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Fonte: Aula 1 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto INTRODUÇÃO ➢ As dermatoviroses são doenças que cursam com manifestações essencialmente cutâneas ➢ Os vírus estudados serão: • Papilomavirus Humano (HPV) → Verrugas • Herpesvirus (HSV) → Herpes Simples e Herpes Zoster • Vírus do Molusco Contagioso (MCV) INFECÇÕES PELO HPV VERRUGAS E CONDILOMA ACUMINADO ETIOLOGIA ➢ Condiloma acuminado é a verruga genital ➢ Causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) ➢ Existem mais de 100 tipos de HPV, mas nem todos são oncogênicos (risco de evoluir pra câncer), sendo apenas um pequeno número de HPV que possui essa possibilidade de evoluir para um câncer ➢ Transmissão → de pessoa para pessoa • Geralmente, apenas o contato rápido não é suficiente para transmitir. É necessário que se tenha um contato mais demorado para que o indivíduo seja contaminado ➢ Cada vírus é responsável por causar um tipo de lesão ➢ Autoinoculável → o portador do vírus contamina as demais partes do seu corpo sozinho • Exemplo: paciente com uma verruga no joelho, acaba gerando uma lesão dessa verruga por coçadura e, ao ficarem partículas do vírus presentes em baixo das unhas, o indivíduo acaba transmitindo esse vírus para outros locais do corpo ➢ Período de incubação: • Verruga vulgar → 1 a 6 meses • Verruga genital → 1 a 20 meses PATOLOGIA ➢ Alteração patológica que o vírus causa: • Papilomatose → a camada da derme penetra dentro da epiderme e com isso, muitas vezes, acaba levando vasos, por isso que em algumas verrugas vê-se pontinhos pretos, que correspondem aos vasos da derme trombosados • Paraceratose → células com núcleo na camada córnea • Hiperceratose → aumento da camada córnea, dando aspecto áspero e endurecido à verruga FORMAS CLÍNICAS ➢ VERRUGA VULGAR: • É a forma mais comum • Descrição da lesão elementar → verrucosidade ou pápula de superfície verrucosa • Pode ser única ou múltipla • Quando se está diante da presença de vasos nessas verrugas, praticamente já se tem o diganóstico • Fenômeno de Koebner: ▪ Tem-se uma doença e o trauma/lesão provoca essa doença ✓ Exemplo → paciente com uma verruga, tem um trauma, causando uma escoriação/arranhão, Verruga Vulgar - Parte branca → Ceratose - Pontinhos enegrecidos → Vasos Múltiplas Verrugas Vulgares Múltiplas Verrugas Vulgares Verrugas Vulgares de cor enegrecida Verrugas Vulgares Verruga Vulgar Subungueal e/ou Periungueal - Essas verrugas tem características de serem resistentes ao tratamento, pois só se consegue aplicar a medicação em uma parte da verruga, enquanto que ainda há partes dessa verruga que ficam em região subengueal Fonte: Aula 2 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto fazendo com que a verruga acometa o formato dessa lesão ▪ Não é exclusivo de verrugas, podendo ocorrer em outras doenças, como Vitiligo ➢ VERRUGA FILIFORME: • A verruga tem uma base estreita • Nessas verrugas vê-se nitidamente a alteração de papilomatose • Dentro na narina → é uma localização comum de verruga filiforme, sendo bastante difícil de tratar, pois o procedimento, geralmente, é doloroso ➢ VERRUGA PLANA: • São um tipo de verruga bem mais difíceis de se fazer o diagnóstico, pois são planas, não tem o ponto enegrecido e não tem a superfície tão verrucosa • Geralmente são pequenas e múltiplas • O local preferencial é a face de crianças • Às vezes podem ter coloração acastanhada • São planas porque tem menos ceratose ➢ VERRUGA PLANTAR: • É uma verruga muito comum e é chamada vulgarmente de “olho de peixe” • Como é na planta, e o paciente pisa muito, a lesão acaba tendo crescimento endofítico. Ao contrário das demais verrugas, que tem crescimento exofítico, da epiderme para fora • Por ter crescimento endofítico, na maioria das vezes, o paciente se queixa de dor, às vezes afirmando que é como