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Cinesiologia dos membros superiores e inferiores

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Cinesiologia dos membros superiores e 
inferiores
APRESENTAÇÃO
A cinesiologia é conceituada como o estudo do movimento, entretanto essa definição torna-se 
inespecífica quando utilizada amplamente. Trata-se de um estudo que reúne as áreas da 
Anatomia, da Fisiologia, da Física e da Geometria, correlacionando-as com o movimento 
humano. Dessa forma, a cinesiologia utiliza princípios da mecânica, da anatomia do aparelho 
locomotor e da fisiologia neuromuscular. 
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai aprender a determinar as formas de análise de 
movimento dos membros superiores e inferiores com e sem instrumentos. Também vai analisar 
o movimento de membros inferiores e superiores nos diferentes planos e eixos, bem como 
relacionar o movimento de membros superiores e inferiores com a marcha.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Determinar as formas de análise de movimento dos membros superiores e inferiores com e 
sem instrumentos.
•
Analisar o movimento de membros inferiores e superiores nos diferentes planos e eixos.•
Relacionar o movimento de membros superiores e inferiores com a marcha.•
DESAFIO
A cinesiologia e ́ definida como o estudo do movimento humano, com um histórico 
de estudos de séculos. Na atualidade, a cinesiologia associa os registros antigos à tecnologia 
moderna com vistas à criação de métodos de análise considerados altamente sofisticados do 
movimento humano. A evolução do estudo científico de movimentos, simples e/ou 
complexos, envolve o conhecimento e discernimento acerca de várias questões.
Diante disso, imagine que você é um profissional na área de Fisioterapia e seu paciente, Rafael, 
está sofrendo de dores no ombro.
Interessado em entender as causas de sua dor, Rafael gostaria de saber:
1) O que pode ocasionar a síndrome do impacto?
2) Normalmente, quais são as estruturas mais acometidas?
INFOGRÁFICO
Os planos de movimento são divididos em sagital, frontal e transverso. Dentro de cada princípio 
de construção, são encontrados planos paralelos aos cardinais. Apesar de cada movimento 
articular priorizar um dos três planos, é comum a identificação de mais de um plano na análise 
de determinados movimentos. Na descrição de movimentos em planos combinados, pode-se 
dizer que ocorrem em planos de movimento diagonais ou oblíquos.
Acompanhe neste Infográfico os planos considerados nas análises dos movimentos corporais e 
seus respectivos eixos.
CONTEÚDO DO LIVRO
As principais características do membro superior são a sua mobilidade e a sua capacidade de 
manipulação, ou seja, de segurar, golpear e executar atividades motoras finas. Trata-se 
da habilidade da mão, por exemplo, em realizar ações como abotoar uma camisa. As 
articulações do membro superior agem de maneira integrada, com vistas à coordenação dos 
segmentos interpostos, ocasionando homogeneidade de movimento, bem como eficiência 
relativa à melhor distância ou posição para cada tipo de atividade. A mão apresenta uma 
eficiência como resultado da capacidade de colocá-la na posição adequada, por movimentos das 
articulações escapulotorácica, do ombro, do cotovelo, radioulnar e radiocarpal. 
Já os membros inferiores se estendem a partir do tronco, com especialização para sustentação do 
peso corporal e locomoção, no que se refere à capacidade de se deslocar de um lugar para outro. 
Além disso, prioriza manter o equilíbrio (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
 
No capítulo Cinesiologia dos membros superiores e inferiores, da obra Cinesiologia e 
biomecânica, você vai aprender a determinar as formas de análise de movimentos dos membros 
superiores e inferiores usando ou não instrumentos, bem como vai aprender a analisar o 
movimento de membros inferiores e superiores nos diferentes planos e eixos. Por fim, você 
vai poder relacionar o movimento de membros superiores e inferiores com a marcha.
CINESIOLOGIA E 
BIOMECÂNICA
Mariluce Ferreira Romão
Cinesiologia dos membros 
superiores e inferiores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Determinar as formas de análise do movimento dos membros supe-
riores e inferiores com e sem instrumentos. 
 � Analisar o movimento dos membros inferiores e superiores nos dife-
rentes planos e eixos. 
 � Relacionar o movimento dos membros superiores e inferiores à marcha.
Introdução
Conhecida como cinética humana, a cinesiologia é a ciência do movi-
mento humano, e os cinesiologistas trabalham não apenas nessa área, 
como também em esporte, terapia ocupacional e ergonomia. Já os 
equipamentos para medir esse movimento incluem medições de tele-
metria com câmeras ópticas ou sensores eletromagnéticos no espaço 
tridimensional ou no plano bidimensional.
