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!∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 4 ∀# 23 1-PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO X MEDIDAS DE DEFESA COMERCIAL: 1.1- Introdução: Quando vamos estudar esse tema, algumas perguntas vêm naturalmente à nossa mente. O que são práticas desleais de comércio? E, ainda, o que são medidas de defesa comercial? Práticas desleais de comércio são medidas adotadas por governos ou empresas que dificultam ou até mesmo inviabilizam a concorrência sobre bases justas e que são utilizadas, muitas vezes, como estratégia de dominação de mercados. Com efeito, desde o GATT-1947, já existe a preocupação dos Estados participantes do sistema multilateral de comércio com a existência de um comércio justo. Reconheceu-se, então, no GATT-1947, a possibilidade de os países utilizarem medidas protecionistas contra o chamado “comércio desleal” (unfair trade).1 Veja-se, nesse sentido, o art. VI do GATT: Art. VI – Direitos Antidumping e Direitos Compensatórios “1. As Partes Contratantes reconhecem que o "dumping" que introduz produtos de um país no comércio de outro país por valor abaixo do normal, é condenado se causa ou ameaça causar prejuízo material a uma indústria estabelecida no território de uma Parte Contratante ou retarda sensivelmente o estabelecimento de uma indústria nacional. ... 3. Nenhum direito compensatório será cobrado de qualquer produto proveniente do território de uma Parte Contratante importado por outra Parte Contratante, que exceda a importância estimada do prêmio ou subsídio que, segundo se sabe, foi concedido direta ou indiretamente à manufatura, produção ou exportação desse produto no país de origem ou de exportação, inclusive qualquer subsídio especial para o transporte de um produto determinado. A expressão "direito compensatório" significa um direito especial cobrado com o fim de neutralizar qualquer prêmio ou subvenção concedidos, direta ou indiretamente à manufatura, produção ou exportação de qualquer mercadoria.” O art. VI do GATT estabelecia, como se pode ver, a possibilidade de aplicação, por uma Parte Contratante, de medidas antidumping e medidas compensatórias para defender-se contra o dumping e os subsídios, respectivamente. Logo, pode-se afirmar que, segundo a normativa multilateral, são práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio. 1 THORSTENSEN, Vera. OMC – Organização Mundial do Comércio: As regras do Comércio Internacional e a Nova Rodada de Negociações Multilaterais. São Paulo: Aduaneira, 2009. pp.115-116. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 7 ∀# 23 Não. Para a aplicação de medidas de defesa comercial, é necessário que seja realizada uma investigação prévia por uma autoridade nacional. Tal investigação deverá observar os procedimentos gerais previstos nos acordos multilaterais de comércio celebrados no âmbito da OMC, mais especificamente o Acordo Antidumping, o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias e o Acordo sobre Salvaguardas. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 1. (ACE-2008) - A característica comum das medidas antidumping e das medidas compensatórias é seu caráter seletivo, diferenciando-as, nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência. Comentários: As medidas de salvaguarda não discriminam os produtos importados pela procedência, isto é, são não-seletivas. Por sua vez, as medidas antidumping e compensatórias obedecem ao princípio da seletividade. Questão correta. 2. (AFRF – 2005) - Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando sua procedência. Comentários: As medidas antidumping somente incidem sobre os produtos originários do país contra o qual foram aplicadas, ou seja, obedecem ao princípio da seletividade. Questão errada. 1.2- O Sistema de Defesa Comercial no Brasil: Como é que funciona o sistema de defesa comercial no Brasil? Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 3 ∀# 23 Pergunta-se: é possível que o DECOM proponha a aplicação de uma medida de defesa comercial e a CAMEX se recuse a aplicá-la? Sim, é plenamente possível a negativa da CAMEX. Em um determinado caso concreto, o DECOM propôs a aplicação de direitos antidumping sobre cimento e a CAMEX recusou. Qual o argumento da CAMEX? Segundo foi apurado, as empresas brasileiras que entraram com a petição no DECOM estavam sendo investigadas por prática de cartel. Nesse sentido, caso fossem aplicados direitos antidumping, a livre concorrência restaria mais prejudicada ainda. A CAMEX tem várias outras atribuições em matérias de defesa comercial, as quais estão relacionadas no art. 2º, do Decreto nº 8.058/2013: Art. 2º Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, com base nas recomendações contidas em parecer do Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - DECOM, a decisão de: I - aplicar ou prorrogar direitos antidumping provisórios ou definitivos; II - homologar ou prorrogar compromissos de preços; III - determinar a cobrança retroativa de direitos antidumping definitivos; IV - determinar a extensão de direitos antidumping definitivos; V - estabelecer a forma de aplicação de direitos antidumping, e de sua eventual alteração; VI - suspender a investigação para produtores ou exportadores para os quais tenha sido homologado compromisso de preços, nos termos do art. 67; VII - suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo aplicado, mediante a exigência de depósito em dinheiro ou fiança bancária na hipótese da Subseção I da Seção III do Capítulo VIII, assim como determinar a retomada da cobrança do direito e a conversão das garantias prestadas; e VIII - suspender a aplicação do direito antidumping na hipótese do art. 109. Cabe destacar também a participação da Receita Federal nesse processo todo. É esse órgão o responsável pela arrecadação (recolhimento) das medidas de defesa comercial, o que já é feito automaticamente por ocasião do registro da Declaração de Importação. Recapitulando: !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 2 ∀# 23 aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos acordos da OMC; a CAMEX, cujas competências incluem a aplicação de medidas provisórias e o encerramento de investigação com aplicação de medidas definitivas. Comentários: Três informações importantes, que tornam a questão correta: 1) O DECOM da SECEX tem competência para propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, e de recomendar (propor) a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos acordos da OMC. 2) A CAMEX tem competência para aplicação de medidas de defesa comercial em geral, sejam elas provisórias ou definitivas. 3) A CAMEX tem competência para encerrar a investigação com aplicação de medidas definitivas. 4. (Questão Inédita)- A abertura de uma investigação de defesa comercial é de competência da Secretaria de Comércio Exterior. No entanto, a aplicação de medidas provisórias ou definitivas é de competência da CAMEX. Comentários: A abertura de uma investigação de defesa comercialé de competência da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), mais especificamente do Departamento de Defesa Comercial (DECOM), que poderá iniciá-la de ofício (iniciativa própria) ou por meio de petição da indústria doméstica. A CAMEX, por sua vez, é responsável pela aplicação das medidas de defesa comercial, sejam estas provisórias ou definitivas. Questão correta. 5. (Questão Inédita)- A competência para o encerramento das investigações sem aplicação de medida de defesa comercial é do Secretário de Comércio Exterior. Comentários: O encerramento de uma investigação sem aplicação de medida de defesa comercial compete ao Secretário de Comércio Exterior, que o fará mediante Circular SECEX. Questão correta. Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 1: ∀# 23 2- DUMPING E MEDIDAS ANTIDUMPING: 2.1- Conceito de Dumping: Há muita confusão em torno do conceito de dumping. É muito usual, por exemplo, que o senso comum afirme que o dumping ocorre quando uma mercadoria é vendida por um preço inferior ao preço de custo. Isso está absolutamente errado! Segundo a normativa da OMC, o dumping é uma prática desleal de comércio que consiste na venda de um produto para exportação por um preço inferior ao seu valor normal. Em outras palavras, considera-se que existe dumping quando um produto é vendido no mercado internacional por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. Pode-se dizer também que o dumping fica caracterizado quando há uma discriminação de preços em mercados diferentes, ou seja, quando o preço cobrado pela empresa é diferente, a depender do mercado para o qual ela está vendendo. No mercado interno, ela vende por um preço; no mercado internacional, por um preço inferior. O dumping é, portanto, uma discriminação internacional de preços. A definição de dumping segundo a normativa da OMC e as normas brasileiras é bem semelhante (como não poderia deixar de ser!). No entanto, a normativa brasileira reconhece que as importações amparadas pelo regime aduaneiro especial de drawback também estão abrangidas pelo conceito de dumping. Isso é o que se depreende a partir da leitura do art. 7º do Decreto nº 8.058/2013, segundo o qual considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback , a um preço de exportação inferior ao seu valor normal. 