se estivesse pisando em um calo ou em uma pedra VERRUGA GENITAL OU CONDILOMA ACUMINADO ➢ É causada pelos tipos 6 e 11 do HPV ➢ Causas: • É quase sempre causada por relação sexual, mas é possível ter verrugas na região genital sem ter tido relação sexual. Assim, crianças que apresentam verrugas genitais não significa necessariamente dizer que ela sofreu abuso sexual • Pode ter outras causas, por ser autoinoculável • Por ter uma transmissão sexual frequente, é considerada também uma IST ➢ Lesão elementar: • Vegentantes e brilhosas → pois regiões mucosas não tem camada córnea, vendo-se melhor as células epidérmicas • Úmidas • Pápulas sésseis e ceratósicas ➢ Tipos 16 e 18 → são os que tem maior potencial oncogênico. Assim, há a possibilidade de, a partir de uma lesão genital, desenvolver-se um carcinoma epidermoide • É por isso que mulheres fazem anualmente o exame para tentar identificar a lesão antes de se formar um câncer • Essa lesão começa como uma neoplasia intracitoplasmática e depois evolui para um carcinoma Verrugas Vulgares - Fenômeno de Koebner Verrugas Filiformes Verruga Digitiforme - Um tipo de verruga filiforme que é semelhante a um dedo Verrugas Planas Verrugas Planas Verruga Plantar Verruga Plantar Fonte: Aula 3 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto ➢ Localização → pode ocorrer em qualquer região genital, inclusive oral e anal • Genital • Perigenital • Perianal • O local mais comum é o colo de útero ➢ Podem assumir grandes proporções TRATAMENTO ➢ Não existe tratamento de escolha para todos os tipos, devendo- se individualizar quanto ao tipo e localização da lesão ➢ Existe a possibilidade de regredir espontaneamente, mas não se pode esperar por isso, deve-se iniciar o tratamento ➢ Objetivos do tratamento: • Destruir ou remover as lesões visíveis • Induzir citotoxicidade com algumas medicações ➢ Não existe cura (não há medicação que mate o vírus), pois o HPV se incorpora ao DNA do ceratinócito ➢ Modalidades de tratamento: • Tratamento de primeira linha: ÁCIDO SALICÍLICO + ÁCIDO LÁTICO ✓ Formam uma substância cáustica, que é aplicada diretamente sobre a verruga, precisando-se proteger a área ao redor com esparadrapo ou pomadas de barreira (Hipoglos e Bepantol) ✓ Provoca uma ceratólise, quebrando a camada córnea e as células da epiderme ✓ Esse tratamento pode durar de semanas a meses ✓ Evita-se realizar esse tratamento: o Na face (mas pode fazer com cuidado) → pois pode deixar cicatrizes no local o Em regiões mucosas → pelo risco de formar uma ulceração maior ✓ O paciente faz esse tratamento em casa • Tratamento para verruga genital: ▪ Esses medicamentos podem ser usados nas demais verrugas, mas não tem boa resposta ▪ Seu uso tem boa resposta na verruga genital porque não há camada córnea, permitindo que a medicação penetre mais profundamente PODOFILINA 25% ✓ É um ácido aplicado pelo médico ✓ Não funciona para as demais verrugas, apenas para verruga genital PODOFILOTOXINA creme ✓ O paciente pode usar em casa ✓ É uma excelente medicação para tratar Condiloma em homem ✓ Tem ação semelhante à Podofilina ✓ Não pode usar em mulheres grávidas → mas pode ser usada em mulheres em idade fértil se ela estiver fazendo uso de método anticoncepcional, pois é uma medicação tópica e não oral, causando menor risco de mal formação ÁCIDO TRICLORACÉTICO (ATA) 30 – 90% ✓ Aplicado pela médica IMIQUIMOD ✓ Existem estudos que mostram resultados muito bons do uso de Imiquimod para verruga periungueal, mas ainda estão em fase de estudo, fazendo com que a indicação primária ainda seja para verruga genital Condiloma Acuminado Condiloma Acuminado - Lesão mais plana Condiloma Acuminado - Na parte que já tem pele,onde se tem a camada córnea, se parece bastante com verruga vulgar - No prepúcio já se tem camada córnea Condiloma Acuminado em região perianal - Nas mulheres, pela