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@Academicosmedevet Comportamento e Bem estar animal Introdução Para o surgimento da preocupação acerca do bem estar animal, René Descartes propagou uma linha de raciocínio, sendo esta filosófica, do sistema cartesiano que é a condição dos seres que são dotados de alma de sentir dor, em ter raciocínio e discernimento do que pode ou não ser feito. Então, esse filósofo propagou a ideia de que o animal não era dotado de alma e consequentemente ele não era capaz de raciocinar, realizando assim uma analogia ao tic tac de uma máquina, nomeando o animal, o adjetivando como uma máquina. Ou seja, esses seres vivos realizavam suas ações pelo automatismo de uma máquina. Esse pensamento foi transmitido e aceito por seus seguidores. Para René Descartes, filósofo entre os séculos XVII e XVIII, os animais “não tem alma”, seu método seria o cartesiano- dualismo entre o corpo e a alma. Após isso, outra linha de pensamento foi proeminente o beaborismo. Iniciado por John Lock,-1632-1704, defendia que causar dor e morte era moralmente errado. Um de seus seguidores, especificamente Jeremy Bentham-1748-1832, disseminou o seguinte pensamento “Não importa se os animais são incapazes de pensar. O que importa é que são capazes de sofrer”. Entre esses séculos surgiu a lei inglesa de anticrueldade, nos anos de 1822/1824. Além disso, por meio de Charles Darwin-1809-1882, a defesa do bem estar animal tomou proporção científica, ainda mais pela publicação de seu livro a teoria da evolução das espécies, em que afirma que a diferença entre animais humanos e animais não humanos era apenas de complexidade do sistema nervoso e não de ausência. Esse fato foi fundamental para a ciência, para o que os animais eram capazes de responder a estímulos nervosos, a raciocínio. O livro foi essencial para o reconhecimento do animal como ser capaz de perceber e responder pelo seu sistema nervoso. A preocupação do bem estar animal tomou forças por meio da publicação do livro “Animal Maquines” em 1964, pela jornalista Ruth Harrison, em decorrência da segunda guerra mundial-1939-1945- após a crise provocada pela guerra. Devido a essa crise, houve uma intensificação na produção animal e redução de espaços nos sistemas de criação. Documentado e infringindo os animais. Para Ruth Harrison “A maioria das pessoas, especialmente nas cidades, tende a ignorar os processos pelos quais os alimentos chegam à sua mesa ou, se não ignorantes, acham mais confortável o esquecimento”. Ou seja, seria mais fácil ignorar do que reconhecer. Com esse documentário, a temática ganhou reconhecimento mundial e em 1965, o Reino Unido estabeleceu o Comitê Brambell, que foi investigar e averiguar o que foi documentado no livro máquinas animais. O comitê formado por etólogos, especialistas de comportamento animal, cientistas, veterinários e médicos humanos, além da presença da jornalista. A seriedade do comitê levou a criação de um relatório de 85 páginas sobre os princípios éticos e biológicos básicos para a criação de animais. E a partir desse relatório foi conceituada em 1979 as cinco liberdades dos animais, presente até a atualidade. Esse conceito, foi graças ao comitê Brambrel.. Em 2003, foi criado um conselho de bem estar na produção animal, preconizando as cinco liberdades dos animais. → As cinco liberdades animais São as condições mínimas e básicas que preconiza o bem estar do animal. @Academicosmedevet 1. Liberdade de fome e de sede (Liberdade nutricional) -Água limpa e fresca e uma dieta saudável e equilibrada, de acordo com a espécie. Bovinos- Reservatório de água sujo, com lodo, animal não consegue enxergar a transparência da água e possui instinto de presa, deixa de ingerir líquidos. 2. Liberdade de desconforto (liberdade ambiental) -Ambiente adequado, incluindo abrigo e uma área de descanso confortável. 3. Liberdade de dor, frio ou doença (Liberdade, Sanitário) -Prevenção ou diagnóstico e tratamento rápido. 4. Liberdade para expressar comportamento animal (Liberdade Comportamental) -Fornecer espaço suficiente, instalações adequadas e companhia (preferencialmente de sua própria espécie) 5. Liberdade do medo e angústia (Liberdade psicológica) -Proteção, garantia de condições e tratamento que evitem sofrimento mental, medo, diestresse. 