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Centro Universitário – UniFG Habilidades Médicas GUIA ILUSTRADO DE PROCEDIMENTOS Aluna: Brunna Meira Bonfim Aguiar Profa. Cinoélia Souza e Paula Viana PROCEDIMENTO: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO VIA ENDOVENOSA Materiais: Bandeja ou cuba rim; Gaze compressa 7,5 X 7,5, estéril; Álcool 70%; Terapia medicamentosa prescrita (identificada, diluída na seringa compatível ou frasco de soro com medicação diluída ou medicação de 30 ou 50 ml); Luva de procedimento, óculos de proteção e máscara (EPIs). Agulha; Seringa; Soro fisiológico (SF) a 0,9%; Algodão embebido em álcool 70%; Algodão seco; Garrote; Dispositivo intravenoso; Dispositivo intermediário de 02 ou 04 vias estéril, para administração de soluções, preenchido com SF 0,9%; Esparadrapo impermeável ou microporoso. Técnica: Consiste na introdução de medicamento e ou soluções diretamente na veia (corrente sanguínea), através de punção venosa com a finalidade de absorção rápida da substância em uso. 1. Ler a prescrição; 2. Confirmar data, nome do paciente, medicação, dose, via de administração e horário da medicação1; 3. Higienizar as mãos2; 4. Levar a bandeja para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a mesinha de cabeceira3; 5. Conferir a identificação do cliente através da pulseira de identificação e com o próprio4; 6. Orientar o paciente e o acompanhante sobre o procedimento; 7. Colocar os Equipamentos de Proteção Individual5. 8. Checar a permeabilidade do acesso venoso, observando se o local apresenta sinais flogísticos (dor, calor e rubor); OBS: As veias de preferência para a colocação dos dispositivos para o acesso venoso periférico são: Metacarpianas. Basílica. Cefálica e cefálica acessória. Veia intermédia do antebraço. Veia intermediária do coto- velo. Veia braquial. 9. Fechar o clamp de controle de fluxo do acesso venoso, no caso do paciente estar recebendo hidratação contínua; 10. Realizar preparação da seringa7, 8 e a desinfecção das conexões e injetores do circuito, utilizando gaze estéril e álcool a 70%6, 9; 11. Abrir a via do extensor do equipo que será utilizado, com o auxílio da gaze; 12. Introduzir a seringa na via do extensor; 13. Proteger a tampa do extensor com gaze e deixá-la na bandeja; 14. Certificar-se de não haver bolhas de ar no interior da seringa ou circuito com medicação; 15. Injetar o medicamento de forma lenta10; 16. Observar possíveis reações que o paciente possa apresentar durante a administração; 17. Retirar a seringa; 18. Introduzir a seringa preenchida com SF 0,9% a fim de salinizar a via utilizada11; 19. Retirar a seringa; 20. Fechar a via do extensor com o conector próprio (tampa do extensor)12; 21. Fechar o clamp de fluxo da via que não será mais utilizada; 22. Abrir o clamp de controle de fluxo do equipo de soro, acertando o gotejamento; 23. Observar sinais aparentes de alteração no paciente e no local da punção, após a administração do medicamento (dor local, hiperemia, rubor, edema); 24. Assegurar que o paciente esteja confortável e seguro no leito (grades elevadas); 25. Deixar a unidade limpa e organizada; 26. Desprezar o material utilizado em local apropriado; 27. Limpar a bandeja ou a cuba rim com álcool a 70%; 28. Retirar luvas de procedimentos13; 29. Higienizar as mãos; OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: os números exponenciais representam a referência de ilustração ao final do arquivo. 30. Checar na prescrição, o horário correspondente ao procedimento realizado e anotar possíveis intercorrências. Observações: Observar o estado geral do paciente durante e após a administração medicamentosa; Caso não seja permanente a punção, deverá ser realizado rodízio de locais; Não reencapar a agulha utilizada e não desconectar a agulha utilizada da seringa para não se contaminar, nem contaminar o paciente; Conferir SEMPRE o rótulo da medicação. CINCO CERTOS: 1. Medicamento certo; 2. Dose certa; 3. Hora certa; 4. Paciente certo; 5. Via certa. TRÊS LEITURAS: 1. Antes de retirar o frasco ou ampola do armário ou carrinho de medicamentos. 2. Antes de retirar ou aspirar o medicamento do frasco ou ampola. 