anatomia, essa região fica sempre em muito contato, sendo denominada “Lesão em espelho” Condiloma Acuminado Gigante - Acontece na gestação, pois durante a gestação existem diversos hormônios diferentes de fatores de crescimento - Paciente com HPV que engravidou e desenvolveu um condiloma gigante - Essas mulheres não podem ter parto normal para que não haja contaminação do bebê. Assim, ela deve ser tratada e indicada para parto cesariano Fonte: Aula 4 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto ✓ É um creme que o paciente usa em casa, aplicando em cima da lesão em noites alternadas até a melhora • Laser → procedimento que destrói a verruga ✓ Tem alto custo ✓ Não tem no SUS • Eletrocirurgia → bisturi elétrico ✓ Tem a mesma função do laser, mas é bem mais barato ✓ Eletrocoagula-se a lesão ✓ Vantagem → faz-se a destruição das verrugas de uma vez só ✓ Há a possibilidade de deixar cicatriz. Assim, deve-se ter muito cuidado em região: o De face o Plantar → pois depois do procedimento forma-se uma ulcera no local, e como o paciente pisa muito nessa ulcera, a cicatrização é difícil. Assim, não se faz eletrocauterização na planta • Criocirurgia → congelamento com nitrogênio líquido ✓ É o melhor tratamento, mas é muito pouco disponível ✓ Pode tratar qualquer verruga, inclusive genital e plantar ✓ Desvantagem → É necessário fazer mais de uma sessão, ao contrário da eletrocirurgia ✓ Não precisa de anestesia, não sangra, não há significativo desconforto doloroso ➢ Em gestantes só se pode usar: • Criocirurgia • Eletrocirurgia • ATA VACINA ➢ Não se tem vacina para todos os tipos de HPV, faz-se para aqueles tipos que tem risco ➢ Para prevenção da infecção e câncer cervical ➢ Tipos: • Vacina Tetravalente → HPV 6, 11, 16 e 18 • Vacina Bivalente → HPV 16 e 18 • Relembrando: ▪ HPV 6 e 11 → Condiloma ▪ HPV 16 e 18 → Carcinoma ➢ Disponível para meninos e meninas a partir dos 9 anos de idade, antes do início da vida sexual ➢ Para crianças de 9 a 14 anos ➢ São duas doses de vacina, com intervalo de 6 meses ➢ Proteção em torno de 90% ➢ Não indicada em grávidas INFECÇÕES PELO VÍRUS HERPES INTRODUÇÃO ➢ Tem-se várias famílias do vírus → alfa, beta e gama ➢ Alpha-Herpervirinae (Citolíticos) → tem acometimento essencialmente cutâneo • Herpes simples 1 → geralmente é perilabial • Herpes simples 2 → geralmente é genital • Varicela-Zoster → Herpes Zoster ➢ Beta-herpesviridae (Citomegálicos): • Citomegalovirus (CMV) • Exantema súbito → é uma virose que surge rapidamente após um quadro febril ➢ Gama-herpesvirinae (oncogênicos): • Sarcoma de Kaposi → vê em pacientes com HIV • Epstein-Barr → pode causar mononucleose infecciosa HERPES SIMPLES INTRODUÇÃO ➢ É autolimitada nos imunocompetentes → resolve por si só ➢ 2 tipos → tem diferenças nos seus antígenos de uma das glicoproteínas de superfície • Herpes tipo 1 → o mais comum é: ▪ É a forma mais comum de herpes ▪ Adquirido na infância ▪ Causa lesão perioral ▪ Mais comum → vesículas agrupadas em região perioral ▪ Transmissão → geralmente de criança para criança • Herpes tipo 2 → o mais comum é: ▪ Adquirido na vida adulta, por relação sexual ▪ Causa acometimento da lesão genital ➢ Pode ocorrer a contaminação das duas formas → o tipo 1 pode ter cometimento genital e o tipo 2 pode ter acometimento perioral ➢ O fato de o paciente ter o Tipo 1 não impossibilita de ele ter o tipo 2 ➢ Transmissão: • Por contato de pessoa para pessoa por meio de: ▪ Toque ▪ Boca ▪ Região genital • Quando a lesão está ativa/aberta, com exulceração e vesículas a chance de contaminar é maior, mas um paciente Fonte: Aula 5 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto pode contaminar outra pessoa mesmo sem lesão, pois o vírus se encontra dentro do gânglio em latência ➢ Período de incubação → 4 a 5 dias CICLO BIOLÓGICO DO HERPES VÍRUS SIMPLES (HSV) ➢ Na maioria dos casos (80 a 90%) → A