3 Acredito que um exemplo irá auxiliar o nosso entendimento sobre o que é o dumping! Suponha que empresas chinesas estejam exportando para o Brasil sapatos por US$ 4,00 / par e que, em seu mercado interno, o par de sapatos seja vendido por US$ 6,00. Nessa situação, existe dumping? Sim, existe. E por quê? Porque o preço de exportação está inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador, isto é, inferior ao valor normal. Logo, as empresas chinesas, na situação apresentada, estão 3 O drawback é um regime aduaneiro especial que funciona como um grande incentivo às exportações brasileiras. Por meio do drawback, a empresa importa e adquire no mercado interno, com desoneração tributária, produtos utilizados no processo produtivo de bens exportados ou a exportar. Assim, de forma simplificada, o drawback é uma desoneração tributária condicionada à exportação. Estudaremos em detalhes sobre o drawback em aula futura. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 14 ∀# 23 A questão está errada por dois motivos. 1) O dumping fica caracterizado quando um produto é vendido para exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador (e não inferior ao custo de produção!) 2) Como forma de se proteger do dumping danoso, o governo do país importador poderá aplicar medidas antidumping (e não medidas de salvaguarda!) 7. (AFRF – 2005)- Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de outro país abaixo do seu preço de custo. Comentários: Essa é uma grande pegadinha! O dumping ocorre quando uma empresa vende um produto para exportação por um preço inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador (e não por um preço inferior ao preço de custo!). Questão errada. 8. (AFRF-2002.1) - A venda de uma mercadoria no exterior a preços inferiores aos normalmente praticados no mercado de origem configura prática comercial denominada dumping. Comentários: Outra questão cobrando o conceito de dumping! Estejam atentos: o dumping ocorre quando o preço de exportação é inferior ao valor normal (preço praticado no mercado de origem). Questão correta. 9. (MDIC-2009/Área Administrativa)- De acordo com o Decreto n.º 8.058/2013, dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback, a preço de exportação inferior ao valor praticado no mercado de origem. Comentários: O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador (país de origem). No Brasil, a definição de dumping alcança também as importações ao amparo do drawback. Questão correta. 10. (AFTN-1998)- Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico por um preço de exportação inferior ao valor normal, isto é, ao seu preço de custo. Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 15 ∀# 23 Comentários: Novamente a mesma pegadinha! Agora eu tenho certeza que você acertou! (rsrs...) As bancas examinadoras adoram falar em “preço de exportação inferior ao preço de custo”. Isso está errado! Especificamente nessa questão, o correto seria: “Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico por um preço de exportação inferior ao valor normal, isto é, inferior ao preço praticado no mercado interno de origem.” 11. (AFRF 2000 – adaptada)- Um produto é exportado com preço de dumping se é introduzido no mercado de outro país por um valor inferior ao vendido no mercado doméstico. Comentários: Esse é o exato conceito de dumping! Muita atenção, porque isso irá, muito provavelmente, ser cobrado na sua prova. Questão correta. 12. (Questão Inédita)- Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador. Comentários: Segundo o art. 2º, § 1º, do Acordo Antidumping, “considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador.” Questão correta. 2.2- Determinação do Valor Normal: O valor normal é o preço pelo qual o produto similar, em operações comerciais normais, é destinado ao consumo no mercado interno do país exportador. Considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da investigação. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 16 ∀# 23 Bem, a regra geral é que valor normal é o preço pelo qual o produto é vendido no mercado interno dopaís exportador! No entanto, podem ocorrer situações em que será necessário proceder a uma determinação alternativa do valor normal. Segundo o art. 14, do Decreto nº 8.058/2013, caso não existam vendas do produto similar em operações comerciais normais no mercado interno do país exportador ou quando não for possível comparação adequada com o preço de exportação (em razão de condições especiais de mercado ou de baixo volume de vendas do produto similar no mercado interno do país exportador), o valor normal será apurado com base no preço de exportação do produto similar para terceiro país apropriado, desde que esse preço seja representativo. Ou, ainda, o valor normal será apurado valor construído, que consistirá no custo de produção no país de origem declarado, acrescido de razoável montante a título de despesas gerais, despesas administrativas, despesas de comercialização, despesas financeiras e lucro. No caso de as importações serem originárias de países não considerados economias de mercado (como é o caso da China, por exemplo!), a determinação do valor normal poderá ser feita por outros métodos: - Preço de venda do produto similar em um país substituto; - Valor construído do produto similar em um país substituto; - Preço de exportação do produto similar de um país substituto para outros países, exceto o Brasil; - Outro preço razoável, inclusive o preço pago ou a pagar pelo produto similar no mercado interno brasileiro, devidamente ajustado, se necessário, para incluir margem de lucro razoável, sempre que nenhuma das hipóteses anteriores seja viável e desde que devidamente justificado. O país substituto é um terceiro país economia de mercado considerado apropriado, levando-se em conta as informações confiáveis apresentadas tempestivamente pelo peticionário ou pelo produtor ou exportador. Segundo o art. 4º, do Decreto nº 8.058/2013, caberá à CAMEX conceder o status de economia de mercado para fins de defesa comercial. Em um caso concreto, o DECOM utilizou o valor construído do glifosato na Argentina (terceiro país de economia de mercado), a fim de apurar o valor normal em uma investigação antidumping aberta contra a China (que não é considerada economia de mercado!). Esquematizando: Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 18 ∀# 23 1) Por meio do preço de exportação para terceiro país, desde que este seja representativo. 2) Por meio do valor construído no país de origem. A assertiva está errada porque a palavra "exclusivamente" dá a entender que só existiria uma única maneira de determinar o valor normal quando não há vendas de produto similar no mercado doméstico do país exportador. 15. (Questão Inédita)- Considera-se valor normal, para fins de determinação de dumping, o preço efetivamente praticado para o produto similar nas operações comerciais normais, que o destinem a consumo interno no país exportador. Comentários: Valor normal é sinônimo de preço praticado no mercado interno do país exportador. Questão correta. 2.3- Determinação do Preço de Exportação: A determinação do preço de exportação deve levar em consideração se o produtor e o exportador são a mesma pessoa. Quando o produtor e o exportador forem a mesma pessoa, o preço de exportação será o preço recebido ou a receber pelo produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções efetivamente concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da investigação. Já quando o produtor não for o exportador (são pessoas diferentes!) e ambos não forem partes associadas ou relacionadas, o preço de exportação será, preferencialmente, o preço recebido pelo produtor por produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções efetivamente concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da investigação. Em certas situações, todavia, pode não ser possível calcular o preço de exportação ou este pode não ser confiável, em virtude de associação ou acordo compensatório entre produtor ou exportador e importador ou uma terceira parte. Ora, se há uma associação entre exportador e importador, é possível que o preço de exportação seja declarado Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 19 ∀# 23 16. (AFRF-2005)- Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping. Comentários: Se não for possível calcular o preço de exportação ou este parecer duvidoso, a autoridade investigadora deverá utilizar um método alternativo, construindo o preço de exportação. Questão correta. 