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Instrumentos de Pesquisa - TCC

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Instrumentos de Pesquisa
APRESENTAÇÃO
Na construção de um trabalho de pesquisa, o estudante trilha um caminho, desde a definição do 
assunto a ser estudado, passando pela coleta de dados, até a escrita das conclusões. Uma das 
principais decisões que o pesquisador tem que tomar é se no seu estudo irá utilizar instrumentos 
de coleta de dados e, se sim, partir para um grande passo: a decisão de qual instrumento usar e 
como elaborá-lo. As informações coletadas irão fundamentar tudo o que foi construído, sendo a 
ponte para a construção das respostas aos objetivos do estudo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a diferenciar os instrumentos de pesquisa, 
selecionar o instrumento de pesquisa adequado para cada coleta de dados e, por fim, elaborar um 
instrumento de pesquisa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os tipos de instrumentos de pesquisa. •
Selecionar o instrumento de pesquisa adequado para a coleta de dados.•
Elaborar um instrumento de pesquisa.•
INFOGRÁFICO
A determinação do instrumento de coleta de dados representa um dos maiores passos que o 
pesquisador dá na construção de sua pesquisa, pois é a partir dele e de seus resultados que serão 
coletadas as informações necessárias para fundamentá-la.
Neste Infográfico, você vai ver sobre um dos instrumentos mais utilizados: o roteiro de 
entrevista.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os instrumentos de pesquisa se diferenciam entre si por algumas características peculiares, as 
quais irão atender aos diferentes tipos de pesquisa e de estudo. Escolher o instrumento de coleta 
de dados que se adeque a cada pesquisa é sinônimo de coletar os dados corretamente, assim 
como de obter informações precisas, as quais irão responder aos questionamentos do estudo.
No capítulo Instrumentos de pesquisa, da obra Metodologia científica, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre os diferentes tipos de instrumentos de 
pesquisa.
Boa leitura.
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA
Karina da Silva Nunes
Instrumentos de pesquisa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar os tipos de instrumentos de pesquisa.
  Selecionar o instrumento de pesquisa adequado para a coleta de 
dados.
  Elaborar um instrumento de pesquisa.
Introdução
Vários instrumentos de pesquisa podem ser utilizados pelo pesquisador 
durante a coleta de dados para o seu estudo. O sucesso da pesquisa 
depende muito desses instrumentos, já que a resposta para o problema 
da pesquisa vem das informações coletadas. Uma das maiores responsa-
bilidades do pesquisador consiste em escolher o instrumento que melhor 
se adapte à técnica de pesquisa utilizada e que melhor se encaixe nos 
objetivos do estudo.
Neste capítulo, você conhecerá diferentes instrumentos de pesquisa 
e aprenderá a selecionar o mais adequado para a sua coleta de dados. 
Além disso, identificará os critérios necessários para a elaboração de um 
instrumento de pesquisa.
1 Tipos de instrumentos de pesquisa
A defi nição do instrumento de pesquisa está diretamente relacionada com o 
problema a ser estudado. A seleção depende de vários fatores ligados à pesquisa: 
os objetos, os recursos fi nanceiros, a equipe humana e todos os elementos que 
podem surgir durante a investigação (MARCONI; LAKATOS, 2010). Em todas 
as pesquisas, os instrumentos constituem uma parte fundamental da coleta 
de dados, uma vez que eles registram as informações que embasam o estudo. 
Os dados podem ser coletados de fontes primárias — o que signifi ca que são 
coletados diretamente dos sujeitos da pesquisa — e de fontes secundárias, 
quando os dados já estão sistematizados e podem servir para o esclarecimento 
do problema de pesquisa. Segundo Farias Filho (2015, p. 115):
A escolha do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que 
se pretende alcançar com a pesquisa, das questões de pesquisa previamente 
elaboradas, do perfil dos pesquisados, das características da pesquisa e do 
objeto a ser estudado e, por fim, do método e da técnica mais adequados para 
o uso do instrumento.
