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CURSO CUIDADOR DE IDOS

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“Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas…
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem”
(Olavo Bilac)
 “[...] nós envelheceremos um dia, se tivermos este privilégio. Olhemos, portanto, para as pessoas idosas como nós seremos no futuro. Reconheçamos que as pessoas idosas são únicas, com necessidades e talentos e capacidades individuais e não um grupo homogêneo por causa da idade. 
Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, durante a Assembleia Mundial sobre Envelhecimento Humano, Madri, 2002.
 
CUIDADOR DE IDOSOS
1. O CUIDADO.
 Cuidado é a ação de cuidar (preservar, guardar, conservar, apoiar, tomar conta). Neste contexto o cuidado implica em ajudar os outros, tentar promover o seu bem-estar e evitar que sofram de algum mal, cuidar de alguém enfermo, alguém que se encontra adoecido ou dependente, cuidar de si ou de seus objetos pessoais.
 Boff (1999), refletindo sobre o cuidado, nos relata que este “[...] serve de crítica à nossa civilização agonizante e também de princípio inspirador de um novo paradigma de convivialidade”. Cuidar seria a base do ser humano, desde seu nascimento até sua morte. Sem o cuidado, a pessoa definharia e perderia o sentido de sua existência e como consequência morreria. Cuidar seria a afirmação da capacidade do ser humano para com seu semelhante, presente até no gesto mais simples. Afirmando que “cuidar é mais que um ato; é uma atitude, representa uma atitude de ocupação, preocupação, responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. (BOFF, 1999).
 A dimensão do ato de cuidar pode assumir inúmeras faces, desde ocupação ou preocupação com seu semelhante, opção de vida ou imposição social, podendo estar impregnado de vínculos afetivos positivos ou negativos, responsabilidade com o outro no inconsciente coletivo ou ainda estabelecida após as relações afetivas ou parentais, além do desejo de cuidar, próprio do indivíduo relacionado com suas identificações profissionais. Desde os tempos mais remotos a história do cuidado se encontra no espaço privado da família, relacionado com o cuidar materno, cuidar da família e a transmissão de experiências para as gerações posteriores. Mas que a ação de cuidar se apoia em bases científicas, com dimensões histórico-existenciais (o aprendido), dimensões estrutural-profissionais e dimensões psicoafetivas.
2. O AUTOCUIDADO.
 Cuidar de sí e de suas próprias necessidades é tão importante quanto cuidar de outra pessoa. Autocuidado significa cuidar de si mesmo, em estar atento às próprias necessidades e buscar desenvolver hábitos que visam o próprio bem-estar, como alimentação saudável, hidratar o corpo, higiene pessoal e evitar hábitos que trazem malefícios a saúde (vícios). Cuidar de si é garantir também que você estará bem quando cuidar do outro for preciso. 
 O autocuidado não se resume apenas a aspectos do corpo. Na verdade, a mente assume o papel principal quando falamos sobre o assunto. A autoanálise é importante para que haja consciência sobre os limites, qualidades, necessidades e defeitos inerentes à nossa personalidade. A atenção que damos a aspectos simples de nossa rotina como, o cuidado que temos para mantermos a mente em equilíbrio com o corpo, são nas pequenas ações que o autocuidado se inicia, tendo como consequência o aumento da autoestima, saúde mental e física, atentando-se a importância que se tem em práticas que suavizam a carga do dia-a-dia, como; lazer, prática de algum esporte, exercícios físicos, descanso, e, não menos importante cuidar da aparência é essencial.
 Cuidar não significa sacrifício. É por isso e por outros fatores que o autocuidado é tão importante. É de suma importância o ato de cuidar-se, para que se tenha mais saúde e disposição para continuar com seus projetos, para que se tenha melhor qualidade de vida e claro, para que também continue a cuidar das pessoas à sua volta e que necessita de seus cuidados.
3. QUEM É O CUIDADOR?
 A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) define o cuidador como: a pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, cuida do idoso doente ou dependente, no exercício das suas atividades de vida diárias, tais como alimentação, higiene pessoal, medicações de rotina, acompanhamento aos serviços de saúde ou outros serviços que requeiram no cotidiano, excluídas as técnicas ou procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente na área de enfermagem (Brasil, 2006b).
O cuidador é aquele que ajuda quem necessita de cuidados. São pessoas que ajudam outras pessoas a executar tarefas da vida diária, quando estas necessitam de auxílio, ou não tem autonomia ou independência para executá-las. O termo cuidador é utilizado para designar a pessoa que será o apoio direto da família do cuidado, ou da equipe de profissionais de saúde nos cuidados junto ao paciente. Para melhor compreensão desse termo, vale ressaltar que, segundo Karsch (1998), cuidador pode ser formal, ou seja, indivíduo com uma formação específica para prestar os cuidados junto ao paciente, sendo, geralmente, remunerado – como enfermeiros, técnicos e outros – e cuidador domiciliar informal – caracterizado por pessoas que, na maioria das vezes, não possuem uma formação específica e aprendem a cuidar pela prática.
 Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de Amor, empatia, solidariedade e de doação. É o responsável direto em zelar pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo pela pessoa somente as atividades que ela não consiga fazer sozinha. Cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a pessoa cuidada é um familiar ou amigo. É fundamental termos a compreensão de se tratar de tarefa nobre, porém complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios.
 Cuidador é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas: é praticar o cuidado. Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada, a partir de suas ideias, conhecimentos e criatividade levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada. Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada. 
“O envelhecimento não chega de uma só vez nem o faz de repente; acompanha-nos a cada dia, lentamente, durante toda a nossa existência”.
4. SOBRE A PESSOA CUIDADA.
A pessoa cuidada, geralmente são aquelas que necessitam de cuidados, como os idosos dependentes/acamados, com limitações ou mesmo aqueles que precisam apenas de ajuda ou auxílio em suas atividades diárias. Parte das pessoas cuidadas apresentam problemas como hipertensão (pressão alta) e diabetes (grande quantidade de açúcar no sangue), mas, como fazem acompanhamento de saúde regular e tomam seus remédios de maneira correta, sentem-se muito bem e são ativos e independentes. Entretanto, existem pessoas idosas que não se encontram em boas condições de saúde. Elas podem até ter as mesmas doenças que as outras, porém não fizeram acompanhamento regular e chegaram à idade mais avançada com sequelas incapacitantes,ou seja, por problemas decorrentes de doenças preexistentes, necessitam hoje de ajuda para desempenhar suas atividades do dia a dia. 
A atenção dada a pessoas cuidada, doentes ou senis, é uma tarefa nobre, praticada por familiares ou por profissionais. É preciso preparo prático e psicológico para proporcionar dignidade no ocaso da vida. É importante ressaltar que a pessoa cuidada é um ser humano independente de sua idade ou debilitação; tem sentimentos, necessidades e precisa ser tratado com respeito e dignidade. Cuidar de pessoas idosas significa um ato, uma ação, uma atitude que compreende a existência do outro. Este outro é uma pessoa com uma história, uma longa trajetória de vida e com diferentes realizações. São pessoas que contribuíram de forma significativa para a construção da sociedade atual e podem contribuir com conhecimentos e vivências peculiares advindas de sua cultura, lente através da qual elas conseguem ver o mundo.
Para entender e ajudar o idoso (a pessoa cuidada) é necessário ouvi-lo, procurando entender como ele se vê neste momento e como ele é visto pela família e pela equipe multiprofissional que o atende. A pessoa que envelhece, além de estar mais vulnerável a doenças, necessariamente se depara com inúmeras situações de perda (filhos distantes, aposentadoria, morte de pessoas queridas etc.). Atitudes intransigentes, irritabilidade, solicitações e queixas podem refletir um desconforto vivenciado pelo idoso frente às suas limitações e perda de autonomia. Acolher o idoso em suas angústias e ansiedades, sem superproteção ou infantilização (tratá-lo como criança), estimulando-o para o enfrentamento da realidade sem desvalorizar ou perder de vista os aspectos positivos de sua vida e suas potencialidades, facilitará a aceitação de sua condição e a própria ação do cuidador. Caso contrário, é provável que o cuidador seja envolvido por sentimento de impotência e sobrecarga emocional, o que pode tornar sua tarefa desgastante e difícil. 
Vale ressaltar que; toda pessoa idosa, até que se prove o contrário, é competente para tomar decisões sobre a sua vida. Deve-se respeitar o princípio da autonomia – capacidade de decidir – da pessoa idosa. Envelhecimento não é sinônimo da perda do poder de decisão.
5. O CUIDADOR E A EQUIPE DE SAÚDE.
O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado do idoso, quando isto for requerido. Esta pessoa, geralmente leiga, assume funções para as quais, na grande maioria das vezes, não está preparada. É importante que a equipe tenha sensibilidade ao lidar com os cuidadores e familiares e que estes respeitem e atente-se as orientações dadas pela equipe de saúde, os grandes depositários das informações e orientações desta mesma equipe e o executor das atividades por ela propostas. 
