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Resumo Expandido - FATORES DETERMINANTES DO SUCESSO DE UM PROGRAMA DE TRANSFERENCIA DE EMBRIOES EM BOVINOS

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FATORES DETERMINANTES DO SUCESSO DE UM PROGRAMA DE TRANSFERENCIA DE EMBRIOES EM BOVINOS
Dr. Rafael Herrera Alvarez
RESUMO
A Transferência de embriões (TE) tem como princípio a multiplicação, de forma acelerada, da progênie (descendentes), de fêmeas consideradas superiores, dentro de cada espécie. Para tal, as doadoras serão submetidas a tratamentos com hormônios, que atuarão sobre os ovários causando múltiplas ovulações (superovulação). Esse método tornou-se uma ferramenta importante no comercio nacional e internacional de embriões bovinos, graças ao avanço nos conhecimentos das variáveis envolvidas nos processos de produção, manipulação, conservação e transferências de embriões. 
Palavras-chave: transferência de embriões, melhoramento genético, superovulação. 
INTRODUÇÃO
A transferências de embriões (TE) pode ser definida como o processo de remover um ou mais embriões do trato reprodutivo de uma fêmea doadora e transferi-los a uma ou mais fêmeas receptoras. Os embriões também podem ser produzidos no laboratório utilizando técnicas de fecundação in vitro ou por clonagem de células embrionárias ou somáticas. Porem considerando que a transferência de um embrião. É somente uma de uma série de etapas destinadas a obtenção de uma gestação por essa via, o termo TE, no sentido mais amplo, considera também os processos de superovulação e inseminação das doadoras, coleta de embriões, isolamento, avaliação e cultura dos embriões durante um curto período, micromanipulação (com finalidade de sexagem ou genotipagem), congelamento e transferência dos embriões (Alvarez, 2008).
METODOLOGIA
Atualmente, a taxa de sucesso dos programas de TE depende do efetivo controle dessas variáveis, sendo que a negligência de qualquer uma delas pode comprometer seriamente os resultados previstos. O artigo apresentou como objetivo descrever sucintamente essas variáveis, bem como discorrer sobre as implicações de cada uma delas para o sucesso de um programa de transferências de embriões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Alvarez (2008) nos últimos 25 anos, foram poucos os avanços conseguidos para melhorar a resposta aos tratamentos de superovulação, com uma taxa de 20% de doadoras que não produzem embriões transferíveis. 
Tabela: Distribuição das vacas conforme o número de embriões utilizáveis por tratamento (Silva et al., 2008).
Embora a produção média de embriões por doadora não tenha sido aumentada significativamente, houve um avanço considerável na flexibilidade para a aplicação dos tratamentos. Essa melhora foi possível graças ao uso de dispositivos liberadores de progesterona aplicados por via vaginal ou subcutânea (Bo et al., 2006). Atualmente, a superovulação pode ser iniciada após a inserção de um dispositivo liberador de progesterona em qualquer momento do ciclo estral. 
Vale ressaltar que o tratamento superovulatório não irá promover o desenvolvimento folicular e sim, permitir aqueles folículos que normalmente entrariam em atresia, uma maneira adequada para que continuem seus processos de maturação, resultando na ovulação (Diniz et al., 1999).
Levando em conta demais literaturas cientificas, é importante avaliar, concomitantemente ao processo de superovulação a qualidade do sêmen utilizado e a saúde e características das receptoras. Cuidados com a sanidade, nutrição e bem-estar dessas fêmeas são fundamentais para que elas possam responder aos tratamentos hormonais a elas impostos (Honorato et al, 2013).
