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APG Síndrome de Loeffler

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Manoel Almendra - Medicina 
 ETIOLOGIA: 
A Síndrome de Loeffler representa o 
comprometimento do trato 
respiratório (pneumonia eosinofílica) 
causada por uma infecção parasitária 
(principalmente, pelos helmintos: 
Necator americanus, Ancylostoma 
duodenale, Strongyloides stercoralis e 
Ascaris lumbricoides, destacando-se o 
último), associada a uma resposta 
alérgica mediada por eosinófilos 
geralmente aumentados no sangue 
periférico, que infiltram o parênquima 
pulmonar. (LUZ et al., 2017) 
Especificamente, o contágio do 
Ascaris inicia-se com a ingestão de 
ovos de vermes encontrados em água 
e alimentos contaminados. No 
intestino delgado, os ovos eclodem em 
larvas que penetram a parede do 
intestino e migram via circulação 
porta até o fígado e, em seguida, via 
circulação sistêmica até os pulmões 
(NAPOLI E NAPOLI, 2021). 
O ciclo de Loss acontece em alguns 
parasitas que têm em seu ciclo de vida 
a necessidade de maturação das 
larvas no pulmão. Tais agentes 
incluem: Necator americanus, 
Ancylostoma duodenale, Strongyloides 
stercoralis e Ascaris lumbricoides. 
 
 FATORES DE RISCO: 
Concentração de indivíduos vivendo 
em condições precárias de 
saneamento básico; temperatura e 
umidade com médias anuais elevadas 
e os hábitos de higiene da população. 
Tratamento prévio com o uso de 
glicocorticoides. (LUZ et al, 2017) 
 FISIOPATOLOGIA: 
A passagem das larvas pelo pulmão 
produz a ruptura dos capilares, da 
parede alveolar e das partições; Como 
consequência, há abundante exsudato 
inflamatório, infiltrados linfoplasmo- 
citários e eosinofílicos nos septos e 
alvéolos com congestão e focos de 
microssangre, que são observados nas 
radiografias como opacificações 
disseminadas em ambos os campos 
pulmonares, de natureza transitória e 
intermitente que desaparecem após 
várias semanas. (HERRERA e MENESES, 
2005) 
O dano ao tecido pulmonar na 
síndrome de Loeffler é causado pela 
liberação de citocinas dos eosinófilos, 
células envolvidas em infecções 
parasitárias, de um perfil de resposta 
inflamatória modulada por linfócitos 
Th2, que medeia a ativação, 
diferenciação, sobrevivência e 
migração de mais eosinófilos, através 
 
 
Manoel Almendra - Medicina 
de citocinas específicas (IL-4, IL-5), 
um processo característico de uma 
reação de hipersensibilidade do tipo I 
em resposta ao Ascaris lumbricoides. 
(LUZ et al., 2017) 
 Mecanismo imunológico e 
bioquímico: No que diz 
respeito ao Loeffler causado 
por Ascaris, a resposta imune 
ocorre a partir do 
desenvolvimento de uma 
hipersensibilidade do tipo I 
com uma significativa 
resposta de anticorpos 
caracterizada por uma 
elevada produção de IgE total 
e específica anti-áscaris por 
meio de uma resposta 
modulada pelo perfil Th2 de 
linfócitos T-CD4. (LUZ et al, 
2017) 
 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Clinicamente, a Síndrome de Loeffler é 
caracterizada por um quadro 
autolimitado, de 1 a 2 semanas. A 
tosse seca é o sintoma mais comum, 
podendo estar presente também febre 
baixa, dispneia do tipo asmatiforme, e 
mais raramente, pode ocorrer 
hemoptise, mialgia, anorexia e 
urticária. (ALVES, SOUSA e SANCHES, 
2012) 
Os sintomas surgem 10 a 16 dias após 
o início da infecção, seja a ingesta do 
ovo ou a penetração das larvas, 
dependendo do verme. Deve-se, então, 
investigar a história social e de 
viagem para áreas de risco neste 
período. O exame físico pode ser 
normal ou apresentar sibilos e 
crepitações finas à ausculta pulmonar. 
Podendo, ainda, associar-se a 
manifestações extrapulmonares como 
hepatomegalia, reações meníngeas ou 
erupção cutânea prurítica. 
 COMPLICAÇÕES: 
Em hospedeiros imunocomprometidos, 
incluindo pacientes que recebem 
glicocorticoides, pode ocorrer uma 
síndrome grave e potencialmente 
fatal de superinfecção por 
Strongyloides. (KASPER, 2017) 
 DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico etiológico específico é 
difícil porque é raro encontrar larvas 
na expectoração e os testes 
serológicos são pouco sensíveis e 
 
