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ATOS ADMINISTRATIVOS 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Ato existente: O plano da existência ou da 
perfeição consiste no cumprimento do ciclo de 
formação do ato 
 
 Ato inexistente: possui aparência de 
manifestação de vontade da Administração, mas 
não chegou a aperfeiçoar-se. 
 Atos realizados por agente incompetente. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Existência jurídica do ato é diferente da sua 
existência fática 
 Se um particular finge ser juiz de direito e, ludibriando a 
todos, preside uma audiência, os atos realizados são 
juridicamente inexistentes devido à usurpação de 
função pública, mas materialmente ocorreram 
(existiram) 
 Elementos de existência são: 
 Conteúdo e forma. 
 Os pressupostos de existência são: 
 Objeto e referibilidade à função administrativa 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
• Elementos de existência: Conteúdo 
• Entendido como a necessidade de constatação 
de conduta decorrente do ato. Ex.: 
• Folha não preenchida do talão de multas é 
ato inexistente por falta de conteúdo; 
• “Ordem” expedida por escrito pelo chefe da 
repartição proibindo e ao mesmo tempo 
permitindo dado comportamento é 
inexistente por ausência de conteúdo, já que 
proibido e permitido são comandos 
contraditórios que se excluem mutuamente. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
• Elementos de existência: Conteúdo 
• Entendido como atos que proíbem o inevitável ou 
exigem o que é impossível. Ex.: 
• Decreto proibindo a morte; 
• Cláusula de edital de concurso público que exige 
dos Candidatos domínio de um idioma extinto; 
• Portaria municipal proibindo a chuva de cair. 
• Elementos de existência: Forma 
• Entendido como exteriorização do conteúdo: 
• Não haverá ato administrativo se o conteúdo 
não for divulgado pelo agente competente. Ex.: 
• Texto de ato administrativo esquecido na 
gaveta. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
• Pressuposto: 
• Objeto do ato administrativo: é o bem ou a 
pessoa a que o ato faz referência. 
• Desaparecendo ou inexistindo o objeto, o 
ato administrativo que a ele faz menção é 
tido como juridicamente inexistente. Ex.: 
• Promoção de servidor falecido; 
• Alvará autorizando a “reforma do prédio” 
em terreno baldio. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
• Pressupostos da referibilidade à função administrativa 
• Se praticado por particular usurpador de função pública, 
não se considera existente o ato administrativo. Ex.: 
• Multa de trânsito lavrada por particular. 
• Na mesma situação, está o ato praticado por servidor 
público vinculado a outro poder estatal ou visivelmente 
incompetente para a conduta. Ex.: 
• Medida provisória assinada por varredor de ruas. 
• É hipótese também de inexistência a situação dos atos 
didáticos e dos não sérios mesmo quando praticados 
pelo servidor competente. Ex.: 
• Auto de infração preenchido e assinado pelo agente 
em curso de formação para novos fiscais; 
• “Demissão” de subordinado anunciada pelo chefe da 
repartição, por pilhéria, em festa de confraternização 
dos funcionários 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Ato válido: O plano da validade envolve a 
conformidade com os requisitos estabelecidos 
pelo ordenamento jurídico para a correta prática 
do ato administrativo. 
 Ato eficaz: O plano da eficácia está relacionado 
com a aptidão do ato para produzir efeitos 
jurídicos. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Plano da validade: investiga a conformidade do 
ato administrativo com os requisitos fixados no 
ordenamento para sua correta produção 
 Requisitos do ato administrativo: competência, 
objeto, forma, motivo e finalidade (Corrente 
clássica: HLM) 
 Requisitos do ato administrativo: sujeito, 
motivo, requisitos procedimentais, finalidade, 
causa e formalização (Corrente moderna: 
CABM) 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Corrente clássica 
 5 requisitos 
 
Competência ou sujeito Vinculado 
Objeto Discricionário 
Forma Vinculado 
Motivo Discricionário 
Finalidade Vinculado 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Competência ou sujeito: sempre é a lei que 
define as competências conferidas a cada 
agente, limitando sua atuação àquela seara 
específica de atribuições. 
