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Ordem Enterobacterales Família: Enterobacteriaceae -7 famílias (nova classificação 2016): ● Enterobacteriaceae - Grupo formado por 29 gêneros: Escherichia, Salmonella, Shigella, Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Cronobacter, Plesiomonas…. ) ● Erwiniaceae - ex: Erwinia; Pantoea... ● Pectobacteriaceae - 5 gêneros; ● Yersiniaceae - Yersinia, Serratia; ... ● Hafniaceae - Hafnia, Edwardsiella ... ● Morganellaceae - Morganella, Providencia, Proteus... ● Budviciaceae - Budvicia … ➔ ENTEROBACTÉRIAS - bastonetes retos; - bacilos gram- negativos ; -membros da família Enterobacteriaceae são indistinguíveis um do outro, com base simplesmente na morfologia; -todos os gêneros fermentam a glicose e ampla variedade de outros açúcares com produção de ácido com ou sem gás ; os bacilos gram-negativos não fermentadores, sendo Pseudomonas aeruginosa o mais importante entre eles > não reduz nitratos, sendo oxidase-positivo; aeróbio estrito e produz sua energia a partir da oxidação e não da fermentação - São oxidase-negativo > pois não possui citocromo oxidase 1 ; - catalase-positivos ; -anaeróbios facultativos; -não formam esporos; -móveis (flagelos peritríquios 2 ) ou imóveis > dependendo da espécie; -capsuladas ou não; -crescem em meios básicos (caldo peptona), meios ricos (ágar sangue, ágar chocolate e CLED), meios seletivos (Mac Conkey, EMB); -crescem em meios não enriquecidos; -crescem bem em ágar MacConkey porque não são inibidos pelos sais biliares do meio > é um meio seletivo porque favorecem o crescimento de determinados Mo, mas inibem a proliferação de outros, pois além de seus nutrientes, contém cristal violeta e sais biliares que inibe o crescimento de bactérias gram-positivas e permite o crescimento de gram-negativas ; também é um meio diferencial, que possui substâncias que evidenciam uma característica que permite separar um grupo ou uma espécie de micro-organismo; permitem a distinção entre dois ou mais tipos de bactérias pela simples observação apresentadas pelas suas colônias que neles se desenvolvem; diferencia colônias rosas/vermelhas ( fermentadores de lactose/lactose positiva ) de colônias brancas ( não fermentadoras de lactose/lactose negativa ) -divididos em 2 grupos, em relação à fermentação de lactose: 1. lactose positiva - utilizam a lactose disponível no meio e produzem ácido como produto final; Este ácido diminui o pH do meio para valores inferiores a 6.8, resultando na observação de colônias rosa choque/vermelhas; E. coli, Enterobacter, Klebsiella, Citrobacter... 2. lactose negativa - aquelas incapazes de fermentar a lactose, o ph fica alcalino produzindo colônias incolores/brancas devido à utilização de peptonas do meio; Salmonella, Shigella, Serratia, Proteus, Providencia, Morganella,.... 1 enzima ou complexo IV é um complexo proteico transmembranar que pode ser encontrado em bactérias e nas mitocôndrias, presente na cadeia transportadora de elétrons. 2 distribuídos por toda a célula. -Habitat: ubíquas encontrados principalmente no cólon de humanos e em outros animais, muitos como membros da microbiota normal; distribuição mundial ( cosmopolitas) 3 ; o trato intestinal de animais e de humanos; contaminam a vegetação, o solo e a água; -reduzem nitrato a nitrito > parte de seus processos geradores de energia; -essas bactérias são fortemente relacionadas e possuem ilhas de patogenicidade, plasmídeos, fagos, mutações e deleções (pseudogenes); -Alguns gêneros são patógenos primários, outros são oportunistas; -podem ser agrupadas em três categorias: 1. patógenos principais de animais - E. coli, espécies de Salmonella e espécies de Yersinia; podem causar doenças entéricas e sistêmicas; 2. patógenos oportunistas - ocasionalmente causam doença clínica em locais fora do trato alimentar; 3 possuem largas áreas de ocupação, com ampla distribuição, presentes em quase todas as partes do mundo. 3. não-patógenos - sem significado patogênico para animais; ex. Hafnia e Erwinia (podem ser isoladas a partir das fezes ou do meio ambiente e são capazes de contaminar espécimes clínicos); -Com frequência, as infecções extraintestinais se instalam nos sistemas urinário e respiratório, na corrente sanguínea e em ferimentos ; ● gêneros que contêm patógenos importantes para animais e pessoas: Citrobacter, Cronobacter, Enterobacter, Escherichia, Klebsiella, Morganella, Plesiomonas, Proteus, Providencia, Salmonella, Serratia, Shigella e Yersinia. ● Alguns gêneros incluem, predominantemente, patógenos de vegetais: Brenneria, Dickeya, Erwinia, Pantoea e Pectobacterium; ● e de insetos ou nematódeos: Arsenophonus, Buchnera, Photorhabdus, Shimwellia, Wigglesworthia e Xenorhabdus -podem ter 4 grupos de antígenos: 1. O (somático) - A região mais externa do LPS consiste em uma região polissacarídica do antígeno O, hidrofílica; compostos de repetidas unidades, as quais podem diferir quanto aos monômeros de glicose, à posição e à característica estereoquímica das ligações O- glicosídicas e à presença ou ausência de substituintes não carboidratos; especificidade sorológica do antígeno O de um microrganismo é definida pela estrutura do polissacarídeo O; propicia proteção contra fagocitose; a perda da parte mais proximal do núcleo de LPS ( cepas mutantes “rugosas profundas” ) torna a cepa extremamente sensível a diversos compostos hidrofóbicos > incluem corantes, antibióticos, sais biliares, outros detergentes e substâncias mutagênicas > assim, essa região está envolvida na manutenção da função de barreira da ME; 2. H (flagelar) - quantidade de flagelos expressos é variável, mas, geralmente, há cerca de 5 a 10 flagelos em cada célula, os quais se encontram distribuídos em um padrão peritricoso 4 ; A porção extracelular inclui, desde a porção proximal até a porção distal, as seguintes estruturas, compostas de proteínas específicas: uma região como 4 Que tem flagelos uniformemente distribuídos sobre o corpo. um gancho curvo ( FlgE), que se estende desde a superfície da membrana externa da célula; uma junção gancho filamento ( FlgK e FlgL ); um longo filamento helicoidal ( FliC) ; e um capuz do filamento ( FliD ); O filamento consiste em subunidades deflagelina (FliC) organizadas em um padrão cilíndrico ou tubular, formando uma cavidade luminal; é rígido, tornando-o adequado para sua função como um propulsor ; está ancorado no envelope da célula por meio de seu corpo basal > também apresenta uma simetria aproximadamente cilíndrica e consiste em um bastonete e um conjunto de cinco anéis. Os anéis – L, P, M, S e C – são denominados de acordo com o plano nos quais se encontram – LPS, peptidoglicano, membrana (citoplasmática), supramembrana e citoplasma, respectivamente; propicia movimentação; 3. K ou Vi (capsular) - apresentam uma cápsula que consiste em um polissacarídeo ácido; Podem ser produzidos dois tipos de polissacarídios capsulares ; o antígeno M (mucoso) >consiste em ácido colânico e é produzido pela maioria das cepas; Acredita -se que propicie proteção contra dessecação ; o antígeno K > é um componente do sorotipo e pode propiciar resistência sérica antifagocítica e capacidade de aderência à mucosa , dependendo da composição química; Vários membros desse grupo expressam adesinas que comportam- se como lectinas, reconhecendo resíduos oligossacarídeos de glicoproteínas e glicolipídios ; adesinas consistem em proteínas fixadas na membrana externa da célula, compostas de subunidades e agrupadas em organelas, ou consistem em uma única proteína de membrana externa (PME); Aquelas agrupadas em organelas incluem adesinas fimbriais (pili) e não fimbriais (sem fímbrias). 