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DOENÇA DE CHAGAS Trypanosoma cruzi UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL Discente: Maria Alice Araújo de Medeiros • Descrita em 1909 por Carlos Chagas INTRODUÇÃO (Jansen et al. 2018) http://chagas.fiocruz.br/ F o n te: G o o g le im ag en s • Também chamada de tripanossomíase americana • Parasitose enzoótica de mamíferos selvagens • A principal estratégia de dispersão mais provável na natureza é a via oral, por predação tanto de em vetores infectados quanto de mamíferos. INTRODUÇÃO Vetor: triatomíneos (Garcia et al. 2016) Agente etiológico: Trypanosoma cruzi (Garcia et al. 2016) Encontrado em países tropicais em desenvolvimento, como o Brasil, em áreas que hoje incluem grandes cidades, bem como em áreas preferidas por turistas. (Jansen et al. 2018) A doença de Chagas está entre os maiores problemas de saúde pública nas Américas (Thompson et al. 2010). VETOR O vetor triatomíneo serve como o modo predominante de transmissão, particularmente em ciclos de transmissão selvagens e/ou domésticos estabelecidos. As infecções humanas podem ocorrer quando os vetores estabelecem ninhos dentro ou perto de casa, e os vetores se alimentam de humanos e animais domésticos. Triatoma infestans (Lazzari, C. R., Pereira, M. H., & Lorenzo, M. G. 2013) (Kjos, Sonia A. et al. (2013); Wozniak , E. J. et al. (2015)) F o n te: G o o g le im ag en s VETOR • Cimex lectularis (percevejo) foi confirmado como um vetor potencial, uma vez que se infecta após se alimentar de camundongos com T. cruzi. • Por sua vez, pode infectar camundongos por via oral ou cutânea (Salazar et al. 2015) • Musca domestica, foram encontrados como um vetor mecânico comprovado (Diaz-Ungría, 1969) OUTROS VETORES Moscas e percevejos têm a possibilidade de serem transmissores em todos os continentes, independentemente da zona climática. F o n te: G o o g le im ag en s F o n te: G o o g le im ag en s Gatos Roedores HOSPEDEIROS Marsupiais Cães • Animais silvestres, domésticos e peri-doméstico tidos como reservatórios: • Outros: símios, lagomorfos, porcos e cabras. http://chagas.fiocruz.br/ TRANSMISSÃO Vetorial Oral Congênita Transfusão de sangue / Transplante (Bern, C. et al.2011) TRANSMISSÃO Animais silvestres - papel importante na transmissão urbana de zoonoses transmitidas por vetores, mantendo os ciclos de transmissão do parasita (Almeida Curi et al. 2014). A transmissão por via oral tornou-se a mais frequente na área da Amazônia brasileira (Valente et al., 1999; Coura et al., 2002; Pinto et al., 2008). TRANSMISSÃO As bebidas misturadas ou extraídas de frutas contaminadas com fezes, vetores infectados ou mais provavelmente todo o conteúdo do intestino de vetores esmagados. (Noya et al. 2015; Robertson et al. 2014) Viajantes e turistas para regiões endêmicas correm o risco de adquirir a doença. Chagas por este meio Surtos orais em Belém do Pará, pois o foco inicial é nas ilhas onde o açaí é produzido e o consumo é na cidade de Belém (Xavier et al. 2014) TRANSMISSÃO MORFOLOGIA TRIPOMASTIGOTA • Forma alongada • Flagelo emergindo da bolsa flagelar • Altamente infectante • Pode ser encontrada: no inseto vetor (porção posterior do intestino, no reto) • Sangue e espaço intercelular dos hospedeiros vertebrados, culturas de células infectadas, cultivo axênico. Formas tripomastigotas sanguineas do Trypanosoma cruzi. http://chagas.fiocruz.br/ MORFOLOGIA • Forma arredondada • Cinetoplasto em forma de barra ou bastão na região anterior ao núcleo • Flagelo curto (não visível ao microscópio óptico) que emerge da bolsa flagelar • Esta forma pode ser encontrada: no interior de células em hospedeiros infectados bem como em cultivo axênico. AMASTIGOTA Formas amastigotas intracelulares do Trypanosoma cruzi. http://chagas.fiocruz.br/ MORFOLOGIA • Forma alongada • Cinetoplasto em forma de barra ou bastão localizado anteriormente ao núcleo. • O flagelo emerge da bolsa flagelar com abertura lateral, e percorre aderido a parte do corpo do parasita, tornando-se livre na região anterior. • Pode ser encontrado: no tubo digestivo do inseto vetor; cultivo axênico. EPIMASTIGOTA Formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi. http://chagas.fiocruz.br/ CICLO BIOLÓGICO MANIFESTAÇÃO CLÍNICA • A maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma. • Quando os sintomas ocorrem, duram cerca de dois a quatro meses • Podem incluir erupções de pele e nódulos inflamatórios, febre, dor de cabeça, gânglios linfáticos aumentados, náuseas, diarreia, vômito e dificuldade para respirar. FASE AGUDA http://chagas.fiocruz.br/ • Após a fase aguda, as pessoas entram em uma fase crônica indeterminada, que pode durar anos ou décadas. • Os parasitas continuam presentes nos tecidos dos órgãos, apesar da total ausência de sintomas. • As pessoas na fase indeterminada ainda podem transmitir a doença. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA FASE CRÔNICA INDETERMINADA http://chagas.fiocruz.br/ • A maioria sofrerá danos cardíacos, frequentemente resultando em morte súbita ou insuficiência cardíaca progressiva. • Para 30% a 40% das pessoas infectadas, a doença progride para um estágio final da fase crônica. • Em um número menor de pacientes, a doença causa o alargamento do trato e órgãos gastrintestinais e transtornos motores gastrintestinais. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA FASE CRÔNICA SINTOMÁTICA http://chagas.fiocruz.br/ O tratamento etiológico para a doença de Chagas está restrito a duas drogras nitroheterocíclicas introduzidas nos anos 60-70. Benznidazol (Bz, LAFEPE e Abarax/ELEA) Nifurtimox (Nif, LAMPIT/Bayer) Os resultados obtidos com Bz e Nif variam de acordo com: A fase da doença, o período e dose do tratamento, a idade e a origem geográfica (Coura & De Castro, 2002). Os dois medicamentos apresentaram: • Resultados com altas taxas de cura parasitológica (fase aguda); • Eficácia decai com o avanço da infecção; • Detecção e intervenção o mais cedo possível. (Coura & Borges-Pereira, 2011) TRATAMENTO MEDICAMENTOSO A prevalência da doença é mais alta em regiões empobrecidas de países endêmicos devido a uma infinidade de fatores sociais, incluindo condições de vida precárias que resultam em maior exposição aos vetores (Coura JR e Dias JC, 2009) EPIDEMIOLOGIA (De Noya e González, 2015) Fatores ecológicos, biológicos e demográficos que favorecem a transmissão oral de Trypanosoma cruzi para os humanos. 1. Rhodnius prolixus (vetor transmissão cutânea) 2. Panstrongylus geniculatus (vetor transmissão oral. 3. Didelphis marsurpialis (Reservatório de vida selvagem) 4. Rattus rattus ( reservatório urbano) 5. Moradia de barro em áreas rurais. 6. Parede de moradia onde em áreas urbanas. 7. Habitações rurais suscetíveis à invasão e domiciliação por triatomíneos; 8. Ambiente urbano suscetíveis à invasão e domiciliação por triatomíneos. FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS EPIDEMIOLOGIA Expansão dos centros urbanos e o uso de áreas naturais para agricultura ou pecuária Desencadeou a gradativa fragmentação das áreas de floresta nativa, afetando os ecossistemas . (Grisotti 2010) PERTUBAÇÕES ECOLÓGICAS F o n te: G o o g le im ag en s Perturbações ecológicas criam um desequilíbrio nos ciclos parasita-vida selvagem Atingem humanos em áreas próximas a fragmentos florestais (Epstein e Price 2009). PERTUBAÇÕES ECOLÓGICAS F o n te: G o o g le im ag en s Devido crescente ação antrópica sobre o meio ambiente Vetores e reservatórios silvestres estão em contato próximo com as regiões peridomésticas e urbanas, após a ocupação de áreas recentemente desmatadas pelo homem. (de la Fuente et al. 2008) PERTUBAÇÕES ECOLÓGICAS F o n te: G o o g le im ag en s Melhoria das condições de moradia Combate ao inseto transmissor Consumir alimentos de origem vegetal preferentemente pasteurizados www.saude.go.gov.br/biblioteca/7585-doen%C3%A7as-de-chagaswww.bio.fiocruz.br/index.php/br/doenca-de-chagas-sintomas-transmissao-e-prevencao PROFILAXIA CHAGAS E COVID-19 • Não existem evidências científicas suficientes sobre sua interação com outras doenças infecciosas • Sabe-se, que pessoas com problemas cardíacos têm mais risco de desenvolver formas mais agressivas de COVID. • Tanto no caso da cardiomiopatia chagásica crônica quanto no da COVID-19, a resposta imunológica inflamatória e as comorbidades frequentes aumentam os fatores de risco nos pacientes. • Questões a serem estudadas e avaliadas: - Vínculos entre as inflamações causadas pelas duas doenças - Resposta imunológica à COVID-19 pode agravar ou reativar a doença de Chagas.
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