 Assim, competência administrativa é o poder 
atribuído ao agente da Administração para o 
desempenho de suas funções. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Competência ou sujeito: características: 
1. Natureza de ordem pública: pois sua definição é 
estabelecida pela lei, estando sua alteração fora 
do alcance das partes; 
2. Não se presume: porque o agente somente terá 
as competências expressamente outorgadas pela 
legislação; 
3. Improrrogabilidade: diante da falta de uso, a 
competência não se transfere a outro agente; 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
4. Inderrogabilidade ou irrenunciabilidade: a 
Administração não pode abrir mão de suas 
competências porque são conferidas em benefício 
do interesse público; 
5. Obrigatoriedade: o exercício da competência 
administrativa é um dever para o agente público; 
6. Incaducabilidade ou imprescritibilidade: a 
competência administrativa não se extingue, 
exceto por vontade legal; 
7. Delegabilidade: em regra, a competência 
administrativa pode ser transferida 
temporariamente mediante delegação ou 
avocação. Porém, são indelegáveis: competências 
exclusivas, a edição de atos normativos e a 
decisão de recursos (art. 13 da Lei n. 9.784/99). 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Objeto: é o conteúdo do ato, a ordem por ele 
determinada, ou o resultado prático pretendido ao se 
expedi-lo. Todo ato administrativo tem por objeto a 
criação, modificação ou comprovação de situações 
jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades 
sujeitas à ação da Administração Pública. 
 Forma: é requisito vinculado, envolvendo o modo de 
exteriorização e os procedimentos prévios exigidos na 
expedição do ato administrativo. Diante da 
necessidade de controle de legalidade, o cumprimento 
da forma legal é sempre substancial para a validade da 
conduta. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Motivo: é a situação de fato e o fundamento jurídico 
que autorizam a prática do ato. 
 Exemplo: a ocorrência da infração é o motivo da multa de 
trânsito. 
 Não se confunde com motivação, que é a explicação por 
escrito das razões que levaram à prática do ato 
 Finalidade: é o objetivo de interesse público 
pretendido com a prática do ato. 
 Sempre que o ato for praticado visando a defesa de 
interesse alheio ao interesse público, será nulo por desvio 
de finalidade ou détournement du pouvoir. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Corrente moderna 
 6 requisitos 
Sujeito Vinculado 
Motivo Discricionário 
Requisitos procedimentais Vinculado 
Finalidade Discricionário 
Causa Vinculado 
Formalização Discricionário 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Sujeito: é o pressuposto subjetivo centrado na análise 
sobre quem praticou o ato 
 Capacidade do agente 
 Quantidade de atribuições do órgão que o produziu 
 Competência do agente emanador 
 Existência de óbices à atuação no caso concreto 
 Motivo: constitui pressuposto objetivo atinente à 
situação fática que autoriza a prática do ato 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Requisitos procedimentais: são atos jurídicos prévios 
e indispensáveis para a prática do ato administrativo, 
caracterizando-se como pressuposto objetivo e 
vinculado. 
 Ex.: A homologação da licitação, na modalidade 
concorrência pública, pressupõe os atos de 
habilitação e classificação (requisitos 
procedimentais). 
 Finalidade: é o pressuposto teleológico do ato 
administrativo. 
 Trata-se do bem jurídico pertinente ao interesse 
público pretendido com a prática do ato. 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA Causa: é o pressuposto lógico consistente no nexo de 
adequação entre o motivo e o conteúdo do ato 
administrativo. 
 Ex.: Ordem de demolição de casa por conta de 
pintura descascada. 
 Formalização: é o pressuposto formal relacionado 
com o modo como o ato deve ser praticado. 
 Coincide com a noção de forma adotada pela 
corrente tradicional. 
 Admite-se margem de liberdade quanto à forma do 
ato, constituindo requisito discricionário. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Eficácia do ato administrativo: 
 O plano da eficácia analisa a aptidão do ato para 
produzir efeitos jurídicos 
 Circunstâncias podem interferir na irradiação de 
efeitos do ato administrativo 
1. Existência de vício: alguns defeitos específicos no 
ato bloqueiam a produção de seus efeitos 
regulares. É o caso da inexistência jurídica, vício 
que impede a eficácia do ato administrativo; 
2. Condição suspensiva: suspende a produção de 
efeitos até a implementação de evento futuro e 
incerto. Exemplo: alvará concedido a taxista com a 
condição de que apresente o veículo para 
regularização dentro de quinze dias; 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
3. Condição resolutiva: acontecimento futuro e incerto 
cuja ocorrência interrompe a produção de efeitos do 
ato administrativo. Exemplo: permissão para 
instalação de banca de jornal em parque público 
outorgada até que seja construída loja de revistas no 
local; 
4. Termo inicial: sujeita o início da irradiação de efeitos 
do ato a evento futuro e certo. Exemplo: licença 
autorizando construção de prédio residencial só a 
partir de trinta dias de sua outorga; 
5. Termo final: autoriza a produção de efeitos do ato por 
determinado período de tempo. Exemplo: habilitação 
para conduzir veículo concedida pelo prazo de cinco 
anos. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Efeitos do ato administrativo 
 Efeitos típicos: são aqueles próprios do ato. 