Existem vários tipos de instrumentos utilizados para a coleta das infor-
mações necessárias a uma pesquisa. O pesquisador deve levar em conta que 
todos eles apresentam vantagens e desvantagens, uma vez que são objetos cuja 
eficácia depende de sua apropriada utilização. A seguir, você vai conhecer os 
tipos de instrumentos de pesquisa.
Questionário
Os questionários são os instrumentos mais conhecidos para a coleta de dados. 
De acordo com Gray (2012, p. 274), “[...] questionários são ferramentas de 
pesquisa por meio das quais as pessoas devem responder ao mesmo conjunto 
de perguntas em uma ordem predeterminada”. Esse tipo de instrumento de 
coleta deve ser construído de forma coerente com a formulação do problema 
de pesquisa e a hipótese. Ele precisa buscar as respostas para os questiona-
mentos da pesquisa. Em geral, o questionário é enviado por e-mail ou correio. 
Junto a ele, deve ser anexada uma nota ou carta de apresentação explicando 
a natureza da pesquisa, sua importância e o porquê da sua aplicação. Diehl 
e Tatim (2004) apontam que há uma classifi cação quanto à composição dos 
questionários. As perguntas são classifi cadas em três categorias, descritas 
a seguir.
  Perguntas abertas: não delimitam alternativas de respostas e permitem 
a emissão de opiniões por parte dos respondentes.
  Perguntas fechadas: o informante escolhe entre as opções “sim” e “não”.
  Perguntas de múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que apre-
sentam uma série de possibilidades de respostas.
Conforme Marconi e Lakatos (2010), o questionário deve ser limitado em 
extensão. Se for muito longo, pode deixar os respondentes desinteressados; 
Instrumentos de pesquisa2
se for muito curto, pode não ter informações suficientes. Os autores destacam 
que os questionários variam de acordo com o tipo de pesquisa e com o público 
participante. Eles indicam que os questionários tenham de 20 a 30 perguntas 
e que levem até 30 minutos para serem preenchidos.
O Google Formulários é uma ferramenta que pode auxiliar na elaboração de questioná-
rios. Trata-se de uma ferramenta gratuita que disponibiliza vários modelos, facilitando 
muito a análise dos dados. No Google Formulários, você pode até mesmo criar gráficos 
e compartilhar os resultados. A ferramenta está disponível no link a seguir.
https://docs.google.com/forms/u/0/
Roteiro de entrevista
Uma entrevista é uma conversa entre duas pessoas — o pesquisador e o 
entrevistado. O pesquisador tem como objetivo principal obter informações 
do entrevistado sobre determinado assunto. Para realizar uma entrevista, é 
possível utilizar alguns roteiros, listados a seguir (GRAY, 2012).
  Entrevista estruturada: os questionários são preparados antecipada-
mente, com perguntas padronizadas.
  Entrevista semiestruturada: o entrevistador tem uma lista de questões, 
mas não precisa usar todas elas.
  Entrevista não diretiva: o entrevistador explora uma questão ou um 
tópico em profundidade sem ter preguntas planejadas.
  Entrevista direcionada: o entrevistador baseia-se nas respostas subjetivas 
do entrevistado.
  Conversa formal: o entrevistador faz perguntas espontaneamente à 
medida que a entrevista avança.
A opção por utilizar ou não um roteiro estruturado depende das neces-
sidades do pesquisador e da pesquisa. Os roteiros estruturados permitem 
rapidez e têm custos baixos, além de oferecerem a possibilidade de o 
pesquisador analisar estatisticamente os dados obtidos. Já os roteiros 
não estruturados permitem uma abordagem mais subjetiva, deixando o 
3Instrumentos de pesquisa
pesquisador livre para aprofundar alguns tópicos ou até mesmo para tomar 
outras direções a fim de atingir os objetivos da pesquisa (GRAY, 2012).