Neste capítulo, você estudará as formas de analisar os movimentos 
dos membros superiores e inferiores, nos planos e eixos existentes, bem 
como a relação desses movimentos com a marcha.
Introdução à análise dos movimentos
Todos os movimentos e suas mudanças surgem da ação de forças internas e 
externas, sendo necessária uma alteração na força que age sobre um objeto 
para movê-lo de uma posição estacionária ou para alterar sua velocidade. Já 
a quantidade dessa mudança na velocidade do objeto depende da magnitude 
e direção da força aplicada. As leis de Newton estabelecem uma relação clara 
entre a força mutável e a resultante no movimento, que são aplicáveis a todas 
as formas de movimento, incluindo a locomoção humana. 
A análise do movimento humano é o estudo sistemático deste por uma 
observação cuidadosa, aumentada pela instrumentação para medir os movimen-
tos do corpo, sua mecânica e a atividade dos músculos. Seu objetivo é reunir 
informações quantitativas sobre a mecânica do sistema musculoesquelético 
na execução de uma tarefa motora. Já seu ramo especial envolve a análise da 
marcha, que é específica para o estudo da marcha humana, usada para avaliar, 
planejar e tratar indivíduos com condições que afetam sua capacidade de 
deambular (BERGMANN et al., 2001). 
Veja a seguir um breve relato da história da análise do movimento humano.
Ao buscarem a excelência mental e física, os gregos antigos descobriram que 
a harmonia da mente e do corpo requeria atividade atlética para complementar 
a procura por conhecimento. Seu interesse no esporte e no movimento humano 
pode ser visto na predominância das representações cinemáticas do atletismo 
na mídia artística. Assim, com os paradigmas mecânicos, matemáticos e 
anatômicos desenvolvidos durante a Antiguidade grega, o filósofo Aristóteles 
escreveu o primeiro livro sobre o tema, que é a primeira análise científica do 
movimento humano e animal em termos de observação e descrição de ação 
e movimento.
Já no Renascimento, Leonardo da Vinci foi o primeiro a estudar a anatomia 
humana por meio das dissecações de, pelo menos, 30 cadáveres. Ele estava 
particularmente interessado na estrutura do corpo quanto ao desempenho, 
equilíbrio, centros de gravidade e de resistência. Identificou ainda os músculos 
e nervos do ser humano, descrevendo sua mecânica na postura em pé, ao subir 
e descer a colina, levantar-se da posição sentada, ao pular e durante a marcha. 
Ele sugeriu que os cordões fossem presos a um esqueleto nos pontos de origem 
e inserção dos músculos para demonstrar a ação progressiva e a interação de 
vários músculos durante o movimento.
Apesar de Leonardo da Vinci ter feito descrições muito detalhadas do corpo 
humano, quando Andreas Vesalius publicou o primeiro livro de anatomia De 
Humani Corporis Fabrica, em meados do século XVI, isso lhe deu o crédito 
de ser o pai da anatomia moderna. Outras figuras principais do Renascimento 
foram Galileu Galilei e Giovani Alfonso Borelli, o primeiro aplicou a teoria 
mecânica para estudar o movimento animal e escreveu o tratado De Animaliam 
Motibus, já o segundo publicou De Motu Animalum, em 1680, esclarecendo 
com sucesso o movimento muscular e adinâmica corporal. Borelli também 
estimou o centro de massa do corpo humano, esticando um cadáver sobre 
uma plataforma rígida que era apoiada no fio da faca e reposicionada até que 
ficasse equilibrada. Devido a isso, ele é frequentemente considerado o pai 
da biomecânica.
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores2
Durante a época de esclarecimento, Wilhelm Eduard Weber e seu irmão 
mais novo, Eduard Friedrich Weber, publicaram os resultados de seu estudo 
colaborativo sobre o mecanismo de andar na humanidade, em 1836. Desde 
então, a análise do movimento humano progrediu muito de um observatório/
uma ciência descritiva para ser baseada em medidas quantitativas, para a qual 
Étienne-Jules Marey fez uma descoberta mais importante que determinou 
uma série de ações de locomoção em várias formas segundo as medidas do 
esforço exercido a cada momento, usando métodos gráficos, cronofotografia 
de filme de vidro e placa celuloide. Carlet acrescentou um salto e separou as 
câmaras do antepé aos sapatos de registro de pressão de Marey, obtendo mais 
medidas de início e duração da sustentação de peso e a força de reação vertical.