3. Antes recolocar no armário ou desprezar o frasco ou ampola no coletor adequado. Indicações: Sempre que houver indicação para que o medicamento ou solução seja absorvido de imediato e por completo, e nos casos de grandes doses de medicamentos por fluxo contínuo ou intermitente, por período determinado, por aceitar grandes volumes de soluções na sua administração. É a via preferencial para infusão de soluções hipertônicas, devido à facilidade imediata de diluição no sangue. Administração de medicamentos, especialmente substâncias irritantes que poderiam causar necrose tecidual se inoculados por outras vias. Administração de medicamentos com ação imediata e medicamentos com ação lenta e contínua. Controle rigoroso da dose do medicamento e/ou volume infundido. Administração de nutrição parenteral, sangue ou derivados. Restauração ou manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico. Contraindicações: As contraindicações relacionadas ao volume estão associadas com a patologia do paciente. Medicações oleosas e de depósito. Medicações que não possuem formulação para via endovenosa. Impossibilidade de obtenção de uma via para acesso venoso. Riscos: Evitar áreas inflamadas, hipotróficas, com nódulos, paresias, plegias e outros, pois podem dificultar a absorção do medicamento; Observar possível infiltração no local de inserção do cateter, pois punção inadequada pode ocasionar extravasamento de medicamento para o espaço intersticial, desencadeando lesões no paciente. Risco de promover flebites: Durante a infusão de substâncias endovenosas, podem ocorrer reações pirogênicas ou bacterianas, sendo importante a observação de manifestações clínicas que poderão ser: calafrios intensos, elevação de temperatura, sudorese, pele fria, hipotensão, cianose de extremidades e/ou labial, levando à uma abrupta queda do estado geral do paciente. Essas possíveis reações são verificadas logo após o início de terapia endovenosa e, devem cessar logo que interrompida. Risco de transfixação da veia. Formação de hematoma por trauma de punção. Risco do paciente ser alérgico à substância, a repercussão será imediata e, muitas vezes, fulminante. Vocabulário-técnico: Flebite: inflamação da parede de uma veia. Clamp: instrumento cirúrgico, conhecido como uma pinça com função de grampear temporariamente. Soluções hipertônicas: mistura em que a concentração de soluto é maior que a da solução. Nutrição parenteral: a nutrição feita por uma via diferente da gastro-intestinal. Paresias: disfunção ou interrupção dos movimentos de um ou mais membros. Plegias: falta completa de força muscular, paralisia dos movimentos. Transfixação da veia: Quando a agulha do dispositivo EV é inserida muito profundamente, perfurando a veia em ambos os lados. Cianose: coloração azulada quando os tecidos não recebem a quantidade adequada de oxigênio. Referência: AME. Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem: 2009-2010. Rio de Janeiro: EPUB, 2009. ARAÚJO, M.J.B.de. Técnicas fundamentais de enfermagem. 9 Ed. Rio de Janeiro: MJB de Araújo, 1996. FIGUEIREDO,N.M.A.; VIANA,D.L; MACHADO,W.C.A.Tratado prático de enfermagem. 2 Ed. v.2. São Caetano do Sul: Yedis Editora, 2008. MOZACHI, NELSON. O Hospital: manual do ambiente hospitalar. Ed.10. Curitiba: Os Autores, 2005. SILVA, M.T; SILVA, S.R.L.P. Cálculo de administração de medicamento em enfermagem. 1 Ed. São Paulo: Martinari, 2008.Passo a passo ilustrado: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Imagens retiradas da vídeo-aula: Administração de Medicação Via Intravenosa | Sua Saúde na Rede PROCEDIMENTO: PUNÇÃO PERIFÉRICA PARA ADMINISTRAÇÃO ENDOVENOSA Materiais: EPI: luvas de procedimento; Cateter agulhado na numeração adequada com dispositivo de segurança; Bandeja ou cuba rim; Algodão embebido em álcool a 70%; Garrote; Tricotomizador (se necessário); Venoscópio (se necessário); Fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados; Materiais complementares, de acordo com o procedimento a ser desenvolvido, tais como: sistema de infusão montado, ou seringa com medicamento, ou outra solução, ou frascos para coleta sangue, etc.). Técnica Geral: 1. Explicar o procedimento a ser realizado e a sua finalidade ao cliente e/ou familiar ou acompanhante; 2. Higienizar as mãos; 3. Realizar a tricotomia da região escolhida, se necessário; 4. Higienizar as mãos; 5. Levar a bandeja (cuba rim) para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a mesinha de cabeceira; 6. Posicionar o cliente de acordo com o local escolhido. Se o cliente estiver sentado, apoiar seu braço esticando o cotovelo; 7. Calçar luvas de procedimentos; 