Cabe à equipe jamais se esquecer que esta pessoa não é um funcionário da saúde, não tendo, portanto, a obrigação de compreender as orientações dadas e ele também não é simplesmente um executor de ordens. Não é incomum que cada profissional da equipe se dirija ao cuidador e lhe forneça uma série de orientações (geralmente em tom de ordem) de forma individual (enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista, etc) e espere que ele seja capaz, sozinho, de associá-las, decodificando-as e executando-as igualmente como faria o próprio profissional. A não-execução adequada de tais orientações geralmente é cobrada e em muitos casos as falhas são consideradas não-aderência terapêutica. 
Esta é uma importante falha da equipe como um todo, que não está direcionando o olhar para a (s) pessoa (s) a quem assiste, mas para si mesma, uma vez que, ao simplesmente fornecer as informações, tem a sensação de dever cumprido. O processo de assistência a idosos, seus cuidadores e familiares é, a nosso ver, um ciclo freqüentemente retroalimentado, ao qual devemos estar permanentemente atentos. 
Uma assistência adequada requer uma avaliação minuciosa. Muitas vezes, a presença do cuidador durante a avaliação do idoso é imprescindível, pois este poderá complementar informações ou, muitas vezes, fornecê-las, caso o próprio idoso tenha dificuldade em fazê-lo.
 As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas junto aos profissionais de saúde e com os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro para todos as atividades que o cuidador pode e deve desempenhar. É bom escrever as rotinas e quem se responsabiliza pelas tarefas. É importante que a equipe deixe claro ao cuidador que procedimentos ele não pode e não deve fazer, quando chamar os profissionais de saúde, como reconhecer sinais e sintomas de perigo. As ações serão planejadas e executadas de acordo com as necessidades da pessoa a ser cuidada e dos conhecimentos e disponibilidade do cuidador.
O planejamento do cuidado ao idoso deve basear-se na resposta a vários questionamentos e pesquisas, a partir das quais o responsável pelo cuidado ao idoso (o cuidador), encontrará as ferramentas necessárias para o planejamento das ações assistidas direcionadas a ele, a seu cuidador e à sua família, de forma a garantir a manutenção da dignidade da pessoa assistida como um ser que está vivo, que necessita e merece ser respeitado, além de adequadamente assistido em suas necessidades.
6. A RELAÇÃO ENTRE O CUIDADOR E A FAMÍLIA.
A introdução do cuidador no seio familiar no momento em que o idoso necessita de tal auxílio ou cuidado, permitirá ao cuidador que ele conheça uma parte da vida da pessoa de quem cuida que talvez esteja esquecida em seu cotidiano, e essa pode ser uma ferramenta importante para auxiliá-lo no planejamento de seu cuidado, pois passará a perceber, por exemplo, motivações e emoções até então desconhecidas. Quando a pessoa idosa está mais fragilizada, é comum que sua rede de relações fique restrita à família, porque é sobre ela que recai a maior carga de responsabilidade por seus cuidados. Atualmente, o núcleo familiar é cada vez menor e as mulheres trabalham fora; com isso, o idoso mais dependente, muitas vezes, permanece longos períodos sozinho, mesmo morando com outras pessoas. Quando ele fica doente e precisa de ajuda, nem sempre há um familiar disponível para ajudar e, para que seja cuidado adequadamente, a família necessita da ajuda de um cuidador de fora. Esse cuidador começa, então, a ter um contato muito próximo com o idoso e com sua família, reagindo de diferentes maneiras ao tipo de relações com que passa a conviver. 
No interior da família, cada um se mostra como realmente e é isso pode gerar situações agradáveis e descontraídas ou momentos tensos e constrangedores. Não há como evitar um envolvimento com essas relações, porém é necessário que o cuidador entenda que essa é a família do idoso e não a sua; ele participou e contribuiu de alguma forma para a construção dessas relações.
 A pessoa idosa, no interior de sua família, pode ser valorizada, respeitada, amada e auxiliada de forma adequada em suas necessidades ou, então, rejeitada, tratada com indiferença ou hostilidade e tida como um “peso”. Essas atitudes são em geral respostas à forma como as relações foram construídas ao longo da história da família. Não cabe ao cuidador “julgar” as atitudes do idoso ou de seus familiares, pois eles podem ter valores muito diferentes dos seus. Ele deve se esforçar para olhar para a situação da maneira mais neutra possível, tentando entender o que está acontecendo e por quê.
 Em suma, o ambiente domiciliar pode ser tanto harmonioso e tranquilo como conflituoso e desarmonioso. Em certas situações, o cuidador pode até fazer algumas sugestões ou solicitar colaboração, buscando melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa, mas em nenhum momento deve criar expectativas em relação ao que acredita ser adequado para a vida do idoso, esquecendo-se das reais possibilidades afetivas dele e das pessoas com quem convive.
7. A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO COM O CUIDADOR.
É comum ouvirmos que para cuidar, antes de mais nada é necessário se cuidar, pois o cuidador é aquela pessoa que, cuida, convive, inspira confiança, ameniza o desespero, luta contra omedo, inicia ações positivas e produtivas, e sendo assim todos esses valores teriam que fazer parte da prática do cuidador. O cuidador é uma pessoa que sofreu modificações como resultado do conhecimento e da experiência; são pessoas diariamente expostas à realidade do outro (o cuidado), à doença, medos, insatisfações, fragilidades, debilitações, insegurança, dependência, etc, para quem essas experiências não são mais conceitos abstratos, mas sim, realidades comuns. De muitas maneiras, é como estar sentado na poltrona da primeira fila no teatro da vida, uma oportunidade inigualável para adquirir um profundo conhecimento e maior compreensão da natureza humana”.
Tudo isso estimula esse cuidador a renunciar seus sentimentos e vontade própria para poder atender à pessoa que necessita de cuidados. Todavia, vale lembrar que o ser humano não foi “configurado” como uma máquina, podendo despir-se de suas vontades e necessidades, e é a partir daí que o cuidado com o cuidador se faz necessário.
Esse tipo de intervenção está diretamente associado à qualidade do cuidado que se quer prestar, uma vez que procura auxiliar o idoso em todas as suas dimensões de ser humano. As pessoas que cuidam acabam por sofrer um grande desgaste emocional. Porém passam a idéia de que cuidam também de si mesmas (Fernandes, Batista e Leite, 2003).
Mas é exatamente esse cuidado que o falta. Assim como precisamos e devemos nos preocupar conosco e dar lugar à necessidade de nos sentirmos amparados por alguém, a pessoa que cuida também necessita de cuidado e amparo, é importante cuidar de sí, sua saúde física e mental.
Ninguém pode dar ao outro o que não tem, diz um antigo provérbio. “É fato, por conseguinte, que seremos mais eficazes na nobre tarefa de cuidar se nos dispusermos a promover o bem-estar do outro sem esquecermos do nosso próprio”. (Martins, 2003). A tensão e o cansaço sentidos pelo cuidador são prejudiciais não só a ele, mas também à família e à própria pessoa cuidada. 
Algumas dicas podem ajudar a preservar a saúde e aliviar a tarefa do cuidador: 
· O cuidador deve contar com a ajuda de outras pessoas, como a ajuda da família, amigos ou vizinhos, definir dias e horários para cada um assumir parte dos cuidados. Essa parceria permite ao cuidador ter um tempo livre para se cuidar, se distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do outro; peça ajuda sempre que algo não estiver bem. 
· É fundamental que o cuidador reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansar, relaxar e praticar alguma atividade física e de lazer, tais como: caminhar, fazer ginástica, crochê, tricô, pinturas, desenhos, dançar, etc. 
O cuidador pode se exercitar e se distrair de diversas maneiras, como por exemplo: 
· Enquanto assiste TV: movimente os dedos das mãos e dos pés, faça massagem nos pés com ajuda das mãos, rolinhos de madeira, bolinhas de borracha ou com os próprios pés. 
· Sempre que possível, aprenda uma atividade nova ou aprenda mais sobre algum assunto que lhe interessa.
· Leia, participe de atividades de lazer em seu bairro, faça novos amigos e peça ajuda quando precisar.
8. AO AVALIAR O ESTILO DE VIDA ATRAVÉS DO PENTÁCULO, OS FATORES INTENTIFICADOS NECESSÁRIOS PARA MELHORAR MINHA QUALIDADE E ESTILO DE VIDA FORAM...
Componente Nutrição: há necessidades de incluir frutas em meu dia-a-dia, quantidades de refeições diárias fora do ideal.
Componente Atividades Físicas: necessidades de praticar exercícios físicos.
Componente Comportamento Preventivo: quase sempre verdadeiro em meu comportamento.