2.4- Determinação da Margem de Dumping: Já sabemos determinar o preço de exportação e o valor normal! Se o preço de exportação for inferior ao valor normal, poderemos concluir que há dumping! Mas qual será o “tamanho” do dumping? Isso se apura pelo cálculo da margem de dumping, que é depois utilizada como base para o cálculo dos direitos antidumping a serem aplicados. O cálculo da margem de dumping leva em consideração a seguinte fórmula: Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Suponha que uma empresa chinesa esteja exportando chinelos ao Brasil por US$ 8,00 / par, ao mesmo tempo em que pratica no mercado interno chinês o preço de US$ 10,00 / par. Qual a margem de dumping? MD=VN - PE MD= US$ 10,00 – US$ 8,00 MD= US$ 2,00 Essa é a margem de dumping absoluta! Por sua vez, encontramos a margem de dumping relativa a partir da aplicação da seguida fórmula: MD= VN -PE MD= margem de dumping VN= valor normal PE= preço de exportação !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 12 ∀# 23 No exemplo acima, a margem de dumping relativa seria: MR= MD / PE MR=US$ 2,00 / US$ 8,00 MR= 25% Fácil, não é mesmo? Ocorre que a apuração da margem de dumping não é tão simples assim! Ao contrário, devem ser consideradas todas as vendas realizadas no período da investigação. Nesse sentido, o Acordo Antidumping determina quais as maneiras de se apurar a margem de dumping: 1) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço médio ponderado de todas as exportações 2) Comparação entre o valor normal e os preços de exportação transação a transação. 3) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço de exportação de cada transação: esse método somente será possível quando os preços de exportação diferirem significativamente e se for explicada a razão de tais diferenças não poderem ser consideradas, adequadamente, por meio de comparação entre médias ponderadas ou transação a transação. A comparação entre o valor normal e o preço de exportação, para fins de determinação de dumping, deverá ser realizada sobre bases justas, ou seja, a comparação deverá ser efetuada ao mesmo nível de comércio, normalmente ex-fábrica, levando-se em consideração as datas mais próximas possíveis. Dizemos que um produto é vendido em nível “ex-fabrica” (ou ex- works) se o vendedor o disponibiliza no seu próprio estabelecimento (chão da fábrica) ao comprador. Quando consideramos o preço “ex-fabrica”, isso significa que não estamos levando em conta nenhum dos gastos incorridos após o momento da disponibilização do produto no “chão da fábrica”. MR= MD / PE MR= margem de dumping relativa MD= margem de dumping absoluta PE= preço de exportação !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&4: ∀# 23 Pronto! Agora vocês já sabem determinar o preço de exportação, o valor normal e a margem de dumping. Já estão próximos de se tornarem investigadores comerciais do DECOM (rsrs...) Mas por que é importante a determinação da margem de dumping? A margem de dumping é importante porque ela influencia no montante dos direitos antidumping aplicados. Com efeito, o direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à margem de dumping apurada, aplicado com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações objeto de dumping. O direito antidumping aplicado não pode exceder a margem de dumping apurada. Ele é um montante igual ou inferior. Os direitos antidumping poderão ser impostos na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação de ambas.5 Quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota específica, deverá ser levada em consideração a margem de dumping absoluta. Por sua vez, quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota ad valorem, deverá ser levada em consideração a margem de dumping relativa. Destaque-se que, quando a margem de dumping relativa for inferior ao “de minimis”, isto é, inferior a 2%, não poderão ser aplicadas medidas antidumping. A aplicação de direitos antidumping não poderá ocorrer na forma de restrições quantitativas (cotas), mas apenas na forma de alíquotas. As únicas medidas de defesa comercial que podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas são as medidas de salvaguarda. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 5 - Exemplo de alíquota ad valorem fixa = Direitos antidumping de 25% - Exemplo de alíquota específica fixa = Direito antidumping de R$ 2,00 / unidade - Exemplo de alíquota ad valorem variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito antidumping de 20%; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping de 30%. - Exemplo de alíquota específica variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito antidumping de R$ 1,00 / unidade; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping de R$ 1,50 / unidade. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 41 ∀# 23 17. (AFRF-2003) - O dumping é considerada prática desleal de comércio e define-se como a determinação do preço de exportação de uma mercadoria com base nas diferenças entre os custos de produção nos mercados de origem e de destino. Comentários: De fato, o dumping é considerado uma prática desleal de comércio. No entanto, ele fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador (valor normal). Logo, a questão está errada. 18. (Questão Inédita)- Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação com o valor normal. O valor normal, por sua vez, é considerado em base FOB. Comentários: O valor normal e o preço de exportação deverão ser comparados levando-se em conta o mesmo nível comercial, normalmente “ex fabrica”. Questão errada. 19. (Questão Inédita)- Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de dumping for inferior ao “de minimis”. Comentários: Quando a margem de dumping relativa for inferior ao “de minimis” (2%), não poderão ser aplicados direitos antidumping. Questão correta. 20. (Questão Inédita)- Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de exportação, devidamente ajustados, vigentes durante o período estabelecido para investigações de existência de dumping. Comentários: A diferença entre o valor normal e o preço de exportação devidamente ajustados é o que se chama de margem de dumping, mais especificamente margem de dumping absoluta. A margem de dumping relativa é a razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação. Questão correta. 21. (AFRF – 2005)- A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por meio de um direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 44 ∀# 23 definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador. Comentários: As medidas antidumping não podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas. Questão errada. 22. (Questão Inédita)- A margem de dumping será considerada como de minimis quando, expressa como um percentual do preço de exportação, for inferior a dois por cento. Nesse caso, quando a margem de dumping for inferior ao de minimis, não poderão ser aplicados direitos antidumping. Comentários: Quando a margem de dumping apurada for inferior ao “de minimis”, ou seja, 2%, não poderão ser aplicados direitos antidumping. Questão correta. 2.5- Determinação de Dano e Nexo Causal: As regras do sistema multilateral de comércio não proíbem a prática do dumping, ou seja, pode-se afirmar que nem todo o dumping é punível ou condenável. Imagine, por exemplo, que a indústria brasileira de calçados esteja comprando couro da China por um preço extremamente baixo. E, ainda, que o Brasil não tenha produção de couro... Nessa hipotética situação, não há prejuízo para nenhum produtor nacional. Ao contrário, o dumping irá favorecer a indústria nacional de calçados. O dumping é admissível apenas quando não causar dano. Quando o dumping causar dano à indústria nacional do país importador, ele passa a ser condenável. Com efeito, a aplicação de medidas antidumping (sejam elas provisórias ou definitivas) depende de três requisitos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. É irrelevante, para fins de aplicação de direitos antidumping, a existência de dolo da empresa estrangeira em eliminar ou dificultar a concorrência. Mas quando é que fica caracterizado o dano? De início, cumpre destacar que a palavra “dano” deve ser interpretada em sentido amplo, isto é, considera-se que ocorre dano quando há: i) efetivo dano material à indústria nacional; !