPROCIDADE (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!) Ex.: Depois de brigas e brigas marido e mulher faziam o possível para SE SU- PORTAREM. R.5) DEIXAR – FAZER – MANDAR – OUVIR – SENTIR – VER + INFINITIVO (FLEXÃO OPTATIVA!) Ex.: Faça os meninos DORMIR / DORMIREM cedo. Mande os cozinheiros PREPARAR / PREPARAREM a comida. CUIDADO! Se o SUBSTANTIVO for substituído por um PRONOME OBLÍ- QUO, O INFINITIVO NÃO SERÁ FLEXIONADO. Ex.: Deixe-os ficar. Faça-os dormir cedo. Não os ouvi cantar. R.6) LOCUÇÃO VERBAL Só se flexiona o PRIMEIRO VERBO, chamado de auxiliar. O INFINI- NITVO não deve ser flexionado. Ex.: Eles DEVEM chegar logo. QUEIRAM comparecer ao estacionamento. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 41 LIÇÃO 4 – #SINTAXE III: Regência; Crase; Colocação prono- minal 4.1 - VERBOS INTRANSITIVOS Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. ❖ CHEGAR - IR Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na lín- gua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Exemplos: Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar Eles chegaram de Santos. Amanhã deves chegar cedo ao curso. CUIDADO! Quando cheguei A casa. (Certo) Quando cheguei EM casa. (Errado) Amanhã vou A ou PARA casa. (Certo) Amanhã vou EM casa. (Errado) DICAS#CASCA! “IR PARA algum lugar” enfatiza a direção, a partida. “IR A algum lugar” sugere também o retorno. Importante: reserva-se o uso de “em” para indicação de tempo ou meio. Veja: Cheguei a Roma em outubro. – Adjunto Adverbial de Tempo Chegamos no trem das dez. – Adjunto Adverbial de Meio 42 ❖ COMPARECER O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Exemplo: Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo. 4.2 – VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indi- retos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos para substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros: ❖ CONSISTIR Tem complemento introduzido pela preposição “em”. A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. ❖ OBEDECER E DESOBEDECER Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito. ❖ RESPONDER Tem complemento introduzido pela preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao que” se responde. Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja: O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. ❖ SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”. Antipatizo com aquela apresentadora. 43 Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma mi- noria privilegiada. 4.3 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS (QUES- TÃO DE PROVA) Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos: ❖ ABDICAR Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo. ❖ ACREDITAR Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força. ❖ ALMEJAR Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações. ❖ ANSIARAnseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas. ❖ ANTECEDER Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antece- deu a uma série de fatos estranhos. ❖ ATENDER Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos. ❖ ATENTAR Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar. ❖ COGITAR Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia. ❖ CONSENTIR Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas. ❖ DEPARAR Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha. ❖ GOZAR Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde. ❖ NECESSITAR Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação. 44 ❖ PRECEDER Intensas manifestações precederam a mudança de regime. / Intensas ma- nifestações precederam à mudança de regime. ❖ PRESIDIR Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro. ❖ RENUNCIAR Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta. ❖ SATISFAZER Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe. ❖ VERSAR Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas. 4.4 – VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um ob- jeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: Agradeço aos ouvintes a audiência. Objeto Indireto Objeto Direto Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto Indireto Paguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cui- dado. Observe: Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. 45 CUIDADO! Com os verbos AGRADECER – PERDOAR - PAGAR a pessoa deve sempre aparecer como OBJETO INDIRETO, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos: A empresa não paga aos funcionários desde setembro. Já perdoei aos que me acusaram. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim. ❖ INFORMAR Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (Ou sobre os novos preços.) Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções: Informei-os aos clientes. Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. Informe-os deles. (Ou sobre eles.) Obs.: a mesma regência do verbo INFORMAR é usada para os seguin- tes: AVISO, CERTIFICAR, NOTIFICAR, CIENTIFICAR, PREVENIR. ❖ COMPARAR Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. ❖ PEDIR Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Pedi-lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta A construção “PEDIR PARA”, muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é consi- derada correta quando a palavra licença estiver subentendida. 46 Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subor- dinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catá- logos em casa). A construção “dizer para”, também muito usada popularmente, é igual- mente considerada incorreta. ❖ PREFERIR Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo: Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. / Prefiro trem a ônibus. DICAS#CASCA! Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (preferir). 4.5 – MUDANÇA DE TRANSITIVIDADE VS MUDANÇA DE SEN- TIDO (QUESTÃO DE PROVA!) ❖ AGRADAR Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar. Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição “a”. O cantor não agradou aos presentes. (O cantor não lhes agradou.) ❖ ASPIRAR Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar. Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição. Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.) 47 CUIDADO! (QUESTÃO CESPE!) Como o objeto indireto do verbo “aspirar” não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “a ela (s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.) ❖ ASSISTIR Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar pre- sente, caber, pertencer. Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino. DICAS#CASCA! No sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intran- sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição “em”. Assistimos numa conturbada cidade. ❖ CHAMAR Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. No sentido de repreender é V.T.D.I. com o complemento indireto regido da preposição a: O fiscal chamou o candidato à atenção. Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto di- reto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não. (QUESTÃO DE PROVA!) I - A torcida chamou o jogador mercenário. II - A torcida chamou ao jogador mercenário. 48 III - A torcida chamou o jogador de mercenário. IV - A torcida chamou ao jogador de mercenário. ❖ CONSTAR No sentido de ser composto ou constituído é V.T.I. e rege a preposição “de” (objeto indireto). Este processo consta de seis volumes. No sentido de estar registrado, estar escrito é V.I. e deve ser empre- gado com a preposição EM, que introduz termo que indicar lugar. Seu aparte consta na ata. Consta nos autos que o réu não tem habilitação. No sentido de dizer-se, passar por certo é V.I.: Consta que Edinéia será a coordenadora-geral. ❖ CUSTAR Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Frutas e verduras não deveriam custar muito.No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo in- direto. Muito custa viver tão longe da família. Verbo intransitivo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. CUIDADO! A Gramática Normativa condena as construções que atri- buem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. Custei para entender o problema. Forma correta: Custou-me entender o problema. / Custa-me entender o problema. ❖ IMPLICAR Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Dar a entender, fazer supor, pressupor. Suas atitudes implicavam um firme propósito. 49 Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, pro- vocar. Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo. I Como transitivo direto e indireto, significa comprometer: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Com o sentido de envolver-se é V.T.I. com o complemento regido pela preposição “em”. O jogador implicou-se em drogas. CUIDADO! no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indi- reto e rege com preposição “com”. Implicava com quem não trabalhasse arduamente. ❖ PROCEDER Proceder é V.I. no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal. Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto. O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito. ❖ QUERER Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobi- çar. Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor. Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar. Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. Despede-se o filho que muito lhe quer. ❖ VISAR Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. O homem visou o alvo. / O gerente não quis visar o cheque. 