Roteiro de observação
Conforme Hernández Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio 
(2013, p. 276), oroteiro de observação “[...] consiste no registro siste-
mático, válido e confiável de comportamentos e situações observáveis, 
utilizando um conjunto de categorias e subcategorias”. O roteiro é um 
instrumento semelhante a um questionário. Ele deve ter um grau de 
precisão que permita registrar comportamentos e quaisquer informações 
necessárias com uma categorização que facilite o preenchimento, já que 
o pesquisador observará diretamente o contexto pesquisado. Marconi e 
Lakatos (2010) afirmam que vários instrumentos podem ser utilizados 
para o roteiro — quadros, anotações, escalas, dispositivos mecânicos e 
eletrônicos, entre outros.
Diário de campo
O diário de campo é um instrumento de coleta de dados composto por ano-
tações e registros realizados no ato da observação de algum objeto, lugar, 
comunidade ou acontecimento social. O pesquisador descreve rigorosamente 
o que está observando, de modo que suas anotações refl itam seus sentimentos, 
comentários, refl exões e experiências. Segundo Lima, Mioto e Dal Prá (2007, 
p. 95–96), o diário:
É um documento que apresenta tanto um caráter descritivo analítico como 
também um caráter investigativo e de síntese cada vez mais provisória e refle-
xiva, ou seja, consiste em uma fonte inesgotável de construção, desconstrução 
e reconstrução do conhecimento profissional e do agir através de registros 
quantitativos e qualitativos.
As informações colhidas servem para registrar, ao fim das observações, 
um panorama do que foi observado. A ideia é compreender e explicar o que 
foi pesquisado. As anotações devem ser sempre realizadas no momento da 
observação, pois deixar para anotar em outro momento pode criar discrepâncias 
com o que realmente foi observado. Para Víctora, Knauth e Hassen (2000, p. 73):
Instrumentos de pesquisa4
É chamado de diário de campo o instrumento mais básico de registro de dados 
do pesquisador, inspirado nos trabalhos dos primeiros antropólogos que, ao 
estudar sociedades longínquas, carregavam consigo um caderno no qual 
eles escreviam todas as experiências, os sentimentos, etc. É um instrumento 
essencial do pesquisador.
Os diários de campo são compostos por anotações que incluem (HERNÁN-
DEZ SAMPIERI; FERNÁNDEZ COLLADO; BAPTISTA LUCIO, 2013):
a) descrição do ambiente;
b) diagramas, mapas e esquemas;
c) listagem de objetos e artefatos;
d) aspectos do desenvolvimento do estudo.
Conforme Brandão (1982), no diário, deve-se sempre anotar a data e o local 
específico da observação. Além disso, devem constar todas as características 
dos sujeitos observados, tanto físicas quanto psicológicas; o que é visto e 
ouvido no espaço físico, bem como a descrição desse espaço; o detalhamento 
da atividade do dia; e o relato dos acontecimentos observados. Se o pesqui-
sador preferir não identificar o nome dos objetos de análise, pode escrever 
“Entrevistado 1”, “Criança 1”, e assim por diante.
Após servirem como base para a construção das pesquisas, os diários de campo tornam-
-se documentos. Eles podem ficar restritos aos arquivos do observador, configurar 
uma obra histórica que servirá como projeto para uma publicação ou ficar disponíveis 
em arquivos públicos.