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 45 ∀# 23 ii) ameaça de dano material à indústria nacional ou; iii) atraso material na implantação da indústria doméstica. Ressalte-se que, em uma investigação de defesa comercial, é muito mais complexo determinar a existência de ameaça de dano ou de atraso sensível no estabelecimento da indústria. A determinação de dano será baseada em elementos de prova e incluirá exame objetivo sobre três pontos essenciais: i) do volume das importações objeto de dumping. Será considerado insignificante um volume inferior a 3% por cento das importações pelo Brasil de produto similar, a não ser que os países que, individualmente, respondam por menos de 3% das importações do produto similar pelo Brasil sejam, coletivamente, responsáveis por mais de 7% das importações do produto. Imagine, por exemplo, que o produto investigado é ventilador e a origem investigada é China. As importações totais de ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China (país investigado), considera-se que esse volume é insignificante, pois é de 2,5% (inferior a 3%). Mas agora imagine que há três origens investigadas: China, Índia e Taiwan. As importações totais de ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China, 2500 da Índia e 2500 de Taiwan, apesar de cada país, individualmente, representar apenas 2,5% (menos de 3%), em conjunto esses países somam 7,5% (maior que 7%). O volume não será, portanto, insignificante. ii) do efeito das importaçõesobjeto de dumping sobre os preços do produto similar no mercado brasileiro. A autoridade investigadora levará em conta se os preços dos produtos importados a preços de dumping são superiores ao preço do produto similar. Se a indústria nacional está vendendo mais barato que o importado, não há razão para se falar em dano. iii) do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica. A autoridade nacional investigadora (DECOM) deverá avaliar todos os fatores e índices econômicos relevantes que tenham relação com a situação da indústria nacional, tais como queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada; fatores que afetem os preços internos; a amplitude da margem de dumping; efeitos negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 47 ∀# 23 aplicados direitos antidumping são: i) dumping; ii) dano e; iii) nexo causal. Questão errada. 24. (AFRF-2000 - adaptada)- Para fins de determinação de dano, é possível afirmar que, com relação aos efeitos das importações sobre os preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos. Comentários: Na determinação de dano, a autoridade investigadora nacional leva em consideração diversos fatores, dentre eles o preço do produto importado comparativamente ao preço do produto similar nacional. Não haverá dano se a indústria nacional estiver vendendo mais barato do que o produto importado. Questão correta. 25. (AFRF 2000 – adaptada)- A determinação de dano deve estar baseada em evidência positiva em uma investigação para aplicação de uma medida antidumping. Comentários: A análise realizada pela autoridade investigadora se baseia em evidências positivas, isto é, em indicadores econômicos que demonstrem a existência do dano. Questão correta. 26. (Questão Inédita)- Para fins de aplicação de direitos antidumping, o dano será entendido como dano material a uma indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso material na implantação da mesma. Comentários: A interpretação do termo dano deverá ser feita em sentido amplo, ou seja, ele será entendido como dano material efetivamente ocorrido, ameaça de dano material ou atraso real na implantação de uma indústria. Questão correta. 27. (Questão Inédita)- A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de indicadores, devendo ser avaliada a evolução das importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria doméstica. Comentários: Na análise do dano serão levados em consideração indicadores econômicos diversos, tais como queda real ou potencial das vendas, dos Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 48 ∀# 23 lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada e outros. Questão correta. 28. (Questão Inédita)- Para que seja aplicado um direito antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo causal. Comentários: Lembre-se bem desses três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Questão correta. 29. (Questão Inédita)- O Acordo sobre a implementação do art. VI do GATT/94 (Acordo Antidumping) determina que as importações a preço de dumping devem ser a única causa do dano sofrido pela indústria doméstica para fins de determinação da relação causal. Comentários: As importações a preço de dumping não precisam ter sido a única causa do dano sofrido pela indústria nacional. Questão errada. 30. (AFRF – 2003)- O dumping é admissível na normativa da Organização Mundial do Comércio desde que devidamente mensurado em sua magnitude e impacto sobre os fluxos de comércio e sempre que almeje a conquista de mercados onde não há condições equitativas de concorrência. Comentários: O dumping é admissível pela normativa da OMC quando ele não causa dano à indústria nacional do país importador. Questão errada. 31. (AFRF – 2003) - O dumping é incongruente com a normativa da Organização Mundial do Comércio na medida em que define a formação do preço de um bem exportável em patamares inferiores aos custos de produção desse mesmo bem nos mercados a que se destina. Comentários: O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um preço inferior ao valor normal. Questão errada. 32. (AFRF – 2003) - O dumping representa medida considerada distorcida das condições de competição, consistindo na fixação de um preço de exportação para um determinado bem menor que aquele praticado no mercado em que este mesmo bem é produzido. Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 43 ∀# 23 Comentários: Essa é o exato conceito de dumping! Trata-se de uma prática desleal de comércio que ocorre quando um produto é vendido para exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. Em outras palavras, o dumping existe quando o preço de exportação de um bem é fixado em nível inferior ao praticado no mesmo mercado em que esse bem é produzido. Questão correta. 33. (Questão Inédita)- Para que seja aplicado um direito antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os dois. Comentários: Tanto na aplicação de direito antidumping provisório quanto na aplicação de direito antidumping definitivo, é necessária a determinação de DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Questão correta. 34. (Questão Inédita)- Para que seja aplicada uma medida antidumping é suficiente que sejam determinados três elementos: dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria nacional do país importador não é levada em consideração na determinação do dumping. Comentários: Para a aplicação de uma medida antidumping é necessário a determinação de DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Não interessa a intenção da empresa exportadora! Questão correta. 2.6- Investigação e Aplicação de Direitos Antidumping: No Brasil, uma investigação para aplicação de direitos antidumping será aberta mediante solicitação da indústria nacional ou por iniciativa governamental (ex officio). Segundo o Acordo Antidumping, também é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de investigação para fins de aplicação de medidas antidumping. A petição, para ser admitida pelo DECOM, deve ser apresentada pela indústria doméstica ou em seu nome. Para que uma petição seja considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome”, é necessário que sejam cumpridos dois requisitos: Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 49 ∀# 23 - tenham sido consultados outros produtores domésticos que compõem a indústria doméstica e que produziram o produto similar durante o período de investigação de dumping; - os produtores do produto similar que tenham manifestado expressamente apoio à petição representem mais de 50% da produção total do produto similar daqueles que se manifestaram na consulta acima mencionada. Vejamos... O interessado, ao apresentar a petição ao DECOM, deverá mostrar que consultou outros produtores domésticos. Dentre os produtores domésticos consultados, devem ter apoiado expressamente a petição produtores que representem mais de 50% da produção, considerado o universo daqueles que foramconsultados. Cabe destacar, ainda, que a petição não será considerada feita pela indústria nacional e, portanto, será indeferida, se os produtores que a apoiaram expressamente representarem menos de 25% da produção nacional do produto similar, considerado o período da investigação. Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Imagine que a indústria nacional de sapatos seja composta por 6 empresas: A (40% da produção nacional), B (30% da produção nacional), C (15% da produção nacional), D (10% da produção nacional), E (3% da produção nacional) e F (2% da produção nacional). Supondo que a empresa D entre com a petição junto ao DECOM, ela precisará mostrar que consultou outros produtores domésticos. Se, por meio dessa consulta, ficar configurado que apenas as empresas D, E e F apoiam expressamente a petição, esta será indeferida, uma vez que, juntas, essas empresas representam somente 15% da produção nacional de sapatos. É importante termos em mente que a “indústria nacional”, no contexto de uma investigação antidumping, é a totalidade dos produtores nacionais do produto SIMILAR, ou aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta constitua parcela significativa da produção nacional total do produto. A petição deverá conter indícios da existência de dumping, de dano à indústria doméstica e de nexo de causalidade entre ambos. A análise do DECOM quanto à admissibilidade da petição será feita no prazo de 15 dias, contados da data do protocolo. Como grande novidade do novo Decreto Antidumping, a duração da investigação foi reduzida. Segundo o art. 72, do Decreto nº 8.058/2013, as investigações serão concluídas no prazo de 10 meses, contado da data do início da investigação, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o prazo poderá ser prorrogado para até 18 meses. Tal investigação deverá !