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REVISÃO ANATÔMICA E HISTOLÓGICA Fármacos que vão reproduzir os efeitos do cortisol – um dos hormônios produzidos na glândula suprarrenal. Os glicocorticoides - cortisol ou hidrocortisona – são liberados pela córtex na suprarrenal, na zona fasciculada. Enquanto os mineralocorticoides e os hormônios sexuais são liberados pela zona glomerulosa e reticulada, respectivamente. Esses hormônios respondem a estímulos que vem do SNC, através do ACTH, produzido na hipófise, que faz o estimulo do córtex para a síntese desses hormônios – cortisol incluso. BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS Todos os hormônios da suprarrenal tem como precursor o colesterol. Colesterol 80% vem do LDL circulante e 20% do acetato do LDL. Existe uma etapa limitante da síntese desses hormônios, relacionada ao ACTH e CYP11A1 (enzima do citocromo P450) – aceleram ou diminuem a produção da pregnolona. Essa substância vai poder participar de vias diferentes: síntese dos corticoides, dos hormônios sexuais (17-alfa-hidroxilase) e síntese de aldosterona. A enzima 17-alfa-hidroxilase vai iniciar a síntese de ambos corticoides e hormônios sexuais. Porém, depois de certa fase, atua a 21- beta-hidroxilase, que separa a síntese dos corticoides e da aldosterona, da dos hormônios sexuais. OBS: deficiência na enzima 21-beta- hidroxilase vai ser representada por alteração na síntese do cortisol e da aldosterona, sem alteração dos hormônios sexuais. Além dessas, existe a 11-beta-hidroxilase, importante para a produção da aldosterona e do cortisol, e também para converter os fármacos inativos em ativos (pró-fármacos em compostos ativos). OBS: ao prescrever hormônios exógenos deve-se analisar como os hormônios endógenos vão se comportar, pois vai interferir a produção do mesmo. Vai interferir na produção endógena, nesse caso no eixo hipotálamo-hipófise- suprarrenal. Na hora da retirada desse tipo de medicação deve-se observar se voltou ao normal a produção endógena. PADRÃO TEMPORAL NORMAL DE SECREÇÃO DO ACTH E CORTISOL Ciclo circadiano é o ciclo natural do organismo que tende a se repetir de 24 a 24 horas que responde a estilos luminosos – alguns hormônios são produzidos e inibidos em diferentes momentos. O cortisol tem uma forte associação com esse ciclo. O hormônio cortisol endógeno é fundamental para estimulação, responde a um ciclo circadiano. Existe um padrão temporal de secreção. Começando pelo ACTH, ele diminui muito nas primeiras horas da madrugada, cai a partir de 00:00. Quando começamos a acordar, há estimulação muito intensa no SNC, estimulando o cortisol. O cortisol vai ter sua secreção aumentada logo depois, aproximadamente as 6:00 – aumento do metabolismo. O cortisol é um hormônio anti-inflamatório. Dessa forma, dores, febres, constipações tendem a piorar de noite devido a essa baixa desse hormônio. Esse ciclo vai ser utilizado na hora da prescrição da medicação. Assim, essa medicação deve ser prescrita para o período da manhã, uma vez que nesse momento, o ACTH está bem alto. No uso de pregnolona ou prednisona, por mais que diminua a produção de ACTH (feedback negativo), existe uma margem para inibir esse estímulo inicial. Minimiza a inibição do hipotálamo-hipófise- suprarrenal. Além disso, sabe-se que a sensibilidade dos tecidos aos glicorticoides também é circadiana, porém inversa à do cortisol. Os receptores dos tecidos aumentam quando o cortisol está mais baixo, pra diminuir a carência nesse período. Quando há bastante cortisol, diminui-se a sensibilidade já que há abundância. AÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES CRH (hipotálamo – sensível ao ritmo circadiano, a estresse físico e emocional, dor, frio, hipoglicemia) -> ACTH (adenohipófise) -> Cortisol (suprarrenal). Esse ciclo pode ser inibido pelo feedback / retroalimentação negativo, quando há muita liberação de cortisol (endógeno ou exógeno) ou por terapia exógena (não pode ser suspendida abruptamente – vai gerar falta de cortisol). O cortisol