Entre os cientistas notáveis, Eadweard Muybridge começou a primeira 
avaliação da marcha e merece ser considerado o pai da análise moderna da 
marcha. Como ele descobriu que não era possível capturar os movimentos 
rápidos de membros em movimento do olho, melhorou a fotografia ao criar 
uma câmera com velocidade de até 1/100 de segundo e registrou o movimento 
em homens, mulheres, crianças, animais e pássaros. Com o auxílio da visão 
computacional e técnicas de reconhecimento de padrões e inteligência artificial, 
a fotogrametria usando fotografias, radiografias e imagens de vídeo continuou 
a se desenvolver após a invenção de Muybridge. Já a estereofotogrametria é 
a técnica que mede as coordenadas dos marcos 3D, desenvolvida por Carl 
Pulfrich. 
Já Christian Wilhelm Braune e Otto Fischer usaram fotogrametria analítica 
de curto alcance combinada com propriedades geométricas da projeção central 
de observações multicâmera, para estimar os dados da posição 3D a partir 
dos dados de imagem digitalizados e barulhentos. Na década de 1890, eles 
utilizaram medidas de estereofotogrametria e força de reação do solo (FRS) 
para estudar a biomecânica da marcha humana sob condições carregadas e 
descarregadas, com sua técnica matemática 3D pioneira baseada na mecânica 
newtoniana.
A FRS é uma variável que contém informações quantitativas das características da 
marcha, as quais refletem os efeitos das forças internas e externas durante a locomoção, 
possibilitando a identificação de alterações no padrão do movimento.
3Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
Braune e Fischer também estudaram cuidadosamente a massa, o volume 
do seu centro e os segmentos corporais de três cadáveres adultos, bem como 
introduziram o uso das equações de regressão para estimar os parâmetros 
desse segmento, com base no seu comprimento e na sua massa. Até hoje, essa 
metodologia matemática da análise da marcha permaneceu essencialmente 
inalterada na sua análise moderna. Durante a era do Iluminismo, os com-
putadores ainda não haviam sido desenvolvidos, por isso, necessitava-se do 
envolvimento manual para determinar os marcadores específicos no corpo 
humano em cada imagem, o que não era apenas laborioso e demorado, como 
também uma das principais fontes de erro. Isso limitou a aplicação clínica 
da medição e análise, principalmente, bidimensionais (2D) do movimento 
humano nesse período (LU; CHANG, 2012).
Já na era moderna, a análise do movimento humano desenvolveu-se de 
forma rápida à medida que os conhecimentos de anatomia, mecânica e tecno-
logia de medição foram progressivamente estabelecidos. Na década de 1940, 
Harold Eugene Edgerton foi um pioneiro na fotografia estroboscópica de alta 
velocidade, usada para fotografar os objetos em movimento a uma frequência 
de milhões de exposições por segundo. Durante os anos de 1970, os sistemas 
de câmeras de vídeo, como os de infravermelho de alta velocidade, come-
çaram sua ampla aplicação na análise da marcha patológica, com resultados 
detalhados de análise de movimento dentro de custos realistas e restrição de 
tempo. A partir da colocação de computadores de alta velocidade e desses 
sistemas, a análise 3D do movimento humano tornou-se viável, mas teve que 
esperar até depois da Segunda Guerra Mundial para fazer sua estreia nas 
aplicações clínicas em 3D.
Depois da guerra, havia muitos soldados aposentados que sofreram lesões 
nos membros e precisavam de tratamento ortopédico, próteses, órteses e 
reabilitação subsequente para recuperar a sua independência funcional. Para 
fornecer melhores serviços médicos e atingir as metas de tratamento, vários 
pesquisadores se dedicaram ao estudo da análise da marcha para aplicações 
clínicas, entre eles, Verne Thompson Inman, que começou a aplicar a teoria 
da engenharia mecânica aos problemas clínicos, como projetar as próteses 
para pessoas que foram amputadas. Ele estudou a biomecânica da locomoção 
e provou a suposição de que o padrão de marcha mais eficiente é alcançado 
ao minimizar as excursões verticais e laterais do centro de gravidade do 
corpo. 
Inman ainda identificou os determinantes da marcha para a caminhada 
normal, que são características do padrão de movimento que minimizam essas 
excursões de centro de gravidade do corpo, sugerindo que fossem usadas para 
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores4
determinar se um padrão é normal ou patológico. Após seu trabalho, Jacquelin 
Perry dividiu o ciclo da marcha em cinco períodos de fase de apoio e três de 
fase de balanço. David Sutherland, por sua vez, refinou a definição do ciclo 
para ter três períodos de postura: suporte duplo inicial, posição de membro 
único e segundo suporte duplo. Ele realizou uma investigação abrangente sobre 
os padrões de caminhada em cerca de 300 crianças normais com idades entre 
1 e 7 anos para estudar o desenvolvimento da marcha.
