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Transtornos por uso de substâncias

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1 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
 TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS  quadro crônico 
que promove mudanças na estrutura e funcionamento do cérebro, 
associado a tolerância e abstinência 
 Trata-se de uma dependência de natureza 
comportamental, física e psicológica 
 DEPENDÊNCIA: 
 Dependência comportamental  atividades de busca 
pela substância e evidencias relacionadas de padrões 
de uso patológico 
 Dependência Física  efeitos físicos (fisiológicos) de 
múltiplos episódios de uso de substância 
 Dependência psicológica (habituação)  caracteriza-
se por uma fissura (desejo intenso) contínua ou 
intermitente pela substancia para evitar um estado 
disfórico 
 SUBSTÂNCIA PSICOATIVA  age no sistema nervoso central 
provocando mudanças no comportamento, consciência, humor, 
percepção e podem causar dependência 
 EPIDEMIOLOGIA  Varia de acordo com o lugar 
AVALIAÇÃO INICIAL 
 SINTOMAS SINALIZADORES (red flags)  que vão levar o 
paciente a procurar uma ajuda médica 
 Distúrbio do sono 
 Depressão 
 Ansiedade 
 Humor instável 
 Irritabilidade exagerada 
 Alterações da memória e da percepção da realidade 
 Faltas frequentes no trabalho ou na escola ou diante de 
compromissos sociais 
 Alterações da pressão arterial 
 Problemas gastrointestinais 
 História de trauma e acidente frequentes 
 Disfunção sexual 
 SINAIS FÍSICOS SINALIZADORES (red flags): 
 Tremor leve (sugestivo de uso de diferentes substâncias) 
 Pressão arterial lábil (sugestiva de síndrome de abstinência 
de álcool, nicotina, cocaína) 
 Hipertensão arterial 
 Taquicardia e/ou arritmia cardíaca (uso de estimulantes ou 
síndrome de abstinência) 
 Aumento do fígado 
 Irritação nasal (sugestiva de inalação de cocaína ou de uso 
de droga fumada) 
 Irritação das conjuntivas (sugestiva de uso de maconha, 
álcool, nicotina, crack) 
 Odor de álcool 
 Odor de maconha ou nicotina nas roupas 
 “Síndrome da higiene bucal” (disfarce do odor de álcool ou 
tabaco) 
 Uso frequente de colírio ocular 
PADRÕES DE USO 
 EXPERIMENTAL  inicial, esporádico 
 RECREATIVO  uso em situações sociais ou de relaxamento 
 USO FREQUENTE  consumo regular, sem prejuízos 
significativos 
 ABUSO/USO NOCIVO  consumo continuado e que traz prejuízo 
físico, legal, mental 
 DEPENDÊNCIA  consumo continuado com presença de 
tolerância, sintomas de abstinência, compulsão, tempo demasiado 
dedicado a fim de obter substância, redução de atividades que não 
envolvam o consumo da substância 
TERMOS IMPORTANTES 
 TOLERÂNCIA  necessidade de doses maiores para efeito 
desejado e efeito menor com o uso continuado da mesma 
quantidade de substância 
 ABSTINÊNCIA  síndrome específica à substância devido ao uso 
continuado. Esta síndrome pode ser reduzida ou evitada com a 
utilização da substância ou outra substância específica 
 INTOXICAÇÃO  síndrome reversível específica à substância, 
causada pela ingestão recente e devido ao efeito da substância 
sobre o sistema nervoso central 
 FISSURA OU CRAVING  necessidade ou desejo intenso de 
consumo da substância 
ETIOLOGIA 
 Interação entre múltiplos fatores 
 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O INÍCIO DO USO: 
 Disponibilidade da droga 
 Aceitação social 
 Personalidade do indivíduo 
 Biologia individual 
 Efeitos produzidos no SNC 
 QUANDO O PACIENTE EVOLUI PARA A DEPENDÊNCIA: 
 As substâncias psicoativas capazes de causar dependência 
atuam sobre o sistema de recompensa, também denominado 
sistema mesolímbico-mesocortical, de natureza 
dopaminérgica e composto pelas estruturas: área 
tegmentar ventral (ATV), nucleus accumbens (NAcc), 
amigdala e o córtex pré-frontal 
 