tem ações metabólicas em diversos tecidos: Fígado: aumenta a gliconeogênese, aumenta hiperglicemia, dispõe de glicose no sangue; Músculo: aumento do catabolismo de proteínas (quebra de proteínas – tira AAs), atrofia muscular; Tecido adiposo: aumento da lipólise (quebra de lipídeos) mas redistribuição anormal de gordura abdominal – depósitos de gordura em locais diferentes (fáscie em lua cheia, giba); Sistema cardiovascular: aumenta a frequência cardíaca, aumenta a sensibilidade das catecolaminas, aumenta o estímulo do sistema nervoso simpático; Sistema imunitário: função de supressão de respostas imunológicas; MECANISMO DE AÇÃO INTRACELULAR Corticoide é intracelular – endógeno e exógeno. Vai circular pelo sangue, entra na célula (bem lipofílico), se liga a um receptor que se dimeriza (pares) e ativa. Depois de ativado, entra para o núcleo, interage com uma molécula conhecida como elemento de resposta do glicocorticoide. Esta se liga a um segmento do DNA e confere a especificidade da transcrição gênica, define qual proteína vai ser produzida ou inibida – pode gerar a produção de lipases ou inibir expressão de fatores de transcrição de citocinas (controla a expressão de proteínas). Essa proteína produz a resposta. EX: quando o glicocorticoide estimula a lipólise, ele na verdade estimula a ação de uma lipase, que gera a quebra. Todo glicocorticoide faz esse tipo de ação. Indução ou inibição da síntese de proteínas. OBS: basicamente quase todas as células do corpo possuem receptores para os glicorticoides. AÇÕES ANTI-INFLAMATÓRIAS Supressão dos sinais flogísticos: dor, calor, rubor, edema e perda de função; Inibem o passo inicial da via do metabolismo do ácido araquidônico – por inibição da fosfolipase A2; Essa inibição ocorre pelo aumento das anexinas; Também ocorre a inibição a expressão gênica da síntese proteica da COX 2; Diferente dos AINEs, que agem no passo final da cadeia; Inibição da liberação de mediadores químicos da inflamação. RESPOSTAS ANTI-INFLAMATÓRIAS E IMUNES Redução da expressão de COX-2: redução da produção de prostanóides; Redução da expressão das interleucinas IL-1 a IL-6, IL-8 e TNF-gama: redução de vasodilatação e exsudato em vênulas e da produção de citocinas; Redução da síntese de NO sintase induzida (proteína que produz óxido nítrico e tem efeitos citotóxicos que lesam o tecido); Aumento da síntese de IL-10 (anti- inflamatória) e da anexina: inibição da fosfolipase A2 Os glicocorticoides inibem a cronificação da inflamação. Redução da transcrição de genes de fatores de adesão e citocinas: reduz a ativação de leucócitos e da diapese; Redução da transcrição de genes para IL-2 e seu receptor: supressão da síntese e ativação de células T; Redução da função dos fibroblastos: menor produção de glicosaminoglicano (menor cicatrização); Redução da produção dos osteoblastos e indução dos osteoclastos: redução da reabsorção de cálcio no TGI – osteoporose; Redução da produção de histamina (basófilos e mastócitos): redução da permeabilidade vascular e de edema. Dessa forma, existe um momento certo para administração de glicocorticoides com função anti-inflamatória – se não houver regulação, pode inibir prejudicial e gravemente a ação do sistema imunológico. Os glicocorticoides são os anti- inflamatórios mais eficazes disponíveis, suplantando os AINEs quanto ao bloqueio do edema. CORTICOTERAPIA SISTÊMICA Drogas muito inespecíficas, por isso a terapia com glicocorticoide deve ser cuidada e específica – inclusive o tempo de duração dessa terapia deve estar bem definido. O glicocorticoide se liga tanto nos receptores dos glicorticóides (GC) quanto nosdos mineralocorticoides (MC). A ação desses fármacos depende da afinidade maior ou menor por esses receptores. Efeito terapêutico ideal de um corticosteróide: Máxima atividade anti-inflamatória, antialérgica e imunossupressora; Mínima atividade retentora de sódio e fluidos; Meia vida plasmática variando de caso para caso; RELAÇÃO ENTRE A POTÊNCIA ANTI- INFLAMATÓRIA E ATIVIDADE RETENTORA DE