Devido à natureza entediante do processamento e à análise do filme cine-
matográfico, a necessidade de uma abordagem mais científica para automatizar 
esse processo levou ao desenvolvimento do sistema de captura 3D Vicon 
pelo professor John P. Paul e seus alunos de doutorado, Mick Jarrett e Brian 
Andrews. Ele foi feito para capturar os dados de movimentos humanos em 
dígitos numéricos em vez de analógicos, sendo agora amplamente utilizado 
no estudo do movimento humano.
Além das medições cinemáticas com câmeras de vídeo, o Dr. J. Robert 
Close usou uma câmera de filme de 16 mm com trilha sonora para estudar a 
ação fásica dos músculos em indivíduos após a transferência muscular para 
a poliomielite, tornando-se assim o primeiro a registrar de forma síncrona a 
eletromiografia cinesiológica de um músculo e os dados cinemáticos em filme 
cine. Já Jacquelin Perry foi um pioneiro ao usar eletrodos de arame fino para 
registrar a eletromiografia da marcha como ferramenta clínica primária, com 
o intuito de determinar a adequação dos procedimentos cirúrgicos e corrigir 
deformidades da marcha (SUTHERLAND, 2001). 
Como os músculos são os motores para a produção de movimentos ativos, 
a eletromiografia da marcha tornou-se uma ferramenta de avaliação útil que 
detecta atividade elétrica de músculos específicos e avalia sua contribuição 
para o movimento ou a marcha. Entre os anos de 1944 e 1947, Verne Inman 
e seus colegas adicionaram a eletromiografia cinesiológica a outras medidas 
(força e energia 3D) no estudo da caminhada em pessoas normais e amputa-
das, contribuindo significativamente para os avanços da ciência da análise 
da marcha.
O objetivo mais importante da análise do movimento humano é entender 
a função mecânica do sistema musculoesquelético durante a execução da 
tarefa motora. Uma vez que as forças que geram o movimento nesse sistema 
são muito difíceis de medir de maneira não invasiva, as abordagens combi-
nadas de modelos experimentais ematemáticos têm sido usadas. O poder da 
modelagem matemática inclui o fato de que ela permite calcular valores de 
parâmetros difíceis ou impossíveis de medir a partir dos valores das grandezas 
que podem ser medidas. 
5Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
Nessa abordagem, por exemplo, é possível determinar a força em uma 
mola que não pode ser medida diretamente. Com a deformação mensurável, 
calcula-se sua força usando a lei de Hooke, que relaciona a deformação à força 
na mola, conforme você pode ver na Figura 1. Portanto, numerosos estudos 
utilizaram modelagem matemática em conjunto às medidas experimentais 
não invasivas para calcular forças internas não mensuráveis no sistema mus-
culoesquelético por meio da análise de dinâmica inversa.
Figura 1. Força não mensurável (Δf) na mola a partir da sua deformação, medida (Δx) pela 
lei de Hooke.
Fonte: Lu e Chang (2012, documento on-line). 
Geralmente, os valores mensuráveis das grandezas na análise de movi-
mento humano são o movimento do sistema musculoesquelético, definido 
pelos marcadores de pele e medido pelos sistemas de captura de movimento, 
já as forças externas aplicadas ao sistema, mede-se pelas placas de força. 
Com as trajetórias tridimensionais dos marcadores cutâneos obtidos pela 
estereofotogrametria, as FRS e o centro de pressão medidos pelas placas de 
força, as forças intersegmentares e os movimentos internos nas articulações 
dos membros inferiores são calculados a partir da solução de equações 
baseadas nas leis de Newton — essa abordagem é chamada de análise di-
nâmica inversa.
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores6
Análise dos movimentos
Os pontos de referência para a análise dos movimentos são estruturas do corpo 
que funcionam como uma referência para as atividades e estudos dos planos 
anatômicos, por exemplo, as seguintes situações: ossos do crânio, suturas, 
coluna vertebral, entre outras que se baseiam por eixos.
 � Eixo longitudinal ou craniocaudal: é caracterizado por ser heteropolar, 
indo do sentido cefálico ao podal.
 � Eixo sagital ou anteroposterior: é caracterizado por ser heteropolar, 
indo do plano anterior ou ventral ao centro do plano posterior ou dorsal.