 
2 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
 FATORES PSICODINÂMICOS  o “barato” do uso da droga, o 
uso para esquecer os problemas como um estanho nocivo ou 
aversivo de dor, ansiedade, depressão. Pacientes podem usar 
como automedicação, o álcool pode ser usado para controlar o 
pânico, os opioides para diminuir a raiva, as anfetaminas para 
aliviar a depressão 
 FATORES GENÉTICOS  estudos propuseram que o abuso e a 
dependência de substância podem estar associados a genes que 
afetam a produção de dopamina 
 FATORES NEUROQUÍMICOS  neurotransmissores e 
receptores específicos a cada tipo de dependência 
 EX: Opioides  atuam sobre receptores opioides 
 VIAS E NEUROTRANSMISSORES: 
 
 Ativação do sistema MESOLÍMBICO (de recompensa) 
 Os principais neurotransmissores envolvidos no 
desenvolvimento de abuso e dependência de substâncias 
são: 
 Sistemas Opioides 
 Sistemas de Catecolaminas (particularmente 
DOPAMINA)  Relação direta entre a quantidade de 
dopamina disponível e a sensação que os pacientes vão 
ter com o uso da substância 
 Neurônios dopaminérgicos na área tegmentar 
ventral  se projetam para regiões cortical e 
límbica, especialmente para o nucleus accumbens 
 Essa via está envolvida com a sensação de 
recompensa e pode ser o mediador principal dos 
efeitos de substancias como anfetamina e cocaína 
 Locus ceruleus  maior grupo de neurônios 
adrenérgicos, provavelmente medeia efeitos dos 
opioides 
 Sistemas de ácido gama-aminobutírico (GABA) 
 
CRITÉRIOS DO DSM-5 
 Padrão problemático de uso de substância, levando a 
comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, 
manifestado por pelo menos 2 dos seguintes critérios, ocorrendo 
durante um período de 12 meses: 
1. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em 
desempenhar papéis relevantes no trabalho, na escola ou em 
casa (Ex: ausências repetidas no trabalho ou baixo 
desempenho profissional, negligência dos filhos e dos 
afazeres domésticos...) 
2. Uso recorrente em situações nas quais isso representa 
perigo para a integridade física (Ex: tabagista vai fumar 
mesmo tendo uma doença pulmonar, condução de veículos 
após o uso da substância...) 
3. Uso continuado apesar de problemas sociais ou 
interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou 
amplificados pelo efeito da substância (Ex: discussão com o 
cônjuge sobre as consequências da intoxicação, agressões 
físicas...) 
4. Substância é consumida em maiores quantidades ou por 
período mais longo do que o pretendido 
5. Existe desejo persistente ou esforços malsucedidos no 
sentido de reduzir o uso ou controla-lo 
6. Muito tempo gasto em atividades a fim de obter a substância, 
utilizar ou recuperar-se de seus efeitos 
7. Importantes atividade sociais, profissionais ou recreativas 
são abandonadas em virtude do uso 
8. Uso mantido apesar dos evidentes problemas físicos ou 
psicológicos persistentes ou recorrentes relacionados à 
substância 
9. Fissura ou forte desejo ou necessidade de usar a substância 
10. Tolerância  definida por qualquer um dos seguintes: 
a) Necessidade de quantidades progressivamente 
maiores da substância para atingir a intoxicação ou o 
efeito desejado 
b) Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da 
mesma quantidade de substância 
11. Abstinência  manifestada por qualquer um dos seguintes: 
a) Síndrome de abstinência característica da substância 
b) A mesma substância (ou a substância estreitamente 
relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os 
sintomas de abstinência 
DEVE-SE ANALISAR UM AMPLO ESPECTRO DE PROBLEMAS 
 Anamnese geral detalhada 
 Anamnese focal, breve, empática e flexível sobre o uso de drogas 
e aparecimento de problemas 
 Análise de frequência de uso 
 Análise de quantidade 
 Identificação de via de administração 
 Identificação do último uso e de sinais e sintomas de intoxicação 
ou síndrome de abstinência 
 
CONDUTA 
 
 Deverá haver avaliação da motivação e uma intervenção mínima 
para mantê-la 
 Há necessidade de diagnóstico claro do uso nocivo ou 
aprofundamento do diagnóstico em um serviço especializado, com 
investigação de outras morbidades associadas? 
 Deverá ser feito exame psíquico e físico 
 Deverá ocorrer devolutivados resultados das escalas aplicadas 
 Deverá ser definido segmento: 
 Se orientado e encaminhado para outro serviço 
 Agendar contrarreferência, mantendo um contato com o 
serviço para o qual o paciente foi recomendado 
 Se aplicada a intervenção mínima, organizar as sessões 
seguintes para continuar a avaliação das metas, da 
motivação e de outras necessidades 
ESTÁGIOS DE MOTIVAÇÃO PARA MUDANÇA 
 PRÉ-CONTEMPLAÇÃO  Indivíduo não identifica que está com 
problema (não considera possibilidade de mudança) 
 