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 42 ∀# 23 ser conduzida com base nas regras gerais definidas pelo Acordo sobre a Implementação do art. VI do GATT. Cabe destacar que a investigação poderá ser suspensa sem aplicação de direitos antidumping definitivos ou provisórios. Isso ocorrerá quando houver o chamado “compromisso de preços”, em que o exportador que pratica dumping assume o compromisso de praticar um preço mínimo em suas vendas. Tal compromisso deverá ser satisfatório às autoridades investigadoras, de forma que estas se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do dumping. A competência para homologar o compromisso de preços é da CAMEX. Ocorrendo toda a investigação, ao seu final, o DECOM irá propor (ou não!) à CAMEX a aplicação dos direitos antidumping. A CAMEX é que irá, então, aplicar as referidas medidas de defesa comercial. Segundo o Acordo Antidumping, os direitos antidumping permanecerão em vigor enquanto houver a necessidade de neutralizar a prática de dumping causadora de dano. O limite máximo para a extinção de um direito antidumping definitivo é de 5 (cinco) anos a contar da data da sua aplicação, ou 5 (cinco) anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão. Mas como é que funciona essa revisão? A regra geral é a de que os direitos antidumping devem ser extintos em 5 (cinco) anos. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado em virtude de as autoridades determinarem que a extinção dos direitos levaria, muito provavelmente, à continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente. Para isso, todavia, faz-se necessário uma revisão de final de período. Ressalte-se que os direitos antidumping poderão ser prorrogados indefinidamente, isto é, por quantos períodos for necessário. Há, ainda, a revisão de meio de período, denominada revisão por alteração das circunstâncias, procedimento que poderá ser realizado a pedido de parte interessada, desde que tenha decorrido no mínimo 1 (um) ano da aplicação, alteração, prorrogação ou extensão de um direito antidumping definitivo. Por meio dessa revisão, é possível que o direito antidumping seja extinto ou alterado (sendo aumentado ou diminuído, a depender da situação). Suponha que no mês de janeiro de 2016 sejam aplicados direitos antidumping contra glifosato originário da China e determinado que a vigência desses direitos seria de 5 anos. A princípio, em janeiro de 2021, o direito antidumping em questão seria extinto, não é mesmo? !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 5: ∀# 23 Todavia, é possível que, passado o período de 1 ano, seja solicitado por uma parte interessada uma revisão de meio de período. Tal revisão deverá ser finalizada no prazo de 10 (dez) meses e poderá concluir pela necessidade de extinção, manutenção ou alteração do direito antidumping. Como vocês puderam verificar, o prazo da investigação (10 meses, podendo chegar a 18) é muito extenso. Até o fim desse prazo, a indústria nacional poderá não resistir ao dano sofrido e literalmente “quebrar”. Para impedir tal situação é que existem as medidas antidumping provisórias, cuja lógica é muito semelhante às medidas liminares. As medidas antidumping provisórias terão vigência de até 4 meses, podendo ser prorrogadas, no máximo, até 6 meses. A aplicação de medidas antidumping provisórias somente poderá ocorrer quando: 1) Uma investigação tiver sido regularmente aberta e as partes interessadas tiverem recebido a oportunidade de se manifestarem. 2) Houver uma determinação preliminar positiva da existência de dumping, dano e nexo causal. A determinação preliminar ocorrerá no prazo de até 120 dias, mas nunca inferior a 60 dias. 3) A CAMEX julgar que tais medidas são necessárias para impedir que ocorra dano durante a investigação. Uma vez aplicadas as medidas antidumping provisórias, a investigação continuará em curso e, ao final, poderá concluir de 4 (quatro) maneiras diferentes: (Perceba que a conseqüência, em todas elas, será em benefício do importador. ) 1) Determinação final de que não há dumping ou dano dele decorrente: a) se o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido recolhido, ele será restituído; b) se o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por depósito, será devolvido; c) se o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por fiança bancária, esta será extinta. 2) Aplicação de um direito antidumping definitivo inferior ao direito antidumping provisório: o valor pago a maior será restituído ou devolvido. 3) Aplicação de um direito antidumping definitivo superior ao direito antidumping provisório: não será exigida a diferença. 4) Aplicação de um direito antidumping definitivo igual ao direito antidumping provisório: não há qualquer problema nisso. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 51 ∀# 23 Destaque-se que a exigibilidade do direito antidumping provisório poderá ficar suspensa até a decisão final, desde que o importador ofereça garantia equivalente ao valor integral da obrigação. Existe, ainda, a possibilidade de aplicação retroativa de medidas antidumping definitivas. A aplicação retroativa consiste em cobrar direitos antidumping sobre os produtos embarcados até 90 dias antes da data de aplicação das medidas antidumping provisórias. O objetivo é evitar que, uma vez tendo sido iniciada uma investigação, os importadores, já esperando a aplicação de direitos antidumping, tragam para o Brasil grandes quantidades do produto, formando estoques e causando dano à indústria nacional. Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de medidas antidumping. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são aplicadas medidas antidumping provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigaçãoem 03/05/2014, com aplicação de medidas antidumping definitivas. Essas medidas antidumping (definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos embarcados até 90 dias antes da data da aplicação de medidas antidumping provisórias (ou seja, 90 dias antes de 03/09/2013). Cabe destacar, por fim, que não poderão ser cobrados direitos antidumping em relação a produtos embarcados antes da data de início da investigação. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 35. (MDIC-2009/Área Administrativa)- Caso os resultados da investigação de dumping concluam pela procedência da reclamação, as autoridades fixarão os direitos antidumping, os quais não deverão ultrapassar três anos, podendo ser prorrogados caso se comprove que sua extinção levaria à continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente. Comentários: O prazo de vigência dos direitos antidumping é de 5 (cinco) anos, passível de prorrogação caso se comprove que sua extinção levaria à continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente. Questão errada. Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 54 ∀# 23 36. (AFRF – 2000 – adaptada)- Para uma medida antidumping ser adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo com o Acordo Antidumping. Comentários: A adoção de uma medida antidumping depende de uma prévia investigação realizada por uma autoridade nacional competente, que o fará segundo as regras gerais definidas pelo Acordo sobre a Implementação do art. VI do GATT (Acordo Antidumping). Questão correta. 37. (Questão Inédita)- Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for superior ao valor do direito provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida do importador. Comentários: Se o valor do direito antidumping definitivo for superior ao direito antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença não será exigida do importador. Questão errada. 38. (Questão Inédita)- O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado, sendo prestada garantia a ele equivalente na forma de fiança bancária ou depósito. Comentários: A exigibilidade do direito antidumping poderá ficar suspensa, desde que seja apresentada garantia equivalente ao valor integral da obrigação. Questão correta. 39. (Questão Inédita)- A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por menos de 25% da produção nacional. Comentários: A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria doméstica ou em seu nome, sendo indeferida caso os produtores que expressamente a apóiem responderem por menos de 25% da produção nacional. Questão correta. 