 � Eixo transversal ou látero-lateral: é caracterizado por ser homopolar, 
indo entre os polos laterais ou transversais.
De acordo com Dângelo e Fattini (2002), existem deslocamentos desses 
eixos que permitem realizar os três cortes corporais que dão origem aos planos 
de divisão ou seccionais.
 � Corte sagital mediano: é caracterizado pelo deslocamento do eixo 
cefalopodálico ao longo do plano mediano, dividindo o indivíduo em 
metades direita e esquerda.
 � Corte transversal: ocorre nele um deslocamento do eixo anteroposterior, 
resultando em uma parte/metade superior e outra inferior.
 � Corte coronal: divide o segmento em metades anterior e posterior.
 � Plano mediano: passa longitudinalmente pelo corpo, apresentando a 
divisão em metades iguais direita e esquerda. Existe também o plano 
paramediano, que é desnecessário para alguns pesquisadores, como 
neurologistas e anatomistas, conforme trazido na literatura, pois se ele 
for paralelo ao mediano, automaticamente será sagital.
 � Planos sagitais: apresentam-se por meio do corpo de forma paralela 
ao plano mediano.
 � Planos frontais (coronais): atravessam o corpo no sentido látero-lateral 
e são divididos em anterior e posterior.
 � Planos transversos (horizontais): dividem o corpo em regiões inferior 
e superior transversalmente, como um ângulo reto.
7Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
No Quadro 1, você pode ver que as faixas de movimento das articulações 
são classificadas de acordo com seus eixos de movimento. 
Tipos Amplitude de movimento Exemplo/lugar do corpo
Bolsas sinoviais 3 eixos, flexão/extensão, 
abdução/adução, 
rotação, circundução
Quadril: fêmur, 
acetábulo da pelve.
Ombro: escápula, úmero.
Dobradiça 1 eixo, flexão/extensão Joelho: fêmur, tíbia.
Cotovelo: úmero, rádio, ulna.
Pivô 1 eixo, rotação Coluna: atlas (processo 
odontoide do eixo, em 
que se vira a cabeça de 
um lado para outro).
Cotovelo: extremidades 
proximais do rádio e da ulna.
Condiloide 2 eixos, flexão/
extensão, abdução/
adução, circundução
Articulação dos dedos: 
metacarpos, falanges.
Pulso: raio, carpais.
Selar 2 eixos, flexão/
extensão, abdução/
adução, circundução
Articulação na base do 
polegar: carpal, metacarpo.
Deslizantes Um pequeno movimento 
em todas as direções
Centro do peito: 
clavícula, esterno.
Coluna: articulando 
superfícies.
Pulso: carpais.
Tornozelo: tarso.
Quadro 1. Resumo dos tipos de algumas articulações e intervalos de movimento
Padrões de movimento em uniões — terminologia
As possíveis variações de movimento dentro da articulação variam de acordo 
com a forma das superfícies articulares e, portanto, o tipo de articulação. Esses 
padrões de movimento foram categorizados conforme os planos corporais 
relevantes.
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores8
Padrões de movimento no plano sagital
Você pode conferir a seguir os padrões de movimento no plano sagital ou 
mediano.
 � Flexão: diminui o ângulo entre os ossos em articulação.
 � Extensão: aumenta o ângulo entre os ossos em articulação para voltar 
a parte do corpo à sua posição anatômica, após ela ter sido flexionada.
 � Hiperextensão: é a extensão forçada de uma articulação para além da 
sua amplitude normal de movimento.
 � Flexão plantar: consiste em mover os pés para baixo, em um ato de 
flexionar os músculos envolvidos nessa flexão, como a manobra da 
bailarina de ponta do pé.
 � Dorsiflexão: é um movimento da articulação do tornozelo que se refere à 
flexão entre o pé e a superfície do corpo (parte anterior do membro inferior).
Padrões de movimento no plano frontal
Veja a seguir os padrões de movimento no plano frontal ou coronal.
 � Abdução: significa levar embora e é caracterizada pelo movimento para 
longe da linha média, independentemente do segmento articular que se 
move, por exemplo, a abdução do quadril ocorre quando o segmento 
do membro inferior se afasta da linha média do corpo.
 � Adução: significa reunir e é caracterizada pelo movimento em direção 
à linha média (movimento no sentido do segmento), por exemplo, no 
quadril, tem-se o contato dos membros inferiores ou 0°. Podendo cruzar 
a linha média.
 � Flexão lateral: é o movimento de inclinação lateral, seja de cabeça, 
tronco ou outro membro. 