Componente Relacionamento social: quanto a práticas de lazer e encontro com amigos, dificilmente corresponde ao meu comportamento.
Componente Controle do Estresse: “quase sempre” verdadeiro em meu comportamento.
9. SOBRE OS GRUPOS DE CUIDADORES.
Os grupos de cuidadoesr é uma atividade desenvolvida para pessoas que estão cuidando de um idoso ou então que tenham o interesse em cuidar. É um grupo onde as pessoas relatam suas fraquezas, fragilidades, dúvidas com relação ao universo do idoso. Abordam diversos assuntos sobre o envelhecimento, estratégias de cuidado, bate papo sobre as intervenções e cuidados que devem ser feitos com o idoso. Não deixando de falar e enfatizar que o cuidador também merece e deve ter o seu cuidado, sua vida e particularidade pessoal.
 Os Grupos de Apoio são espaços de encontro, aprendizagem e troca de experiências oferecido especialmente para familiares e cuidadores de idosos e idosos, no qual os participantes têm a oportunidade de refletir sobre a tarefa de cuidado sob novas perspectivas, ao encontrar novas estratégias para superar dificuldades e descobrir novas formas de lidar com o cotidiano modificado. Há grupos voltados a cuidadores de idosos com doença de Alzheimer (DA).
Dentre os benefícios para os CUIDADORES, os Grupos de Apoio oferecem: Acesso a informações atualizadas sobre doenças e os tratamentos, aumentando a segurança de cuidado e a tomada de decisões.
Favorecimento da aceitação da nova situação, que envolve mudanças significativas na vida e na qualidade de vida dos envolvidos.
Investimento na qualidade de vida de todos os que participam do cuidado com idoso com doença de Alzheimer.
Desenvolvimento de um enfrentamento mais positivo e saudável da situação de adoecimento e perdas associadas.
Favorecimento da interação com o idoso a partir de melhor compreensão das necessidades da pessoa com demência, seus sintomas e estratégias de manejo. 
Outros grupos para o familiar-cuidador
 Grupos de convivência: São atividades, em geral voltadas para a busca de satisfação pessoal e lazer, desenvolvidas por algumas Regionais, dirigidas a familiares-cuidadores e/ou pacientes, com o objetivo de promover a socialização dos participantes, que comumente encontram-se isolados e com poucas oportunidades para atividades extradomiciliares. Alguns grupos são permanentes (funcionam o ano todo), porém a maior parte costuma ocorrer esporadicamente (de vez em quando). Contudo, os encontros são programados sempre com antecedência, e incluem atividades como passeio a parques, cinemas ou festas em datas comemorativas.
Grupos de Apoio Social e Emocional: caracterizado essencialmente como espaço de troca de experiência e reflexão, estes grupos são de caráter vivencial e oferecem oportunidade para que o cuidador possa estar diante de pessoas que passam por situações semelhantes, experimentando sensação de pertencimento, acolhimento e conforto.
Nos grupos há espaço para o cuidador interagir e compartilhar dificuldades práticas do dia a dia e aspectos emocionais envolvidos no cuidado do idoso com doença neurodegenerativa. Trata-se, portanto, de um ambiente que favorece a convivência e no qual há a possibilidade de os participantes relatarem suas histórias e discutirem suas principais dificuldades para a busca coletiva de alternativas e estratégias eficientes e seguras que minimizem sofrimento e garantam investimento em qualidade de vida.
Assim, esses encontros favorecem que o cuidador tenha mais recursos para lidar com o idoso, receba apoio e se organize melhor, utilize recursos pessoais para encontrar soluções para os problemas, expresse sentimentos e vivências particulares e atribua novo sentido às suas experiências ao encontrar novas formas de enfrentamento.
Os temas discutidos envolvem principalmente situações de dificuldades na rotina de cuidado (dar banho, oferecer medicamento), mudanças na vida pessoal e familiar após o adoecimento, necessidade de tomar decisões, problemas para lidar com alterações de cognição e comportamento do idoso com demência (sintomas da doença de Alzheimer). Quando o coordenador for especificamente da área da saúde mental (psicólogo ou psiquiatra), há também espaço para um maior aprofundamento nas emoções, com favorecimento de soluções criativas e flexibilidade para mudanças com implementação de estratégias eficientes para superar problemas.
10. OS SERVIÇOS DISPONÍVEIS E DIREITOS DO CUIDADOR E DA PESSOA CUIDADA, SÃO...
QUANTO AOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS DO CUIDADORE DA PESSOA CUIDADA:
As atenções da política de assistência social realizam-se por meio de serviços, benefícios, programas e projetos organizados em um sistema descentralizado e participativo (SUAS), destinados a indivíduos e suas famílias, que se encontram em situação de vulnerabilidade ou risco pessoal e/ou social.
A proteção social básica prestada pela assistência social visa a prevenção de situações de risco e inclusão social por meio do desenvolvimento de potencialidades e de habilidades e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por intermédio de ações de convivência e atividades socioeducativas e acesso à renda (Benefício de Prestação Continuada (BPC), Benefícios Eventuais). Esses serviços e benefícios são ofertados e/ou articulados no equipamento de política social básica de assistência social – Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
Visto o crescimento populacional de idosos no estado de São Paulo, o governo do estado resolveu implementar programas sociais voltados a essa população.
No Estado de São Paulo a transformação na estrutura etária populacional já é uma realidade. Hoje a população idosa representa 13,19% da população total (cerca de 5,6 milhões de pessoas), segundo dados de 2015 da Fundação SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados. Em algumas regiões, os índices de envelhecimento são bastante elevados como as regiões Noroeste, Baixada Santista e Grande São Paulo.
Para enfrentar esse desafio, o Governo do Estado de São Paulo instituiu pelo Decreto nº 58.047 de 15 de maio de 2012, o Programa que desenvolve ações intersecretariais baseadas no conceito do envelhecimento ativo da Organização Mundial de Saúde distribuídas em quatro eixos: proteção, educação, saúde e participação da população idosa do Estado.
Como funciona
- São 11 Secretarias de Estado envolvidas e o Fundo Social de São Paulo, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Social.
- Ações em curso: Programa VidAtiva e Jogos Regionais do Idoso (Esporte); Melhor Viagem (Turismo); Centros de Referência do Idoso, Hospitais de Cuidados Continuados e Ambulatórios Especializados no Idoso (Saúde); Projeto Viva Mais: Praça de Exercício (FUSSESP); Universidade Aberta à Terceira Idade, Inclusão Digital, cursos de graduação e pós-graduação em Gerontologia (Educação).
- A Secretaria de Desenvolvimento Social atua em cinco frentes: Implantação de Centros Dia e Centros de Convivência, Vila Dignidade, Fundo Estadual do Idoso e Selo Amigo do Idoso.
Serviços voltados às famílias e cuidadores;
Alguns serviços e ações específicas de atenção às família e aos cuidadores visam oferecer condições adequadas para o cuidado com pessoas dependentes, na perspectiva de preservar o convívio familiar e social, bem como “cuidar de quem cuida”. Configura-se como serviços e ações:
Capacitação/orientações sobre questões gerais relacionadas ao envelhecimento e específicas sobre cuidados, de acordo com os tipos e graus da dependência, para cuidar melhor e para promover o autocuidado, como; controle de stress, atividade física, relacionamento social, comportamento preventivo, nutrição.
Oferta de serviços de referência e contra-referência objetivando a inserção na rede socioassistencial.
Atividades e ações que promovam o convívio e o desenvolvimento de atividades visando o socioeducativo; a troca de experiências entre familiares e/ou profissionais cuidadores, o exercício da escuta e da fala, a elaboração de dificuldades e de reconhecimento de potencialidades.
Dentre as atividades, podemos destacar os grupos de cuidadores que são espaços onde, por meio da troca de experiências, os cuidadores conversam, aprendem e ensinam a arte do cuidar. Nesses grupos é possível conversar sobre as boas experiências e também falar sobre as angústias, medos e dificuldades. As pessoas do grupo formam uma rede de apoio, uma vez que todos estão unidos pelo mesmo motivo. O grupo é aberto a todas as pessoas que estão envolvidas com o ato de cuidar do outro, tais como: cuidadores, familiares e amigos. Compartilhar experiências traz alívio, pois assim o cuidador percebe que não está sozinho, que as dúvidas e dificuldades não são só suas e também que suas experiências podem ser valiosas para outros cuidadores.
A equipe de saúde pode ajudar na organização e formação de grupos de cuidadores. Algumas instituições também têm experiência em organizar esses grupos, como a Pastoral, ABRAz, os Centros de Referência em Saúde da Pessoa Idosa, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), entre outras.
 
QUANTO AOS DIREITOS DO CUIDADOR;
A atividade de Cuidador de Idosos foi recentemente classificada como ocupação pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, passando a constar na tabela da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, sob o código 5162-10.
