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Rebeca Noronha – Medicina Enunciado: Quais os possíveis parasitas relacionados a Síndrome de Löffler? Como é realizado o tratamento da síndrome? A síndrome de Löffler representa o comprometimento do trato respiratório (pneumonia eosinofílica) causada por uma infecção parasitária, associada a uma resposta alérgica mediada por eosinófilos geralmente, aumentados no sangue periférico, que infiltram o parênquima pulmonar, e configuram uma alteração radiológica que auxilia o diagnóstico da síndrome, normalmente difícil, devido à baixa associação pelos médicos entre parasitoses e complicações pulmonares, além de precisar ser baseado em características epidemiológicas, a fim de se evitar diagnósticos errados. (LUZ et al., 2017) Três tipos de helmintos, Ascaris (A. lumbricoides, A. suum), ancilóstomos (Ancylostoma duodenale, Necator americanus) e Strongyloides stercoralis, têm ciclos de vida em que as larvas infectantes chegam aos pulmões via a corrente sanguínea, penetra nos alvéolos, amadurece e sobe pelas vias aéreas antes de descer pelo trato alimentar até o intestino delgado. (KLION, A. D.; WELLER, P. F, 2020) Concomitante ao supracitado, a Ascaris é a causa mais comum da síndrome de Löffler em todo o mundo, seguida pelas larvas migratórias de ancilóstomos e Strongyloides, que têm menor probabilidade de desencadear sintomas ou eosinofilia pulmonar. (KLION, A. D.; WELLER, P. F, 2020) O diagnóstico da Síndrome de Löffler é realizado por uma avaliação clínica, na qual pode-se observar sintomas respiratórios característicos, achados radiológicos de tórax, mostrando um infiltrado alvéolo-intersticial de caráter migratório, e, laboratorialmente, a síndrome é caracterizada por eosinofilia sanguínea. (NAPOLI; NAPOLI, 2021) Confirmando-se laboratorialmente a Síndrome de Löffler com etiologia parasitária, é prudente utilizar drogas anti-helmínticas até mesmo para evitar manifestações tardias da parasitose, tais como diarreia, desnutrição e oclusão intestinal. (LUZ et al., 2017) Rebeca Noronha – Medicina No tratamento da síndrome, geralmente são administrados medicamentos benzimidazóis, como Albendazol e Mebendazol, os quais podem atuar de duas maneiras: através da ligação seletiva nas tubulinas inibindo a tubulina-polimerase, prevenindo a formação de microtúbulos e impedindo a divisão celular; e, ainda, impedindo a captação de glicose inibindo a formação de ATP que é usado como fonte de energia pelo parasita. (LUZ et al., 2017) Por fim, glicocorticoides também podem ser utilizados, e são bastante efetivos na diminuição da inflamação celular e da eosinofilia. A droga mais usada é a Prednisona, a qual age suprimindo a migração de leucócitos, revertendo o aumento da permeabilidade capilar e reduzindo a produção de prostaglandinas por inibir a atividade da enzima fosfolipase-A2. (LUZ et al., 2017) Referências: LUZ, Sávio nixon passos et al. Sindrome de loeffler sob prisma da parasitologia, imunologia e bioquímica. Anais II CONBRACIS. Campina Grande: Realize Editora, 2017. KLION, A. D., WELLER, P. F. Overview of pulmonary eosinophilia. UpToDate. 2020. NAPOLI, Andréia Lívia Gonzalez; NAPOLI, Allan Eurípedes Rezende. SÍNDROME DE LOEFFLER: DIAGNÓSTICO E CICLO BIOLÓGICO DO PRINCIPAL PARASITA INTESTINAL CAUSADOR DA SÍNDROME. Revista Multidisciplinar em Saúde, v. 2, n. 1, p. 31-31, 2021.
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