Com relação a coleta e recuperação dos embriões, praticamente, todos os técnicos de TE utilizam um cateter tipo Foley, com um balão inflável na extremidade para fixar o cateter no útero. Uma prática interessante após a coleta consiste em encher os cornos uterinos com PBS, bloquear a saída da sonda e soltar o animal no curral enquanto é realizada a procura dos embriões. Caso não sejam encontrados embriões (ou encontrado um número muito inferior ao número de corpos lúteos), os animais serão novamente coletados. Com essa prática, alguns técnicos tem aumentado em aproximadamente 2 a 3 o número médio de embriões recuperados (Netto et al., 2005)
Atualmente, a avaliação dos embriões é relativamente bem padronizada, tanto para o estágio de desenvolvimento, como para a qualidade embrionária. Apesar de existir vários procedimentos (metabólicos, capacidade de desenvolvimento em cultura, etc) para estimar a viabilidade dos embriões, a avaliação morfológica (utilizando microscopia Ótica) é a de escolha para avaliar a qualidade dos embriões. Existe uma boa correlação entre a qualidade morfológica dos embriões e a posterior taxa de prenhez (Alvarez et al., 2007). Os embriões encontrados na placa de Petri, que já passaram por avaliação morfológica e que foram designados viáveis podem ser congelados ou inovulados em receptoras (Costa, 2005). As taxas de prenhez que resultam da transferência de embriões congelados e descongelados são atualmente, aproximadamente, 10% menores que as obtidas com embriões frescos de qualidade semelhante.
Já a fecundação in vitro (FIV) envolve a produção de embriões produzidos in vitro e inclui as etapas de maturação, fecundação e cultura in vitro, até o estágio de mórula ou (mais frequentemente) blastocisto. Atualmente, Brasil é o maior usuário mundial da tecnologia de FIV, sendo que o número de transferências utilizando embriões produzidos por FIV ou recuperados de vacas superovuladas é muito próximo (Alvarez, 2008).
CONCLUSÃO 
Analisando todo o processo da transferência de embriões, é possível detectar níveis de riscos com relação ao embrião que será transferido, o sêmen que será utilizado para fecundação e a receptora. Faz-se necessário que sejam tomadas medidas que diminuam a possibilidade de contaminação do embrião em todos os três níveis, conferindo ao processo de transferência de embriões menor risco de transmissão de doença (Parra et al., 2008).
REFERENCIAS
ALVAREZ, R. H. Fatores Determinantes Do Sucesso De Um Programa De Transferência De Embriões Em Bovinos. Centro de P&D Genética e Reprodução Animal, Instituto de Zootecnia-APTA, Nova Odessa-SP. 2008. 
ALVAREZ, R.H. et al. Transfer of bovine blastocysts derived from short-term in vitro culture of low quality morulae produced in vivo. Reproduction of Domestic Animals (OnlineEarly Articles). doi:10.1111/j.1439-0531.2007.00884.x, 2007. 
BÓ, G.A., GUERRERO, D.C., ADAMS, G.P. Alternative approaches to setting up donor cows for superstimulation. Theriogenology, Amsterdam, v.69, n.1, p.:81-87, 2008.
COSTA, P. V. F da.Transferência de embriões usando a IATF. Centro Regional Universitário, Espírito Santo do Pinhal. São Paulo. p. 84-99, 2005.
DINIZ, E. G.; JACOMINI, J. O.; NASCIMENTO, M. R. B. M.; MENDES JR, J. O. B.; ESPER, C. R. Eficiência de dois diferentes produtos hormonais na superovulação de vacas da raça Nelore. Revista Brasileira de Reprodução Animal.v. 23, n.3, p. 319-20, 1999.
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601, outubro, 2013.
NETTO, A.S. et al. Improvement in embryo recovery using double uterine flushing. Theriogenology, Amsterdam, v.63, n.5, p.1249-55, 2005.
PARRA, B. C.; PARRA, B. S.; ZANGIROLAMI FILHO, D.; BUENO, A. P.; PICCININ, A. Aspecto Sanitário na Transferência de Embriões de Bovinos. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. [Online]. Ano VI, n. 10. 7 p. Janeiro de 2008. Periódico Semestral. Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL08.pdf
SILVA, J.C.C. et al. Factors affecting the embryos production of superovulated zebu cows. Animal Reproduction, Belo Horizonte, 2008.