3 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
 CONTEMPLAÇÃO  o indivíduo identifica o problema, mas não 
quer mudar (sabe dos riscos, mas não deixa de fazer uso) 
 PREPARAÇÃO  o indivíduo pensa em mudar e planeja 
(normalmente ele está inseguro quanto à capacidade de levar a 
decisão a diante) 
 O papel do profissional de saúde é fundamental 
 Nessa fase o fumante pode evoluir para o estágio de AÇÃO 
ou, se a abordagem for inadequada, voltar à fase de 
CONTEMPLAÇÃO 
 AÇÃO  o indivíduo está motivado a tomar a atitude e efetuar a 
mudança 
 O paciente busca ajuda para parar de fazer uso da 
substância  aconselhamento profissional e/ou auxilio 
medicamentoso 
 MANUTENÇÃO  manter a motivação para que não haja recaída 
 
ÁLCOOL 
INTRODUÇÃO 
 Atualmente é um dos principais problemas de saúde pública no 
mundo 
 3ª causa de mortalidade que pode ser prevenida 
 Os primeiros episódios de intoxicação costumam aparecer na 
adolescência 
 A dependência desenvolve-se mais comumente entre 20 – 40 
anos de idade 
 No Brasil: 
 Mais de 60% bebem ao ano 
 Entre 6 – 7% de dependentes 
 Abuso e dependência de álcool: 
 Acarretam problemas sociais, legais, financeiros, no 
trabalho, na escola e nas relações interpessoais 
 Estão relacionados a doenças gastrointestinais, 
cardiovasculares, endócrinas, imunológicas e neurológicas 
EFEITOS DO ÁLCOOL 
 ABSORÇÃO: 
 10% é absorvido pelo estômago e o restante pelo intestino 
delgado 
 Pico de concentração sanguínea  30 – 90 min após a 
ingestão (normalmente entre 45 – 60 min) 
 De estômago vazio  intensifica a absorção 
 Absorção é mais rápida com bebidas que contém de 15 
a 30% de álcool 
 Depende do tempo que levou para o álcool ser 
consumido: 
 Ingestão rápida  reduz o tempo para atingir o 
pico 
 Ingestão lenta  aumenta o tempo para atingir o 
pico de concentração 
 Mecanismos de proteção contra grandes quantidades de 
álcool: 
 Concentração muito elevada no estômago faz com que 
o corpo secrete muco e a válvula pilórica se feche, 
reduzindo a absorção e impedindo que o álcool passe 
para o intestino delgado. Assim, grande quantidade de 
álcool permanecerá sem absorção no estômago 
durante horas. Esse piloroespasmo costuma resultar 
em náusea e vômito 
 Assim que e absorvido, o álcool é distribuído para todos os 
tecidos do corpo  como ele se dissolve uniformemente na 
água corporal, tecidos que contém grande quantidade de 
água recebem uma concentração elevada de álcool 
 A taxa de absorção influencia diretamente na resposta de 
intoxicação 
 METABOLISMO: 
 90% do que é absorvido é metabolizado pela OXIDAÇÃO NO 
FÍGADO 
 10% são excretados inalterados pelos rins e pulmões 
 Metabolização por duas enzimas: 
 Álcool Desidrogenase (ADH)  catalisa a conversão 
de álcool em acetaldeído, que é um composto tóxico 
 Aldeído Desidrogenase  catalisa a conversão de 
acetaldeído em ácido acético. É inibida por 
DISSULFIRAM, usado no tratamento de transtornos 
relacionados ao álcool 
 