4. F (fimbrial) - Fímbrias são apêndices semelhantes a pelos, distribuídas difusamente pela superfície das células bacterianas; mais finas e geralmente mais curtas e mais numerosas que os flagelos; há de cem a mil fímbrias por célula; se ligam aos receptores das superfícies das células hospedeiras; a especificidade de ligação é variável nos diferentes tipos de fímbrias; Um único isolado bacteriano pode expressar vários tipos de fímbrias; sua estrutura consiste em uma haste e uma extremidade de adesina > confere especificidade de ligação à célula hospedeira; são compostas de repetidas subunidades de proteínas (fimbrinas); proteínas fimbrinas são antigênicas > propriedade aderente das fímbrias também tem sido utilizada para sua classificação; por exemplo, se elas se ligam ou não aos receptores das células hospedeiras que contêm manose. A ligação das fímbrias a um receptor que contém manose pode ser inibida pela exposição destas fímbrias à manose, antes da exposição aos receptores ; aquelas que são inibidas são denominadas “ fímbrias sensíveis à manose” (SM) e aquelas que não são inibidas são denominadas “fímbrias resistentes à manose” (RM) ; * parede celular é coerente com aquela de outras bactérias gram- negativas; contém membrana interna (citoplasmática) e membrana externa (ME), uma fina camada de peptidoglicano e periplasma > A ME compreende uma camada dupla assimétrica, com fosfolipídios em sua superfície interna e lipídio A (endotoxina) > uma estrutura de sustentação hidrofóbica de lipopolissacarídio (LPS), na parte externa da bactéria; contém proteínas, lipoproteínas (de Braun) e um polissacarídio ácido ( antígeno comum de enterobactérias (ACE)); Há considerável variação nas proteínas da membrana externa (PME), todavia a proteína OmpA e outras porinas são importantes componentes; *porinas são agrupadas como trímeros, formando estruturas semelhantes a poros, com lúmen hidrofílico, possibilitando que os íons e as soluções aquosas atravessem a dupla camada de lipídios, hidrofóbica; *ACE contém N -acetil -D -glicosamina, ácido N -acetil- D-manosaminurônico e 4 -acetamido- 4,6- dideoxi -D -galactose; ➢ Modo de infecção -quase sempre é por via oral, (fômites → via importante); transmissão ocorre por via fecal- oral tmb; -preferência por habitar o trato gastrintestinal; -sistema digestório-inferior tem sido considerado como “habitat principal” e o ambiente externo do animal o “habitat secundário; -Causam doenças: entéricas; -infecções extra intestinais: infecção urinária, pneumonia, meningite, infecções de sítio cirúrgico, abscesso; infecções nosocomiais, mastites. ➔ Escherichia coli -geralmente móvel, com flagelos peritríquios e freqüentemente fimbriada; -Bacilo Gram negativo; -2- 3 m X 0,4-0,6 m; -anaeróbio facultativo; -mais abundante no cólon e nas fezes; -vista mais em animais de sangue quente -homem tem todas as e.coli; -e.coli é indicador de qualidade, se eu achar na agua ṕor exemplo quer dizer que ali foi contaminado com fezes; -fermentadores de lactose ( distingue dos dois principais patógenos intestinais, Shigella e Salmonella ) produzem colônias de cor rosa em ágar MacConkey; -têm reações bioquímicas características nos testes IMViC ( Indol, Vermelho de Metila, Voges-Proskauer, Citrato/++--); -Algumas linhagens produzem colônias com brilho metálico quando crescem em ágar-eosina-azul de metileno (EMB); -algumas ficam verde metálico no Ágar Teague; -Atividade hemolítica em ágar-sangue é uma característica de certas linhagens de E. coli; -Algumas estirpes (linhagem) apresentam colônias mucóides; -fermentam lactose c/ gás (90 % das cepas) a 44,0° a 45,50° C; -A colonização do trato intestinal de mamíferos por E. coli de fontes ambientais ocorre logo após o nascimento . - persistem como membros importantes da microbiota normal do trato intestinal por toda a vida da maioria dos animais (predominante no intestino grosso); -Muitas linhagens de E. coli são de baixa virulência, mas podem causar infecções oportunísticas em localização extra-intestinal, como glândula mamária e trato urinário. -Importância: distingue comensais X patogênicas > pois as comensais são diferentes das patogênicas; E. coli comensal, que faz parte da microbiota intestinal, não é patogênica e apresenta um importante papel fisiológico para o funcionamento do organismo. Existem seis categorias patogênicas de E. coli que causam infecção intestinal em homens e animais. -Linhagens patogênicas de E. coli possuem fatores de virulência que permitem a colonização das superfícies mucosas e a subseqüente produção de doença; -10 7 – 10 9 organismos/g de fezes (exceção aves de estimação saudáveis, frequência + baixa); -Compreendecepas: ● Comensais: várias cepas são; do sistema digestório, especialmente de intestino grosso; ● Diarreiogênicas ou intestinais: seis patogrupos; causam enterites nos animais; Diferem quanto: patogênese, atributos de virulência, sorotipos envolvidos, sintomas clínicos e aspectos epidemiológicos; ETEC ( Escherichia coli enterotoxigênica) > caracterizadas por colonizarem a superfície da mucosa do intestino delgado, principalmente o íleo, e por produzirem enterotoxinas termoestáveis ( ST/STaP, STaH e STb. STaP e STaH ) e/ou termolábeis (LT/relacionada a toxina colérica 5 ) codificadas em plasmídeos, que alteram as funções dos enterócitos, aumentando a secreção e reduzindo a absorção de líquidos, sem induzirem alterações morfológicas significativas no intestino; STaP é produzida por ETEC de animais (bovinos, ovinos, suínos e caninos); essa infecção necessita de um inóculo alto (alta quantidade de bactérias); produzem adesinas ( F4 (K88) e F6 → comum em suínos; F5 (K99) → bovinos, ovinos, suínos; F41 → bovinos ) que favorecem a fixação de glicoproteínas na superfície das células epiteliais do jejuno e do íleo; causa comum de diarreia aquosa (diarréia branca), desidratação, acidose e morte; Importante causa de diarreia em humanos; Acomete: neonatos de bovinos, suínos, cordeiros e recém desmamados de porcos; menos frequente: potros e cães . CFA I, CFA II e CFA IV estão presentes nas cepas de ETEC humanas; 5 capaz de causar diarreia aquosa profusa pela alteração no fluxo de íons ao longo da mucosa intestinal. EPEC ( E. coli enteropatogênica) > principal característica deste patotipo é causar uma lesão denominada de attaching and effacing (anexando e apagando/(fixação e esfacelamento) - A/E > caracterizada por uma adesão íntima da bactéria ao epitélio intestinal, com destruição das microvilosidades intestinais, alterações no citoesqueleto, com formação de estruturas semelhantes a pedestais e acúmulo de actina polimerizada logo abaixo da ligação da bactéria à célula; coloniza principalmente o intestino delgado e sua aderência nas microvilosidades intestinais desencadeia a expressão dos genes; quando a infecção é instalada, ocorre uma firme adesão a superfície do enterócito, causando um aplainamento (mudança na morfologia celular), o que ocasiona na perda das microvilosidades, que por sua vez acarreta em uma má absorção dos nutrientes da dieta; um dos seus mecanismos de patogenicidade se dar por intermédio da ilha de patogenicidade LEE (Locus of Enterocyte Effacement), que codifica o Sistema de Secreção do tipo 3 (“injeção intramolecular”/ propiciam a formação de suportes nos quais as bactérias se fixam ) o qual promove a lesão attaching and effacing (AE) no intestino grosso devido às proteínas injetadas pelo sistema > Secreta proteínas que fazem o rearranjo do citoesqueleto; Sintetiza uma adesina (Intimina) que aumenta a aderência aos enterócitos, produzindo os efeitos citados anteriormente; não produz