8. Avaliar a rede venosa e escolher uma veia de bom calibre (de acordo com a finalidade da punção, como no caso de hemotransfusão); 9. Utilizar o venoscópio, se necessário; 10. Colocar o garrote acima do local escolhido, aproximadamente de 7,5 a 10 cm, de modo que não interfira no fluxo arterial, além de solicitar que o cliente mantenha a mão fechada; 11. Fazer antissepsia do local com álcool a 70%, em sentido único, de dentro para fora, e esperar o fluido secar espontaneamente; 12. Pegar o cateter com a mão dominante com o bisel da agulha voltado para cima e em sentido do retorno venoso; 13. Delimitar e imobilizar a veia, esticando a pele do paciente, com a mão não dominante, utilizando os dedos polegar e indicador; 14. Proceder à punção e à introdução do dispositivo na veia, com o dispositivo em angulo de 15 a 45 graus pelo método direto ou indireto; 15. Observar o refluxo de sangue para o cateter (canhão); 16. No caso de punção com cateter endovenoso, introduzir a parte externa do dispositivo com o mandril (agulha); 17. Retirar o garrote e solicitar que o paciente abra a mão; 18. Pressionar com o polegar a pele onde está apontado dispositivo e retirar o mandril; 19. Conectar o extensor ou o equipo de soro, devidamente preenchido com soro, ou a seringa no dispositivo intravenoso; 20. Abrir o clamp do equipo para iniciar a infusão; 21. Verificar se a solução flui facilmente, observando se não há infiltração no local; 22. Realizar a fixação com a fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados; 23. Identificar o acesso venoso com data, dispositivo utilizado e nome do profissional que realizou o procedimento; 24. Assegurar que o paciente esteja confortável e seguro no leito (grades elevadas); 25. Manter a unidade do paciente organizada; 26. Desprezar o material utilizado em local apropriado; 27. Retirar as luvas; 28. Higienizar as mãos; 29. Proceder às anotações de enfermagem, constando: tipo do dispositivo e calibre que foram utilizados, número de tentativas de punção, local de inserção e ocorrências adversas e as medidas tomadas. Indicações: Clientes em atendimento ambulatorial ou hospitalar que necessitam de infusão de medicamentos ou soluções pela via intravenosa, ou que necessitam coletar amostras de sangue. Contraindicações: Em locais que apresente lesões de pele, flebite e edema; Membros com déficit motor e/ou sensitivo ou com fístula arteriovenosa; Membro superior homólogo à mastectomia com ressecção de linfonodos; Não realizar punções em casos de distúrbios graves de coagulação. Vocabulário Técnico: Tricotomizador: aparelho de barbear. Venoscópio: Aparelho que localiza veias periféricas com precisão, para adultos e crianças. Mandril: haste rígida que serve para dar resistência a sondas flexíveis. Riscos: Obstrução do acesso Hematoma local Extravasamento de soro Alergias Flebite Tipos de Dispositivos Punção com cateter agulhado (scalp, butterfly) Possui diversos calibres que vão do 19 (maior calibre) ao 27 G (menor calibre). Indica-se a utilização deste quando não há a necessidade de manter-se o paciente com infusão contínua, já que este tipo de dispositivo favorece a transfixação da veia pelo cateter, bem como apresenta maior risco de infiltração no espaço extra- vascular. Associado a isto, em função da restrição de seu calibre, acarreta em maior tempo necessário de infusão, comparando-se aos dispositivos endovenosos de longa permanência. No início da terapia intravenosa ou para manutenção da mesma com previsão de duração inferior a 24 horas, de acordo com a prescrição. Para coleta de sangue ou para administração de hemocomponentes. Punção com cateter sobre agulha (jelco) No início da terapia intravenosa com previsão de duração acima de 24 horas ou para manutenção da mesma de acordo com a prescrição, ou ainda a cada 96 horas. Espera-se obter um acesso venoso seguro e pérvio para infusão de medicamentos, soluções, sangue e derivados. Manter acesso vascular asséptico, preso, firme e pérvio. Outra vantagem destes dispositivos é a possibilidade de retirada do mandril metálico, permanecendo no espaço intralumial apenas o dispositivo maleável, o que impede a perda do cateter por transfixação e também favorece a movimentação do membro. Os jelcos são dispositivos flexíveis onde a agulha é envolvida por um mandril flexível, após a punção, a agulha é retirada ficando na luz da veia apenas o