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Santo Daime e o Chá Ayahuasca Autor do resumo: E. S.;RAMOS O Santo Daime é uma religião brasileira que tem suas raízes na Amazônia, fundada nos anos 1930 por Raimundo Irineu Serra. É conhecida por seus rituais que incluem o uso do chá ayahuasca, também chamado de Daime, como um sacramento. A ayahuasca é uma bebida enteógena feita a partir da combinação de duas plantas da floresta amazônica: a videira Banisteriopsis caapi e folhas da planta Psychotria viridis. Este chá é utilizado em rituais religiosos para promover cura, visões e introspecção espiritual. Os rituais do Santo Daime frequentemente incluem cantos, orações, danças e a ingestão do chá ayahuasca, que é considerado pelos seguidores como um meio de conexão com “o divino” e uma ferramenta para o autoconhecimento e a expansão da consciência. A prática dessa religião se expandiu para além das fronteiras do Brasil, alcançando diversas partes do mundo. No contexto do Santo Daime, o "divino" refere- se a uma entidade ou realidade espiritual superior, que pode ser entendida de diferentes maneiras pelos praticantes. Essa percepção varia conforme as crenças individuais dentro da religião, mas geralmente inclui a ideia de Deus, forças espirituais, ou uma consciência superior que permeia o universo. O Santo Daime incorpora elementos do cristianismo, espiritualidade indígena amazônica e afro- brasileira, então o "divino" pode ser associado a Jesus Cristo, à Virgem Maria, a entidades espirituais da floresta, a santos, ou a outras figuras espirituais veneradas na prática religiosa. Portanto, a conexão com o divino no Santo Daime pode ser vista como uma experiência de união ou comunhão com essas entidades e forças espirituais. A ayahuasca é uma bebida enteogênica tradicionalmente usada por povos indígenas na Amazônia para fins rituais e medicinais. Ela é feita a partir da combinação de pelo menos duas plantas principais: a videira Banisteriopsis caapi e as folhas de Psychotria viridis. A Banisteriopsis caapi contém alcaloides harmala, como harmalina e harmine, que são inibidores da monoamina oxidase (MAO), enquanto a Psychotria viridis contém dimetiltriptamina (DMT), um potente alucinógeno. Quando consumida, a ayahuasca provoca efeitos psicoativos intensos, incluindo alterações na percepção visual e auditiva, alterações no estado de consciência e experiências místicas ou espirituais. Esses efeitos são resultado da combinação dos compostos químicos das duas plantas, onde os inibidores de MAO presentes na Banisteriopsis caapi permitem que o DMT da Psychotria viridis atue no sistema nervoso central sem ser rapidamente metabolizado. A ayahuasca é utilizada em contextos cerimoniais e religiosos, onde é considerada um meio de comunicação com o mundo espiritual, facilitando experiências de autoconhecimento, cura emocional e física, e introspecção espiritual. Devido à sua natureza potente e aos intensos efeitos psicológicos, o uso da ayahuasca é geralmente feito sob a orientação de um líder experiente, como um xamã ou um guia espiritual. Existem controvérsias relacionadas ao uso do chá ayahuasca, especialmente no que diz respeito a questões legais e de saúde. As principais polêmicas envolvem: Legalidade: A ayahuasca contém dimetiltriptamina (DMT), uma substância que é controlada em muitos países sob leis de drogas. No entanto, em países como o Brasil e partes dos Estados Unidos, o uso do chá ayahuasca em contextos religiosos é permitido, reconhecendo a liberdade de prática religiosa. Em outros lugares, a legalidade da ayahuasca ainda é uma área cinzenta, sujeita a interpretações variadas das leis sobre substâncias controladas. Saúde e Segurança: Há preocupações relacionadas à segurança e aos efeitos sobre a saúde do consumo de ayahuasca, especialmente sem supervisão adequada. Os efeitos psicoativos intensos podem ser perturbadores e, em