ST, LT ou outras enterotoxinas; Produz uma fímbria (Bfp) que se liga ao enterócito; causam diarreia em todas as espécies animais; EIEC (E. coli enteroinvasiva) > quando células dessa estirpe são fagocitadas por um enterócito (célula da mucosa do intestino), elas se multiplicam e invadem outros enterócitos, levando a morte das células; Os sintomas apresentados são: arrepios, febre, fezes com sangue e dores abdominais e de cabeça; possuem plasmídeos com genes, o que confere a sua patogênse, levando a invasão e destruição do epitélio colônico, permitindo a invasão e a mobilidade intracelular da bactéria, transmitindo de célula a célula; EHEC ( E. coli enterohemorrágica) > E. coli Shiga toxin-producing (STEC)/verocytotoxinproducing E. coli (VTEC); inclui cepas de E. coli isoladas de seres humanos e animais que produzem toxinas Stx 1 e 2 6 ( Shiga-like ou Verotoxina (I e II codificada por um fago inserido em um plasmídio ) e/ou lesão A/E ; Ambas são citotóxicas (céls. Vero e HeLa); possui um inóculo baixo, ou seja, uma pequena quantidade de bactérias é suficiente para causar a infecção, cerca de 100 bactérias; bovinos são os hospedeiros reservatórios; cepas (subgrupo) de STEC que produzem intimina e outros produtos do gene LEE; causa doenças em: suínos (doença do edema) [+ importantes: O138, O139; O 141], enterocolite hemorrágica em bezerros; síndrome da colite hemolítica-urêmica em humanos > caracterizada por anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e uremia; Pode estar presente no trato intestinal de bovinos, caprinos, ovinos, cavalos, suínos, cães, coelhos sem causar doença (portadores sadios); Sorotipos mais importantes nas infecções humanas: 0157:H7; O26:H11, O45:H2, O103, O111, O121 e O145 (não móveis); ou STEC ( E. coli produtora de toxina Shiga) > bactérias que produzem somente Stx; Apesar de alguns autores considerarem a diarreia como consequência da formação da lesão A/E e não da produção de qualquer Stx, existe associação experimental e epidemiológica de STEC com diarreia em bezerros; bovinos são os hospedeiros reservatórios; DAEC ( Escherichia coli de adesão difusa ) e EAEC (E. coli enteroagregativa) > ainda não possui uma patogênese muito bem definida, mas sabe-se que ela causa uma adesão de padrão agregativo (“tijolos empilhados”), o que promove a lesão de microvilosidades, diminui a absorção de nutrientes , estando associada ao retardo do crescimento e baixo peso nas crianças; Segundo a literatura nenhuma toxina foi detectada nessa cepa; AIEC (Escherichia coli aderente e invasiva ) 6 adquire os genes de Stx por meio de lisogenia com bacteriófago(s) que codifica(m) a toxina Shiga. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13222/1/2013_RosaneMansanAlmeida.pdf -Cada uma dessas categorias distingue-se por um mecanismo de virulência específico: I. ETEC e EHEC pela produção de toxinas, II. EPEC e DAEC pela formação de lesões histopatológicas; III. EIEC por invasão celular; IV. EAEC pela formação de biofilmes; ● Extra intestinais – ExPEC ( Escherichia coli extra-intestinal ); principais causas de doenças em animais: animais suscetíveis ( neonato que recebeu [quantidades inadequadasde colostro ou colostro de inadequada qualidade ]); capacidade de invadir o epitélio intestinal e sobreviver fora do intestino, penetrando pela conjuntiva, cordão umbilical (umbigo tratado inapropriadamente) ou pela ingestão > neste caso, inicialmente aderem às células alvo da parte distal do intestino delgado; Após a aderência, essas cepas podem induzir sua própria absorção mediante a expressão de CNF1 ou CNF2, resultando em um processo endocitótico que as possibilita penetrar nas células do epitélio intestinal. Em seguida, alcançam os vasos linfáticos e, após, a corrente sanguínea > cresce nos vasos linfáticos e na corrente sanguínea, e instala -se endotoxemia; podem se livrar da fagocitose e da lise mediada por complemento e podem ter um mecanismo para obtenção de ferro; https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-27032009-162026/publico/LikaOsugui_Mestrado.pdf UPEC (Escherichia coli uropatogênica) > principal agente causador de infecções não complicadas do trato urinário; NMEC (E. coli causadora de meningite neonatal); APEC (Escherichia coli patogênica aviária/à aves) > causa doença respiratória e sistêmica grave em galinhas; causa colibacilose em aves domésticas; são cepas de E. coli extraintestinal invasivas; sorotipo comum é o O1:K1:H7; se manifesta de várias maneiras, dependendo da idade do hospedeiro e do modo de infecção; No caso de infecção de ovos, a superfície destes pode ser contaminada com cepas potencialmente patogênicas por ocasião da postura > A bactéria penetra pela casca e contamina o saco da gema > Caso a bactéria se desenvolva, o embrião morre o (natimorto), geralmente na fase final de desenvolvimento; O embrião que sobrevive pode morrer logo após, com ocorrência de perda tão tardiamente quanto 3 semanas após a eclosão do ovo; Uma manifestação clínica importante é a doença respiratória septicêmica > pode ser rapidamente fatal ou progredir como enfermidade crônica, que se manifesta com debilidade, diarréia e angústia respiratória ; Saculite e pneumonia são manifestações comuns; Outras síndromes clínicas causadas incluem celulite, sinovite, pericardite, salpingite e pan oftalmia; SePEC ( Escherichia coli associada à sepse humana ); MPEC (E. coli patogênica mamária); EnPEC (E. coli patogênica endometrial) https://www.scielo.br/j/bjmbr/a/r74NdRLhFWVb4JNKYpgqnxG/?lang=en ● NTEC - pode ocasionar infecções intra ou extra intestinais; Escherichia coli necrotóxica ; *Nem todas as linhagens obedecem rigorosamente a essas categorias, e algumas podem exibir efeitos patogênicos típicos de mais de uma linhagem. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10367356/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10367356/ -Fatores predisponentes que permitem colonização e tornam os animais suscetíveis ao desenvolvimento de doença clínica incluem: I. idade, estado imunológico do animal recém nascido, Constituição fraca do animal, Higiene deficiente, Superlotação, Presença de receptores para adesinas de ETEC e outras E. coli patogênicas no trato intestinal, natureza da dieta e grande exposição a linhagens patogênicas. -Antígenos reconhecidos: 174O (varia no tipo de subunidades de açúcar; como as subunidades se encurvam concomitantemente; e o comprimento da cadeia) , 53H, 80K; utilizados na sorotipagem de um isolado bacteriano em particular -Cada sorotipo é designado por números dos antígenos que representam: Ex: O139:K80:H2; O157:H7 . ➢ PATOGENICIDADE -Para que cause doença, deve apresentar os genes necessários para a codificação dos fatores de virulência necessários; -Se os genes são adquiridos (por transdução, conjugação ou transformação), a cepa não patogênica pode ser transformada em uma cepa potencialmente patogênica; -o tipo de doença ocasionada depende do gene adquirido; -Cepas patogênicas de E. coli causam colibacilose 7 que envolve: - Doenças intestinais: ( enterite; diarreia ) que podem evoluir para Bacteremias ou Septicemias; limitadas aos intestinos; podem manifestar-se como septicemia ( colissepticemia, colibacilose sistêmica ) ou toxemia 8 ( toxemia colibacilar ). *Em suínos mais velhos, enterite pós-desmame e doença do edema são manifestações de toxemia; *Diarreiogênicas (patógenos importantes em bezerros, cordeiros e leitões neonatos e pós desmame (suínos); -Podem causar doenças não entéricas (extra intestinais): trato respiratório de aves, infecções urinárias (bacteriuria, cistites, pielonefrites); mastites, aborto, metrites, meningites, otites externa canina, infecções de feridas, artrites, entre outras. *Extra intestinais ( sistema urinário, umbigo, sangue [septicemia em neonatos da maioria das sp especialmente: bezerros, leitões, cordeiros, potros, filhotes de cães e filhotes de gatos e em animais imunocomprometidos], pulmão e em ferimentos em quaisquer locais - maioria das sp animais ). -Em animais adultos, infecções não-entéricas localizadas (extra intestinais) , muitas ocasionadas por invasão oportunista, podem envolver o trato urinário, as glândulas mamárias e o útero; -Sp aviárias: aerosaculite, pneumonia, septicemia e onfalite . 