 EFEITOS SOBRE O CÉREBRO: 
 Efeitos comportamentais: 
 Depressor do SNC 
 Concentrações no sangue: 
 0,05%  Pensamento, discernimento e inibição 
são relaxados e às vezes perturbados 
 0,1%  atos motores voluntários se tornam 
perceptivelmente desajeitados 
 0,2%  depressão da função de toda a área 
motora do cérebro pode ser medida, e as partes 
do cérebro que controlam o comportamento 
emocional também são afetadas 
 0,3%  indivíduo fica confuso ou entra em 
estupor 
 0,4 a 0,5%  entra em COMA 
 Em níveis mais elevados, os centros primitivos do 
cérebro que controlam a respiração e a 
frequência cardíaca são afetados, ocorrendo 
morta secundária à depressão respiratória direta 
ou a aspiração de vômito 
 Indivíduos com história antiga de abuso de álcool 
podem tolerar concentrações muito mais elevadas do 
que pessoas com baixo consumo de álcool 
 Efeitos no sono: 
 Aumenta a facilidade em adormecer (redução da 
latência do sono) 
 Efeitos adversos sobre a arquitetura do sono  
diminuição do sono do movimento rápido dos olhos 
(sono REM ou sono com sonhos) e sono profundo e 
maior fragmentação do sono, com episódios mais 
frequentes e mais longos de vigília 
 A noção que ingerir álcool ajuda a dormir é um mito! 
 OUTROS EFEITOS FISIOLÓGICOS: 
 
4 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
 Fígado  acúmulo de gorduras e proteínas, produzindo a 
aparência de um fígado gorduroso (às vezes pode ocorrer 
casos de hepatomegalia) 
 TGI  esofagite, gastrite, úlceras gástricas 
INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA 
 
 Uso nocivo do álcool em quantidades 
acima o tolerável para o organismo 
 Sinais e sintomas caracterizam-se 
pelos níveis crescentes de depressão do 
SNC: 
1. Euforia leve 
2. Tontura, ataxia e incoordenação motora 
3. Confusão, desorientação e graus 
variáveis de disartria, anestesia 
4. Estupor, coma, depressão respiratória 
e morte 
 SINAIS DE INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL: 
 Fala arrastada 
 Tontura 
 Incoordenação 
 Instabilidade na marcha 
 Nistagmo 
 Prejuízo na atenção ou memória 
 Estupor ou coma 
 Visão dupla 
 CONDUTA: 
 Procurar ambiente calmo e longe de 
estímulos, cuidado com a posição 
 Observar  rebaixamento de 
consciência, sinais vitais, glicemia 
 Evitar benzodiazepínicos  
potencializa os efeitos 
ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA 
 Aparecimento de um conjunto de sinais e sintomas de desconforto 
devido à cessação ou redução da ingestão crônica de álcool 
 É autolimitada, com duração média de 7 – 10 dias 
 SINTOMAS GERAIS: 
 IRRITABILIDADE GERAL 
 SINTOMAS GASTROINTESTINAIS: 
 Náusea 
 Vômito 
 HIPERATIVIDADE SIMPÁTICA AUTONÔMICA: 
 Ansiedade 
 Excitação 
 Sudorese 
 Rubor facial 
 Midríase 
 Taquicardia 
 Hipertensão leve 
 INSÔNIA 
 TREMORES  sinal mais precoce e mais clássico 
 Sintomas tem relação temporal com o momento de cessação do 
uso: 
 Sintomas leves (ansiedade, irritabilidade, insônia e tremor) 
 costumam aparecer mais precocemente, cerca de 24 – 
36h após a interrupção do uso 
 Sintomas mais graves  costumam surgir cerca de 3 – 4 
dias depois da abstinência 
 Abstinência leve a moderada (maioria dos pacientes)  
tremores, insônia, agitação e inquietação psicomotora 
 SINAL DE GRAVIDADE  crises convulsivas (10 – 15%) 
 São estereotipadas, generalizadas e TÔNICO-CLÔNICAS 
 FATORES QUE PREDISPÕEM OS SINTOMAS OU AGRAVAM A 
ABSTINÊNCIA: 
 Fadiga 
 Desnutrição 
 Doença física 
 Depressão 
 CRITÉRIOS DO DSM-5  cessação ou redução do uso pesado e 
prolongado do álcool, assim como presença de sintomas físicos 
ou neuropsíquicos específicos 
 Sinal clássico de abstinência alcoólica  TREMOR (pode 
incluir sintomas psicóticos e de percepção, como delírios e 
alucinações) + CONVULSÕES + SINTOMAS DE DELIRIUM TREMENS 
 CONDUTA  reposição de tiamina, hidratação e controle 
sintomático 
 EM CASOS GRAVES: 
 DIAZEPAM a cada hora até sedação: cerca de 4 a 6 doses 
 Retirar ¼ da dose por semana 
 Pode ou não cursar com Delirium 
 DELIRIUM TREMENS  estado confusional breve 
 Alta mortalidade (15 – 35%) 
 É uma emergência médica que pode resultar em 
morbimortalidade significativa 
 Início dentro de 72h, durando cerca de 1 semana 
 Imprevisibilidade do comportamento  agressivos ou 
suicidas, ou podem agir em resposta a alucinações ou 
pensamentos delirantes como se fossem perigos genuínos 
 Pode surgirapós episódios de convulsão ou 
inesperadamente 
 Tríade clássica de sintomas: 
 OBNUBILAÇÃO DA CONSCIÊNCIA (confusão, 
desorientação temporoespacial, alucinações e ilusões 
vívidas) 
 TREMORES MARCANTES 
 SUDORESE PROFUSA 
 Sintomas físicos de abstinência: 
 Flutuação do nível de consciência  vai de 
hiperexcitabilidade a letargia 
 Alucinações e distorções da percepção (principalmente 
visuais ou táteis) 
 Desatenção 
 Discurso desorganizado, desorientação 
 Conduta  suporte + Benzodiazepínico 
 