40. (Questão Inédita)- Caso o exportador assuma voluntariamente compromissos satisfatórios de revisão dos preços ou de cessação das exportações a preços de dumping e desde que as autoridades Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 55 ∀# 23 investigadoras se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do dumping, poderão ser suspensos os procedimentos, sem prosseguimento da investigação. Comentários: Quando o exportador assumir um “compromisso de preços”, devidamente homologado pela CAMEX, a investigação é suspensa sem aplicação de direitos antidumping. Questão correta. 41. (Questão Inédita)- Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for inferior ao valor do direito antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas importâncias não serão restituídas. Comentários: Se o direito antidumping definitivo for inferior ao direito antidumping aplicado provisoriamente, as importâncias recolhidas a maior serão restituídas. Questão errada. 42. (Questão Inédita)- É obrigatória, antes do início da investigação de dumping, a notificação ao governo do país exportador da existência de petição devidamente instruída. Comentários: O governo do país exportador deve ser notificado acerca da existência de petição devidamente instruída antes de ser dado início à investigação. Questão correta. 43. (Questão Inédita)- A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser apresentada por terceiro país interessado. Comentários: De fato, é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de investigação para aplicação de medidas antidumping. Questão correta. 44. (Questão Inédita)- A vigência das medidas antidumping provisórias terá duração não superior a 6 meses. Comentários: A vigência das medidas antidumping provisórias é de 4 meses, podendo chegar a 6 meses. Questão correta. Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 56 ∀# 23 45. (Questão Inédita)- Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco anos após a sua aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado mediante requerimento da indústria doméstica. Comentários: A duração do direito antidumping é de até 5 anos a contar da sua aplicação ou da mais recente revisão, sendo possível sua prorrogação indefinidamente. Questão correta. 46. (Questão Inédita)- O direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou superior à margem de dumping apurada, que tem o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações a preços de dumping. Comentários: O direito antidumping não poderá ser aplicado em montante superior à margem de dumping, mas tão somente em nível igual ou inferior a esta. Questão errada. 47. (Questão Inédita)- A petição não será considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome” quando os produtores domésticos que manifestaram expressamente apoio à petição representem menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do produto similar durante o período de investigação de dumping. Comentários: Se os produtores nacionais que demonstrarem seu apoio expresso à petição representarem menos de 25% da produção nacional, a petição será indeferida, por não ser considerada feita pela indústria doméstica. Questão correta. 48. (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Cabe única e exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar petição à SECEX solicitando ampla investigação para aplicação de medidas de defesa comercial, fornecendo, para tanto, as informações necessárias. Comentários: Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 57 ∀# 23 A CNI não é a única entidade que pode apresentar uma petição para aplicação de uma medida de defesa comercial. A petição deve ser apresentada à SECEX pela indústria nacional. Questão errada. 2.7- Tipos de Dumping: A normativa da OMC não faz distinção quanto aos tipos de dumping existentes. No entanto, a literatura econômica / jurídica faz menção a diferentes tipos de dumping: a) Dumping predatório: a doutrina considera que o dumping predatório é uma estratégia de dominação de mercados, caracterizando-se pela redução de preços por uma empresa com vistas a eliminar a concorrência. Uma vez eliminada a concorrência, a empresa poderá praticar preços de monopólio. Nessa espécie de dumping, há o dolo da empresa em monopolizar o mercado em seu favor. b) Dumping social: é um conceito doutrinário (não-positivado nasregras da OMC), segundo o qual a justificativa para que uma empresa pratique preços baixos no mercado internacional é o desrespeito aos padrões trabalhistas. c) Dumping ambiental: a justificativa para que uma empresa pratique preços baixos no mercado internacional é o não-cumprimento de padrões ambientais mínimos ou a inexistência de uma legislação ambiental. d) Dumping cambial: a empresa pratica preços baixos no mercado internacional em virtude da desvalorização artificial do câmbio (moeda). Cabe destacar que o dumping social, o dumping ambiental e o dumping cambial, apesar de serem termos utilizados pela literatura, não são apropriados, uma vez que eles não levam em consideração a característica essencial do dumping: preço de exportação inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador. Com efeito, o descumprimento de padrões trabalhistas, o desrespeito à legislação ambiental e a desvalorização artificial da moeda são fatores que apenas explicam a maior competitividade das empresas (custos reduzidos), mas não pressupõem a existência de discriminação internacional de preços. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 58 ∀# 23 49. (Questão Inédita)- O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os preços aviltantes são decorrentes do desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra escrava, infantil ou em condições subumanas. Comentários: O dumping social é uma modalidade de dumping em que os preços baixos são praticados em virtude do desrespeito às condições de trabalho da mão-de-obra. Questão correta. 50. (AFTN-1996)- Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse em importar certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar os preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum importador iria tomar alguma medida antidumping. O dumping é considerado predatório quando o mercado é restrito e não existe concorrente nacional. Comentários: De fato, o dumping nem sempre é considerado pernicioso aos interesses de um país. Ele somente o será quando afetar a indústria nacional, lhe trazendo prejuízos. Essa é também a lógica do Acordo Antidumping, que somente autoriza a aplicação de direitos antidumping quando presentes três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. A questão afirma que o dumping será predatório quando o mercado for restrito e não existir concorrente nacional. Isso está errado! Se não houver concorrente nacional, o dumping não causa prejuízos à indústria doméstica e, portanto, nem sequer será punível com a aplicação de direitos antidumping. 51. (AFTN-1996)- Entende-se por “dumping social” a utilização de mecanismos de subsídios à produção e comercialização de bens cuja produção é feita com mão-de-obra intensiva. Comentários: Pelo conceito de “dumping social”, o que leva as empresas a praticarem preços baixos no mercado internacional é o desrespeito aos padrões trabalhistas. Questão errada. Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 53 ∀# 23 2.8-Considerações Finais: No atual cenário internacional, percebe-se o recrudescimento das práticas protecionistas, as quais vêm à tona em razão da instabilidade econômica causada pela crise vivenciada pela União Europeia. Ao mesmo tempo, a crescente competitividade chinesa no comércio internacional, aliada a uma política de desvalorização artificial de sua moeda, contribui para a maior efusividade do discurso protecionista. Nesse contexto, cresce a relevância do estudo sobre as medidas de defesa comercial, em especial as medidas antidumping. Sob o ponto de vista econômico, há que se questionar se as medidas antidumping são, de fato, benéficas à sociedade como um todo. Ao conferir proteção a indústria nacional contra importações estrangeiras, as medidas antidumping podem distorcer o comércio e a alocação ótima dos fatores de produção, redistribuindo renda em desfavor do consumidor. Admitindo-se que a proteção por meio de medidas antidumping possa ser legítima como forma de dar fôlego à indústria nacional, cabe questionar também se interessa ao governo proteger uma indústria ineficiente. 3- SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS: 3.1- Conceito de Subsídios: Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, subsídio é uma contribuição financeira concedida por um governo ou órgão governamental que permita a um setor específico auferir uma vantagem. Também se enquadra no conceito de subsídio qualquer forma de receita ou sustentação de preços concedida a um setor específico que lhe coloque em posição de vantagem. Ele pode ser concedido, direta ou indiretamente, à fabricação, produção, exportação ou ao transporte de qualquer produto, possuindo potencial para distorcer os fluxos comerciais. Do conceito acima, podemos extrair 4 (quatro) características essenciais dos subsídios: 1) Contribuição Financeira: o termo “contribuição financeira” deve ser entendido em sentido amplo, abrangendo transferência diretas de fundos, omissões de receitas (incentivos fiscais), fornecimento de bens e serviços além de infraestrutura geral e aquisição de bens pelo governo. Destaque-se que a isenção de taxas e impostos indiretos incidentes sobre produtos destinados à exportação está excluída do conceito de contribuição financeira. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 59 ∀# 23 2) Concedida por um governo ou órgão governamental: a contribuição financeira, para caracterizar-se como um subsídio, deve ser concedido pelo governo ou por um órgão governamental. 3) Representa uma vantagem: a contribuição financeira representará uma vantagem quando colocar o receptor em uma posição mais favorável do que a do mercado. 4) Seja específico: a contribuição financeira será específica quando a autoridade governamental limitar o acesso a determinadas empresas ou grupos de empresas. Há, portanto, uma discriminação “de jure” ou “de facto” no acesso à contribuição financeira. Entendido até aqui? Vamos continuar... Um dos maiores problemas quanto à concessão de subsídios é a falta de transparência destes, o que leva a OMC a defender a tarificação das barreiras. Apesar de o art. XVI do GATT dispor que os subsídios concedidos pelos membros da OMC devem ser notificados a essa organização internacional, muitos países não o fazem. Cabe destacar que o art. 25 do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (SCM) também traz uma obrigação nesse sentido, dispondo que os membros da OMC devem notificá-la sobre todo subsídio outorgado ou mantido em seus território. Quando estudamos o dumping, foi possível verificar que quem executa essa prática desleal de comércio são empresas. No caso, dos subsídios, é diferente. Quem concede os subsídios são governos, donde decorre a possibilidade de que os subsídios sejam combatidos de duas formas diferentes: i) aplicação de medidas compensatórias (processo administrativo interno conduzido pelo país importador) e; ii) contestação da medida no âmbito do sistema de solução de controvérsias da OMC (procedimento internacional) Não é possível a um Estado peticionar ao Órgão de Solução de Controvérsias em virtude de uma empresa estar praticando dumping, uma vez que as empresas não possuem legitimidade passiva no sistema de solução de controvérsias da OMC. Por outro lado, é plenamente possível que um subsídio (medida implementada por um Estado) seja contestado nessa jurisdição. A medida de defesa comercial destinadaa neutralizar os efeitos de um subsídio é a medida compensatória, também conhecida pela doutrina como medidas anti-subsídios. Segundo o art. 784, inciso III, do Regulamento Aduaneiro, direito compensatório (medida compensatória) é “o direito especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer subsídio concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de mercadoria.” !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 52 ∀# 23 Comparando as medidas compensatórias com as medidas antidumping, percebe-se que as primeiras são utilizadas em escala muito menor. A razão disso é justamente o fato de que as medidas antidumping são aplicadas contra empresas, ao passo que as medidas compensatórias são aplicadas contra governos. Ao aplicar uma medida compensatória, um Estado está, portanto, contestando (criticando) a política comercial levada a cabo por outro Estado, o que, do ponto de vista político- diplomático, é algo sensível. É preciso tomar cuidado para não misturarmos os conceitos de “dumping” e de “subsídios”. Se formos pensar bem, a concessão de um subsídio pode, de fato, levar à prática de dumping. Ora, se um governo concede uma contribuição financeira a uma empresa, esta poderá reduzir consideravelmente seus preços no mercado internacional, praticando, inclusive, o dumping. No entanto, quando analisamos qualquer caso concreto, não podemos misturar os institutos do “dumping” e do “ subsídio”, em razão do disposto no art. VI, parágrafo 5º, do GATT. Segundo esse dispositivo, nenhum produto estará sujeito, ao mesmo tempo, a direitos antidumping e medidas compensatórias. 3.2- Tipos de Subsídios: O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (SCM) faz menção a três tipos de subsídios: subsídios proibidos, subsídios recorríveis (acionáveis) e subsídios irrecorríveis (não-acionáveis). Embora os subsídios irrecorríveis não mais existam, pois o SCM estabeleceu que eles somente estariam em vigência por um período de 5 anos a partir da criação da OMC, é importante saber essa classificação, pois ela já foi até objeto de prova! Vejamos: a) Subsídios proibidos: são os subsídios vinculados, de fato ou de direito, ao desempenho exportador ou ao uso preferencial de insumos nacionais. Para que você possa visualizar melhor o que é um subsídio vinculado ao desempenho exportador, vamos a um exemplo! Imagine que o governo chinês estabeleça que, para cada par de sapatos exportado, ele irá pagar US$ 2,00. Tal medida irá estimular a competitividade da indústria de sapatos chinesa, constituindo-se uma prática desleal de comércio, com efeitos predatórios à concorrência. Percebam que há vinculação da concessão do subsídio ao desempenho exportador, motivo pelo qual ele é proibido. !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 6: ∀# 23 Por sua vez, um subsídio vinculado a requisitos de conteúdo nacional (uso preferencial de insumos nacionais) irá existir se, por exemplo, o governo estabelecer que o acesso a uma determinada linha de financiamento (com taxas de juros baixíssimas!) estará limitado às empresas que utilizem 70% de insumos nacionais no processo produtivo de seu produto final. Os subsídios proibidos são específicos por natureza e pressupõem dano. Assim, a aplicação de medidas compensatórias contra subsídios proibidos não necessita da comprovação de dano, bastando que fique configurado o subsídio. b) Subsídios recorríveis (acionáveis): Os subsídios recorríveis são aqueles que, embora não sejam proibidos, podem causar efeitos danosos aos interesses de outros membros da OMC. Subsídios recorríveis são específicos. A aplicação de medidas compensatórias para combater subsídios acionáveis depende do atendimento de três requisitos: i) subsídio acionável; ii) dano e; iii) nexo causal. c) Subsídios irrecorríveis: Os subsídios irrecorríveis, segundo disposição transitória da normativa multilateral de comércio, são aqueles que não são específicos. Ao contrário, eles são gerais, isto é, estão disponíveis para a totalidade dos setores econômicos. Cabe destacar que o SCM dispõe que há alguns subsídios específicos que são irrecorríveis. São eles: i) subsídios destinados a pesquisa e desenvolvimento; ii) subsídios destinados a promover o desenvolvimento regional e; iii) subsídios destinados ao cumprimento de requisitos ambientais. Atualmente, toda a regulamentação relativa aos subsídios irrecorríveis não está mais em vigor, já que o art. 31 do SCM estabelece que “... as disposições do Artigo 8º e do Artigo 9º serão aplicadas por período de 5 anos a contar a partir da data de entrada em vigor do Acordo Constitutivo da OMC.” Ora, se uma contribuição financeira for dirigida a todos os setores (for geral), ela perde uma das características essenciais dos subsídios (a especificidade). Daí a lógica dessa disposição transitória! De qualquer maneira, é importante que você leve essa classificação para a prova (nunca se sabe o que passa na cabeça da banca examinadora!) Na Rodada Doha, discute-se a possibilidade do retorno dos subsídios não-acionáveis ou irrecorríveis. Esquematizando: !