 
Manoel Almendra - Medicina 
específicos. Pacientes com eosinofilia 
periférica, multiparasitários, com 
imagens de opacificações fugazes em 
radiografias seriadas, devem sugerir 
síndrome de Loeffler. (HERRERA e 
MENESES, 2005) 
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
Poliartrite nodosa, eosinofilia 
pulmonar com asma, eosinofilia 
pulmonar tropical, eosinofilia 
pulmonar prolongada, edema 
pulmonar agudo, insuficiência 
cardíaca, edema pulmonar de alta 
altitude. A eosinofilia tropical ou 
pulmão eosinofílico apresenta um 
quadro clínico de difícil diferenciação 
da síndrome de Lóeffer. São 
pneumonites com tosse, expectoração 
e eosinofilia periférica, geralmente 
atribuídas à filariose hipereosinofílica 
oculta, presente em áreas endêmicas 
dessa parasitose. (HERRERA e 
MENESES, 2005) 
 TRATAMENTO: 
Quando há confirmação laboratorial 
da infecção parasitária, deve-se 
utilizar drogas antihelmínticas como 
base do tratamento, até mesmo para 
evitar manifestações tardias da 
parasitose, como diarréia, 
desnutrição, dor abdominal e oclusão 
intestinal. (LUZ et al., 2017) 
Geralmente são administrados 
medicamentos benzimidazóis, como 
Albendazol e Mebendazol, os quais 
podem atuar de duas maneiras: 
através da ligação seletiva nas 
tubulinas inibindo a tubulina-
polimerase, previnindo a formação de 
microtúbulos e impedindo a divisão 
celular; e, ainda, impedindo a 
captação de glicose inibindo a 
formação de ATP que é usado como 
fonte de energia pelo parasita. (LUZ et 
al., 2017) 
Por fim, glicocorticoides também 
podem ser utilizados, e são bastante 
efetivos na diminuição da inflamação 
celular e da eosinofilia. A droga mais 
usada é a Prednisona, a qual age 
suprimindo a migração de leucócitos, 
revertendo o aumento da 
permeabilidade capilar e reduzindo a 
produção de prostaglandinas por 
inibir a atividade da enzima 
fosfolipase-A2 (PLA-2). (LUZ et al., 
2017) 
 REFERÊNCIAS: 
- ALPARO HERRERA, Indhira; TAMAYO 
MENESES, Luís. Síndrome de Loeffler: 
Presentación de un caso. Cuad. - Hosp. 
Clín., La Paz, v. 50, n. 2, p. 69-73, 2005. 
- ALVES, Ana Cristina Marques; SOUSA, 
Alessandro Moraes de; SANCHES, 
 
 
Manoel Almendra - Medicina 
Camila Silva. Síndrome de 
Loeffler. Rev. para. med, 2012. 
- KASPER, Dennis L.. Medicina interna 
de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH 
Editora, 2017. 
- KLION, A. D., WELLER, P. F. Overview of 
pulmonary eosinophilia. UpToDate. 
2020. 
- LUZ, Sávio Nixon Passos et al.. 
Sindrome de loeffler sob prisma da 
parasitologia, imunologia e 
bioquímica. Anais II CONBRACIS. 
Campina Grande: Realize Editora, 
2017. 
- NAPOLI, Andréia Lívia Gonzalez; 
NAPOLI, Allan Eurípedes Rezende. 
SÍNDROME DE LOEFFLER: DIAGNÓSTICO 
E CICLO BIOLÓGICO DO PRINCIPAL 
PARASITA INTESTINAL CAUSADOR DA 
SÍNDROME. Revista Multidisciplinar 
em Saúde, v. 2, n. 1, p. 31-31, 2021.

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