 
5 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
TRATAMENTO 
 CARACTERÍSTICAS: 
 É complexo, devido aos frequentes episódios de intoxicação, 
abstinência e recaídas 
 Objetivos  abstinência, prevenção de recaída e 
reabilitação 
 Deve-se avaliar qual o estágio de motivação do paciente 
 Recaídas  antes eram vistas como fracasso, mas apenas 
significam que estratégias de prevenção devem ser 
empregadas 
 Desintoxicação  melhora das condições gerais e em 
prego de medicações que possam aliviar os sintomas de 
abstinência 
 Intervenção breve  avaliar a gravidade do alcoolismo e 
oferecer feedback motivacional e aconselhamento 
 
 SEMPRE DAR UM SUPORTE PSICOTERÁPICO E MULTIPROFISSIONAL 
 MEDICAMENTOS: 
 Indicado para pacientes com consumo moderado a severo, 
que estão motivados a reduzirem a ingestão de álcool e que 
não tem contraindicação ao uso individual do medicamento 
 DISSULFIRAM (Antabuse): 
 Inibe a enzima acetaldeído desidrogenase, o que faz 
com que o acetaldeído (metabólito tóxico) se acumule 
no organismo, provocando efeitos colaterais 
 Efeitos colaterais  rubor facial, cefaleia, vômitos, 
taquicardia, tontura, fraqueza, sonolência, visão turva 
e sensação de morte iminente 
 Diminui desejos e busca pela cocaína/crack 
 É CONSIDERADO A SEGUNDA LINHA PARA O TRATAMENTO 
 Contraindicações: 
 Portadores de MIOCARDIOPATIA grave 
 Portadores de DAC 
 NALTREXONA: 
 Antagonista opioide  diminui o prazer pelo álcool por 
meio da liberação das endorfinas e consequente 
bloqueio da liberação de Dopamina 
 Contraindicações: 
 Não usar com opioide 
 Indivíduos portadores de HEPATITE ou 
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 
 Grupo: história familiar, uso intenso 
TABACO 
EPIDEMIOLOGIA - OMS 
 1 bilhão de fumantes em todo o mundo 
 20% se tornam dependentes  alta prevalência 
 Cerca de 3 milhões de mortes por ano 
 A média de idade de início do tabagismo é de 16 anos 
 Escolaridade  o nível de escolaridade está correlacionado ao 
uso do tabaco, sendo mais prevalente quando a escolaridade é 
mais baixa 
 Pacientes psiquiátricos  grande proporção de pacientes 
psiquiátricos fuma 
 Morte  é o principal efeito adverso do tabagismo 
NEUROFARMACOLOGIA 
 A nicotina afeta o SNC, agindo como agonista no subtipo nicotínico 
de receptores acetilcolinérgicos 
 ATIVA VIA DOPAMINÉRGICA, que se projeta desde a área 
tegmentar ventral até o córtex cerebral e o sistema límbico 
(Sistema de Recompensa) 
 Aumenta as concentrações de Norepinefrina e de Epinefrina 
circulantes e a liberação de vasopressina, Beta-endorfina, 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e cortisol 
DIAGNÓSTICO 
 TRANSTORNO POR USO DO TABACO: 
 O desenvolvimento de dependência é rápido 
 DSM-5  caracterizado como fissura, uso persistente e 
recorrente, tolerância e abstinência se o uso for 
interrompido 
 ABSTINÊNCIA DE TABACO: 
 Sintomas: 
 Intensa fissura por tabaco 
 Tensão 
 Irritabilidade 
 Dificuldade de concentração 
 Sonolência e insônia paradoxal 
 Redução da frequência cardíaca e da pressão arterial 
 Aumento do apetite e ganho de peso 
 Redução do desempenho motor e aumento da tensão 
muscular 
AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA 
 TESTE DE FAGERSTROM: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Maior ou 
igual a 5  
iniciar terapia 
medicamentosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
TENTATIVAS DE INTERROMPER 
 Rápida recaída  mais de 2/3 nos primeiros dois dias 
 Repetição (5 a 10 vezes)  50% de sucesso 
 60% sem apoio da medicação 
 Ausência de alterações comportamentais 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO TABAGISMO 
 Avaliar estágio de motivação do paciente 