SAL Bexametasona e dexametasona – situações extremas: traumatismo craniano, meningite. Quando precisa diminui muito a potência inflamatória, diminuir o edema. Todos os fármacos vão ser metabolizados pelas enzimas hepáticas. Alguns vão ser pró- fármacos e outros que precisam ser transformados no fígado. Ex: cortisona e prednisona. Assim, a cortisona, para ser transformada em hidrocortisona, deve passar pelo fígado e ser ativada. A prednisona, para virar prednisolona, também precisa passar pelo fígado. Isso ocorre através daquela enzima 11-beta-hidroxilase. Os mineralocorticoides podem ajudar na retenção de sal. Quando o paciente não produz cortisol endógeno e nem mineralocorticoides, podem ser administrados – repor eletrólitos, pouca aldosterona. Lembrando que a meia-vida biológica caracteriza a duração da ação dos GC como: curta, intermediária e prolongada – efeitos são baseados na duração da supressão do ACTH, após dose única do composto. GLICORTICOIDES SINTÉTICOS As diferenças entre os vários GC sintéticos vão resultar de alterações estruturais na molécula do esteroide que afetam sua biodisponibilidade, incluindo: Absorção gastrointestinal ou parenteral ou tópica (pomadas); Meia-vida plasmática e metabolismo hepático, adiposo e nos tecidos-alvo; Habilidade de interagir com o receptor GC e modular a transcrição dos genes GC- responsivos. FARMACOCINÉTICA Muito bem absorvidos por via oral, alguns melhores que os outros. Porém, podem ser administrados por via tópica através de gotas e pomadas, por aerossol, intravenosa e intramuscular. São absorvidos prontamente pelos espaços sinoviais e conjuntivo, porém lentamente pela pele (mas pode produzir efeitos sistêmicos se prolongado). Assim, a administração tópica deve ser usada apenas brevemente para produzir ação local – mas pode ter ação sistêmica se prolongado. No comprometimento hepático deve-se escolher hidrocortisona ou prednisolona ao invés de cortisona ou prednisona (pois precisam ser metabolizados pelo fígado). Comprometimento hepático ou uso de muitos fármacos. OBS: mesmo o uso tópico deve ser muito bem calculado e cuidado. TERAPIA COM GLICOCORTICOIDES A terapia com glicocorticoides pode ser utilizada para diversos motivos como: Tratamento e diagnóstico de doenças endócrinas (insuficiência adrenocortical, hipo ou hiperfunção adrenocorticais e fins diagnósticos); Estimulação da maturação pulmonar no feto; Tratamento em distúrbios não suprarrenais (anti-inflamatório e imunossupressor em processos inflamatórios e neoplásicos); 1. REPOSIÇÃO HORMONAL EM DOENÇAS ENDÓCRINAS: Insuficiência adrenocortical primária – causada por doença autoimune, a glândula suprarrenal deixa de produzir os hormônios. Pode ser aguda, mas quando crônica é chamada de doença de Addison. Visível da redução de todos os efeitos do cortisol. AGUDA: sintomas TGI, desidratação, hiperpotassemia, letargia, fadiga, fraqueza e hipotensão (potencialmente fatal). Tratamento: imediato de Hidrocortisona + NaCl isotônica + glicose. Redução gradual da HC e iniciar hormônio MC. Pode ocorrer por lesão da suprarrenal, desregulação do uso do glicocorticoide exógeno (inibição do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal quando usado por mais de 1 semana). CRÔNICA: fadiga, fraqueza, hiperpigmentação (melanina produzida pela melanocortina no hipotálamo), perda de peso e hipoglicemia. Tratamento: hidrocortisona + fludrocortisona (MC – anti-inflamatório e retenção de sal, já que não tem produção de aldosterona também). O que indica que a reposição está adequada é o desaparecimento da hiperpigmentação e dos distúrbios eletrolíticos. Porém, o tratamento excessivo pode levar a síndrome de Cushing. Hipo ou hiperfunção adrenocorticais – hiperplasia suprarrenal congênita (deficiência de 21-beta-hidroxilase) que leva a diminuição na produção de cortisol e aldosterona sem controle – aumenta ACTH e via é desviada para a produção excessiva de androgênios. Pode causar genitália ambígua no feto feminino, virilização, hirsurtismo, desidratação e