2 Seleção do instrumento de pesquisa
Toda a estruturação de uma pesquisa perpassa várias etapas, e a seleção do 
instrumento de pesquisa é mais uma delas. Conforme Oliveira et al. (2016), 
existem diversos tipos e técnicas de pesquisa no meio acadêmico. Cada um 
deles exige um instrumento próprio para que a coleta de dados seja feita de 
5Instrumentos de pesquisa
forma adequada. Para escolher o instrumento de forma assertiva, é de suma 
importância que os estudantes já conheçam os tipos de pesquisa, para adotar 
com segurança o instrumento que irão aplicar. De acordo com Marconi e 
Lakatos (2010, p. 147):
A seleção do instrumento metodológico está diretamente relacionada com o 
problema a ser estudado; a escolha dependerá dos vários fatores relacionados 
com a pesquisa, ou seja: a natureza dos fenômenos, o objeto da pesquisa, os 
recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam surgir no 
campo da investigação. Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se 
ao problema a ser estudado, às hipóteses levantadas e que se queira confirmar, 
ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato.
Andrade (2009, p. 132) afirma que “[...] se uma pesquisa vai fundamentar 
a coleta de dados nas entrevistas, torna-se necessário pesquisar o assunto, 
para depois elaborar o roteiro ou formulário”, ou seja, é necessário construir 
instrumentos adequados para cada pesquisa que se pretende realizar. Com 
essa indicação, a autora faz referência à escolha dos instrumentos de coleta 
de dados, que são próprios de cada tipo de pesquisa.
A entrevista é o melhor instrumento de coleta de dados quando a pesquisa 
é exploratória, envolvendo aspectos mais subjetivos dos participantes, como 
sentimentos e atitudes (GRAY, 2012). Esse instrumento permite que o pesqui-
sador obtenha maior aprofundamento e respostas mais detalhadas. A entrevista, 
então, é a abordagem preferencial quando a necessidade de informações for 
personalizada e aprofundada ou quando os respondentes não souberem ler ou 
falarem outro idioma, por exemplo.
Os questionários, por sua vez, são considerados a ferramenta de coleta 
de dados mais conhecida e levam vantagens sobre as entrevistas porque os 
participantes podem respondê-los em seu tempo. Já a entrevista pode ser 
dificultada por conflitos nos horários para a reunião do entrevistador com 
o entrevistado. Os questionários devem ser utilizados quando o público da 
pesquisa for numeroso e quando for necessário usar perguntas padronizadas, 
que permitirão uma abordagem analítica, com possibilidade de relações entre 
as variáveis (GRAY, 2012). No Quadro 1, é possível observar as principais 
diferenças entre questionários e entrevistas.
Instrumentos de pesquisa6
Fonte: Adaptado de Gray (2012).
Características Questionários Entrevistas
Informações Atitudes, motivações, 
eventos
Atitudes, motivações, even-
tos, entre outros, mas com 
potencial para aprofundar 
mais os questionamentos
Principal utilidade Testar a validade de uma 
hipótese
Explorar histórias e 
perspectivas
Ética Respostas anônimas Entrevistador eviden-
temente sabe quem 
entrevistou
Tamanho da amostra Amostras grandes Amostras menores
Custos de tempo Consomem mais tempo 
de elaboração e execução
Consomem menos tempo 
de elaboração e execução
Custos financeiros Mais baratos, pois podem 
ser enviados por e-mail
Custo elevado se incluírem 
entrevistadores, viagens, 
aparelhos eletrônicos
Análise dos dados Geralmente, imediata, 
ainda mais se forem usa-
dos software específicos
Depende da quantidade de 
informações
Transcrição dos 
dados
Geralmente, imediata, 
ainda mais se forem utili-
zados leitores específicos
Geralmente, são gastas 
muitas horas para transcre-
ver uma entrevista
Quadro 1. Entrevistas e questionários
Marconi e Lakatos (2010) destacam que, na observação, os fatos são 
percebidos de forma direta, sem qualquer tipo de intermediação, o que é 
uma vantagem em comparação com os demais instrumentos. Para os auto-
res, a observação ajuda o pesquisador a identificar contextos que nem os 
participantes têm consciência, mas que orientam o seu comportamento. A 
observação é bastante utilizada para a análise de conflitos familiares, eventos 
com grandes multidões, pesquisas de mercado sobre produtos específicos 
7Instrumentos de pesquisa
e comportamentos de pessoas com capacidades mentais diferentes. Além 
disso, a observação é o método mais utilizado por especialistas da área 
comportamental (HERNÁNDEZ SAMPIERI; FERNÁNDEZ COLLADO; 
BAPTISTA LUCIO, 2013).