 Ex.: a homologação da autoridade superior tem o efeito 
típico de aprovar o ato administrativo desencadeando 
sua exequibilidade; 
 Efeitos atípicos prodrômicos: são efeitos preliminares 
ou iniciais distintos da eficácia principal do ato. 
 Ex.: a expedição do decreto expropriatório autoriza o 
Poder Público a ingressar no bem para fazer medições. 
 Efeitos atípicos reflexos: são aqueles que atingem 
terceiros estranhos à relação jurídica principal. 
 Ex.: com a desapropriação do imóvel, extingue-se a 
hipoteca que garantia crédito de instituição financeira. 
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ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) Atos normativos 
2) Atos ordinatórios 
3) Atos negociais 
4) Atos enunciativos 
5) Atos punitivos 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos normativos: contém comandos gerais e abstratos 
aplicáveis a todos os administrados que se enquadrem nas 
situações neles previstas. 
 São destinados a possibilitar o fiel cumprimento da lei 
pela Administração, devem esmiuçar, explicitar os 
conteúdos das leis. visando correta aplicação da lei. 
 Decreto: atos normativos exclusivo do chefe do 
executivo; 
 Regulamento: visa especificar mandamentos previstos 
ou não em leis; 
 Regimento: tem força normativa interna e visa reger 
funcionamento de órgãos; 
 Resolução: Deliberações colegiadas 
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ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos ordinatórios: visa disciplinar o funcionamento da 
Administração e a conduta e função de seus agentes. 
 Instruções: orientação do subalterno pelo superior 
hierárquico de como desempenhar certa função; 
 Circulares: ordem escrita e uniforme expedida para 
determinados funcionários ou agentes; 
 Avisos: atos de titularidade de Ministros em relação ao 
Ministério; 
 Portarias: atos emanados por chefes de órgãos públicos 
aos seus subalternos determinando a realização de atos 
gerais ou especiais; 
 Ofícios: Comunicações oficiais realizadas pela 
Administração a terceiros; 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos negociais: declaração de vontade da Administração 
coincidente com interesses do particular, sugerindo a 
realização de um negócio jurídico. 
 Licença: ato vinculado e definitivo pela qual a ADM, 
verificando que o interessado atendeu todas as 
exigências legais, faculta-lhe o desempenho de uma 
atividade. Ex.: o exercício de uma profissão. 
 Autorização: ato discricionário em que a Administração 
concede ao administrado a faculdade de exercer uma 
atividade, serviço ou a utilidade de um bem. Ex.: porte de 
armas. 
 Permissão: ato discricionário em que a Administração 
concede ao administrado a faculdade de exercer certa 
atividade de interesse coletivo, ou o uso especial de bem 
público, nas condições estabelecidas por ela. Ex.: 
exploração do serviço de transporte coletivo. 
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ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos enunciativos: não contém manifestação de vontade 
da Administração. Declaram a pedido do interessado um 
situação jurídica preexistente relativa a um particular. 
 Atestado: são atos pelos quais a Administração Pública 
comprova um fato ou uma situação de que tenha 
conhecimento por seus órgãos competentes; 
 Certidão: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de 
atos ou fatos constantes em processo, livros ou 
documentos que se encontrem na repartição pública; 
 Pareceres: são manifestações de órgãos técnicos sobre 
assuntos submetidos à sua consideração. 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos punitivos: são meios pelos quais a ADM pode 
impor diretamente sanções a seus servidores ou o 
administrados em geral. 
 Atos punitivos internos: penalidades disciplinares, 
advertência, suspensão ou a demissão. 
 Atos punitivos externos: sanções administrativas 
aplicadas a particulares pelo descumprimento contrato 
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EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
 Atos punitivos: são meios pelos quais a ADM pode 
impor diretamente sanções a seus servidores ou o 
administrados em geral. 
