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CONCURSO DE DELITOS
Arts. 69-75.
É diferente do concurso aparente de normas e leis penais (este não é regulado pelo CP – quando a conduta aparentemente é abrangida por dois ou mais tipos penais, no entanto, através dos princípios da especialidade, subsidiariedade e consunção, nota-se que a conduta na realidade se enquadra em apenas um crime).
A doutrina costuma trabalhar esse tema na teoria do delito, mesmo que o CP o coloca dentro da aplicação da sanção penal (teoria da pena).
O concurso de delitos é quando o sujeito pratica uma ou mais ações, resultando em dois ou mais crimes.
	CONCURSO FORMAL (IDEAL) – art. 70;
	CONCURSO MATERIAL (REAL) – art. 69;
	CRIME CONTINUADO (CONTINUIDADE DELITIVA) – art. 71.
Sistemas das penas: 
	Cúmulo material/aritmético: soma das penas. 
	Exasperação: aumento na pena mais grave.
Concurso material (art. 69):
Requisitos: 
	Mais de uma ação ou omissão.
	A prática de dois ou mais crimes (mesmo contexto, conexão ou continência).
Consequência: 
	A somatória das penas (cúmulo material).
Concurso material homogêneo: crimes idênticos (ex: matar duas pessoas) – espécies iguais.
Concurso material heterogêneo: crimes diferentes (ex: atropelar um pedestre e se omitir de prestar socorro) – espécies diferentes.
Independência fática e jurídica entre os crimes.
Concurso formal/ideal (art. 70):
Requisitos: 
	Uma só ação ou omissão.
	Prática de dois ou mais crimes.
Concurso formal homogêneo: quando os delitos forem idênticos (ex.: o sujeito dirige de maneira descuidada e atinge duas pessoas, lesionando a integridade física de ambas).
Concurso formal heterogêneo: quando os delitos forem diferentes (ex.: o sujeito dirige de maneira descuidada e atinge duas pessoas, matando uma e lesionando outra).
O sujeito reponde por ambos os delitos a título de dolo e/ou culpa.
Espécies:
	Concurso formal próprio/perfeito (1ª parte): uma só conduta pratica dois ou mais delitos culposos ou um delito doloso e outro culposo por erro na execução uma só pena (a mais grave) com causa de aumento de 1/6 até ½. Proporcionalidade entre o número de crimes praticados e a causa de aumento de pena. 
	Concurso formal impróprio (2ª parte): uma só conduta pratica dois ou mais crimes dolosos. O autor tem desígnios autônomos (vontade de cometer cada um dos delitos) as penas são somadas (como no concurso material = cúmulo material)
		Ex.: o sujeito coloca veneno em uma sopa sabendo que ela será servida para 2 ou mais pessoas.
		Ex.: estuprar com a intenção de transmitir uma doença. Há uma ação e dois delitos, havendo dolo em todos. Deve-se somar as penas (cúmulo material).
Cúmulo/concurso material benéfico (art. 70, parágrafo único):
O legislador optou por tratar de forma mais benéfica ao sujeito o concurso formal perfeito em relação ao imperfeito, pois naquele não há dolo em todas os delitos. Dessa forma, se quando do cálculo da pena o sistema da cumulação material for mais benéfico ao sujeito do que o sistema da exasperação, deverá ser utilizado o sistema do cúmulo material.
Ex: homicídio doloso e lesão culposa em concurso formal = 6 anos + 1/6 = 7 anos.
 Mas, se for feito o cúmulo material teremos: 6 anos + 2 meses = 6 anos e 2 meses.
Crime continuado (art. 71):
Requisitos:
	Mais de uma ação ou omissão.
	Pratica dois ou mais crimes, da mesma espécie.
	Condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes.
Consequência:
	Uma só pena (a mais grave) com causa de aumento de 1/6 até 2/3.
Espécies:
	Crime continuado comum (caput): quando o sujeito pratica duas ou mais ações/omissões e dois ou mais crimes. Tem como requisitos objetivos: 1) os crimes devem ser da mesma espécie (que atacam o mesmo bem jurídico); 2) pluralidade de condutas; 3) semelhança nas circunstâncias de tempo, lugar, maneira de execução ou outras. Difere-se do concurso material, pois o sujeito responderá como se tivesse realizado apenas um único crime (ficção jurídica – teoria objetiva), respondendo pela pena do crime mais grave ou se idênticas, de qualquer dos crimes, acrescida de 1/6 a 2/3 (causa geral de aumento de pena).
		Ex.: o sujeito realiza vários furtos de bicicletas em uma mesma região na mesma noite.
		Ex.: um chefe de cozinha quer furtar um jogo de 50 facas e furta uma por dia (2 ou mais ações e um resultado/crime).
	Crime continuado específico (parágrafo único): nesse caso, a pena será aplicada até o triplo, não dispondo o mínimo do aumento (por analogia, entende-se que o mínimo é 1/6). Além dos requisitos previstos no caput do artigo, há mais 3 requisitos: 1) os crimes devem ser dolosos; 2) praticados contra vítimas diferentes; 3) praticados mediante violência ou grave ameaça a pessoa. Não pode ficar mais oneroso ao sujeito que o cúmulo material (deve aplicar o mais benéfico ao sujeito), e também deve-se observar o limite de 30 anos de aplicação da pena.
		Ex.: o sujeito realiza vários homicídios dolosos em circunstâncias semelhantes.
		É muito aplicado em crimes em séries – deve haver uma proximidade temporal, o que é discutido pela doutrina. Deve ser em local similar, como bairros próximos, etc. Deve haver similaridade no modo de operação (ex.: o sujeito conheceu todas a vítimas na internet).
Multa (art. 72):
São somadas.

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