alguns casos, perigosos http://lattes.cnpq.br/3207935358521360 para indivíduos com condições psicológicas pré-existentes ou em combinação com outras substâncias. Isso levanta questões sobre a necessidade de regulamentação e supervisão médica durante seu uso. Exploração Comercial: Com o crescente interesse internacional na ayahuasca, surgiram debates sobre a exploração comercial e o turismo de ayahuasca, o que levanta preocupações éticas e culturais. Há temores de que o uso tradicional e cultural da ayahuasca possa ser desvirtuado ou comercializado de forma irresponsável. Criminalização dos Usuários: Em países onde a ayahuasca é ilegal, usuários e praticantes podem enfrentar consequências legais, incluindo acusações criminais. Isso gerou debates sobre direitos religiosos, uso tradicional de plantas e políticas de drogas. Essas controvérsias refletem o equilíbrio delicado entre respeitar as práticas religiosas e culturais tradicionais e garantir a segurança e a saúde pública. As discussões continuam em muitos países sobre como melhor regular e integrar o uso do chá ayahuasca dentro de seus sistemas legais e de saúde. Estudos científicos indicam que a ayahuasca pode ter efeitos positivos no tratamento de depressão, ansiedade e TEPT, apresentando resultados promissores como antidepressivos rápidos e sustentáveis, redução da ansiedade, e auxílio no processamento de experiências traumáticas. Contudo, a pesquisa ainda está em estágios iniciais e mais estudos são necessários para avaliar completamente seus riscos e benefícios. Perkins et al. (2022) em um estudo longitudinal naturalista na Frontiers in Pharmacology, exploram essas dimensões, sugerindo mudanças significativas na saúde mental e bem-estar após o consumo de ayahuasca. Depressão: Alguns estudos indicam que a ayahuasca pode ter efeitos antidepressivos rápidos e sustentáveis em indivíduos com depressão resistente ao tratamento. Pesquisas sugerem que o chá pode ajudar a reduzir sintomas depressivos, potencialmente por meio de alterações nas estruturas cerebrais e na neuroquímica relacionadas ao processamento emocional. Ansiedade: Há evidências preliminares de que a ayahuasca pode ajudar a reduzir a ansiedade em certos contextos. Estudos clínicos e relatos de experiências sugerem que o chá pode facilitar uma maior aceitação emocional e introspecção, contribuindo para a redução da ansiedade, especialmente em situações relacionadas a traumas ou conflitos internos. Estresse Pós-Traumático (TEPT): Embora haja menos pesquisa sobre o uso da ayahuasca especificamente para o TEPT, alguns estudos e relatos de experiências indicam que ela pode oferecer benefícios terapêuticos para pessoas com esse transtorno. Acredita-se que o chá possa ajudar a processar experiências traumáticas e facilitar a cura emocional. É importante destacar que, embora existam estudos promissores, a pesquisa sobre a ayahuasca ainda está em estágios relativamente iniciais. Muitos dos estudos são pequenos, de natureza exploratória ou baseados em relatos de casos, o que significa que são necessárias pesquisas mais abrangentes, incluindo ensaios clínicos randomizados, para confirmar esses efeitos e entender melhor os riscos e benefícios potenciais. Além disso, o uso da ayahuasca pode acarretar riscos, especialmente sem supervisão médica adequada e em pessoas com certas condições de saúde mental ou física. Referências OpenAI. (2024). ChatGPT (4) [Large language model]. https://chat.openai.com. Acesso em: 28 mar. 2024 Perkins, D., Pagni, B. A., Sarris, J., Barbosa, P. C. R., & Chenhall, R. (2022). Changes in mental health, wellbeing and personality following ayahuasca consumption: Results of a naturalistic longitudinal study. Frontiers in Pharmacology, 13. https://doi.org/10.3389/fphar.2022.884703 https://chat.openai.com/ https://doi.org/10.3389/fphar.2022.884703
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