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 64 ∀# 23 mediante petição da indústria doméstica. Não há previsão de que terceiro país apresente petição para fins de aplicação de medidas compensatórias. Para fins de investigação para aplicação de medidas compensatórias, o termo “indústria doméstica” é entendido como sendo a totalidade dos produtores nacionais do produto SIMILAR, ou como aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta do mencionado produto constitua parcela significativa da produção nacional total do produto. A investigação somente será aberta caso a petição seja feita pela indústria nacional ou em seu nome, o que fica caracterizado quando ela for apoiada por produtores que correspondam a 50% da produção total do produto similar. Ressalte-se que esse grau de apoio é apurado por meio de pesquisa realizada pelo DECOM. Para que sejam aplicadas medidas compensatórias, a investigação deve determinar: i) existência de subsídio proibido, independente de comprovação de dano; ii) existência de subsídio acionável (recorrível), dano e nexo causal. A determinação de dano deve ser baseada em evidências positivas e incluir exame objetivo do: i) volume das importações do produto subsidiado; ii) efeito das importações sobre os preços do produto similar no Brasil e; iii) impacto dessas importações sobre a indústria doméstica. A investigação para aplicação de medidas compensatórias tem uma duração de 12 meses, podendo chegar a 18 meses. Os direitos compensatórios serão aplicados na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis ou pela conjugação de ambas. As medidas compensatórias terão duração de 5 (cinco) anos contados da sua aplicação ou da última revisão, podendo ser prorrogadas mediante requerimento, devidamente fundamentado, formulado pela indústria doméstica ou em seu nome, por órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, ou por iniciativa da SECEX, desde que demostrado que a extinção dos direitos levaria, provavelmente, à continuação ou à retomada do subsídio acionável e do dano dele decorrente. Destaque-se que poderá haver várias prorrogações, por diversos períodos, indefinidamente. As medidas compensatórias definitivas poderão ter aplicação retroativa. A aplicação retroativa das medidas compensatórias consiste na possibilidade de que estas sejam cobradas em relação aos produtos importados que tenham sido despachados para consumo até 90 dias antes da data de aplicação das medidas compensatórias provisórias. A aplicação retroativa será possível sempreque se determine, com relação ao produto em questão, que o dano é causado por importações volumosas, em período relativamente curto, o que levará provavelmente a prejudicar seriamente o efeito dos direitos compensatórios definitivos aplicáveis. Destaque-se que não serão cobrados direitos sobre !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 65 ∀# 23 produtos que tenham sido despachados para consumo antes da abertura da investigação. Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de medidas compensatórias. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são aplicadas medidas compensatórias provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em 03/05/2014, com aplicação de medidas compensatórias definitivas. Essas medidas compensatórias (definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos despachados para consumo até 90 dias antes da data da aplicação de medidas compensatórias provisórias (ou seja, 90 dias antes de 03/09/2013). O encerramento de uma investigação para aplicação de medidas compensatórias será encerrada, sem aplicação de direitos, quando: a) não houver comprovação de subsídio acionável e dano dele decorrente; b) o montante de subsídio acionável for “de minimis”; c) o volume de importações, real ou potencial, do produto subsidiado ou o dano causado for insignificante. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 52. (AFRF-2002.2 - adaptada) - Quando vinculados às exportações, os subsídios distorcem as condições de concorrência internacional, o que, de acordo com as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC), faculta ao país afetado adotar medidas compensatórias. Comentários: Os subsídios vinculados às exportações são proibidos pelas regras da OMC, podendo ser contestados perante o sistema de solução de controvérsias dessa organização internacional ou mediante a aplicação de medidas compensatórias. Questão correta. 53. (AFRF – 2003)- O dumping é prática de formação de preços que, caso implique o deslocamento de competidores em mercados de exportação, passa a ser considerada desleal, consistindo na concessão Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 66 ∀# 23 de subsídios à produção e à exportação com vistas a elevar a competitividade preço de um bem exportado. Comentários: O dumping ocorre quando uma empresa vende para exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. A questão fez uma mistura entre os conceitos de “dumping” e de “subsídio”. Questão errada. 54. (MDIC-2009/Área Administrativa)- A importação de um produto poderá estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direito compensatório e de direito antidumping. Comentários: Em virtude do que dispõe o art. VI, parágrafo 5º do GATT, a importação de um produto não poderá estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direitos compensatórios e direitos antidumping. Questão errada. 55. (AFRF-2002.2 - adaptada) – Os direitos compensatórios associam-se à neutralização de medidas restritivas ao comércio como normas sanitárias, barreiras técnicas e regras de origem quando não compatíveis com acordos multilaterais. Comentários: Os direitos compensatórios associam-se à neutralização dos efeitos de subsídios. Questão errada. 56. (AFRF-2002.2 - adaptada) – Os direitos compensatórios envolvem a aplicação, pelo país importador, de gravames às importações com o propósito de neutralizar efeitos distorcivos sobre o comércio decorrentes de medidas de apoio às exportações implementadas no país de que procedem e que ferem a normativa multilateral. Comentários: Medidas de apoio à exportação são, por natureza, subsídios. Nesse sentido, os direitos compensatórios são medidas destinadas a neutralizar os efeitos distorcivos ao comércio causados pelas medidas de apoio à exportação. Questão correta. 57. (AFRFB 2009)- A concessão de subsídios que sejam vinculados diretamente ao desempenho das exportações ou ao uso preferencial de insumos e bens domésticos àqueles importados pode ensejar a Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 67 ∀# 23 abertura de investigação no marco da OMC e a subseqüente aplicação de direitos compensatórios. Comentários: A concessão de subsídios vinculados ao desempenho exportador e ao uso preferencial de insumos e bens domésticos é proibida pela normativa multilateral. Dessa forma, essa prática pode motivar a abertura de investigação e, consequentemente, a aplicação de medidas compensatórias. Questão correta. 58. (AFRF-2000 - adaptada)- Não constitui subsídio permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios de apoio para atividades de pesquisa e para assistência a regiões desfavorecidas. Comentários: O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias prevê três tipos de subsídios específicos que são irrecorríveis: i) destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento; ii) destinados ao desenvolvimento regional e; iii) destinados ao cumprimento de requisitos ambientais. Destaque- se, todavia, que estes subsídios não estão mais em vigor. Questão errada. 59. (AFRF 2000- adaptada)- Para fins de aplicação de medidas compensatórias, a determinação de dano deve implicar um exame objetivo de volume de importações subsidiadas e o efeito destas sobre os preços no mercado doméstico para produtos similares. Comentários: Na análise do dano, deve-se considerar o volume de importações subsidiadas. Com efeito, se o volume de importações subsidiadas, não há que se falar em dano à indústria nacional. Questão correta. 60. (AFRF-2000 - adaptada)- Para ser iniciada uma investigação para aplicação de direitos compensatórios, é necessário a determinação da CAMEX. Comentários: A decisão quanto à abertura de uma investigação para aplicação de medidas de defesa comercial compete à Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Questão errada. 61. (AFRF – 2000- adaptada)- Direitos compensatórios só podem ser impostos após uma investigação ter sido iniciada e conduzida de acordo com os dispositivos do Acordo sobre Medidas Compensatórias. Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce Diego Realce !∀#∃%&∋∀ )∗+,%∗−&∋∀∗−. /0 1232456789 :,∀%∋− , ;<,=+>,= ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., ∆ 1<.− 7Ε ?%∀≅Α 3∋&−%Β∀ Χ−., !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 68 ∀# 23 Comentários: De fato, os direitos compensatórios somente podem ser aplicados após ter sido realizada uma investigação de acordo com os parâmetros do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias. Questão correta. 62. (AFRF - 2000 - adaptada)- Os membros devem assegurar que a imposição de direitos compensatórios sobre qualquer produto do território de outro membro e que seja importado para dentro de seu território esteja de acordo com o Artigo VI do Acordo Geral. Comentários: A imposição de direitos antidumping e direitos compensatórios é regulada, embora de maneira muito vaga, pelo art. VI do GATT-1947. A regulamentação detalhada desse dispositivo do GATT só veio “a posteriori”, por meio do Acordo Antidumping (Acordo sobre a Implementação do art. VI do GATT) e do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias. Questão correta. 63. (AFRF – 2000 - adaptada)- No caso de subsídios acionáveis que estejam causando dano material à indústria doméstica, o membro poderá aplicar anti-subsídios. Comentários: Embora o termo “anti-subsídios” não apareça em nenhum dos acordos celebrados no âmbito da OMC, ele é muito utilizado pela doutrina como sinônimo de medidas compensatórias. Com efeito, os
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