mandril. São numerados em números pares do 14 (maior e mais calibroso) até o 24(menor e mais fino). Jelco 14 e 16: Adolescentes e Adultos, cirurgias importantes, sempre que se devem infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa. Jelco 18: Crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Administrar sangue, hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa. Jelco 20: Crianças, adolescentes e adultos. Adequado para a maioria das infusões venosas de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados). Jelco 22: Bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser mantida uma velocidade de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente. Jelco 24: RN’s, bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para veias muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos. Formas de infusão endovenosa: Bolus A administração de medicação em bolo consiste na utilização de doses concentradas de medicação diretamente na circulação sistêmica do paciente. Ao ser administrada deve-se levar em consideração os riscos para o paciente. Neste tipo de administração é utilizada uma pequena quantidade de líquido, o que representa vantagem para os pacientes em controle rígido de líquidos. Deve-se tomar o máximo de cuidado, pois a injeção em bolo é muito perigosa do ponto de vista que se cometido algum erro, pode-se não reverter tais erros. A injeção em bolo pode causar irritação do endotélio venoso e, por isso, devemos tomar o cuidado de checar o posicionamento do dispositivo intravenoso. Nos casos em que são injetadas medicações ao redor da veia a dor aparece no local, pode chegar a uma necrose tecidual e até mesmoabcessos podem ser causados e em casos mais graves, pode ocasionar óbito. São apontadas três estratégias para reduzir os danos causados pela injeção rápida de medicações: Certificar-se da velocidade da administração da medicação em bolos; Utilizar soluções com as menores concentrações possíveis; Evitar utilizar o termo em bolo quando a medicação deve ser administrada em tempo superior a 1 minuto. Nestes casos devemos utilizar termos maus descritivos como IV em 5 minutos. A velocidade da administração da medicação em bolo no protocolo institucional ou no DEF (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas). Gravitacional A venóclise é a administração endovenosa de regular quantidade de líquido por meio de gotejamento controlado, num período determinado de tempo, podendo ter ação direta da gravidade. É indicado para repor perdas de líquidos do organismo em casos de desidratação, hemorragias e outros; e administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são o soro glicosado a 5% ou a 10% e soro fisiológico a 0,9%. É o número de gotas que será infundido no paciente em determinado espaço de tempo. Quando instalamos um soro no paciente, devemos saber em quanto tempo o soro vai correr. Este tempo varia segundo as condições de saúde do paciente e idade. No cálculo deste tempo devemos considerar: Volume total da solução a ser administrada; Tempo total para correr o soro Bomba de infusão A bomba de infusão é indicada para todo o paciente com prescrição de infusão em via parenteral ou enteral, nos casos onde se faz necessária a garantia rigorosa do gotejamento dos medicamentos prescritos. A bomba infusora é um dos mais práticos recursos habitualmente disponíveis na UTI e/ou Sala de Emergência, e mesmo em algumas ambulâncias modernas. Permite administrar de maneira confiável os fármacos mais delicados de acordo com dosagens de mg/min ou ml/h. Normalmente utilizada em pacientes que precisam controle rigoroso do gotejamento, tais como: pacientes com ICC (insuficiência Cardíaca Congestiva), Insuficiência Renal, Neonatos prematuros, tratamento com quimioterápicos, drogas vasoativas para controle pressão arterial, drogas cardiovasculares, anestésicos durante cirurgias, administração de insulinas endovenosa. Referências: STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos operacionais padrão em enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2014. SOUZA, V. H. S. D.; MOZACHI, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Manual Real, 2009. PRADO, ML. GELBCKE, FL (Org). Fundamento de enfermagem. Florianópolis: Cidade Futura, 2002. 368p. CALTELLANOS, B. Injeções, modos e métodos. São Paulo: Ática, 1997.
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