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RESENHA CRITICA FILME O MINIMO PARA VIVER

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RESENHA CRÍTICA DO FILME “O MÍNIMO PARA VIVER”
De acordo com William Gull e Charles Lasègue, observava-se já no século XIX mulheres que se recusavam a comer e que, mesmo estando caquéticas, se dedicavam a praticar esforçadamente atividades físicas. Hoje, conhecemos estes comportamentos como sendo sintomas dos transtornos alimentares de anorexia e bulimia nervosa, assim classificados na CID-10 e DSM-IV.
A anorexia consiste na distorção da maneira que o indivíduo acometido avalia sua imagem corporal, e como forma de fugir do que consideraria uma imagem indesejada se recusa a comer, além do uso de laxantes, diuréticos e inibidores de apetite, ou mesmo a prática de atividade física, não com a intenção de se manter ativo e saudável, mas sim de eliminar calorias. A drástica perda de peso e a diminuição considerável do percentual de gordura corporal, além do consumo do tecido muscular, culminam inclusive em alterações hormonais, causando a amenorreia, um dos sintomas mais comuns no sexo feminino, e a perda da libido, em ambos os sexos. O público mais acometido pelo presente transtorno é o feminino, liderando com pelo menos 90% dos casos.
Já na bulimia, além do medo de engordar, existe o desejo de eliminar a comida ingerida, geralmente de forma exagerada, através de laxantes, indução de vômito, diuréticos e, mais uma vez, atividade física com o intuito de eliminar as calorias ingeridas. Ou seja, enquanto na anorexia o paciente evita ingerir tais calorias e busca eliminar ainda mais, na bulimia ele chega a ingerir compulsivamente e logo após, busca eliminar essas calorias a todo custo.
Tais comportamentos podem ser claramente vistos no filme “O mínimo para viver”, em inglês “To the bone”, ou “Até o osso” numa tradução livre. A personagem principal Ellen sofre de anorexia, pois se nega a comer afim de não engordar, uma prova disso é que ela confere a todo momento a circunferência do braço para que ela não seja maior que a de uma moeda.
É possível que o transtorno de Ellen, ou Eli, tenha raízes no seu relacionamento com a família, visto que é clara a falta de elo com a sua mãe, mas também se vê o desejo de estabelecer esse elo. Ellen vive com a madrasta, a meio irmã e o pai que é ausente que sequer comparece nas reuniões de família ou consultas da filha. Essa falta de elos estabelecidos e a dificuldade em estabelece-los também se mostra quando Luke tenta se aproximar, revelando que está apaixonado por Eli e ela se afasta do rapaz, ou mesmo quando ela se mostra pouco receptiva a novos contatos tanto na primeira clínica quando na última. Porém, para estabelecer uma relação entre estes fatos e a causa do transtorno, se faz necessária toda uma análise psicológica da personagem.
Além disso, outro fato que claramente abala a personagem, não ficando claro se foi a partir daí que começou sua luta com a anorexia, foi o suicídio de uma seguidora e admiradora de sua arte, que lhe enviou um bilhete suicida e cujos pais também lhe enviaram fotos da menina morta. 
Percebe-se na fala da irmã, durante a reunião, como o fato de se recusar a comer pode ser algo incompreensível para os que estão ao redor do paciente, visto que vai muito mais além do “é só comer que resolve”. A personagem passa a ser um problema na vida da sua família, que tenta, cada um à sua maneira, ajudá-la. 
As fases da personagem são facilmente notadas pela forma que ela se apresenta, pelas roupas e penteado. No início ela aparece com trajes escuros e maquiagem pesada, e quando inicia seu novo tratamento ela já aparece mais receptiva, cabelos soltos, roupas mais harmoniosas e cada vez mais claras. No seu episódio mais crítico, ela veste roupas pesadas e faz questão de se cobrir por completo. Após, já no final, quando aceita de vez o tratamento ela se veste com roupas claras e bem mais leves, denotando que está disposta a se livrar do peso que carrega.
REFERÊNCIAS
SELERI Sheila, CORDÁS Táki, ARAÚJO LASB. Revista de Psiquiatria Clínica 29 (1), 4-13, 2002. Disponível em http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/tapoio-inibidores-e-af.pdf. Acesso em 11 de março de 2019.
APPOLINARIO, José Carlos; CLAUDINO, Angélica M. Transtornos alimentares. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 22, supl. 2, p. 28-31,  Dec.  2000 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600008&lng=en&nrm=iso>. access on  11  Mar.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600008.
BORGES, N. J.; SICCHIERI, J. M.; RIBEIRO, R. P.; MARCHINI, J. S.; SANTOS, J. E. TRANSTORNOS ALIMENTARES - QUADRO CLÍNICO. Medicina (Ribeirao Preto. Online), v. 39, n. 3, p. 340-348, 30 set. 2006.

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