7 qualquer afecção causada em animais de sangue quente ou no homem que tenham como agente causador a bactéria Escherichia coli. 8 acúmulo excessivo de toxinas endógenas ou exógenas no sangue. ➢ Fatores de virulência -cápsula, endotoxina, estruturas responsáveis por colonização, enterotoxinas e outras substâncias secretadas; ● Polissacarídeos capsulares - produzidos por algumas linhagens de E. coli, interferem na fagocitose desses microrganismos; fracamente antigênico; interfere na efetividade antibacteriana do sistema complemento; ● endotoxina - componente lipopolissacarídeo (LPS) da parede celular de microrganismos Gram-negativos, é liberada quando as bactérias morrem; É composta de uma molécula de lipídeo A, núcleo polissacarídico e cadeias laterais específicas; seu papel na produção da doença inclui atividade pirogênica, lesão endotelial, levando à coagulação intravascular disseminada, e choque endotóxico; efeitos são de grande importância na doença septicêmica; e Ag O (impede a ligação do MAC 9 ); ● Adesinas fimbriais - presentes em muitas linhagens de E. coli enterotoxigênicas; permitem a ligação a superfícies mucosas do intestino delgado edo trato urinário inferior > facilita a colonização porque diminui os efeitos expulsivos do peristaltismo e do fluxo urinário; Muitas adesinas fimbriais têm sido identificadas; As de maior significado nas linhagens de E. coli que produzem doença em animais domésticos são a K88 (F4/infecta suínos), a K99 (F5/infecta bezerros e cordeiros), a 987P (F6) e a F41 (infecta bezerros); Vários receptores para adesina K88 em enterócitos de suínos estão determinados geneticamente e diminuem com a idade; Embora suínos recém-nascidos sejam suscetíveis a linhagens de E. coli portadoras da adesina 987P, desenvolvem resistência à colonização na terceira semana de idade. As adesinas K88 e K99 são codificadas por plasmídeos ● Adesina intimina - necessária à ligação de E. coli enteropatogênica (EPEC) aos enterócitos; ● Enterotoxinas (1), verotoxinas (Toxina Shiga) (2) ou fatores citotóxicos necrosantes (3) - efeitos patológicos da infecção por E. coli patogênicos, além daqueles atribuídos a endotoxinas, derivam principalmente da produção delas; 1 - afetam somente a atividade funcional dos enterócitos; 2 e 3 - podem produzir lesão celular demonstrável nos seus sítios de ação; I. Enterotoxinas - Dois tipos: termolábil (LT) e termoestável (ST); Cada tipo de enterotoxina tem dois subgrupos; Muitas linhagens de E. coli enterotoxigênicas (ETEC) de suínos produzem LT1, que induz hipersecreção de fluidos para o intestino por estímulo da atividade da adenilato ciclase; A maioria dos isolados ETEC que produz LT1 também possui adesinas K88; 9 complexo de ataque à membrana. STa > identificado em linhagens de ETEC isoladas de espécimes suínos, bovinos, ovinos e humanos; induz aumento da atividade da guanilato ciclase em enterócitos, e o aumento resultante na monofosfato guanosina intracelular estimula a secreção de fluidos e de eletrólitos para dentro do intestino delgado e inibe a absorção de fluidos no intestino; II. Verotoxinas ou toxina Shiga-like - são termolábeis e letais para a cultura de células Vero; Escherichia coli verotoxigênica (VTEC) que coloniza os intestinos pode lesar enterócitos ; quando é absorvida à corrente sangüínea, exerce um efeito deletério nas células endoteliais em localizações anatômicas relativamente definidas , como o SNC em suínos; inibem a síntese protéica em células eucarióticas , mas o grau de lesão induzida, relativamente grande em certos tecidos, pode relacionar-se a diferenças nos receptores para tais toxinas; A lesão vascular pode levar a edema, hemorragias e trombose; VT2e está implicada na doença do edema dos suínos; III. fatores citotóxicos necrosantes - CNF1 e CNF2; tem sido demonstrados em extratos de linhagens de E. coli isoladas a partir de casos de diarréia, septicemia e infecções do trato urinário em animais e em humanos; ● Alfa-hemolisina - parece não contribuir de forma direta para sua virulência, mas está estreitamente ligada à expressão de outros fatores de virulência; é freqüentemente uma característica de linhagens de E. coli isoladas a partir de suínos com doença do edema e diarréia; Tem sido sugerido que sua ação possa aumentar a disponibilidade de ferro a microrganismos invasores ; ● Sideróforos - moléculas de ligação com o ferro, como aerobactina e enterobactina ; sintetizados por certas linhagens patogênicas de E. coli; Quando a disponibilidade de ferro é baixa nos tecidos, essas moléculas de ligação com o ferro podem contribuir para a sobrevivência bacteriana; ➢ DOENÇA DO EDEMA -enterotoxemia aguda frequentemente fatal que acomete suínos desmamados; -Sorotipos + frequentes das cepas: O141:K85, O138:K81 e O139:K82 (em geral, expressam α-hemolisina e fímbrias F18ab); -ocorrência de edema subcutâneo (periocular), edema subseroso/submucosa (esôfago, estômago, cólon), sintomas neurológicos SNC que refletem infarto no tronco cerebral, paresia 10 posterior, tremores musculares, grunhido do suíno pode ser rouco devido ao edema de laringe; Edema perivascular no SNC; dispneia, anorexia, fibrina no peritônio, corrimento seroso nas comissuras labiais, fluido na cavidade abdominal e pleural, morte hiperaguda; - fezes geralmente apresentam-se firmes; -lesões são causadas pela absorção de Stx2e do intestino; - Stx2e: é absorvida pelo intestino, alcança a corrente sanguínea e se liga, predominantemente, à superfície de eritrócitos ricos em Gb4 > os eritrócitos, assim, liberem a toxina que atua nas células endoteliais, as quais também expressam o receptor Gb4; penetra nas células endoteliais, e ocasiona toxicidade celular por meio da inativação dos ribossomos e do prejuízo à síntese proteica, provocando a morte da célula; 10 perda ou diminuição da força. -Extravasamento vascular e trombose resultam em edema e infarto, respectivamente, em diferentes tecidos e órgãos; -Macroscopicamente, os suínos geralmente exibem edema subcutâneo na fronte, nas pálpebras e, também, na parede do estômago, no mesocólon e em outras partes; - ocorre entre uma e duas semanas (7-15 dias) após o desmame em suínos de crescimento rápido; -alterações nutricionais e ambientais e com outros fatores estressantes contribuindo para seu desenvolvimento; -Transmissão: aérea, oral, nasal, fecal-oral, vertical, ambiental; -Fator: genética (animais maiores e mais gordos mais afetados), alteração da flora intestinal; ➢ DIAGNÓSTICO -Colibacilose entérica de recém nascidos (leitões, terneiros e cordeiros) é caracteristicamente associada com um só tipo de E. coli. -cultura para a detecção do patógeno específico envolvido, com base na produção do fator de virulência; -Cultura do conteúdo intestinal coletado logo após a morte do animal frequentemente resulta em culturas puras de um tipo de E. coli; - Culturas em ágar- sangue e em ágar MacConkey por 24 a 48 horas a 37°C são técnicas padrão para o diagnóstico de ETEC, embora a detecção de alguns tipos de fímbrias possa ser melhorada