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Psicologia e senso comum

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PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO 
Atividade de debate - Psicologia x Senso Comum 
No livro “Psicologias” de Anna Bock, no primeiro capítulo do livro a autora desenvolve 
como é caracterizado o conhecimento pelo senso comum e o conhecimento científico, 
estabelecendo comparações e discussões no contexto da Psicologia. 
As pessoas tem um domínio mesmo que superficial do conhecimento reunido da 
Psicologia Científica, assim é adquirida a capacidade de explicar e compreender os 
eventos cotidianos de um ponto de vista “psicológico”, esse fenômeno é chamado de 
psicologia do senso comum. 
O senso comum mistura outros setores do saber humano que são muito mais 
preparados e os reduz a uma teoria simplificada e improvisada. Esse conhecimento 
intuitivo tem uma característica da tentativa e do erro e sem ele a nossa vida diária 
seria muito complicada, pois ele se importa com a praticidade e a solução rápida dos 
problemas que se apresentam no dia a dia. Dessa forma, a sociedade está há todo 
momento agindo com base em teorias científicas, mas as usando de forma muito 
simplificada. 
Apesar de o senso comum se apropriar da ciência para sua construção, esse 
conhecimento não é constituído como uma ciência. Ciência é uma atividade reflexiva 
que se apoia na dúvida. Procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano a partir do 
estudo sistemático. Assim, ao mesmo tempo em que a ciência e os saberes do 
cotidiano - senso comum- se aproximam, pois a ciência se refere e se baseia no real, 
eles também se afastam, porque a ciência se distancia da realidade e a transforma em 
objeto de investigação, permitindo a construção do conhecimento científico sobre o 
real. 
Portanto, se estabelece um questionamento acerca dos perigos e limites do senso 
comum sobre questões científicas delicadas, como a área da psicologia. Mesmo o 
senso comum contribuindo para a facilidade e praticidade em situações cotidianas, ele 
integra de um modo precário o conhecimento humano porque é fundamentado em 
opiniões baseadas em hábitos, preconceitos e tradições. 
Esse questionamento pode ser discutido no livro “Manejo do comportamento suicida” 
de Neury José Botega, em que o autor no oitavo capítulo do livro aborda a avaliação e 
manejo dos pacientes que possuem tendências suicidas e as preocupações que o 
profissional deve ter com o manejo desses pacientes. Durante o desenvolvimento do 
livro, Neury apresenta uma tabela sobre ideias equivocadas em relação a 
comportamentos suicidas. As frases descritas pelo autor explicitam o mais puro senso 
comum da sociedade, ou seja, as ideias generalizadoras, os preconceitos e opiniões 
individuais sobre um assunto extremamente complexo e delicado em que a ciência 
estuda com muita cautela para compreender e de fato chegar a uma conclusão. 
Na tabela são descritas frases como: “Quem quer se matar, não avisa”; “No lugar dele 
eu também me mataria”; “Se eu perguntar sobre o suicídio, poderei induzir o paciente 
a isso”. Essas expressões muito reproduzidas na sociedade por até profissionais da 
saúde são o reflexo do senso comum que coloca a frente soluções simplificadas e 
opiniões baseadas em crenças morais, individualidades e estereótipos em situações 
que se faz necessário muita cuidado com o paciente. 
A Psicologia Científica estuda “diversos seres humanos” concebidos pelo conjunto 
social, logo apresenta a capacidade múltipla de pensar sobre o ser humano. Assim, 
para chegar a uma comprovação concreta, passa décadas estudando o fenômeno em 
um processo cumulativo em que mesmo quando comprovado, a pauta continua sendo 
questionada para que a ciência acompanhe a evolução ser humano-mundo. 
Portanto, noções simplistas e movidas pelo senso comum não podem estar presentes 
no manejo de pacientes potencialmente suicidas. Respeitar a condição emocional do 
paciente e todo o contexto de vida que o incentivou a tentativa de suicídio, sem 
julgamentos morais, é fundamental para o acolhimento e tratamento do paciente.

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