fraqueza. Tratamento: dexametasona na mãe gestante para proteger de anormalidades genitais, hidrocortisona, fludrocortisona e sal no lactente para suprimir ACTH. Prednisona + fludrocortisona + sal na mamadeira. Terapia orientada por ganho de peso, altura, PA, 17-hidroxiprogesterona plasmática. Síndrome de Cushing – hipersecreção de glicorticoide (adenoma hipofisário secretor de ACTH ou outros tumores). Sinais e sintomas: Perda proteica, cicatrização deficiente, hipertensão, diabetes, transtornos mentais e etc. Tratamento: remoção cirúrgica ou radioterapia, hidrocortisona e posteriormente, fludrocortisona. Resistência aos glicocorticoides ou Síndrome de Chrousus – síndrome rara de mutação inativadora de gene para o receptor de glicocorticoide. Aumento do ACTH para compensar esse defeito -> produção excessiva dos corticoesteroides. Sintomas: hiperandrogenismo (puberdade precoce, clavíce, acne, etc), hipertensão. Tratamento: altas doses de dexametasona para suprimir o eixo e normalizar a pressão e sintomas. Fins diagnósticos – hipercortisolismo e causas da síndrome de Cushing. Suprime-se o ACTH para confirmar a presença de outra fonte de hormônio. Terapia: dexametasona em altas doses e dosagem de cortisol. 2. ESTIMULAÇÃO DA MATURAÇÃO PULMONAR NO FETO: Reduz a incidência da síndrome de desconforto respiratório em prematuros. Terapia: betametasona ou dexametasona intramuscular na gestante. São melhor transferidas para a placenta e feto pois liga-se as proteínas maternas e não são ativadas pela 11-beta-HSD-2 placentária. 3. DOENÇAS PULMONARES: Ajuda na asma brônquica, pneumonia aspirativa e DPOC. Tratamento: inalação de doses mínimas de blecometasona (pouco efeito sistêmico) e budesonida (menor efeito sistêmico mas com efeitos colaterais locais como rouquidão e candidíase). Quando há necessidade do uso de corticoides intranasais ou inalatório, deve-se preferir aqueles com maior inativação hepática – menor biodisponibilidade sistêmica. 4. DOENÇAS VASCULARES E DO COLÁGENO: Arterite de células gigantes, polimialgia reumática, LES, síndromes mistas do tecido conetiva e artrite reumatoide. Tratamento: prednisona ou metilprednisolona. Em crises vai ser em altas doses inicialmente para conter a doença. 5. PROCESSOS ALÉRGICOS: Asma, picada de insetos, edema angioneurótico, reação medicamentosa, dermatite de contato (pomadas betametasona), rinite alérgica (intranasal), doença do soro e urticária. Tratamento: doses terapêuticas de glicocorticoides como suplemento de terapia primária. 6. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS: Anemia hemolítica, púrpura alérgica aguda, púrpura trombocitopênica idiopática e leucemia. Tratamento: prednisolona e dexametasona, junto à quimioterápicos – efeitos anti-linfocíticos, reduzem as náuseas, reação de hipersensibilidade e estimulam o apetite. 7. DOENÇAS GASTROINTESTINAIS: Doença de Crohn (doença inflamatória do intestino): prednisolona que apresenta menor dose efetiva. Necrose hepática subaguda: prednisolona e não prednisona para que não precise ser convertida no fígado. 8. DOENÇAS INFECCIOSAS: Septicemia por gram-negativos e influenza tipo B em lactentes.Tratamento: útil na supressão da inflamação excessiva de alguns processos infecciosos e costuma ser associado a antibióticos. 9. DOENÇAS NEUROLÓGICAS: Edema cerebral (associado a parasitas e neoplasias metastáticas): dexametasona ou betametasona em altas doses. Em medicamentos possuem meia vida plasmática longa, potência anti-inflamatória máxima e atividade mineralocorticoide mínima. 10. TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: Contribui na prevenção e tratamento da rejeição (imunossupressão) e na inibição de expressão de antígenos do tecido enxertado e retardamento da revascularização. Tratamento: prednisona em altas doses, associados a outros imunossupressores com posterior manutenção. 