replicação do vírus inicia na epiderme, após sua ligação com a membrana celular do queratinócito. Após um período de replicação intracelular, a partir de terminações nervosas livres, ocorre transporte retrógrado de vírions em direção aos gânglios sensoriais paravertebrais, onde se estabelece a latência • O vírus penetra na célula epidérmica, replicando-se dentro do núcleo da célula basal e, depois de alguns dias de replicação, ele vai, de forma retrógrada, até o gânglio nervoso, onde fica em latência. Isso acontece na maioria das pessoas (80 a 90%), que tem o vírus, mas não desenvolvem a doença. Na infância, às vezes, tem-se lesões parecidas com gengivite e aftas, mas após isso o vírus entra em latência ➢ O HSV apresenta tropismo por ceratinócitos e neurônios. Os queratinócitos são altamente permissíveis à replicação do vírus, mas os neurônios não. Como não sofrem mitoses, o vírus consegue ficar quase que escondido, invisível ao sistema imunológico. Se acontece uma injúria ou qualquer diferenciação celular na célula infectada, a replicação é permitida e ocorre a reativação viral e surgimento de lesões no local de entrada do vírus ➢ 10 a 20% dos indivíduos terão recidiva, fazendo com que o vírus provoque doença → Assim, o vírus se liga à membrana celular do epitélio da célula basal, sofre replicação intracelular no local da exposição e o paciente terá a lesão no mesmo local em que o vírus entrou. Depois, há o retorno do vírion para o gânglio nervoso, onde entra novamente em latência • Porém, alguns indivíduos, após alguns fatores desencadeantes (exposição solar, queda da imunidade, estresse, mulheres no período pré-menstrual), o gânglio reativa e o vírus faz o caminho contrário, retornando e replicando novamente no ceratinócito epidérmico, causando o aparecimento da lesão LESÕES ➢ Vesículas → geralmente no primeiro dia de doença ➢ Exulceração → após o rompimento das vesículas ➢ PRIMOINFECÇÃO → no momento da infecção • O quadro é variável, de acordo com o local em que o vírus entrou, ou seja, é no local de contato que o transmissor passou para o indivíduo previamente sadio ➢ HERPES RECIDIVANTE: • Sintomática → por surtos • Assintomática latente (75 a 90% dos casos) FATORES DESENCADEANTES ➢ Exposição solar prolongada ➢ Febre, infecções ➢ Ansiedade, estresse ➢ Menstruação ➢ Trauma local HERPES SIMPLES NÃO GENITAL – HSV 1 ➢ Locais de primo-infecção: • Gengivoestomatite: • Vulvovaginite • Ceratoconjuntivite • Panarício → na mão Vesículas agrupadas em uma base de eritema Vesículas agrupadas em uma base de eritema Exulceração Primoinfecção - É sempre mais extensa e dolorida que a recidiva Erupção Variceliforme de Kaposi - Disseminação do vírus da herpes - É raro de ocorrer, mas trata-se de uma complicação do HSV em crianças com algum grau de imunossupressão ou em pacientes atópicos, por já terem a barreira cutânea defeituosa - É necessário internar para que seja feita medicação endovenosa Fonte: Aula 6 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto ➢ GENGIVOESTOMATITE: • Geralmente em crianças ➢ CERATOCONJUNTIVITE: • É difícil de se dar o diagnóstico ➢ PANARÍCIO HERPÉTICO: HERPES SIMPLES RECIDIVANTE ➢ Pode ocorrer em qualquer área ➢ Muitas vezes, o paciente sente pródromos (horas ou dias) – nem todos os pacientes tem esse pródromo → sentem uma sensibilidade diferente no local antes de aparecerem as vesículas ➢ Hoje tem-se o tratamento abortivo dessas crises quando o paciente consegue perceber que terá ➢ Mais comumem adultos ➢ Localização mais comum → perilabial HERPES SIMPLES GENITAL – HSV 2 ➢ Transmissão: • Geralmente é sexual • Pode ser através do parto → assim, se a mãe estiver com herpes, recomenda-se a cesárea ➢ Na boca não costuma ser doloroso, porém, em região genital e perianal é doloroso ➢ Locais mais comuns de ocorrer: • Pênis • Vulva • Ânus ➢ Pacientes imunodeprimidos → podem ter lesões mais persistentes e atípicas, com aspecto verrucoso ➢ Geralmente, em pacientes imunocompetentes, o episódio de herpes dura cerca de 7 a 14 dias, melhorando por si só, não sendo necessário, obrigatoriamente, tratar o paciente imunocompetente ➢ A indicação de tratamento é: • Se for dado o diagnóstico nas primeiras horas → prodromos ou nas primeiras 24 a 48h, pois fazendo a medicação encurta-se o ciclo Gengivoestomatite Gengivoestomatite Ceratoconjuntivite - Eritema, Exulceração, vesícula Panarício Herpético - Vesículas agrupadas com base de eritema - Raro de ocorrer Vesículas em região genital Exulceração Vesículas e eritema nas nádegas - As nádegas são uma região atípica, mas pode ocorrer Em região genital feminina Herpes em paciente imunossuprimido - São meses de evolução da doença, com difícil cicatrização - Não se vê esse tipo de lesão em pacientes imunocompetentes Fonte: Aula 7 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto DIAGNÓSTICO ➢ É CLÍNICO! → Exame físico + História do paciente ➢ Citodiagnóstico de Tzanck: • Se tiver dúvida diagnóstica, pode-se lançar mão desse exame • Colhe-se uma vesícula, faz-se o exame direto e vê-se células gigantes multinucleadas ➢ Histologia ➢ Sorologia → é útil em algumas situações • Faz-se para o tipo 1 e o tipo 2, identificando IgM ou IgG • IgG → não significa que o paciente tem a doença, mas sim que teve contato com o vírus, provavelmente quando criança • IgM → indica infecção aguda • Às vezes, pode ser de exclusão → Ex: faz-se a sorologia e não positivou IgM nem IgG, assim não é herpes • Não é um exame feito de rotina, pois o diagnóstico é, na grande maioria dos casos, clínico ➢ PCR → tem alto custo e é pouco disponível TRATAMENTO ➢ DROGA DE ESCOLHA: ACICLOVIR: ▪ Duração do tratamento: ✓ Primoinfecção → por 7 dias ✓ Recorrência → por 5 dias ▪ Só faz sentido seu uso se o diagnóstico é feito nos pródromos ou já nas primeiras 24 a 48h, para diminuir o tempo do ciclo ▪ É uma medicação extremamente segura, porque se o paciente não tiver o vírus da herpes, o aciclovir não vai agir, pois ele necessita de uma enzima do vírus (timidina quinase viral) para se transformar e monofosfato de aciclovir, que é um metabólito intermediário. Dentro da célula do hospedeiro, a produção de quinases celulares do hospedeiro faz com que ele seja convertido em trifosfato de aciclovir, que é a droga ativa ▪ Age somente nas células infectadas, por isso tem menos efeitos adversos ▪ O único cuidado que se deve ter é que se precisa corrigir a dose em pacientes com Insuficiência renal grave ▪ Dose padrão → aplicada 5 vezes ao dia (de 4 em 4h, mas não toma a dose noturna) ➢ Outras opções de tratamento: VALACICLOVIR FANCICLOVIR • São drogas mais novas que tem melhor comodidade posológica (8 em 8h ou de 12 em 12h) • São drogas mais caras • Quando chegam no fígado e sofrem a metabolização de primeira passagem, transformam-se em aciclovir ➢ Em casos de resistência: FOSCARNET HERPES ZOSTER INTRODUÇÃO ➢ É um vírus da família Herpes, Tipo 3, sendo o vírus da catapora ➢ O ciclo biológico é muito parecido com o do herpes simples, diferindo apenas pela doença inicial, que é a catapora (Varicela) ➢ Patogenia: • O paciente teve catapora, o vírus fica em latência no gânglio, podendo ficar assim pelo resto da vida. Porém, quando se tem um fator desencadeante (neoplasia, imunossupressão...), esse vírus se reativa, voltando como Herpes Zoster ➢ Agente → Vírus Varicela-Zoster (VZV ou HHV-3) ➢ Mais comum em adultos depois da 5ª década ➢ O paciente se queixa de dor neural, pois é justamente no nervo em que ocorre a infecção ➢ Nervos mais acometidos: • Torácico • Cervical • Trigêmeo (oftálmico, maxilar e mandibular) • Lombossacro • Cranianos ➢ Características da lesão: • Vesículas sobre base eritematosa • Unilateral → pois acomete o nervo • Respeita o dermatomo • Dor