pela cultura em meios adicionais denominados: meio E para F4; meio Minca para F5 e F6; e meio E ou meio Minca para F41 >> A constatação de grande quantidade de E. coli, ou seja, de 10 8 a 10 9 unidades formadorasde colônias por mililitro de conteúdo luminal, comprova o diagnóstico ; -exames imunológicos como teste de aglutinação em lâmina em cada colônia, utilizando antissoro específico para as várias adesinas > provas sorológicas; -Pode- se utilizar um teste imunoenzimático (ELISA) para determinar diretamente a presença de bactérias que expressam as adesinas F4 e F5 nas fezes; - reação em cadeia da polimerase (PCR) > provas moleculares; -Sondas de DNA > provas moleculares; específicas para genes que codificam enterotoxinas termolábeis e termoestáveis podem ser usadas para identificar linhagens de E. coli enterotoxigênicas; -As toxinas produzidas por linhagens verotoxigênicas e necrotoxigênicas podem ser detectadas por ensaio em célula Vero; -amostras fecais de animais com doença entérica, espécimes teciduais de casos de septicemia, leite mastítico, amostras de fluxo urinário e suabes cervicais de casos suspeitos de piometra ou metrite; - provas bioquímicas; -Em casos suspeitos de colissepticemia, o isolamento do microrganismo em cultura pura de sangue ou de órgãos parenquimatosos é considerado confirmatório; ➢ TRATAMENTO - natureza e a duração das medidas terapêuticas são determinadas pela severidade e pela duração da doença; -bezerros com diarréia neonatal, o leite deve ser retirado e substituído por fluidos contendo eletrólitos; A alimentação com leite pode ser gradualmente retomada quando a melhora clínica é evidente; Os bezerros gravemente desidratados requerem terapia parenteral para reposição de fluidos; -a doença entérica pode ser tratada por administração oral de compostos antimicrobianos que são ativos no trato gastrintestinal > Terapia antimicrobiana oral ; -Infecções sistêmica e localizada requerem administração parenteral de agentes terapêuticos > Terapia antimicrobiana parenteral; ➢ CONTROLE - animais recém-nascidos devem receber grande quantidade de colostro logo após o nascimento, pois os anticorpos do colostro podem prevenir a colonização dos intestinos por E. coli patogênicos; -meio ambiente limpo e aquecido para animais recém-nascidos; -A dieta alimentar pode contribuir para o desenvolvimento da doença do edema e para outras condições pós-desmame >>> A nova alimentação deve ser introduzida gradualmente; -vacinação de vacas e porcas prenhes > útil para um número limitado de doenças causadas por E. coli. ❖ PRINCIPAIS PROVAS/TESTES BIOQUÍMICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS ENTEROBACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA 1. Fermentação da glicose 2. Fermentação da lactose ✅ 3. Motilidade ✅ 4. Utilização de citrato ✅ 5. Descarboxilação da lisina/Teste de lisina descarboxilase 6. Produção de sulfeto de hidrogênio (H2S) 7. Produção de gás (CO2) 8. Oxidase ✅ 9. Produção de indol 10.Produção de urease 11. Produção de fenilalanina desaminase ou opção triptofanase 12.Produção de gelatinase ou opção DNAse ➢ DESCARBOXILAÇÃO DA LISINA -O Agar ferro lisina é preparado de acordo com a formulação de Edwards e Fife, que desenvolveram o meio para detectar Salmonella arizonae. - Lisina: é um aminoácido muito importante para o organismo, pois tem ação antiviral que ajuda a combater infecções por vírus e também facilita a absorção de cálcio; algumas bactérias possuem enzimas capazes de descarboxilar ela; -A S. arizonae fermenta a lactose rapidamente e os autores descobriram que a produção de H2S esperada no ágar triplo de ferro de açúcar foi suprimida; -Ao eliminar a lactose e incorporar a lisina, Edwards e Fife conceberam um bacilo entérico de diferenciação média, com base na sua capacidade de descarboxilar ou desaminar a lisina e produzir sulfato de hidrogênio abundante (H2S) ; -O Ágar de ferro lisina é um meio diferencial para a identificação de bacilos entéricos; ➢ TESTE DE OXIDASE -usado para diferenciar bactérias oxidase-negativa ( Enterobacteriaceae) das bactérias oxidase-positiva ( Pseudomonadaceae ); -Outro uso é no processo de identificação bioquímica de Neisseria , estas são consideradas oxidase positivas; -me diz sobre elas usarem ou não o oxigênio como o aceitador de elétrons final em respiração aeróbica > A enzima citocromo oxidase está envolvida com a redução do oxigênio no final da cadeia de transporte de elétrons; - baseado na produção intracelular da enzima oxidase pela bactéria, presente no citocromo c. -PRINCÍPIOS DO TESTE → O dicloridrato de N,N,N’,N’-tetrametil-p-fenilenediamina é uma amina aromática dimetilada nos seus dois grupos de amino; O reagente é incolor no estado reduzido e púrpura escuro no estado oxidado; No teste de oxidase, o citocromo oxidase produzido pelo microrganismo não oxida diretamente o reagente p-fenilenediamina. Oxida o citocromo C que, por sua vez, oxida o reagente para formar um composto com a cor púrpura; → REAGENTES > O BD BBL DrySlide Oxidase é uma lâmina descartável com quatro áreas de reacção em filtro de papel contendo dicloridrato de N,N,N’,N’-tetrametil-p-fenilenediamina e ácido ascórbico como agente redutor e estabilizador; -PROCEDIMENTO DO TESTE: 1. Abrir a bolsa de BD BBL DrySlide Oxidase e retirar a quantidade de lâminas necessárias. Depois de abertas, as restantes lâminas BD BBL DrySlide podem ser guardadas na bolsa original até uma semana à temperatura ambiente. Dobrar a parte superior da bolsa uma vez e vedar bem com um autocolante auto-adesivo (fornecido). Eliminar as lâminas que não tenham sido utilizadas 1 semana depois de a embalagem ter sido aberta; Não colocar as lâminas BD BBL DrySlide Oxidase (com organismos) usadas ou parcialmente usadas novamente dentro da bolsa. 2. Utilizando um dispositivo de inoculação apropriado, escolher colônias isoladas ou uma extensão de crescimento confluente da cultura pura a testar. 3. Espalhar o organismo diretamente na área de reação das lâminas BD BBL DrySlide Oxidase. Cada área de reação pode acomodar um máximo de 4 testes e para assegurar uma reação adequada, espalhar o inóculo na área de reação da lâmina BD BBL DrySlide numa área de 3 a4 mm. 4. Examinar a área de reação para ver se apresenta uma coloração púrpura escura nos 20 s seguintes . Ignorar o desenvolvimento da cor ao fim de 20 s. ➢ TESTE DE MOTILIDADE -PROCEDIMENTO: Colocar uma gota do caldo TSB ou outro caldo com crescimento bacteriano (16 a 48 horas a 30ºC) em uma lâmina nova; - A leitura deve ser inicialmente realizada após 4 a 6 horas; - Cobrir a gota com lamínula, vedar com parafina e observar imediatamente em microscópio de campo escuro em objetiva de 40X, com o uso de filtro; - A leitura tem que ser rápida porque os BGN-NF ( Bacilos Gram-negativos não fermentadores) são aeróbios, portanto a sobrevivência dos mesmos na lamínula vedada com parafina é curta. - Leitura: * Motilidade negativa : movimentos vibratórios fracos (movimento browniano: quando o movimento bacteriano ocorre em uma única direção, indicando provavelmente o movimento do líquido entre lâmina e lamínula) ou ausência de movimento; *Motilidade positiva: presença de bactérias cruzando o campo em diferentes direções, sugerindo flagelo polar, ou bactérias girando em torno de si mesmas, sugerindo flagelo peritríqueo. ➢ TESTE CITRATO - usado para identificar se a bactéria utiliza o citrato como fonte única de carbono; -usa-se Ágar citrato de Simmons que contém o citrato de sódio como fonte de carbono e citrato de amônia como fonte de nitrogênio; fosfato de dipotássio, cloreto de sódio, citrato de sódio e sulfato de magnésio; azul