50 No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transi- tivo indireto e rege a preposição “a”. O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. DICAS#CASCA! Se o verbo “visar” estiver seguido de INFINITIVO, a preposição pode ficar subentendida. Veja: Raquel visava conseguir amizades = visava A conseguir amizades. ❖ ATENDER É V.T.D. no sentido de deferir um pedido, conceder. O chefe atenderá sua solicitação. / O chefe a atenderá. No sentido de dar atenção é V.T.D. ou V.T.I. com a preposição “a” (ob- jeto indireto). João, atenda ao telefone. / João, atenda a ele. ❖ LEMBRAR Se não estiver acompanhado de pronome oblíquo átono é V.T.D., tem o sentido de não esquecer e pede complemento sem preposição (objeto direto): Lembrei o tempo bom que vivemos juntos. Acompanhado de pronome oblíquo é V.T.I., tem o sentido de recordar e pede complemento regido da preposição de (objeto indireto): Cafu, ao erguer a taça, comemorando o penta, lembrou-se da mulher. Com o sentido de trazer à lembrança e V.T.I. e rege a preposição “a”: Lembrou a todos o tempo de menino. DICAS#CASCA! – Os verbos ESQUECER, ADMIRAR E RECORDAR apresentam a mesma regência de LEMBRAR; – Há ainda uma construção em que a coisa lembrada, admirada, esque- cida ou recordada passa a funcionar como SUJEITO, ficando o verbo na 3ª pessoa do singular, sofrendo alteração de sentido. Veja: Lembrou-me o ocorrido nesta sala. (= o ocorrido nesta sala me veio à me- mória). Esqueceram-me os desenganos. (= os desenganos caíram-me no esqueci- mento). 51 ❖ PRECISAR É V.T.D. com o sentido de marcar, indicar com precisão. O relojoeiro precisou o defeito do cronômetro. Com o sentido de carecer, ter necessidade, é V.T.I. e rege a preposição “de”. Acho que ela precisa de carinho. 4.6 – CRASE É a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Grafica- mente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, as- sinalado no sentido contrário ao acento agudo: à. 4.6.1 – A CRASE É LEGAL A) Antes de palavras femininas (a – as) O bom cidadão obedece à lei. B) Cidades – Países Fui à Bahia. DICAS#CASCA! Troca o verbo ir por voltar. Veja: Fui à Bahia. / Voltei da Bahia. Fui a Brasília / Voltei de Brasília. C) Na indicação do número de horas. Cheguei às 10 horas. DICAS#CASCA! Substitua a hora por “meio-dia”: se der “ao meio-dia”, há crase; se não der, esqueça a crase. A transmissão começa às 6h30. (Com crase, porque A transmissão começa AO MEIO DIA.) Cheguei à uma hora. / Cheguei AO MEIO DIA. CUIDADO I! À 0h do dia 1º de janeiro, começará a queima de fogos. AO MEIO DIA do dia 1º de janeiro, começará a queima de fogos. 52 CUIDADO II! Em cinco casos, porém, não há crase nesse “a” que acompanha horas: Quando antes dele há as preposições "após", "desde", "entre" e "para". Veja: Os portões serão fechados após as 7h30. O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira. Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h. A sessão estava marcada para as 20h. CUIDADO III! A HORA, A CRASE E O PARALELISMO! Observe: I - A aula é de 8h às 10h. (Errado!) II - A aula é das 8h às 10h. (Correto!) D) Na expressão “À MODA DE”, “À MANEIRA DE”, mesmo que a palavra moda venha oculta: Usam sapatos à Luís XV. (= à moda de Luís XV) E) Expressões adverbiais femininas. (LOCUÇÃO ADVERBIAL / Questão de prova!) À tarde À noite À vontade Às claras À toa Às avessas À direita À esquerda Às voltas DICAS#CASCA! 1 – ÀS VEZES vs. TODAS AS VEZES “Iracema às vezes vai à praia, mas nem todas as vezes banha-se no MAR.” Substitua a palavra feminina “vezes” por uma masculina. Se antes da palavra masculina empregada vier um “ao”, antes de “vezes” ocorrerá crase. Em vez de “vezes”, escreverei “domingos” (ou outra palavra masculina qualquer: “Iracema AOS domingos vai à praia, mas nem todos OS domingos banha-se no MAR.” 53 2 – Nas expressões adverbiais a pé, a cavalo, a sangue-frio, a lápis, etc., o uso da crase não é permitido por uma questão óbvia, as palavras que formam as expressões são masculinas. Logo, não há a ocorrência de crase. Prefiro ir a pé. A prova não pode ser feita a lápis. 3 – A locução adverbial “a distância” tem gerado polêmica. Isso ocorre porque algumas gramáticas dizem que a crase só deve ser usada quando a palavra distância estiver determinada. A melhor praia fica à distância de 30 km. Alguns estudiosos já defendem o uso da crase com a palavra distância, ainda que esta não esteja especificada, pois seu uso elimina a possibi- lidade de dupla interpretação. Veja os exemplos: O menino estuda à distância. Eu escrevo à distância. O ensino da faculdade é à distância. Outras expressões que trazem dúvidas são as que vêm acompanhadas de adjuntos adverbiais de instrumento. Não há justificativa para o uso da crase, no entanto, sua ausência gera duplo sentido. Por isso, seu uso é recomendado. Além desses adjuntos, há algumas expressões que também pedem o uso da crase para evitar a ambiguidade. Veja: Bateu à máquina. Cortou à faca. Lavou à mão. F) Locuções prepositivas constituídas de palavras femininas. (LOCUÇÃO CRISTALIZADA.) À força de À beira de À guisa de À custa de À força de À ilustração de À flor de CUIDADO!