neurálgica • Autolimitada (2 semanas) Herpes em paciente imunossuprimido - Não se vê esse tipo de lesão em pacientes imunocompetentes Fonte: Aula 8 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto COMPLICAÇÕES ➢ Neuralgia pós-herpética: • Ocorre mais em indivíduos mais velhos (> 60 anos) • Tem-se a herpes zoster, faz-se o tratamento, ocorre melhora, mas o nervo que foi acometido continua doendo • Às vezes é necessário fazer medicação para dor ➢ Nervo trigêmeo: • Sinal de Hutchinson = nervo nasociliar ➢ Paralisia facial (Paralisia de Bell) → quando se tem acometimento do nervo facial ➢ Síndrome de Ramsay-Hunt: • Quando se tem acometimento do nervo facial e do nervo auditivo • Paralisia facial + Lesões no ouvido externo e tímpano • Surdez, tinido e vertigem TRATAMENTO ➢ Se não for realizado o tratamento, o paciente pode evoluir para cura, devido ao fato de ser autolimitada. Porém, nesses casos de herpes zoster, há maior indicação de tratar do que na herpes simples porque esse tratamento ajuda a prevenir as complicações, principalmente a neuralgia pós-herpética ➢ FASE AGUDA: • Medicamentos: ACICLOVIR (800mg 5x/dia) → em doses maiores que no herpes simples ✓ Não é tão usado porque o paciente necessita ingerir 20 comprimidos por dia, o que dificulta a adesão ao tratamento VALACICLOVIR ou FANCICLOVIR → São os mais indicados, pela comodidade posológica (menor número de tomadas no dia) • Analgésico → é necessário, pois o paciente sente muita dor • Corticoide → seu uso é controverso ▪ Diminui a inflamação ▪ Alguns médicos receitam quando há lesão de face ▪ Lesão ocular (ramo oftálmico do Trigêmeo) → geralmente se faz corticoide endovenoso nos primeiros dias, para diminuir o processo inflamatório ➢ NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA: • Remédios para dor: CARBAMAZEPINA AMITRIPTILINA GABAPENTINA LIDOCAÍNA (intralesional ou tópica) CAPSAICINA MOLUSCO CONTAGIOSO INTRODUÇÃO ➢ Etiologia → tem 2 tipos • MCV tipo 1 Herpes Zoster acometendo o nervo torácico - É unilateral e respeita o dermatomo Herpes Zoster acometendo o braço Acometimento unilateral Acometimento do nervo trigêmeo - Esses pacientes tem risco de formar Ceratite ou até mesmo desenvolver cegueira - Paciente que tem acometimento do nervo trigêmeo se queixa de muita dor - Geralmente, há necessidade de internação para administração de Aciclovir endovenoso Fonte: Aula 9 DERMATOVIROSES Gizelle Felinto • MCV tipo 2 ➢ É o maior vírus conhecido ➢ Muito mais comum em crianças do que em adultos ➢ É comum no paciente atópico → às vezes vê-se o paciente com dermatite atópica na fossa cubital e dentro é cheio de molusco contagioso ➢ Grande característica clínica: • PÁPULA TRANSLUCIDA COM UM ORIFÍCIO, denominada umbilicação central • Geralmente pequenas (5mm) • Pacientes com HIV → lesões maiores e mais numerosas • Dentro dessa pápula tem-se um material de inclusão citoplasmática ➢ Pode ser transmitida sexualmente ➢ É autoinoculável ➢ Pode regredir espontaneamente LESÕES 77 TRATAMENTO ➢ Terapia de escolha → CURETAGEM + IODO • Curetagem → é um procedimento cirúrgico com o qual se retira a pápula • Iodo→ deve ser feito para esterilizar o local, matando o vírus remanescente no local após a curetagem • Crianças muito pequenas são muito agitadas e impossibilitam a realização do procedimento • Geralmente, principalmente em crianças, coloca-se um anestésico na ponta do equipamento de curetagem ➢ ATA ➢ CRIOTERAPIA → muito pouco disponível ➢ IMIQUIMOD ➢ Quando a criança é muito pequena pode-se orientar a mãe a furar a pápula com uma agulha, espremer a lesão e colocar o iodo Pápula translúcida com umbilicação central Pápula translúcida com umbilicação central Pápula translúcida com umbilicação central - Adultos que tem em região perigenital, geralmente é por transmissão sexual
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