de bromotimol como indicador de pH; - Citrato positivo: quando a bactéria usar o citrato, ele vai ser removido do meio e o CO2 vai ser liberado e se ligar ao sódio do citrato de sódio e vai formar o carbonato de sódio (produto alcalino), que vai aumentar o pH do meio fazendo o meio de cultura mudar de verde para azul; Salmonella; Citrato negativo: Quando a bactéria não usa o citrato o meio continua esverdeado e não muda de cor. -por ser um meio inclinado, usa-se uma alça agulhão para pegar amostra e passar no tubo inclinado; https://www.youtube.com/watch?v=FXb_1ITsO9o ➢ TESTE DE LISINA DESCARBOXILASE -Muitas espécies de bactérias possuem enzimas capazes de descarboxilar aminoácidos específicos no meio de cultura . - A enzima descarboxilase remove uma molécula de CO2 de um aminoácido para formar aminas de reação alcalina ; https://www.youtube.com/watch?v=FXb_1ITsO9o -O teste mostra-se útil para diferenciar as espécies de Citrobacter lactose negativas de espécies de Salmonella sp; - Ágar de ferro lisina é um meio diferencial para a identificação de bacilos entéricos. ➢ REAÇÕES EM MEIOS SELETIVOS/INDICADORES -vários meios, incluindo comumente ágar verde-brilhante (VB) e ágar-xilose-lisina-desoxicolato (XLD), são usados para diferenciar salmonelas de outros enteropatógenos ; *no ágar VB - colônias de Salmonella e o meio ao redor mostram uma reação alcalina vermelha ; inibe o crescimento de microrganismos gram-positivos e muitos gram negativos, exceto Salmonella; meio altamente seletivo; a região onde a bactéria cresce se torna rosa e a colônia é lisa, convexa, circular, brilhante e com coloração transparente devido à ausência de produção de H2S. -no ágar XLD e Hektoen - as colônias da maioria dos sorotipos de salmonela são vermelhas (reação alcalina), com centros pretos devido à produção de sulfito de hidrogênio (H2S); região onde a bactéria cresce se torna vermelha e a colônia é lisa, convexa, circular, brilhante e com coloração negra; lisina descarboxilase positiva; — ágar-eosina-azul de metileno (EMB [Eosin-methylene blue]) é usado para identificação de E. coli; as colônias de alguns isolados têm um brilho metálico, característica única da E. coli ➔ Salmonella -Bacilos Gram-negativos -geralmente móveis ( exceção: S. Pullorum e S. Gallinarum ); -não fermentam a lactose; -fermentam glicose, arabinose, maltose, manitol, manose, ramnose, sorbitol, trealose, xilose e dulcitol; -Anaeróbios facultativos; -Tamanho: 0,7-1,5 x 2,0-5,0µm; - Catalase positivos; - Oxidase negativos 11 ( diferente das famílias de Pseudomonadaceae que são oxidase positiva) -Patógenos intracelulares facultativos > ou seja, no laboratório eu não preciso colocar células vivas porque elas são facultativas; -Não capsulado ( exceção: S. Typhi; S. Paratyphi C e S. Dublin ); 11 não usam o oxigênio como aceptor final de elétrons. -pH ideal 7,0 (suporta valores entre 4,0-9,0); -IMViC (-+-+); -Temp. ótima 37 °C, mas também pode crescer a 43°C (reduzir o crescimento de contaminantes); -produzem H2S 12 ( produzem colônias com centro preto grande e brilhante, ou mesmo inteiramente pretas/ Agar SS e Agar Hektoen ) > Produzem a partir da redução do enxofre por ação da enzima cisteína desulfidrase ; -Seus antígenos – O de parede celular, H flagelar e Vi (virulência) capsular – são importantes para fins taxonômicos e epidemiológicos; *Os antígenos O, os polissacarídeos externos da parede celular, são utilizados para subdividir as salmonelas nos grupos A-I. -Há duas formas dos antígenos H, as fases 1 e 2; Somente uma das duas proteínas H é sintetizada por vez, dependendo de qual sequência gênica encontra-se no alinhamento correto para ser transcrita em mRNA. *Os antígenos Vi (polissacarídeos capsulares) são antifagocitários e constituem um importante fator de virulência de S. typhi, o agente da febre tifóide. - Lisina descarboxilase positivas > essa enzima descarboxilase remove uma molécula de CO2 de um aminoácido (lisina) do meio para formar aminas de reação alcalina > tornando o meio de cultura alcalino daí ele muda de amarelo para cor púrpura. -Isolamento pode necessitar de enriquecimento seletivo > ● selenito de sódio - caldo selenito utilizado no enriquecimento e isolamento de Salmonella e Shigella; amostra consiste em material fecal ou outros materiais nos quais se pretende pesquisar a presença de salmonelas; possui Triptona 5,0, Lactose 4,0, Selenito de Sódio 4,0, Fosfato de Sódio 10,0, L-Cistina 0,01, pH Final (25°C) 7,0 ± 0,1. ● tetrationato de sódio - caldo tetrationato é um meio líquido para enriquecimentoseletivo de amostras nas quais se deseja recuperar Salmonelas; foi originalmente descrito por Mueller que descorbiu que o meio 12 sulfeto de hidrogênio ( H2S ) é um gás incolor. inibiu seletivamente os coliformes, permitindo que os patógenos entéricos crescessem sem restrição; possui Proteose Peptona, Digesto Pancreático de Caseína, Sais Biliares, Tiossulfato de Sódio 30,0g, Carbonato de Cálcio, Água deionizada e pH 8,4± 0,2 a 25ºC. ● Rappaport - Caldo Rappaport Vassiliadis é utilizado para o enriquecimento seletivo de salmonellas em carne, produtos lácteos e água contaminada; Digesto Enzimático de Soja 5,0, Cloreto de Sódio 8,0g, Fosfato monopotássico 1,4, Fosfato dipotássico 0,2g, Cloreto de Magnésio Hexahidratado 40g e Verde Malaquita > pH baixo do meio, combinado com a presença de cloreto de magnésio e verde de malaquita, ajudam a selecionar a Salmonella spp altamente resistente > inibindo o crescimento de outros microrganismos. -recuperação de um pequeno nº de organismos em amostras contaminadas ou em condições de estresse; -existem cerca de 2.500 sorotipos de Salmonellas; ➢ COMPOSIÇÃO ANTIGÊNICA -Há um tipo capsular, um antígeno polissacarídio Vi (de virulência) > produzido pelo sorovar Typhi e por cepas Paratyphi C, por algumas cepas Citrobacter e, ocasionalmente, por cepas do sorovar Dublin; A parede celular é uma característica de bactérias gram -negativas, constituída de lipopolissacarídio (LPS) e proteína ; o tipo e a quantidade de açúcares, juntamente com a ligação entre eles na parte mais externa da macromolécula de LPS, define o sorogrupo do antígeno O de um microrganismo particular. > O tipo de antígeno O, junto com os determinantes antigênicos da superfície dos flagelos (antígenos H), os quais encontram -se na maioria das salmonelas, definem o sorotipo > classificação esquema de Kauffmann White; - cápsula Vi > protege a membrana externa das interações efetivas com os complexos de ataque de membranas produzidos pelo sistema complemento; -Antígeno O (somático) – designados por números arábicos; - Antígenos H (flagelar) – designados por letras minúsculas e n ͦ arábicos; antígenos H de fase 1 são designados por letras minúsculas, de “a” a “z” e, depois, “z1”, “z2”, “z3”, e assim por diante. Os antígenos de fase 2 são designados por numerais “1”, “2”, “3”, e daí sucessivamente; ➢ Classificação -três espécies: S. bongori, S. enterica e S. subterranea > S. enterica contém seis subespécies que incluem enterica (subespécie I), salamae (subespécie II), arizonae (subespécie IIIa), diarizonae (subespécie IIIb), houtenae (subespécie IV) e indica (subespécie VI). -As cepas da subespécie I comumente são isoladas de pessoas e animais de sangue quente > inclui mais de 2.500 sorotipos; -esses sorotipos são classificados como: 1. adaptados ao hospedeiro - geralmente não são detectadas nas espécies hospedeiras, a não ser naquela na qual se adaptaram; ex. Abortus equi, em equinos; Abortus ovis, em ovinos; Choleraesuis, em suínos (e, ocasionalmente, em humanos); Dublin, em bovinos (e, ocasionalmente, em humanos); Gallinarum (causa