A observação apresenta como principal vantagem a possibilidade de o 
pesquisador analisar os fatos diretamente, sem qualquer intermediação. Con-
tudo, a presença do pesquisador pode ser inconveniente, gerando mudanças 
no comportamento dos observados (GIL, 2012). Já os diários de campo são 
maisutilizados nas áreas de pesquisa em que existem saídas de campo. Essa 
ferramenta é muito utilizada por pesquisadores das áreas de biologia, geologia, 
arqueologia, antropologia, sociologia e assistência social.
Farias Filho (2015) ressalta a importância do cuidado com a coleta de dados, 
pois informações apuradas de forma indevida podem atrapalhar a pesquisa, 
e todo o esforço de trabalho de campo pode ser perdido. Ele reforça que, 
para cada caso de levantamento de dados, o pesquisador deve se aprofundar 
na técnica de pesquisa para evitar possíveis surpresas desagradáveis, como 
realizar toda a coleta de dados e perceber que o instrumento não trouxe as 
respostas necessárias.
3 Elaboração de um instrumento de pesquisa
Após a escolha do instrumento que melhor se enquadra à pesquisa, sua ela-
boração deve ser minuciosa e atenta. A elaboração da ferramenta de pesquisa 
tem como base os objetivos e a fundamentação teórica que guiaram a pesquisa 
até a etapa da coleta de dados.
Questionários
A elaboração do questionário envolve o cuidado com a construção das questões. 
As perguntas devem responder aos objetivos geral e específi cos da pesquisa. 
O conteúdo da resposta deve relacionar-se diretamente à maneira como a 
pergunta foi formulada. Para a elaboração dos questionários, é necessário 
seguir algumas normas (GIL, 2012):
  formular as perguntas de maneira clara;
  levar em conta o contexto do interrogado e o seu nível de informação;
  considerar que a pergunta deve possibilitar uma única interpretação;
Instrumentos de pesquisa8
  tomar cuidado para que a pergunta não sugira respostas;
  fazer com que as perguntas se refiram a uma ideia de cada vez.
Para a construção dos questionários, são consideradas perguntas abertas 
ou fechadas. As questões fechadas sempre são construídas com opções de 
respostas delimitadas, podendo incluir duas ou várias opções de respostas:
Com qual gênero você 
se identifica?
Qual é a sua avaliação do governo do 
presidente do Brasil nos primeiros meses?
( ) Feminino
( ) Masculino
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssima
Os questionários também podem oferecer aos respondentes a possibilidade 
de selecionar mais de uma opção:
Em seu domicílio, você possui:
( ) Rádio
( ) Aparelho de DVD
( ) Computador
( ) Televisão
( ) TV por assinatura
( ) Telefone fixo
( ) Internet
( ) Outro. Qual? _____________________
O número de questões depende da extensão dos objetivos e da complexidade 
do assunto. A quantidade de alternativas para cada pergunta depende do tipo 
de questão. O mais indicado é oferecer duas alternativas antagônicas — total-
mente favorável e totalmente contrária — e outras categorias intermediárias. 
Seguindo uma lógica, cada questão deve relacionar-se com aquela que a 
antecede e apresentar maior especificidade (GIL, 2012).