 No caso de pacientes que estão prontos para parar de fumar, o 
ideal é marcar uma data de início da interrupção 
 INDICAÇÕES: 
 Fumantes moderados  fumam 20 ou mais cigarros por dia 
 Fumantes que fumam o primeiro cigarro até 30min após 
acordar e fumam, no mínimo, 10 cigarros por dia 
 Fumantes com escora do teste de Fargerstrom igual ou 
maior que 5, ou avaliação individual, à critério profissional 
 Fumantes que já tentaram para de fumar anteriormente 
apenas com a abordagem cognitivo-comportamental 
 Fumantes que não possuem contraindicações clínicas 
 À critério profissional 
 TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA (TCC)  é fundamental em 
toda a etapa do tratamento, esteja o paciente tomando 
medicamento ou não 
 PRIMEIRA LINHA: 
 VARENICLINA: 
 Uso por 12 semanas 
 Custo elevado 
 Contraindicações: 
 Insuficiência Renal grave 
 Mulheres grávidas e amamentando 
 BUPROPIONA: 
 Contraindicações absolutas: 
 Epilepsia 
 História de convulsões prévias 
 anormalidades reconhecidas no 
eletroencefalograma 
 Tumores do SNC 
 Traumatismos cranianos 
 Alcoolismo 
 Uso de Inibidor da Monoaminooxidase (IMAO) 
 TERAPIAS DE REPOSIÇÃO DE NICOTINA (TRN): 
 Não deve ser indicada quando o paciente ainda estiver 
fumando devido ao risco de superdosagem de nicotina 
 Não usar no período de 15 dias após IAM 
 GOMA DE MASCAR Pode ser usado como monoterapia 
 PASTILHAS 
 ADESIVOS  utilizam-se doses decrescentes de 
nicotina, até 8 a 10 semanas 
 SEGUNDA LINHA: 
 NORTRIPTILINA 
 CLONIDINA 
 
 
 
CRACK E COCAÍNA 
EPIDEMIOLOGIA 
 0,3% da população mundial 
 Prevalência entre homens é 2x maior do que entre as mulheres 
 O uso atual de cocaína está em declínio, principalmente devido ao 
aumento da consciência de seus riscos e de campanhas públicas 
que abrangem sobre a substância e seus efeitos 
 Uso frequente de crack nos últimos anos 
ETIOLOGIA 
 FATORES GENÉTICOS  estudos em gêmeos monozigóticos 
demonstraram que eles têm mais probabilidade de dependência 
em comparação aos dizigóticos. Esses fatores genéticos 
associados aos fatores ambientais únicos (não compartilhados) 
contribuem quase igualmente para o desenvolvimento de 
dependência de estimulantes 
 FATORES SOCIOCULTURAIS  fatores sociais, culturais e 
econômicos são fortes determinantes para o uso inicial, 
continuidade do uso e recaída 
 FATORES FARMACOLÓGICOS  ação sobre o SNC pode causar 
no indivíduo sensações de alerta, euforia e bem-estar. Usuários 
podem ter redução do apetite e menor necessidade de dormir 
NEUROFARMACOLOGIA 
 Bloqueio competitivo da recaptação de DOPAMINA pelo 
transportador dopaminérgico  aumento da concentração de 
dopamina na fenda sináptica, resultando em aumento da ativação 
de ambos os receptores dopaminérgicos, tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2) 
 Bloqueio da recaptação de Norepinefrina e de Serotonina 
 Os efeitos comportamentais da cocaína são sentidos quase de 
imediato e duram um período de tempo reativamente curto (30 – 
60 min), assim usuários necessitam de doses repetidas da droga 
para manter as sensações provocadas pela intoxicação 
 Metabólitos da cocaína podem estar presentes no sangue e na 
urina até 10 dias após o uso 
 Pode-se desenvolver dependência psicológico após um único uso, 
divido a sua potência como reforçador positivo de 
comportamento (ativador do sistema de recompensa) 
 Administração repetida pode originar tanto tolerância como 
sensibilidade aos diversos efeitos da substância 
EFEITOS 
 Inibição de recaptura das monoaminas, em especial a dopamina 
 EFEITOS IMEDIATOS: 
 Aumento de autoestima 
 Euforia 
 Bem-estar 
 Apetite sexual 
 Anorexia 
INTOXICAÇÃO 
 Os critérios diagnósticos envolvem os sinais e sintomascomportamentais e físicos 
 