A classificação da CBO garante que o desempenho do cuidador na atividade possa ser comprovado junto aos órgãos oficiais, tais como, Ministério do Trabalho e Emprego, Previdência Social, Receita Federal, IBGE, etc. Assim, a atividade poderá constar nas estatísticas oficiais de forma específica e não de forma genérica, sem as distinções que merece, como era feito até então.
Quais são os direitos trabalhistas do cuidador de idosos?
Enquanto não for aprovada legislação própria que garanta direitos específicos aos cuidadores de idosos, estes permanecem submetidos às normas gerais, comuns a todos os demais trabalhadores, as quais variam de acordo com a forma com que desempenham suas atividades. Assim, primeiramente deve ser identificado o tipo de contrato de trabalho em que se enquadra o cuidador de idosos, seja empregado comum (o dito celetista), autônomo ou doméstico.
1) O Cuidador de idosos com vínculo empregatício e regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
É aquele que firma o contrato individual de trabalho previsto no artigo 442 da CLT, caracterizado como o “acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego”.
Empregado, segundo o que dispõe o artigo 3º da CLT é “toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Já empregador, segundo o artigo 2º do mesmo diploma legal, é “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”.
Dos conceitos acima, podemos extrair os elementos que caracterizam a figura do empregado, que são os abaixo relacionados.
a) Pessoa física – A relação de emprego exige que o trabalho seja sempre prestado por pessoa física. Já o empregador pode ser pessoa física ou jurídica (um hospital, por exemplo).
b) Pessoalidade – O trabalho em um determinado contrato só pode ser efetuado pela pessoa que foi contratada. Se ela for substituída por outra, novo contrato surgirá.
c) Não-Eventualidade – Trabalho eventual é aquele prestado de forma esporádica, passageira, sem intenção de permanência. Assim, trabalho não-eventual é o prestado de forma contínua, com ânimo de permanência e regularidade.
d) Onerosidade – O empregado, ao emprestar sua força de trabalho para o patrão, não o faz de forma gratuita, e sim visando a uma contraprestação pelo esforço espendido, que se materializa na figura do salário.
e) Subordinação – Ao concordar com o contrato de trabalho o empregado compromete-se a acolher o poder de direção empresarial do patrão, ficando a ele subordinado juridicamente.
Presentes essas cinco características, configurado está o contrato de emprego, passando o empregado, no caso o cuidador de idosos, a ser protegido pelo manto da CLT, exceto nos casos nela previsto, os quais veremos mais adiante.
Ressalte-se que mesmo as instituições de beneficência e as entidades sem fins lucrativos são consideradas empregadoras, de acordo com a CLT, que assim dispõe:
“art.2º ...
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadorescomo empregados” (grifamos) Assim, tais entidades estão obrigadas a cumprir todos os direitos previstos, na legislação trabalhista, tais como: assinatura de CTPS, recolhimento de FGTS, pagamento de horas-extras, adicional noturno, adicional de periculosidade e insalubridade (de acordo com laudo específico), repouso semanal e em feriados, etc.
2) O cuidador autônomo de pessoa idosa
Trabalho autônomo é aquele em que o trabalhador presta serviço sem subordinação ao seu tomador, ou seja, a direção da prestação do serviço é de responsabilidade do contratado, o qual pode, inclusive, fazer-se substituir por outrem, tendo em vista que o trabalho autônomo não exige necessariamente a pessoalidade. Pode inclusive o trabalhador autônomo constituir pessoa jurídica, pois essa modalidade de contrato não exige que o trabalhador seja pessoa física (intuito personae).
Assim sendo, cuidador de pessoas idosas autônomo é toda pessoa física ou jurídica que exerce habitualmente e por conta própria atividade profissional remunerada, prestando a terceiros serviço especializado de cuidado de idosos, sem relação de emprego e sem qualquer subordinação jurídica. Seus serviços ocorrem geralmente de forma eventual – ou esporádica.
As disposições da legislação trabalhista não são aplicáveis ao autônomo, por faltar em seu contrato o elemento da subordinação acima explicado. Seus contratos não são regidos pela CLT, e sim pelo Código Civil Brasileiro.
Os Cuidadores de Pessoas Idosas autônomos estão obrigados a recolher a contribuição sindical ao órgão representativo de sua classe e a contribuição social para a Previdência Social, na categoria “autônomo”.
3. O cuidador de pessoas idosas doméstico
Empregado doméstico é a pessoa física que presta, com pessoalidade, onerosidade e subordinadamente, serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, em função do âmbito residencial destas.
No tocante à natureza do serviço prestado, a legislação não discrimina, especifica ou restringe o tipo de trabalho prestado, bastando que se enquadrem no conceito acima explicitado.
Assim se enquadra na categoria de trabalhador doméstico o cuidador de idoso pessoa física, que presta serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou família, no âmbito residencial desta, mediante salário. Portanto, para que o cuidador de idoso se enquadre nesta categoria, é necessário que tenha sido contratado e seja remunerado pela própria pessoa ou por familiar dela, sem que para sua contratação haja qualquer aferição de lucro.
A CLT exclui o empregador doméstico de sua proteção. Seus direitos trabalhistas estão previstos nas Leis nº 5.859/72, 7.418/85, 11.354/06 e no Art.
7º, Parágrafo único da Constituição Federal, sendo eles: Carteira de trabalho assinada, licença-maternidade (120 dias), licença paternidade, aviso-prévio, repouso semanal remunerado, salário não inferior ao mínimo, férias anuais com remuneração acrescida de um terço (atualmente as férias são de trinta dias), décimo-terceiro salário, irredutibilidade de salário, inscrição na previdência social, vale-transporte, descanso remunerado em feriados e estabilidade à gestante (desde a confirmação da gravidez até 05 meses após o parto).
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, ainda não consiste em direito garantido aos domésticos, mas pode ser concedido por opção de seu empregador. Neste caso, o cuidador de idosos que trabalhou com CTPS assinada durante quinze meses de um período de vinte e quatro meses também fará jus ao recebimento de seguro-desemprego, num total de três parcelas de um salário mínimo cada.
QUANTO AOS DIREITOS DA PESSOA IDOSA (O CUIDADO) NA LEGISLAÇÃO;
1) Na Constituição Federal. 
 A proteção ao idoso tem assento constitucional e esta vem estampada logo no art. 1º da Constituição Federal – CF ao estabelecer que a República Federativa do Brasil tem como fundamentos, dentre outros, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
Esses fundamentos inauguram uma série de direitos protetivos que visam garantir ao idoso, além das garantias constitucionais asseguradas a qualquer cidadão, direitos específicos. Vejamos.
A CF assevera que um dos objetivos fundamentais da República é o de construir uma sociedade livre, justa e solidária, promovendo o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, I e IV).
Ainda, como direitos e garantias fundamentais, determina em seu art. 5º que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, prosseguindo que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (XLVIII).
O inciso XXX do art. 7º, ao tratar dos direitos sociais, proíbe a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Aos maiores de 70 (setenta) anos é facultado o direito de votar (art. 14, §1º, II, b).
Continuando a proteção etária, a pessoa idosa tem direito ao seguro social ou aposentadoria, variando as idades, se homem ou mulher, se trabalhador urbano ou rural (art. 201).
Para a pessoa idosa que não integre o seguro social, a Constituição assegura a prestação de assistência social à velhice. Tal proteção deve se dar com os recursos orçamentários da previdência social e prevê, entre outras iniciativas, a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa idosa que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família (art. 203, V).
Especial destaque na proteção constitucional à pessoa idosa é o papel da família. A família é a base da sociedade e merece atenção especial do Estado.
A partir dessa conceituação, o Estado deverá assegurar assistência a cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações (art. 226).
Além disso, da mesma forma que os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Ainda com respeito ao aspecto familiar, é dever da família, bem como do Estado e da sociedade, amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida (art. 230), sendo que os programas de amparo aos idosos serão executados, preferencialmente, em seus lares (§1º).
A Constituição Federal garante, ainda, aos maiores de sessenta e cinco anos a gratuidade dos transportes coletivos (art. 230, § 2º).
Ao Ministério Público, a CF reserva a defesa dos direitos coletivos da sociedade (art. 127), incluindo-se idosos e, no campo individual, os idosos podem contar com o apoio da Defensoria Pública (art. 134).
2) No Estatuto do Idoso
Na Constituição Federal de 1988 estão reafirmados os direitos humanos. Esta Constituição dá uma forte ênfase aos direitos humanos. Ela é a mais avançada em matéria de direitos individuais e sociais na história do Brasil. Por isso, foi denominada e Constituição Cidadã. O Estatuto do Idoso promulgado em 2003, bem depois da Constituição Federal, também reafirma os direitos humanos (Ver assunto, Os direitos da pessoa idosa na legislação). 