11. PROCESSOS INFLAMATÓRIOS OSTEO- ARTICULARES: artrites e bursites. Tratamento feito com hidrocortisona intra-articular para alívio das dores. INDICAÇÕES DE ADMINITRAÇÃO IMEDIATA Traumatismo cranioencefálico e raquimedular; Tumores cerebrais e após neurocirurgias; Meningite bacteriana; Anafilaxia: terapia adjuvante à epinefrina, não sendo efetivos isoladamente na fase aguda da doença devido a sua latência; Para uso sistêmico agudo (duração inferior a 7 dias), qualquer representante pode ser administrado, pois não se observam efeitos indesejáveis ou supressão do eixo. EFEITOS SISTÊMICOS METABÓLICOS E CIRCULATÓRIOS – hipertensão arterial, alcalose hipocalêmica, intolerância a carboidratos, diabetes mellitus, hiperlipidemia. SISTEMA GASTROINTESTINAL – úlcera péptica, pancreatite aguda (rara). SISTEMA ENDÓCRINO-METABÓLICO – supressão do eixo HHA, interrupção do crescimento (em crianças), intolerância aos carboidratos, resistência à insulina, hiperinsulinemia, TOTG anormal e diabetes mellitus. SISTEMA OFTÁLMICO – catarata subscapular posterior (comum em crianças), aumento da pressão intraocular e glaucoma. MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS – estrias purpúreas, hiperpigmentação, hirsurtismo ou hipertricose, acne e equimoses. ALTERAÇÕES NEUROPSÍQUICAS – irritabilidade, euforia, insônia, psicoses, “dependência dos glicocorticoides”. SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO – osteoporose, fraturas ósseas, fraqueza, miopatia, atrofia muscular proximal, miopatia dos músculos respiratórios (reduz a função respiratória na DPOC). SISTEMA HEMATOPOIÉTICO – leucocitose (com neutrofilia), linfocitopenia, eosinopenia, monocitopenia. SISTEMA IMUNE – suscetibilidade a infecções bacterianas e fúngicas. CONTRAINDICAÇÕES Ulcera péptica; Doença cardíaca ou HAS com insuficiência cardíaca; Tuberculose e varicela; Diabetes; Psicose; Osteoporose; Glaucoma; Grávidas: preferência pela prednisona para tratamento. PLANEJAMENTO PARA SUSPENÇÃO Como mencionado anteriormente, a suspensão do uso dos glicorticoides exógenos deve ser com extrema cautela e observação. A suspensão dessa terapia deve envolver especialmente a análise do reestabelecimento do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, voltando ao estimulo para a produção do cortisol endógeno. O planejamento deve seguir certas etapas: Concentrar a posologia em dose única matinal; Reduzir doses; Ao atingir faixa fisiológica do GC, trocar para hidrocortisona 20mg/dia; Reduzir para 10mg/dia, pela manhã; Passar para mesmo dose em dias alternados; Suspender quando o cortisol plasmático basal for maior ou igual a 10 ug/dl; Repor glicorticoide em situações de estresse, até resposta normal do cortisol ao ACTH. INTERAÇÕES COM OUTRAS DROGAS As drogas que atuam sobre os níveis séricos de glicocorticoides aumentando sua toxicidade, normalmente o fazem através da inibição da CYP 3A4 – macrolídeos, eritromicina, claritromicina, cetoconazol, itraconazol e estrógenos. Existem outras drogas que induzem a CYP 3A4, que diminuem o nível sérico ou atividade dos glicocorticoides – barbitúricos, fenitoína, rifampicina, antiácidos, colestiramina e efedrina. Já os efeitos dos glicocorticoides sobre os níveis sanguíneos de outras drogas são: Níveis estão diminuídos de aspirina, hipoglicemiantes orais, anticoagulantes curamínicos, isoniazida. Níveis estão aumentados de ciclosporina e ciclofosfamida. CONSIDERAÇÕES ANTES DO INÍCIO DA CORTICOTERAPIA A corticoterapia, se sistêmica (ou a depender da preparação inalatória) deve ser ponderada e planejada, analisando o prognóstico, dado que os efeitos colaterais causados pelo uso prolongado de glicocorticoides podem ser mais lesivos que a doença base. Algumas ponderações a serem feitas são: Qual a gravidade da doença de base? Para quanto tempo está previsto o tratamento? Qual a preparação a ser empregada? Qual a dose terapêutica mínima efetiva? Existe predisposição para desenvolver efeitos colaterais com a droga? Há possibilidade de se associar outras drogas, visando reduzir a dose do glicorticoide e seus efeitos indesejáveis? O esquema poderá ser empregado em dias alternados?
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