tifo aviário), em aves; Pullorum (causa pulorose), em aves domésticas; Typhi (causa febre tifoide), em humanos; e Paratyphi (também causa febre tifoide), em humanos; 2. não adaptados ao hospedeiro - são capazes de infectar várias diferentes espécies de hospedeiro; S. Typhimurium S. Enteritidis; mais frequentes em humanos e animais. ex. Anatum, Derby, Newport, Tenessee e Typhimurium . ➢ Epidemiologia -Distribuição cosmopolita; -ampla variedade de hospedeiros; -Acomete: mamíferos, aves e répteis que excretam esses bacilos nas fezes; -Presença de portadores assintomáticos; -Fontes de infecções: solo, vegetação, água e alimentos oriundos de animais contaminados (como osso, carne e farinha de peixe), em especial aqueles que contêm derivados de leite, carne ou ovos, bem como as fezes de indivíduos infectados; -Lagartos e cobras são comumente infectados por vários sorotipos (infecções geralmente sejam subclínicas). -A subespécie I é quase que exclusivamente encontrada em mamíferos de sangue quente e em aves (há evidência de que o produto do gene shdA seja responsável por isso); -Períodos longos de excreção, na doença subclínica e na fase de convalescença, asseguram a disseminação incontrolável dos micro-organismos; -Surtos clínicos estão relacionados com imunossupressão , como acontece em animais recém- nascidos (p. ex., bezerros e potros) e em animais adultos estressados, vacas parturientes (em trabalho de parto), equinos submetidos à cirurgia e suínos com doenças virais sistêmicas; - Quando há alteração da flora intestinal normal (p. ex., no caso de estresse e uso de antibiótico), todos os animais são mais sujeitos ao desenvolvimento da doença >> Essas condições tornam os animais suscetíveis à contaminação exógena ou à ativação de infecção latente; ➢ Transmissão -principalmente por via orofecal, frequentemente por meio da ingestão de alimento e água contaminados; -causa doenças em humanos e animais, através do consumo e da ingestão de alimentos contaminados; -consequência da interação entre hospedeiro e Salmonella depende do estado de resistência à colonização do hospedeiro, da dose infectante e das espécies ou dos sorotipos particulares de Salmonella. -Após a ingestão da bactéria pode ou não ocorrer doença > Caso ocorra, pode ser imediatamente depois ou em algum momento após a ingestão > Neste último caso, a interação inicial pode resultar em colonização (sem doença) do hospedeiro; contudo, no caso de alteração do ambiente intestinal provocada, por exemplo, por estresse ou pelo uso de antibiótico (condições que interferem na flora normal), a doença pode progredir; -Salmonella Thyphimurium DT104 tem um amplo espectro de hospedeiros > para animais e humanos, é uma cepa mais virulenta que a maioria das outras cepas desse sorotipo; resistente a vários antimicrobianos ( multidroga resistente /ampicilina, cloranfenicol, estreptomicina, sulfonamidas e tetraciclinas) -Répteis também se tornaram uma importante fonte de Salmonella para as pessoas;nas salas de aulas, os animais de estimação (p. ex., tartarugas) são fontes comuns de exposição; - aves domésticas e ovos contaminados a partir dos ovários; -Pássaros silvestres e roedores são fontes de infecção pela contaminação do alimento por suas fezes; -Fômites e utensílios de uso comum em animais (comedouros e bebedouros); -Via geniturinária, umbilical, cutânea, conjuntival, transplacentária e ocasionalmente pela via respiratória; -Reservatório para as Salmonella: sistema gastrintestinal de animais de sangue quente e de sangue frio; ➢ Resistência -sobrevida no meio ambiente pode ser muito longa, em particular na matéria orgânica; -Pode permanecer viável no material fecal por longo período (anos), particularmente em fezes secas 1. podendo resistir mais de 28 meses nas fezes de aves, 2. 30 meses no estrume bovino 3. 280 dias no solo cultivado e 120 dias na pastagem, sendo ainda encontrada em efluentes de água de esgoto, como resultado de contaminação fecal; -Podem sobreviver no solo, água, plantas ( protegidos da luz ) 6-9 meses; -sensível ao calor, sendo mortas à 56 ̊C em 10-20 minutos ( exceção: S. Senftenberg ); *No entanto, a termorresistência pode incrementar-se com menor coeficiente de atividade de água; -distribuição dos sorotipos varia de uma área geográfica para outra; -S. Typhimurium é universalmente distribuída ➢ Fatores Predisponentes: -Falta de higiene; -superlotação, temperaturas ambientais extremas, -estresse de hospitalização e cirurgias, -parto, -parasitismo, -excesso de exercício e doenças virais concorrentes - animais jovens e em ovinos e eqüinos adultos relacionado à estresse; -transporte; -Privação de água -Terapia antimicrobiana oral -Alterações repentinas nas rações, alterando a flora intestinal -Procedimentos cirúrgicos que requerem anestesia geral -número de salmonelas ingerido, a virulência do sorotipo ou a linhagem infectante - a suscetibilidade do hospedeiro → pode estar relacionada ao estado imunológico, à constituição genética e à idade. -Animais jovens e debilitados ou velhos são particularmente suscetíveis e podem desenvolver a forma septicêmica da doença; -imunossuprimidos - doença clínica; -Animais criados sob confinamento: + sujeitos a infecção e são principal fonte de infecção para humanos e outros animais (eliminam a bactéria nas fezes); -Suínos e aves que se alimentam com ração contaminada sofrem de infecções inaparentes durante toda a sua vida; -Muitos animais são hospedeiros de manutenção ( aquele que mantém o agente por longo tempo e é fonte de infecção, tem elevada susceptibilidade à doença) ; - Salmoneloses: é de ocorrência comum em animais domésticos, e as conseqüências da infecção variam do estado de portador subclínico à septicemia aguda fatal; começa com uma infecção entérica e que pode tornar-se generalizada, após a entrada da bactéria na circulação sanguínea; -O animal pode desenvolver: septicemia, meningite, artrite, pneumonia, aborto ou uma combinação desses quadros. ➢ Patogenia -virulência da salmonela relaciona-se a sua habilidade em invadir células do hospedeiro 13 , replicar-se dentro dessas células e resistir à digestão por fagócitos e à destruição por componentes plasmáticos do complemento; -Após aderência na superfície das células epiteliais da mucosa intestinal do íleo e colón, provavelmente por meio da fixação pelas fímbrias e adesinas Agf, Pef e Lpf → 13 células -alvo são as células M do epitélio associado ao folículo, que reveste o tecido linfático associado ao intestino. *A carência de flora competitiva resultante de deficiência nutricional, de estresse ou do uso de antibiótico pode reduzir potencialmente a dose infectante. -as bactérias induzem formação de invaginações na membrana celular > As invaginações facilitam a entrada da bactéria através de vesículas ligadas a membrana, as quais muitas vezes coalescem > célula-alvo é irreversivelmente danificada por esta interação, progredindo para apoptose -Neste momento, as salmonelas são encontradas nas células- alvo, nos linfonodos e em tecidos da submucosa. - então Inicia -se uma resposta inflamatória pela liberação de várias quimiocinas pelas células hospedeiras infectadas, bem como pela liberação de citocinas pró- inflamatórias após a interação da célula hospedeira com o LPS da parede celular da bactéria – condição que resulta em influxo de leucócitos PMN (polimorfonucleares) e macrófagos > pode ocasionar neutropenia periférica transitória; são altamente eficientes na fagocitose e morte das salmonelas; os macrófagos não ativados são menos efetivos; Se a condição imune do hospedeiro e as características das salmonelas são assim, o processo infeccioso