Destacamos estes artigos do estatuto: 
• Art. 2º. “O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana...” • Art. 10. “É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.”
Há diversas outras leis que tratam dos direitos dos idosos, como a Política Nacional do Idoso. Entretanto, o Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/03 é o expoente máximo da legislação protetiva ao idoso. 
Vejamos. 
O Estatuto visa a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ousuperior a 60 (sessenta) anos (art. 1º).
Em seu art. 3º, preconiza que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade (prioridade esta assegurada após a criança e o adolescente conforme art. 227 da CF), a efetivação do direito à vida, à saúde , à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, Manual do Cuidador da Pessoa Idosa ao respeito e à convivência familiar e comunitária, especificando, ainda, no parágrafo primeiro do mesmo artigo, o que vem a ser a sobredita prioridade.
O Estatuto veda qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão ao idoso, sendo todo o atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, punido, bem como é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso (art. 4º).
Todo o cidadão que tenha testemunhado ou tenha conhecimento de qualquer forma de violação ao Estatuto tem o dever de comunicar o fato à autoridade competente, sob pena de ser responsabilizado, o mesmo se aplicando à pessoa jurídica (arts. 5º e 6º).
No título dos direitos fundamentais do idoso, temos os seguintes capítulos:
a) do direito à vida – arts. 8º e 9º – O direito ao envelhecimento é um direito de todo ser humano, daí o Estatuto considerá-lo um direito personalíssimo;
b) do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade – art. 10 – O respeito e a dignidade decorrem do pleno exercício de sua liberdade, entendendo-se liberdade como autonomia, como capacidade de exercer com consciência os seus direitos, sendo dever de todos colocar o idoso a salvo de qualquer tratamento desumano ou constrangedor;
c) dos alimentos – arts. 11 a 14 – interessante destacar neste item é que agora a obrigação alimentar passa a ser solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores, ou seja, os pais podem escolher dentre os filhos para prestar alimentos;
d) do direito à saúde – arts. 15 a 19 – destaca-se aqui o dever do Poder Público em fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação e reabilitação. Além disso, há a previsão de atendimento domiciliar, incluindo a internação, para o idoso que dele necessitar e esteja impossibilitado de se locomover;
e) da educação, cultura, esporte e lazer – arts. 20 a 25 – a fim de inserir o idoso no processo cultural, o Estatuto garante que a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais;
f) da profissionalização e do trabalho – arts. 26 a 28 – na admissão
do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo exigir;
g) da previdência social – arts. 29 a 32 – a data-base dos aposentados e pensionistas passa a ser o dia 1º de maio;
h) da assistência social – arts. 33 a 36 – é assegurado aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos e que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo;
i) da habitação – arts. 37 e 38 – o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos;
j) do transporte – arts. 39 a 42 – seguindo o que determina a CF, é assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos, bastando, para tanto, que o idoso apresente qualquer documento pessoal que identifique sua idade, sendo reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os mesmos. A legislação local poderá dispor sobre as condições para o exercício de tal gratuidade às pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos. O idoso que comprove renda de até 02 salários mínimos também tem direito ao transporte coletivo interestadual gratuito, sendo assegurada a gratuidade de duas vagas por veículo e o desconto de 50% no valor da passagem que exceder à reserva de vagas.
Quanto ao acesso à justiça, o Estatuto assegura prioridade na tramitação dos processos. Tal prioridade será requerida à autoridade judiciária competente, mediante prova de sua idade. Ressalte-se que essa prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
A prioridade também se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária, sendo garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis (arts 70 e 71).
O Estatuto cria, ainda, uma série de crimes específicos, merecendo destaque os seguintes:
a) art. 96 – prevê pena de reclusão de 6 meses a 01 ano e multa a quem discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte e ao exercício da cidadania.
Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar ou menosprezar pessoa idosa. Essa pena, porém, será aumentada de 1/3, se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente;
b) art. 97 – prevê pena de detenção de 6 meses a 01 ano e multa a quem deixar de prestar assistência ao idoso em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde ou não pedir socorro de autoridade pública, quando possível fazê-lo sem risco pessoal. Essa pena é aumentada de metade, se da omissão resultar lesão corporal grave e triplicada, se resultar morte;
c) art. 98 – prevê pena de detenção de 6 meses a 03 anos e multa a quem abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei;
d) art. 99 – quem expõe a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, incorre em pena de detenção de 2 meses a 01 ano e multa. Se do fato resultar lesão corporal de natureza grave, a pena passa a ser de reclusão de 01 a 4 anos e se resultar em morte, de 4 a 12 anos de reclusão;
e) art. 102 – quem se apropria de bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade é apenado com reclusão de 1 a 4 anos e multa;
f) art. 104 – prevê pena de detenção de 6 meses a 2 anos e multa a quem reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida;
g) art. 106 – quem induz pessoa idosa sem discernimento de seus atoa outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente é apenado com reclusão de 2 a 4 anos.
Sugestões para leituras:
Estatuto do Idoso. Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003.
Constituição da República Federativa do Brasil. 05 de outubro de 1988.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. ONU. 10 de dezembro de 1948.
11. O QUE É E PARA QUE SERVE O BPC?
O BPC é um benefício de 01 salário mínimo mensal pago às pessoas idosas com 65 anos ou mais, conforme o estabelecido no Art. 34 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - o Estatuto do Idoso, e às pessoas com deficiência incapacitadas para a vida independente e para o trabalho. Está previsto no artigo 2º, inciso IV, da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS (Leinº 8.742 de 07 de dezembro de 1993) e regulamentado pelo Decreto nº 1.744, de 08 de dezembro de 1995 e pela Lei nº 9.720, de 20 de novembro de 1998 e está em vigor desde 1º de janeiro de 1996. Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a sua operacionalização.
Serve como auxílio mensal/financeiro, equivalente a um salário mínimo que são destinadas a pessoas idosas com 65 anos ou mais, pessoas com deficiência e incapacitadas para o trabalho para ajuda-las a suprir suas necessidades ou parte delas. Em ambos os casos, a renda familiar per capita dos beneficiários tem de ser inferior a ¼ do salário mínimo.
12. SOBRE OS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS.
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece vários benefícios que juntos garantem tranqüilidade quanto ao presente e em relação ao futuro assegurando um rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os meses.
A Previdência Social Brasileira, através do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS concede uma série de benefícios em decorrência de fatos que ocorrem em nossas vidas. O INSS, ao conceder os benefícios de prestação continuada, deve observar os preceitos legais que regem a matéria, para que tais prestações sejam pagas de modo correto, ou seja, correspondentes às contribuições pagas pelo segurado, e respeitando suas respectivas bases de cálculo previstas em lei, tendo em vista o tipo de benefício concedido, além do fato que ensejou a sua concessão (o qual determinará o seu enquadramento legal).
A diferenciação entre as categorias reside na forma de contribuição, que pode ser por vínculo empregatício ou não. Além disso, existem dois tipos de segurados da previdência social: obrigatório e facultativo. A ambos, em todas as categorias, a previdência social garante todos os benefícios, entre eles os mais conhecidos: aposentadoria e pensão por morte.
Segurados obrigatórios da previdência social por categoria
· Empregado
· Empregado doméstico
· Contribuinte individual
· Trabalhador avulso
· Segurado especial
13. LEGISLAÇÕES IMPORTANTES PARA O AMPARO AO IDOSO.
- Estatuto da Pessoa Idosa (Lei № 10.741/03).
- Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei № 8.069 de 13 de julho de 1990).
- Política Nacional de Saúde para Pessoa Idosa (Portaria № 2.528/96).
- Política Nacional do Idoso (Lei № 8.842/94; Decreto n. 1.942/04).
- Legislação do Conselho Nacional de Direitos dos Idosos (Decreto № 5.109/04).
- Lei de Acessibilidade (Lei № 10.098/00; Decreto № 5.296/04).
- Política Nacional para integração da pessoa portadora de deficiência (Lei № 7853/89; Decreto № 3298/99).
E, por fim, para garantir o cumprimento do que estabelece, o Estatuto transforma em crime, com penas que vão até 12 anos de prisão, negligência e maus tratos a pessoas idosas.
Art.194 - conceito de seguridade social. Assegurando direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social;
Art.196 - a saúde é direito de todos e dever do Estado;
Art.201 - § 4º - reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real;
Art.203 - assistência social para quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
V - garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;
Art.229 - os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade;
Art.230 - a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas.
§ 1º - os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º - aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
Algumas leis e decretos criados para cumprir a Constituição;
LEI nº 8.112 de 11.12.1990 - Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
LEI nº 8.212 de 24.7.1991 - Organização da Seguridade Social, e Plano de Custeio. 
LEI nº 8.213 de 24.7.1991 - Planos de Benefícios da Previdência Social. 