 � Eversão: é a ação articular no tornozelo, caracterizada pela rotação da 
parte inferior do pé lateralmente para fora, sendo um movimento com-
binado de pronação, adução e dorsiflexão, por exemplo, o movimento 
do calcanhar para longe do plano mediano.
 � Inversão: é a ação articular no tornozelo, caracterizada pela rotação 
da parte inferior do pé medialmente para dentro, sendo o movimento 
combinado de supinação, adução e flexão plantar, por exemplo, com 
uma bola de futebol, o jogador inverte o pé para passá-la com o exterior 
da sua chuteira.
9Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
 � Depressão: descreve o movimento dos ombros em sentido caudal (para 
baixo), por exemplo, um indivíduo com alteração postural de depressão 
dos ombros apresenta encurtamento excessivo dos músculos trapézio 
inferior, serrátil anterior (fibras inferiores) e peitoral menor.
 � Elevação: descreve o movimento dos ombros para cima. 
Na Figura 2, você pode conferir os padrões de movimento das grandes 
articulações.
Figura 2. Alguns termos anatômicos utilizados em relação ao movimento.
Fonte: Adaptada de Snell (1984).
Extensão
Extensão
Extensão
Flexão
Flexão
Flexão
Abdução
Adução
Circundução
Rotação
medial
Rotação
lateral
Articulação do ombro
Articulação
do cotovelo Articulação do joelho
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores10
Amplitude de movimento da articulação
A amplitude de movimento (ADM) da articulação é medida em unidades 
de graus, com um instrumento chamado goniômetro, sendo que, na posição 
anatômica,todas as articulações são consideradas em 0º. Por isso, a ADM 
para flexão no quadril se trata do tamanho do ângulo por meio do qual a perna 
estendida se move de 0º para o ponto de máxima flexão. 
A ADM para extensão (retorno à posição anatômica) é igual a da flexão, 
com o movimento passando por essa posição na outra direção, sendo quanti-
ficada para hiperextensão. Diferentes fatores influenciam a flexibilidade das 
articulações, assim, as formas das superfícies ósseas que se articulam e os 
músculos ou o tecido gorduroso intermediário podem terminar seu movimento 
no extremo da ADM. Quando o cotovelo estiver em hiperextensão, por exemplo, 
o contato do olécrano da ulna com sua fossa do úmero restringe o movimento 
adicional nessa direção; já o músculo e/ou gordura na face anterior do braço 
podem finalizar a sua flexão. Participantes regulares de esportes bilateralmente 
assimétricos, como o tênis, provavelmente têm menos ADM para o braço 
dominante do que o não dominante na articulação glenoumeral do ombro. 
Para a maioria das pessoas, a flexibilidade articular é, principalmente, 
uma função da relativa frouxidão e/ou extensibilidade dos tecidos e músculos 
colágenos que atravessam a articulação. Ligamentos rígidos e músculos com 
extensibilidade limitada são os inibidores mais comuns da ADM articular, 
mas precisa-se de mais pesquisas para identificar o mecanismo específico 
responsável pelos efeitos do seu aquecimento.
Ferramentas para medir ângulos corporais
Em geral, os goniômetros (Figura 3) são usados durante a avaliação clínica 
para mensurar diretamente os ângulos articulares relativos ao ser humano.
O goniômetro é essencialmente um transferidor com dois braços longos 
ligados, um fixado para que se estenda dele em um ângulo de 0º, e o outro se 
estende do seu centro e está livre para girar (MARQUES, 1997). 
11Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
Figura 3. Goniômetro.
A goniometria é a medida da ADM em uma articulação e pode ser utilizada como 
uma forma de diagnóstico ou terapêutica para determinar o estado funcional de 
uma pessoa com alteração musculoesquelética. Assista ao vídeo no link a seguir para 
entender, na prática, como ela é realizada nos segmentos corporais.
https://qrgo.page.link/NPY2
O centro do transferidor, ou goniômetro, está alinhado sobre o da articu-
lação; e os dois braços, sobre os eixos longitudinais dos dois segmentos do 
corpo que se conectam na articulação, cujo ângulo se verifica na interseção do 
braço rotativo livre e da escala da ferramenta (a precisão da leitura depende 
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores12
do seu exato posicionamento). Já o conhecimento da subjacente anatomia da 
articulação é essencial para a localização adequada do centro articular de 
rotação, desse modo, colocar marcas na pele para identificá-la e nos eixos 
longitudinais dos segmentos do corpo antes de alinhar o goniômetro às vezes 
pode ser útil, especialmente se medições repetidas estiverem sendo feitas na 
mesma articulação (MARQUES, 1997).