7 TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Gizelle Felinto 
 Os principais sistemas afetados costumam ser o cardiovascular 
e o sistema nervoso central 
 SINAIS E SINTOMAS: 
 Midríase 
 Agitação ou retardo psicomotor 
 Taquicardia ou bradicardia 
 Transpiração ou calafrios 
 Arritmias cardíacas ou dor torácica 
 Pressão arterial alta ou baixa 
 Discinesias 
 Distonias 
 Perda de peso 
 Náusea ou vômito 
 Fraqueza muscular 
 Depressão respiratória 
 Confusão, convulsões ou coma 
 Ansiedade, “pânico”, agressividade 
 Midríase, sudorese, espasmos, convulsões  Benzodiazepínicos 
 Ativação cardiovascular  HAS, IAM, AVC 
 Suporte clínico 
 Delirium  estado convulsional 
 SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
 Angina pectoris é a queixa mais comum 
 Pode ocorrer IAM, geralmente em indivíduos cardiopatas e 
tabagistas 
 Pode ocorrer arritmias induzidas pela cocaína 
 Risco de HAS 
 SNC: 
 Vasoconstrição! 
 Eventos vasculares cerebrais isquêmicos  Ataque 
Isquêmico Transitório, Infartos Cerebrais Isquêmicos 
 Pode haver Infartos Hemorrágicos Cerebrais e Medulares 
 Há relatos de Convulsões tônico-clônicas 
 MORTE  altas doses de cocaína estão associadas a convulsões, 
depressão respiratória, doenças cerebrovasculares e IAM, que 
podem levar à morte 
ABSTINÊNCIA 
 Os sintomas de abstinência geralmente atingem o ápice em 2 a 4 
dias e se resolvem em uma semana 
 O sintoma mais grave é a DEPRESSÃO  pode ser grave após o 
uso prolongado de doses elevadas de estimulantes, podendo estar 
associada a ideação ou comportamento suicida 
 Em casos de uso leve a moderado  sintomas costumam 
melhorar em até 24h 
 Em casos de uso pesado  os sintomas podem durar até uma 
semana 
 SINAIS E SINTOMAS: 
 Disforia, depressão, pesadelos, ideação suicida 
 Duração de dias a semanas 
 Diminuição global de energia 
 Lentificação 
 Fadiga 
 Momentos de fissura  avidez do indivíduo por cocaína é 
poderosa e intensa, pois ele sabe que o uso pode aliviar ou 
eliminar esses sintomas desagradáveis 
TRATAMENTO 
 TOPIRAMATO: 
 Facilita abstinência de Crack 
 ANTIDEPRESSIVOS  mais reservados para casos de 
comorbidade conhecida 
 BENZODIAZEPÍNICOS: 
 Cautela na interação com as substâncias 
 Indicada para casos agudos de compulsão, quando seguro o 
uso 
 
ASPECTOS GERAIS DA ABORDAGEM 
 Estabelecer um bom vínculo com o paciente 
 Determinar o estágio motivacional 
 Envolver família, amigos e grupos de apoio no suporte do 
tratamento 
 Estimular a refletir sobre os prejuízos do uso e buscas meios de 
motivas para o tratamento 
 Investigar outros transtornos associados no Transtorno por uso 
de substâncias 
 Tratamento medicamentoso e psicoterapia auxiliam no 
tratamento das comorbidades e controle de recaídas

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