LEI nº 8.245 de 18.10.1991 - Locação dos imóveis urbanos e os procedimentos pertinentes. 
LEI nº 8.742 de 7.12.1993 - Organização da Assistência Social. (LOAS) 
LEI nº 8.842 de 4.1.1994 - Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso. 
DECRETO nº 1.904 de 13.5.1996 - Institui o Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH (previa a criação de conselhos e programas de assistência aos idosos) 
LEI nº 9.656 de 3.6.1998 - Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde
14. QUAIS SÃO OS ORGÃOS DE DIREITO.
Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos – CNDI.
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente – CONANDA.
Conselho Nacional de Pessoa Portadora de Deficiência – CONADE.
Coordenadoria para Integração da Pessoa com Deficiência – CORDE.
15. REDES DE APOIO SOCIAL. 
“O apoio social compreende os diversos recursos emocionais, informativos e instrumentais que os sujeitos recebem através das relações sociais sistemáticas, incluindo desde os relacionamentos mais íntimos com amigos e familiares próximos até relacionamento de maior densidade social”.
Defesa de direitos: 
 Conselho de Defesa; 
 Ministério Público; 
 Defensoria Pública; 
 Poder Judiciário;
 Secretaria de Direitos Humanos;
 Delegacias.
Secretarias: 
 Assistência social; 
 Educação e Cultura;
 Esporte e lazer; 
 Turismo; 
 Infraestrutura/Desenvolvimento urbano; 
 Transporte; 
 Trabalho e emprego; 
 Entre outras.
Outros serviços: 
 SESC/SESI/SENAI; 
 Igrejas; 
 Associações; 
 Grupos sociais; 
 OAB; 
 Sociedade Civil Organizada (Lions, Rotary, Maçonaria); 
 ONGs, Entre outros.
16. COMENTE OS CUIDADOS NO DOMICÍLIO PARA PESSOAS ACAMADAS OU COM LIMITAÇÕES FÍSICAS. 
Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. A pessoa acamada ou com limitações, necessita da ajuda do cuidador, para realizar atividades de autocuidado. 
 A higiene corporal além de proporcionar conforto e bem-estar se constitui um fator importante para recuperação da saúde. O banho deve ser diário, no chuveiro, banheira ou na cama. Procure fazer do horário do banho um momento de relaxamento. 
Fique atento: Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, às vezes, se recusar a tomar banho. É preciso que o cuidador identifique as causas. Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para locomover-se, tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto. É preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para lidar com essas questões. Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que confiança se conquista, com carinho, tempo e respeito.
17. COMO PROCEDER NO BANHO DE CHUVEIRO COM O AUXILIO DO CUIDADOR.
Proceder no banho de chuveiro com auxílio do cuidador: 
Separe antecipadamente as roupas pessoais.
Prepare o banheiro e coloque num lugar de fácil acesso os objetos necessários para o banho. Regule a temperatura da água.
Mantenha fechadas portas e janelas para evitar as correntes de ar.
Retire a roupa da pessoa ainda no quarto e a proteja com um roupão ou toalha.
Evite olhar para o corpo despido da pessoa a fim de não constrange-la.
Coloque a pessoa no banho e não a deixe sozinha porque ela pode escorregar e cair.
Estimule, oriente, supervisione e auxilie a pessoa cuidada a fazer sua higiene. Só faça aquilo que ela não é capaz de fazer.
 Após o banho, ajude a pessoa a se enxugar. Seque bem as partes íntimas, dobras de joelho, cotovelos, debaixo das mamas, axilas e entre os dedos. A higiene dos cabelos deve ser feita no mínimo três vezes por semana. Diariamenteinspecione o couro cabeludo observando se há feridas, piolhos, coceira ou áreas de quedas de cabelo. 
Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de consultar a pessoa antes de cortar seus cabelos, pois ela pode não concordar por questão religiosa ou por outro motivo. O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plástico com apoio lateral colocada sobre tapete antiderrapante, ou em cadeiras próprias para banhos, disponíveis no comércio.
18. COMO PROCEDER NO BANHO DE LEITO.
Quando a pessoa não consegue se locomover até o chuveiro o banho pode ser feito na cama.
Caso a pessoa seja muito pesada ou sinta dor ao mudar de posição, é bom que o cuidador seja ajudado por outra pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso é importante para proporcionar maior segurança à pessoa cuidada e para evitar danos à saúde do cuidador.
Antes de iniciar o banho na cama, prepare todo o material que vai usar: papagaio, comadre, bacia, água morna, sabonete, toalha, escova de dentes, lençóis, forro plástico e roupas.
 É conveniente que o cuidador proteja as mãos com luvas de borracha. Existe no comércio materiais próprios para banhos, no entanto o cuidador pode improvisar materiais que facilitem a higiene na cama.
Antes de iniciar o banho cubra o colchão com plástico.
Iniciar a higiene corporal pela cabeça. 
Com um pano molhado e pouco sabonete, faça a higiene do rosto, passando o pano no rosto, nas orelhas e no pescoço. Enxágue o pano em água limpa e passe na pele até retirar toda a espuma, secar bem.
Lavagem dos cabelos: 
Cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada no travesseiro que deve estar na beirada da cama.
Ponha, embaixo da cabeça da pessoa, uma bacia ou balde para receber a água. Molhe a cabeça da pessoa e passe pouco xampu. 
Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire toda espuma.
Seque os cabelos.
Corpo:
Lave com uma pano umedecido e sabonete os braços, não se esquecendo das axilas, as mãos, tórax e a barriga. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e cubra o corpo da pessoa com lençol ou toalha. Nas mulheres e pessoas obesas é preciso secar muito bem a região em baixo das mamas, para evitar assaduras e micoses.
Faça da mesma forma a higiene das pernas, secando-as e cobrindo-as. 
Coloque os pés da pessoa numa bacia com água morna e sabonete, lave bem entre os dedos, seque bem os pés e entre os dedos, passe creme hidratante. 
Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. 
Seque e massageie as costas com óleo ou creme hidratante para ativar a circulação. Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das partes íntimas.
 Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita que a água escorra do ânus para a vulva. 
No homem é importante descobrir a cabeça do pênis para que possa lavar e secar bem. 
A higiene das partes íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e evacuar, assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras).
Fique atento: Se durante a higiene você observar alteração na cor e na temperatura da pele, inchaço, manchas, feridas, principalmente das regiões mais quentes e úmidas e daquelas expostas a fezes e urina, assim como alteração na cor, consistência e cheiro das fezes e da urina, comunique esses fatos à equipe de saúde.
É importante usar um pano macio para fazer a higiene e lembrar que as partes do corpo que ficam em contato com o colchão estão mais finas e sensíveis e qualquer esfregada mais forte pode provocar o rompimento da pele e a formação de feridas (escaras).
19. CUIDADOS PARA EVITAR ASSADURA.
As assaduras são lesões na pele, provocadas pela umidade e calor ou pelo contato com fezes e urina. As assaduras são portas abertas para outras infecções. Pode ser agravada por infecções de bactérias ou fungos, como a Cândida Albicans, que causa a candidíase, por exemplo. E pode ser confundida com outras doenças com sintomas semelhantes, como a psoríase.
 A irritação surge, na maior parte das vezes, por conta da umidade, maceração da pele, ou pela exposição a substâncias ou dejetos, como fezes e urina. Isso ocorre com mais frequência em áreas de pele fina e de dobra.
Os cuidados importantes para evita-las são:
Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a área mais seca; 
 Fazer a higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a região; 
Se for possível exponha a área da assadura ao sol, isso ajuda na cicatrização da pele.
Solicite orientação da equipe de saúde caso não haja melhora no quadro, mesmo após os cuidados.
20. OS 10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.
Entre os Cuidados diários com a saúde que contribuem para um ritmo favorável de envelhecimento está alimentação saudável. Com o passar dos anos, o corpo começa a apresentar naturalmente algumas mudanças, que muitas vezes as pessoas demoram a perceber, mas que podem interferir na sua alimentação. 
Tornar o ambiente da cozinha e o local de refeições mais adequado e agradável para conferir maior conforto, segurança e autonomia no dia-a-dia das pessoas idosas é uma medida que tem impacto positivo na autoestima, no preparo das refeições e no estabelecimento do prazer à mesa. 
Planejar as refeições e utilizar medidas corretas de higiene e cozimento durante o preparo dos alimentos pode contribuir para a satisfação com a alimentação, evitando riscos de acidentes e danos à saúde, principalmente para quem já se encontra em idade mais avançada, e, ao mesmo tempo, permite atender aos princípios de uma alimentação saudável. Assegurar a participação da pessoa idosa no planejamento da alimentação diária e no preparo das refeições possibilita o maior envolvimento com a alimentação. Assim, cria-se uma condição propícia para discutir a necessidade de eventuais mudanças nos procedimentos associados à compra, ao armazenamento, à higiene pessoal e ao preparo dos alimentos a fim de facilitar o seu dia-a-dia e favorecer uma alimentação segura.