Importância dos movimentos corporais na 
marcha
A análise cinemática relaciona-se com o movimento relativo entre os corpos 
rígidos e possui aplicação na análise da marcha e de outros movimentos cor-
porais, nos quais cada segmento do membro é considerado um corpo rígido. 
As medidas do movimento se realizam com referência aos centros articulares, 
por isso, esses movimentos (e não os centros de massa) são os pontos de maior 
significância cinemática.
Regulação do movimento dos membros superior e 
inferior durante a locomoção humana
O movimento suave e coordenado entre as mãos, bem como entre os braços 
e as pernas, se trata de saídas motoras que a maioria das pessoas considera 
completamente garantidas enquanto caminham. No entanto, a natureza da 
coordenação entre os membros é uma área de incerteza na pesquisa sobre 
controle motor.
Certamente, os mecanismos voluntários e involuntários (reflexos) estão 
envolvidos nessa coordenação afinada, o que reforçou a visão de que apoiam e 
desempenham papéis na geração e no controle de muitos tipos de movimento, 
quando são descritos dentro de uma “ação integrativa do sistema nervoso”. 
Segundo Sherrington (1910), o “reflexo de extensão cruzada” envolvendo 
flexão ipsilateral e extensão contralateral era um reflexo integrado intencional 
e, de fato, durante os movimentos rítmicos dos membros inferiores, como 
caminhar, elaborações de reflexos simples de extensão cruzada poderiam 
sustentar as redes neurais que controlam a locomoção. 
Nos seus experimentos em quadrúpede, Brown (1911) forneceu evidências 
convincentes de osciladores neurais residentes na medula espinhal. Uma 
extensão do modelo meio-centro sugeriu que o ritmo discreto ou a geração de 
padrões de redes se tornaram responsáveis pela produção do ritmo locomotor 
13Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
básico; já as interações dentro e entre flexores e extensores de cada membro 
posterior foram presumidas subjacentes à coordenação locomotora obser-
vada. A evidência disponível baseada em estudos de muitas preparações de 
invertebrados e vertebrados indica que os geradores de ritmo centrais podem 
produzir os padrões motores coordenados isoladamente, mas a regulação 
funcional primorosa dos padrões relevantes requer estímulos aferentes e su-
praespinais — ao contrário do caso de animais, deve-se confiar em evidências 
e inferências indiretas.
Ao usar observações de outras preparações animais como pano de fundo, 
pode-se especular e levantar hipóteses sobre o que se deve observar caso 
os geradores de padrão central estejam ativos para controlar o movimento 
humano rítmico. A preponderância de evidências em indivíduos com lesão 
medular durante o suporte parcial de peso sugere que os mecanismos desses 
geradores contribuem para o padrão locomotor da marcha.
Demonstrou-se também que o feedback aferente contribui para modular 
a produção desses geradores de padrão central. Portanto, a modulação da 
atividade motora devido às mudanças no feedback periférico no movimento 
pode ser usada para inferir a atividade dos geradores, e a atividade em deter-
minado caminho de feedback é utilizada como uma sonda neural da atividade 
de geradores. Por exemplo, a modulação dos reflexos cutâneos durante o 
movimento rítmico tem sido sugerida para inferir a atividade de um gerador 
de padrão central na marcha. 
Coordenação dos membros durante a marcha
Demonstrou-se um alto grau de coordenação temporo-espacial em segmentos 
inter e intralobulares para a marcha humana. A evidência sustentou que essa co-
ordenação entre os membros é mediada por circuitos interneuronais espinhais, 
estando sob o controle supraespinal. O controle neuronal regula os circuitos 
dos membros superiores e inferiores manifestados no balanço do superior 
durante a caminhada como a função residual da locomoção. Já o acoplamento 
do inferior refere-se a um estado de coordenação dos membros inferiores, 
temporo-espaciais, bem como sinais neurais específicos dos superiores. 
A fase normal do balanço do membro superior durante a locomoção humana 
desempenha um papel ativo no controle postural do corpo, portanto, quando 
a amplitude de membros superiores e inferiores aumentar, a velocidade da 
marcha também se eleva. Já o movimento cíclico dos membros superiores é 
considerado um componente de suporte da marcha, que visa à conservação 
do custo de energia. Muitos pesquisadores demonstraram que as atividades 
Cinesiologia dos membros superiores e inferiores14
musculares de membros superiores e inferiores são bem coordenadas em 
diferentes tarefas locomotivas, como andar, rastejar e nadar (BOVONSUN-
THONCHAI et al., 2012). 