 Atos punitivos internos: penalidades disciplinares, 
advertência, suspensão ou a demissão. 
 Atos punitivos externos: sanções administrativas 
aplicadas a particulares pelo descumprimento contrato 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 O ato administrativo permanecerá no mundo jurídico até 
que seja verificada situação que demonstre algum 
vício de legalidade ou que simplesmente comprove a 
sua desnecessidade superveniente. 
 Alguns atos ao serem elaborados podem vir defeituosos 
no que tange a sua legalidade. 
 Neste caso, a Administração Pública ou o Poder 
Judiciário são legitimados para declarar a sua extinção 
por meio da anulação. 
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Às vezes o ato pode estar de acordo com a legislação, 
mas deixa de ser conveniente e oportuno com o passar 
do tempo. 
 Sua extinção somente poder ser declarada pela 
Administração Pública, através da revogação. 
 Apesar de inconvenientes, os atos são considerados 
legais, ou seja, de acordo com a lei vigente. Porém, 
estes atos não trazem mais benefícios para a 
coletividade. 
 Assim, os efeitos produzidos são mantidos, já que a 
revogação passa a valer a partir do momento de sua 
decretação, não possuindo efeito retroativo. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Extinção ipso iuri pelo cumprimento integral de seus 
efeitos: quando o ato administrativo produz todos os efeitos 
que ensejaram sua prática, ocorre sua extinção natural e 
de pleno direito 
 Esgotamento do conteúdo: o ato exaure integralmente a 
sua eficácia após o cumprimento do conteúdo; 
 Ex.: edital de licitação de compra de vacinas após a vacinação 
realizada; 
 Execução material: ocorre quando a ordem expedida 
pelo ato é materialmente cumprida; 
 Ex.: ordem de guinchamento de veículo extinta após sua 
execução 
 Implemento de condição resolutiva ou termo final: o ato é 
extinto quando sobrevém o evento preordenado a cessar 
sua aplicabilidade. 
 Ex.: término do prazo de validade dahabilitação para conduzir 
veículos 
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Extinção ipso iuri pelo desaparecimento do sujeito ou do 
objeto: 
 O ato administrativo é praticado em relação a pessoas 
ou bens. 
 Desaparecendo um desses elementos, o ato extingue-
se automaticamente. 
 Exemplos: 
 Promoção de servidor extinta com seu falecimento; 
 Licença para reformar imóvel extinta com o 
desabamento do prédio. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio 
beneficiário abre mão da situação proporcionada 
pelo ato. 
 Ex.: exoneração de cargo a pedido do ocupante. 
 Retirada do ato: Ocorre com a expedição de um ato 
secundário praticado para extinguir ato anterior. 
 As modalidades de retirada são: 
 Revogação, anulação, cassação, caducidade e 
contraposição 
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Revogação: é a extinção do ato administrativo perfeito 
e eficaz, com eficácia ex nunc, praticada pela 
Administração Pública e fundada em razões de 
interesse público (conveniência e oportunidade). 
 Art. 53 da Lei n. 9.784/99: A Administração deve anular 
seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência 
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 Questão de mérito: a revogação só pode ser praticada 
pela Administração Pública 
 A revogação é de competência da mesma autoridade que 
praticou o ato revogado. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Não podem ser revogados, tais como: 
 Atos que geram direito adquirido; 
 Atos já exauridos; 
 Atos vinculados, como não envolvem juízo de 
conveniência e oportunidade, não podem ser 
revogados; 
 Atos enunciativos que apenas declaram fatos ou 
situações, como certidões, pareceres e atestados; 
 Atos preclusos no curso de procedimento 
administrativo: a preclusão é óbice à revogação. 
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Anulação ou invalidação: é a extinção de um ato 
ilegal, determinada pela Administração ou pelo 
Judiciário, com eficácia retroativa (ex tunc). 
 Anulação pode ter como sujeito ativo a Administração 
ou o Poder Judiciário. 
 Fundamentos da anulação administrativa: poder de 
autotutela e o princípio da legalidade 
 Art. 54 da Lei n. 9.784/99: O direito da Administração 
de anular os atos administrativos de que decorram 
efeitos favoráveis para os destinatários decai em 
cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Limites ao dever anulatório 
 Ultrapassado o prazo legal; 
 Houver consolidação dos efeitos produzidos; 
 For mais conveniente para o interesse público 
manter a situação fática já consolidada do que 
determinar a anulação (teoria do fato consumado); 
 Houver possibilidade de convalidação. 