6. Liberdade psicológica -Animais de pesquisa e animais de entretenimento, animais de conservação de espécie. Convivência de animais que não tem o mesmo comportamento. Broom (1990) definiu que, “O bem estar de um animal é o seu estado em relação às suas tentativas de adaptar-se ao seu ambiente”. O estado do bem estar pode ser bom ou ruim, entretanto, em ambos os casos, além das mensurações diretas do estado do animal, devem ser feitas tentativas de se medir os sentimentos inerentes ao estudo do indivíduo. . A susceptibilidade à doença também é aumentada devido ao quadro de estresse, afetando respostas celulares e humorais (Broom, 1991). Quanto mais estresse, maior predisposição a doenças. Como se define o bem estar animal? Pelos conceitos: -Bem estar físico e mentar do animal -Necessidade, liberdade, adaptação, felicidade, controle, sentimento, sofrimento, dor. -Características de vida natural, sentimentos e comportamentos, reações biológicas e relações fisiológicas. -Características do animal e não a algo proporcionado ao animal pelo homem. ❖ O Bem estar animal é uma ciência desde de 2003. Direito dos animais → baseados em conceitos. Enumerar o que é mau trato, abuso animal, direito dos animais. Protecionismo → movimento que busca à defesa dos animais. @Academicosmedevet Comportamento animal É o estudo de comportamento, como isso é influenciado pelo homem. A Domesticação pode ser dividida em: Motivação- necessidade humana. Motivação- necessidade animal. Unilateral- animais de produção, de pesquisa. Devemos estudar o comportamento animal numa perspectiva biológica, não somente a de produção. Comportamento Pode ser classificado em: -Inato -Adquirido -Estereotipias (comportamentos ruins, sem nenhum ganho para o animal) Nem sempre a relação entre o homem e animal é positiva. O comportamento é produto da ação de genes do ambiente, além da interação entre ambos. Pode-se passar por genética pelas condições impostas pelo homem. Etologia A etologia é a ciência que estuda o comportamento dos animais. Do grego ethos= hábito, costume ou comportamento. Considera que o comportamento de um animal é determinado pelas particularidades do seu organismo. Quando o bem estar animal é afetado, ocorrem alterações da fisiologia e das condições físicas e psicológicas do animal, o que, por sua vez, resulta em modificações do comportamento. Comportamento e bem estar animal Os comportamentos anormais têm sido agrupados em categorias que caracterizam indicadores de problemas de bem-estar, destacando-se: 1) Esteriotipias: caracterizadas pela repetição de movimentos que apresentam não ter qualquer função ou valor adaptativo. a) “Pacing”: comportamento observado em animais que andam de um lado para o outro, sem razão aparente. b) Engolir ar (Comum em cavalos). Todos esses comportamentos evidenciam falta de estimulação adequada ao ambiente. 2) Comportamentos autodestrutivos a) automutilação. b) lamber e comer o seu próprio pelo, lã ou penas. c) Apetite depravado (ingerir madeira, cama, terra, fezes. d) hiperfagia (comer demasiado). 3) Agressividade exagerada: Dirigida a outros animais do próprio grupo, tendo como expressões extremas o infanticídio e o canibalismo. 4) Falhas em funções comportamentais a) comportamento sexual inadequado (cio silencioso, impotência sexual nos machos, desorientação durante a cópula). b) comportamento maternal inadequado (rejeição do neonato, canibalismo maternal). c) movimentos básicos anormais(dificuldades para deitar e levantar, dificuldades para se locomover). @Academicosmedevet Considerações sobre comportamento e bem-estar animal: 1) Em cada oportunidade, o animal utiliza uma pluralidade de estímulos que seu organismo assimila de acordo com as circunstâncias e de maneira variada. 2) O entendimento dos “sinais de perigo” como indicadores de bem-estar reduzido, não parece ser muito simples, são necessárias evidências independentemente de cada um dos “sinais de perigo” que significa a redução do bem-estar animal. 3) A privação de comportamento pode indicar a ausência de estímulos que o provoquem. 4) Os animais podem mudar de estratégia comportamental, em razão das circunstâncias, isto é, chegar a um novo objetivo através de meios diferentes 5) A falta de entendimento das bases biológicas das medidas de bem-estar usadas (alterações de comportamento) representa o maior impedimento para julgar a sua validade, pois a maioria das medidas reflete condições específicas de estresse. 6) Antes de deduzir algo sobre bem-estar por meio de observação do comportamento do animal, é necessário entender a motivação que está por trás de tal comportamento.
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