cessa neste estágio da doença . *Acredita-Se que a diarreia seja decorrente da síntese de prostaglandina pelos PMN recrutados (e, talvez, pelas células hospedeiras infectadas), bem como da ativação de diversas vias de sinalização do isositol no interior das células hospedeiras acometidas. >> O resultado final é a secreção de íons cloreto e água; -Se a cepa infectante de Salmonella tiver propriedades que possibilitem sua disseminação ( o fato de conter produtos de genes associados a SPI 2, SPI 3, SPI 4 e SPI 5 torna possível o crescimento das bactérias no interior dos macrófagos; o plasmídio Spv, que codifica a capacidade do microrganismo em se multiplicar no ambiente intracelular e sua resistência sérica; o sistema PhoQ/PhoP, que propicia resistência às defensinas; a SlyA, que viabiliza resistência a subprodutos dependentes do oxigênio; arcA ), pode ocorrer septicemia. >> probabilidade de isso acontecer é maior quando a condição imune do hospedeiro encontra -se prejudicada; -As salmonelas se disseminam e crescem no interior das células fagocíticas (principalmente nos macrófagos), nos fagossomos; -Após a disseminação sistêmica da salmonela, podem se instalar septicemia e choque endotóxico; -Cepas que causam esse tipo de doença se livram dos mecanismos de destruição do hospedeiro e crescem nos macrófagos do fígado e do baço, assim como no ambiente intravascular; -Durante sua disseminação, as salmonelas, ocasionalmente, encontram -se fora doambiente intracelular e, portanto, sob o risco de formação de complexos de ataque de membrana pelo complemento, em sua superfície >> Essa ocorrência é impedida por, pelo menos, dois mecanismos: 1. um envolve o produto do plasmídio Spv 2. outro envolve a extensão da unidade do antígeno O repetido do LPS (há uma correlação direta entre a extensão do antígeno O repetido e o grau de virulência); -Salmonelas invasoras são capazes de secretar um sideróforo, a salmoquelina , que remove ferro das proteínas ligadoras de ferro do hospedeiro; -O crescimento descontrolado do microrganismo resulta em endotoxemia, lesão vascular grave e morte do paciente; -Os efeitos oxidativos tóxicos dos radicais livres produzidos pelos fagócitos são minimizados pela atividade das enzimas bacterianas catalase e superóxido dismutase . -A resistência à destruição pelo complemento é parcialmente dependente do comprimento das cadeias do antígeno O do lipopolissacarídeo (LPS) > Cadeias longas do LPS previnem que os componentes do complemento do complexo de ataque à membrana interajam com a membrana celular bacteriana, lesando-a; também é responsável pelos efeitos endotóxicos da infecção por salmonelas > Ele pode contribuir para a resposta inflamatória localizada que lesa células epiteliais do intestino e resulta em desenvolvimento de diarréia; O LPS da parede celular bacteriana também é mediador do choque endotóxico que pode acompanhar salmonelose septicêmica; ➔ Pode produzir diversos fatores de virulência -Adesinas > fímbrias >> fim, pef, lpf, bcf, saf, stb, stc, std, sth, sti e stj; Ags O, H, F; -cápsula Vi > Como as salmonelas são parasitas primariamente intracelulares, o fato de ter ou não uma cápsula não parece ser uma estratégia que seja compatível com a função dessa estrutura em outros microrganismos (ou seja, antifagocítica) > No entanto, protege a membrana externa das interações efetivas com os complexos de ataque de membranas produzidos pelo sistema complemento > importante para elas quando presentes no ambiente extracelular; S. Typhi inibe a ligação do C; -Pt: 1. invasão - SPI 1; promove a invasão do epitélio intestinal > mediante a indução de uma reorganização da actina do citoesqueleto (formação da membrana ondulada), que resulta na entrada da bactéria no enterócito; 2. neutralização do O2 - SPI 2; promove a sobrevivência das bactérias nos macrófagos; 3. defensinas dos M - 4. sideróforos - Salmonella patogênicos produzem o sideróforo catecolato conhecido como enterobactina, e todas as salmonelas, com exceção de S. bongori, sintetizam uma enterobactina glicosilada derivada da salmoquelina ; -toxinas: 1. endotoxinas - substância tóxica ligada à parede celular das bactérias gram-negativas; manifestação clínica mais comum de salmonelose é a diarreia; 2. enterotoxinas -último estudo sugere que a Stn possa participar na manutenção da integridade da membrana da bactéria; mais antigos achava-se que Stn induzia secreção de água e eletrólitos pelas células hospedeiras -alvo; agem no intestino causando principalmente dores abdominais, diarreias e vômitos; É uma das causas de intoxicação alimentar; 3. citotoxinas - inibe a síntese proteica e permite a saída do Ca2+; ❖ Salmonelose: infecções causadas por Salmonellas -três tipos de infecções por Salmonella em humanos → 1. Gastroenterites - inflamação da mucosa intestinal; caracterizada por náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia, que geralmente não é sanguinolenta. Dor de cabeça, febre, calafrios e mialgia também podem ser vistos; Desidratação grave pode ocorrer em bebês e idosos; Em muitos casos, os sintomas desaparecem espontaneamente em alguns dias a uma semana. As mortes são raras exceto em pessoas muito jovens, muito idosas, debilitadas ou imunodeprimidas; Complicações relacionadas à doença gastrointestinal podem incluir apendicite, pancreatite, colecistite, colangite, e abscessos abdominais ou perianais; 2. febres entéricas - e em outras febres entéricas; a infecção é iniciada no intestino delgado, entretanto poucos sintomas gastrintestinais ocorrem; Os organismos penetram, multiplicam-se nos fagócitos mononucleares das placas de Peyer e, em seguida, disseminam-se até os fagócitos do fígado, da vesícula biliar e do baço > Isso leva à bacteriemia, a qual está associada à manifestação de febre e outros sintomas, provavelmente causados pela endotoxina; A sobrevivência e o crescimento dos organismos no interior de fagossomos de células fagocitárias é uma propriedade marcante dessa doença, assim como a preferência pela invasão da vesícula biliar , que pode resultar no estabelecimento do estado de portador, com a excreção das bactérias pelas fezes durante longos períodos; 3. septicemia ou bacteremia - representa somente cerca de 5-10% das infecções por ela; ocorre em uma entre duas situações: um paciente apresentando uma doença crônica subjacente, como anemia falciforme ou câncer, ou uma criança apresentando enterocolite; O curso séptico é mais indolente que aquele observado nos casos de outros bacilos gram-negativos; A bacteriemia resulta na colonização de vários órgãos , sendo a osteomielite, a pneumonia e a meningite as sequelas mais comuns; A osteomielite em uma criança com anemia falciforme é um exemplo importante desse tipo de infecção por salmonela; Tecidos previamente lesados, como infartos e aneurismas, especialmente aneurismas aórticos, são os sítios mais frequentes de abscessos metastáticos; -Salmonella é também uma importante causa de infecções de enxertos vasculares. -Salmoneloses animais se apresentam como: 1. Enterites: aguda, subaguda, crônica - pode afetar a maioria das espécies de animais das propriedades, independentemente da idade; A doença aguda é caracterizada por febre, depressão, anorexia e diarréia profusa e fétida, muitas vezes contendo sangue, muco e células epiteliais descamadas . Seguem-se desidratação e perda de peso, sendo que animais prenhes podem abortar; Animais jovens severamente afetados tornam-se inativos, ficam deitados e podem morrer dentro de poucos dias após adquirirem a infecção; Em propriedades com salmonelose endêmica, os
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