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Anulação Revogação 
Motivo Ilegalidade Conveniência e 
oportunidade 
(interesse público) 
Competência Administração e Poder 
Judiciário 
Somente a 
Administração 
Efeitos Retroativos (ex tunc) Não retroativos (ex 
nunc) 
Ato que realiza Ato anulatório Ato revocatório 
Natureza Decisão vinculada Decisão discricionária 
Alcance Atos vinculados e atos 
discricionários 
Atos discricionários 
perfeitos e eficazes 
Prazo 5 anos Não tem 
Anulação de atos 
ampliativos e dos 
praticados por 
funcionário de fato tem 
efeitos ex nunc 
A revogação só pode 
ser realizada com a 
superveniência de fato 
novo que deve constar 
da motivação do ato 
revocatório 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Cassação 
 É a modalidade de extinção do ato administrativo 
que ocorre quando o administrado deixa de 
preencher condição necessária para permanência 
da vantagem. 
 Exemplo: habilitação cassada porque o condutor 
ficou cego 
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Caducidade ou decaimento: 
 Consiste na extinção do ato em consequência da 
sobrevinda de norma legal proibindo situação que 
o ato autorizava. 
 Como a caducidade não produz efeitos 
automáticos, é necessária a prática de um ato 
constitutivo secundário determinando a extinção 
do ato decaído. 
 Exemplo: perda do direito de utilizar imóvel com 
fins comerciais com a aprovação de lei 
transformando a área em exclusivamente 
residencial. 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
• Contraposição: 
• Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado 
em competência diversa, cujos efeitos são contrapostos 
aos do ato inicial, produzindo sua extinção. 
• Exemplo: ato de nomeação de um funcionário extinto 
com a Exoneração 
• Extinções inominadas: 
• O avançado estágio de desenvolvimento da teoria da 
extinção do ato administrativo não impede a constatação 
de situações concretas em que o ato desaparece sem 
que haja enquadramento em qualquer das modalidades 
acima referidas. 
• Exemplo: ordem expedida por semáforo tida como 
sem efeito em razão de ordem contrária determinada 
por um guarda de trânsito. 
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CONVALIDAÇÃO 
 
• Convalidação, sanatória, aperfeiçoamento, 
convalescimento, sanação, terapêutica, depuração ou 
aproveitamento: 
• É uma forma de suprir defeitos leves do ato para 
preservar sua eficácia. 
• O ato convalidatório tem natureza vinculada, 
constitutiva, secundária e eficácia ex tunc. 
• Meio para restaurar a juridicidade. 
• Fundamento: preservação da segurança jurídica e da 
economia processual 
• Art. 55 da Lei n. 9.784/99. Em decisão na qual se 
evidencie não acarretarem lesão ao interesse público 
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
CONVALIDAÇÃO 
 
• Existem três espécies de convalidação: 
• Ratificação: quando a convalidação é 
realizada pela mesma autoridade que praticou 
o ato; 
• Confirmação: realizada por outra autoridade; 
• Saneamento: nos casos em que o particular 
é quem promove a sanatória do ato. 
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CONVALIDAÇÃO 
 
• Limites: 
1. Com vícios no objeto, motivo e finalidade; 
2. Cujo defeito já tenha sido impugnado perante a 
Administração Pública ou o Poder Judiciário; 
3. Com defeitos na competência ou na forma, quando 
insanáveis; 
4. Portadores de vícios estabilizados por força de 
prescrição ou decadência; 
5. Cuja convalidação possa causar lesão ao interesse 
público; 
6. Em que a convalidação pode ilegitimamente prejudicar 
terceiros; 
7. Se a existência do vício invalidante for imputada à 
parte que presumidamente se beneficiará do ato; 
8. Se o defeito for grave e manifesto (teoria da evidência). 
CONVERSÃO 
 
• Conversão é o aproveitamento de ato 
defeituoso como ato válido de outra 
categoria. 
• Exemplo: contrato de concessão 
outorgado mediante licitação em 
modalidade diversa da concorrência 
convertido em permissão de serviço 
público. 
• O ato de conversão é constitutivo, 
discricionário e com eficácia ex tunc.

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