1º Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições!
2º Inclua diariamente seis porções do grupo dos cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos como a batata, raízes como mandioca/macaxeira/aipim, nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural.
3º Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches.
4º Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e bom para a saúde.
5º Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis!
6º Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina.
7º Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação. Coma-os, no máximo, duas vezes por semana.
8º Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa.
9º passo: Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições.
10º Mantenha seu peso dentro dos limites saudáveis, torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo. 
É importante lembrar: Além da alimentação saudável, a atividade física é importante para manter um peso saudável. Movimente-se, descubra um tipo de atividade física agradável. O prazer é também fundamental para a saúde. Caminhe, dance, brinque com crianças, faça alguns exercícios leves. Aproveite o espaço doméstico e os espaços públicos próximos a sua casa para movimentar-se. Convideos vizinhos e amigos para acompanhá-lo. 
Evitar o fumo e o consumo frequente de bebida alcoólica também ajuda a diminuir o risco de doenças graves, como câncer e cirrose, e pode contribuir para melhorar a qualidade de vida. Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis!
 
21. SOBRE OS CUIDADOS GERAIS COM A BOCA.
Nos idosos é mais delicado, uma vez que a sensibilidade é predominante, portanto, os cuidados devem ser redobrados. A higiene bucal e a visita ao dentista são de extrema importância.
Com uma alimentação saudável rica em proteínas, frutas, legumes e verduras, além de hábitos saudáveis, evitando doces e refrigerantes, podem prevenir esses tipos de doenças. Como o idoso tem sua imunidade baixa, se torna fácil ter algumas dessas doenças se a higiene bucal não for feita correta e regularmente. Os medicamentos utilizados pelos idosos também são fatores que contribuem para o aparecimento de doenças bucais prejudicando a saúde e qualidade de vida dessas pessoas. As cáries de raiz, lesões nos tecidos e xerostomia são as doenças que podem dificultar a mastigação de determinados alimentos e dessa forma os nutrientes contidos neles não são absorvidos corretamente. 
A higienização oral deve ser realizada diariamente tanto em idosos com dentição própria quanto naqueles que possuem prótese dentária. Um profissional da saúde ou os próprios familiares podem avaliar a habilidade motora do idoso ao desenvolver esta atividade. Quando o mesmo conseguir desenvolver estas ações de maneira eficaz, deve-se auxiliar o mínimo possível, promovendo assim a autonomia do indivíduo. Entretanto, nos casos de maior dependência, esta deve ser uma atividade integrada à rotina de higiene corporal realizada pelo responsável do idoso. 
Dentes: deve-se escovar todas as superfícies dos dentes alcançadas pela escova, para a remoção efetiva da placa bacteriana. O uso do fio dental, fita dental ou escovas interdentais auxiliam na limpeza das áreas que a escova não alcança.
Mucosas: passar gentilmente gaze embebida em solução própria pelas regiões das bochechas, gengivas, céu da boca, lábios e língua. 
Língua: feita com gaze embebida em solução própria, ou durante a escovação, ou utilizando raspadores de língua, com atenção para não causar náuseas.
Podem ser utilizados clorexidina ou flúor, ambos em forma de gel, ou creme dental, somente se a formação de espuma não cause desconforto ao idoso. 
 Da mesma maneira que a falta de dentes acarreta uma série de alterações na qualidade de vida do idoso, a higienização inadequada ou não realização da mesma, pode levar a sérias complicações de saúde. Podemos enumerar algumas, como, alteração do paladar e diminuição da ingestão (já reduzida pelo avançar da idade) e alteração das bactérias presentes na cavidade oral, com crescimento de bactérias patogênicas (causadoras de doenças). Pesquisas têm demonstrado que a má condição de saúde bucal, principalmente as doenças periodontais (da gengiva e osso que suporta os dentes), pode aumentar as chances de doenças como pneumonia, cardiopatias e diabetes, bem como agrava o estado de saúde geral da pessoa idosa.
Para idosos com perda total dos dentes: Deve-se utilizar uma gaze ou algodão embebido em água, para a limpeza das mucosas. Essa limpeza deve ser realizada após cada refeição e, principalmente à noite, antes de dormir. Como usar a gaze: Envolver a gaze no dedo indicador e após umedecê-la passar por toda cavidade oral, sem esfregar, mas com movimentos firmes para retirada de todo a sujeira. Se necessário trocar de gaze durante a limpeza. Também pode ser feita a bonequinha, envolvendo gaze em espátula de madeira e realizar o mesmo procedimento. 
Higienização de próteses: Periodicamente, faça uma limpeza mais rigorosa das dentaduras e pontes móveis em uma solução de meio copo de água comum com três gotas de água sanitária por 30 minutos, duas vezes por semana no mínimo, colocadas em recipiente com tampa. Em seguida lave bem com detergente neutro ou sabão de coco em água corrente.
22. SOBRE OS CUIDADOS PARA ALIVIAR SINTOMAS DE:
Náuseas e vômitos: 
As refeições (2 a 3 litros/dia);
As refeições devem ser mais fracionadas (7 a 8 vezes por dia) e devem ser servidas em pequenas porções;
Evitar alimentos em temperaturas quentes, pois liberam odores que podem agravar as náuseas. Alimentos mais secos e com temperaturas mais frias são mais bem aceitos;
Mastigação lenta é bastante importante;
Evitar que o paciente fique perto do local do preparo das refeições;
O paciente deve ficar em posição reclinada ao alimentar-se. Caso seja possível evitar que o paciente se deite logo após a refeição, pois isto favorece os vômitos;
Optar por alimentos de fácil digestão, restringindo doces e gorduras, alimentos muito temperados, muito salgados, picantes e ácidos (pimenta, catchup, mostarda, molho inglês);
Restringir produtos aromatizados ou com odores fortes.
Disfagia: 
Refeições menores e oferecidas mais vezes durante o dia (7/8 vezes) proporcionam melhor aceitação;
Ingestão de líquidos em pequenas porções nos intervalos das refeições e durante o dia todo, podendo-se utilizar canudos. Caso o paciente apresente dificuldade para engolir líquidos estes devem ser espessados;
O paciente deve manter-se sentado ou em posição reclinada (com ajuda de travesseiros nas costas) para evitar riscos de engasgar;
Deve-se optar por alimentos leves e macios, dietas líquidas engrossadas com leite em pó, arrozina, amido de milho (maisena), dieta líquida pastosa (gelatinas, pudins, vitaminas de frutas espessas, sopas batidas tipo creme, mingaus, purê de frutas, polenta com caldo de feijão).
Para variar, pode-se acrescentar macarrão, mandioquinha, cará, inhame e aveia nas sopas para engrossá-las.
Evitar alimentos de consistência dura, farinhentos e secos como o pão, torradas, bolachas. Exceto se os mesmos forem oferecidos molhados em chás ou leite, por exemplo.
Constipação Intestinal: 
Com o envelhecimento, há aumento da incidência de constipação intestinal, mais conhecida como prisão de ventre, é um problema que atinge grande parcela da população idosa. A constipação é caracterizada pelo número de evacuações inferior a três vezes por semana; pela diminuição do número de evacuações considerado usual nos últimos meses, ou, dificuldades para evacuar normalmente.
Além disso, alguns fatores estão relacionados com a causa da constipação intestinal como: dieta pobre em fibras, redução da atividade física, perda da eficácia da força de pressão abdominal em razão de problemas de coluna, fraqueza da musculatura da parede intestinal e diminuição do reflexo de defecação.
A dieta para idosos deve ser balanceada para proporcionar um ótimo estado nutricional, prevenindo ou tratando disfunções orgânicas e problemas intestinais. Para isso, todos os nutrientes devem ser ingeridos e a alimentação deve estar adequada em quantidade e qualidade, principalmente aquelas ricas em fibras.
Comer uma variedade de alimentos, para obter energia, proteínas, vitaminas, minerais e fibras necessários a uma boa saúde;
Recomenda-se uma ingestão diária de 25-30g de fibras por dia que pode ser alcançada através do consumo de cereais integrais, frutas, verduras e legumes;
Diminuição do consumo de alimentos refinados como: açúcar, doces, bolos, arroz branco, massas, pão branco, farinha de trigo refinada;
Aumentar a ingestão hídrica: água no mínimo 2 litros por dia, consumo de sucos naturais, água de coco e prática de atividades físicas sob orientação médica.
Ter uma dieta pobre em gordura saturada e colesterol, para reduzir os riscos de se desenvolver doenças cardiovasculares;
Moderar o consumo de sal e sódio, para reduzir os riscos de se desenvolver hipertensão.