Para a construção de um questionário com questões abertas, já que elas 
se caracterizam por não delimitar alternativas de respostas, as opções são 
praticamente infinitas e variam conforme a amostra do estudo:
9Instrumentos de pesquisa
Qual é a sua opinião a respeito da reforma da Previdência?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
O que você acha da política de posse de armas?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
O que você considera importante na administração de uma empresa?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
Em um mesmo questionário, é possível utilizar perguntas fechadas e abertas, 
pois um tipo não exclui o outro. Deve-se considerar se somente um tipo de 
questão atende ao problema pesquisado ou se os dois tipos são necessários 
para atender aos objetivos do trabalho. Para ter certeza a respeito da correta 
elaboração do instrumento, indica-se fazer um estudo-piloto, aplicando o 
questionário em uma pequena amostra da população estudada. Marconi e 
Lakatos (2010) afirmam que um pré-teste funciona como uma verificação 
do instrumento antes de ele ser aplicado oficialmente. A ideia é evitar que a 
pesquisa traga respostas desnecessárias, possibilitando reformular as questões 
antes da versão final do questionário.
Consulte Hernández Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio (2013) para ver exem-
plos de questionários que podem auxiliar na elaboração desse tipo de instrumento.
Roteiros de entrevistas e de observação
As técnicas de entrevista e observação possibilitam a utilização de roteiros es-
truturados. No caso das entrevistas, os objetivos da pesquisa é que determinam 
o seu conteúdo, o número de pessoas entrevistadas e o número de entrevistas 
com cada entrevistado. No caso da observação, deve-se levar em conta que 
essa é uma técnica que prima pela obtenção de aspectos da realidade. Observar 
não consiste apenas em ver, ouvir e anotar, mas em examinar os fenômenos 
que se deseja estudar (MARCONI; LAKATOS, 2010). 
Instrumentos de pesquisa10
O instrumento de registro da observação pode assumir vários formatos. Na 
observação estruturada, o observador pode utilizar um formulário em que os 
comportamentos a serem observados são anteriormente definidos, de modo que 
ele só os assinala. Por exemplo, em um roteiro, o pesquisador pode criar uma 
tabela em que cada coluna corresponde a uma ação a ser observada e onde as 
linhas indicam o momento em que a ação ocorreu. Gil (2012) informa que as 
categorias criadas para construir ambos os instrumentos variam conforme o 
objetivo. De forma geral, o roteiro de observação envolve a análise do contexto 
e a análise do comportamento das pessoas. Também é possível gravar sons e 
imagens. Por fim, o roteiro da entrevista segue a estruturação de um questionário.
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
BRANDÃO, C. R. Diário de campo: a antropologia como alegoria. São Paulo: Brasiliense, 1982.
DIEHL, A. A.; TATIM, D. C. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. São 
Paulo: Prentice-Hall, 2004.
FARIAS FILHO, M. C. Planejamento da pesquisa científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
GRAY, D. E. Pesquisa no mundo real. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
HERNÁNDEZ SAMPIERI, R.; FERNÁNDEZ COLLADO, C.; BAPTISTA LUCIO, M. P. Metodologia 
de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
LIMA, T. C. S.; MIOTO, R. C. T.; DAL PRÁ, K. R. A documentação no cotidiano da intervenção 
dos assistentes sociais: algumas considerações acerca do diário de campo. Revista Textos 
& Contextos, v. 6, n. 1, p. 93–104, jan./jun. 2007. Disponível em: http://revistaseletronicas.
pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/1048/3234. Acesso em: 22 set. 2020.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, J. C. P. et al. O questionário, o formulário e a entrevista como instrumentos 
de coleta de dados: vantagens e desvantagens do seu uso na pesquisa de campo em 
ciências humanas. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 3., 2016, Natal. Anais 
[...]. Natal: CONEDU, 2016. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/editora/
anais/conedu/2016/TRABALHO_EV056_MD1_SA13_ID8319_03082016000937.pdf. 
Acesso em: 22 set. 2020.
VÍCTORA, C. G.; KNAUTH, D. R.; HASSEN, M. N. A. Pesquisa qualitativa em saúde: uma 
introdução ao tema. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2000.
11Instrumentos de pesquisa
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantementemudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Instrumentos de pesquisa12

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