Flatulências:
 Inúmeros fatores alteram o funcionamento do sistema digestivo, destacando-se os hábitos alimentares e a tensão emocional. Ao redor dos 50 anos, o estômago e os intestinos passam a produzir menos sucos digestivos o que leva a uma diminuição na velocidade da digestão. Na 3ª idade o suco gástrico fica menos ácido e o esvaziamento do estômago fica mais lento.Há diminuição de afluxo de sangue para todo o aparelho digestivo e a movimentação do intestino diminui. 
Estas modificações levam a alterações na absorção de substâncias. Isto acarreta importância fundamental quando ocorrer a utilização de remédios, que podem se tornar mais tóxicos, ou menos eficazes, além de ter reflexos na absorção dos alimentos. Certos alimentos podem aumentar a produção de gases em algumas pessoas, são chamados de alimentos fermentativos. São eles: agrião, alho, cebola, leite, repolho, leguminosas como o feijão, melancia, nabo, pepino, rabanete, vagem, acelga, brócolis, couve, pimentão, bebidas gaseificadas e muito açucaradas, como refrigerante, batata-doce, couve-flor, ovo, pimenta, condimentos e alimentos gordurosos. Esses alimentos flatulentos devem ser consumidos com moderação por pessoas que apresentem maior sensibilidade à produção de gases.
 Evitar conversar durante as refeições.
Comer devagar e mastigue bem os alimentos.
Evitar o uso de canudos.
Alimentos como alho, cebola, repolho e couve devem ser consumidos, de preferência, refogados.
Evitar o consumo de refrigerantes e outras bebidas gasosas e muito açucaradas.
Utilizar menor quantidade de condimentos e gorduras no preparo das refeições.
Se permanecer muitas horas sentado ao longo do dia, faça uma caminhada e se exercite, assim os gases são eliminados mais facilmente e a sensação de desconforto diminui.
23. CUIDADIOS NECESSÁRIOS PARA PESSOAS COM ALIMENTAÇÃO POR SONDAGEM NASOENTERAL.
A terapia nutricional enteral é um método simples, seguro e eficaz, indicada quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível de ser realizada. A terapia nutricional é feita através de um cateter inserido no estômago, duodeno ou jejuno. Os alimentos são administrados na forma liquida. 
Caseira:
Dieta preparada a base de alimentos na sua forma original (in natura), tais como arroz, macarrão, carnes e legumes, que deverão ser liquidificados e bem coados para evitar obstrução na hora da administração. Deverá ser preparada seguindo recomendações, a fim de evitar contaminação.
Industrializada:
É uma dieta pronta, completa em nutrientes e balanceada. Pode ser encontrada na forma de:
Pó: necessitando de reconstituição ou diluição com água;
Líquidas em Sistema Aberto: devendo ser envasada em um frasco plástico (descartável);
Líquidas em Sistema Fechado: necessário somente conectar o equipo diretamente no frasco da dieta.
CUIDADOS NA PREPARAÇÃO E COM A ADMINISTRAÇÃO
Posicionar o paciente sentado na cadeira ou na cama e deixa-lo nessa posição 30 minutos antes e depois da alimentação;
Higienizar adequadamente os alimentos e os utensílios para evitar contaminação;
Lavar as mãos com água e sabão antes do preparo da alimentação;
O local de preparo deve estar limpo e higienizado com álcool 70%;
Verificar a validade dos produtos que serão utilizados;
Utilizar apenas água filtrada ou fervida;
 A dieta deve ser administrada em temperatura ambiente;
Seguir com rigor a orientação de preparo e horários que a equipe de saúde orientar. As prescrições são individuais e seguem as necessidades nutricionais de cada paciente;
As dietas devem ser armazenadas em locais frescos e secos, em temperatura ambiente e longe do calor;
Para as dietas líquidas, depois de abertas devem ficar armazenadas na geladeira. O cuidador deve retirar o volume indicado, 30 minutos antes de cada administração e deixar atingir a temperatura ambiente naturalmente;
 Após aberta, a dieta liquida poderá ser utilizada em até 24 horas, sob refrigeração;
Observar o correto posicionamento do cateter;
Conectar o equipo no cateter;
Abrir o equipo lentamente com gotejamento conforme prescrição;
Se o cateter se deslocar ou se for removido acidentalmente, não tente recoloca-lo, acione a equipe de saúde.
Frascos e Equipos:
Devem ser lavados com água e sabão, enxaguados com água quente;
Os frascos não poderão ser reutilizados por um período superior a 3 dias;
Separe um frasco para ser utilizado com a dieta e outro para sucos e água.
O equipo deve ser trocado diariamente.
24. IMPORTANCIA NA MUDANÇA DE DECÚBITO.
O idoso que permanecer um longo período em uma mesma posição fica com a sua circulação, seus movimentos e sua sensibilidade comprometidas. A posição em que o idoso permanece deitado pode causar: úlcera por pressão, dor na coluna, dificuldade respiratória, e diminuição da qualidade do sono.
O posicionamento adequado da pessoa idosa é importante, pois se permanecer numa postura com ponto de pressão sobre estruturas ósseas, o sangue para de circular, ficando com áreas de vermelhidão ou azulada, tendo grande chance de abrir úlceras por pressão. O ideal é que se mude de postura de 2 em 2 horas para evitar tais complicações.
Baseado nisso, devemos tomar cuidado com o posicionamento, utilizando travesseiros, rolos de lençol ou cobertores e colchões caixa de ovo: é necessário ter o conhecimento e saber a maneira correta de como posicionar a pessoa idosa, mantendo o alinhamento do corpo de forma a proteger as proeminências ósseas, os locais mais afetados.
A mudança de postura é a verdadeira arma para se evitar deformidades ou úlceras por pressão. É indispensável e um sinal de qualidade do cuidado da pessoa idosa. Nunca devemos deixar uma pessoa idosa na mesma posição por um tempo longo. É extremamente importante a mudança de decúbito de 2 em 2 horas.
25. FORMA ADEQUADA DE MUDANÇA DA CAMA PARA A CADEIRA.
Não é muito raro que a evolução de algumas doenças faça com que a pessoa idosa dependa mais do cuidador para desempenhar suas tarefas simples do dia-a-dia, como, por exemplo, mudar de posição na cama ou transferir-se para uma cadeira. 
Deve-se dar o auxílio suficiente para que a pessoa idosa consiga participar das transferências com segurança, e quando ela não for capaz, a transferência deve ser realizada pelo cuidador – a postura do cuidador é muito importante para evitar lesões de trabalho.
Mantenha os joelhos sempre semiflexionados e aumente a distância entre os seus pés para evitar lesão na coluna. Procure utilizar o peso do seu corpo para transferir a pessoa idosa.
Decúbito dorsal (barriga para cima) para lateral: 
Dobre as pernas da pessoa idosa. 
Coloque uma mão abaixo do ombro, no lado oposto ao que ela será virada. A outra mão ficará no quadril do mesmo lado. Vire a pessoa idosa em direção ao seu corpo. 
Outra alternativa, é colocar um forro, isto é, um lençol dobrado que atravessa a cama, sob a pessoa idosa. 
Para transferir, eleve e puxe o forro cuidadosamente, fazendo com que a pessoa idosa vire para o lado. 
Decúbito lateral para sentado:
Partindo de decúbito lateral, coloque uma mão na nuca e a outra sob o quadril, trazendo a pessoa idosa para a posição sentada. Sentado para em pé 
Partindo da posição sentada na beira do leito, coloque um antiderrapante ou calçado fechado antiderrapante na pessoa idosa, mantendo apoio dos pés no chão; 
Deixe a cadeira próxima da cama na diagonal;
Fixe os joelhos suportando as pernas da pessoa idosa e coloque suas mãos no quadril da pessoa idosa;
Puxe a pessoa idosa e leve-a com o peso do seu corpo para a cadeira 
Pode também posicionar as mãos atrás dos ombros da pessoa idosa que será orientada a cruzar os braços para que o cuidador possa puxá-la com muito cuidado; 
Tome os mesmos cuidados da transferência anterior. 
Com auxílio de duas pessoas: 
Um cuidador segura a pessoa idosa colocando suas mãos abaixo dos braços e o outro cuidador, sob os joelhos;
 Deixe a cadeira travada próxima da cama, na lateral.
Em um movimento coordenado dos cuidadores, transfira a pessoa idosa.
26. FORMAS CORRETAS DE ACOMODAR A PESSOA CUIDADA NA CAMA.
A posição em que a pessoa permanece deitada pode causar dores na coluna e dificuldades respiratórias e dessa maneira diminuir a qualidade do sono. A seguir é descrito como deitar a pessoa cuidada da forma correta nas diversas posições. 
Deitada de costas: Coloque um travesseiro fino e firme embaixo da cabeça da pessoa de maneira que o pescoço fique no mesmo nível da coluna. Coloque um travesseiro ou cobertor fino embaixo

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