A coordenação é considerada uma propriedade de ordem superior do 
sistema global do corpo humano. Assim, Bruijn et al. (2008) estudaram o 
efeito do aumento da velocidade da marcha nas rotações torácica e pélvica, 
verificando que suas contribuições para o movimento angular total do corpo 
foram inferioresa 10%; e as contribuições para as pernas e os braços, de 
aproximadamente 90%. Embora as pessoas sejam capazes de andar sem usar 
o balanço dos membros superiores, é necessária uma maior ativação muscular 
dos inferiores. A coordenação exata dos membros na marcha se torna essencial 
aos animais terrestres para garantir a segurança e a realização da marcha, mas 
se trata de um requisito particularmente crítico para os seres humanos, que 
têm um centro de gravidade mais elevado e apenas dois membros para apoio.
Os estudos anteriores mostraram que a coordenação dos membros durante 
a deambulação é deteriorada por envelhecimento e doenças, porém, alguns 
quantificaram a coordenação de locomoção em condições não naturais. Por 
exemplo, a relação de fase esquerda-direita dos membros inferiores foi in-
vestigada nos movimentos de pedalar em uma bicicleta estacionária ou andar 
em uma esteira.
Análise da marcha
A análise da marcha é sobretudo a avaliação do padrão de caminhada e, 
surpreendentemente, apenas uma pequena lesão, que cause sintomas como 
dor leve, rigidez ou fraqueza, pode afetar a maneira como você deambula ou 
corre. Má caminhada/corrida não se torna apenas ineficiente, como também 
provoca lesões compensatórias acima ou abaixo do nível da lesão, por exemplo, 
um joelho lesionado que afeta a marcha pode causar dor nos pés, no quadril 
ou na lombar. 
O padrão de deambulação normal é ainda mais importante quando você 
começa a correr, aumentando quaisquer forças de estresse anormais em suas 
articulações e músculos. Os maus hábitos podem se tornar de longo prazo, o 
que pode predispor a outras lesões ou às artrites.
A análise da marcha pode ser realizada de várias maneiras, e um fisio-
terapeuta é capaz de detectar suas anormalidades puramente por meio da 
observação de seu estilo de caminhada ou corrida. Caso seja por vídeo, usa-se 
para desacelerar sua ação de caminhada para fins de avaliação e correção; 
outra opção seria a análise do computador da placa de força.
15Cinesiologia dos membros superiores e inferiores
A gravitação universal afeta todas as formas de vida na terra, e o corpo está 
constantemente sujeito às forças internas e ao redor dele. Por meio do estudo 
da interação dessas forças e seus efeitos sobre o corpo, a forma, a função e o 
movimento dele podem ser estudados; e o conhecimento resultante, aplicado 
para promover a qualidade de vida. 
Ao usar técnicas de análise de movimento humano baseadas em este-
reofotogrametria combinadas com FRS medidas e atividades musculares, 
os desvios dos padrões cinemáticos, cinéticos ou a eletromiografia normal 
podem ser identificados e usados para ajudar no planejamento do tratamento 
subsequente, avaliar as condições neuromusculoesqueléticas e a eficácia dos 
tratamentos em vários grupos de pacientes. 
Essa análise ainda pode ser usada para melhorar o desempenho atlético e 
ajudar a identificar problemas relacionados à postura ou ao movimento em 
pessoas com lesões e diversas patologias. O estabelecimento adicional da 
biomecânica do movimento humano e de suas aplicações clínicas se beneficia 
da integração das técnicas de engenharia existentes e do desenvolvimento 
contínuo das novas tecnologias.
BERGMANN, G. et al. Hip contact forces and gait patterns from routine activities. Journal 
of Biomechanics, New York, v. 34, n. 7, p. 859–871, july 2001. 
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lower limb coordination during gait in individuals with stroke. The Kaohsiung 
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Acesso em: 31 mar. 2019.
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DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 
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Cinesiologia dos membros superiores e inferiores16
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stepping and standing. The Journal of Physiology, London, v. 40, n. 1–2, p. 28–121, apr. 
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Leituras recomendadas
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goniometria para avaliação das amplitudes de movimento da articulação do ombro. 
Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 12–16, mar. 2003. Disponível em: <http://www.
actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=295>. Acesso em: 31 mar. 2019.
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CAPPOZZO, A. et al. Human movement analysis using stereophotogrammetry. Part 1: 
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CARNEIRO, V. M. et al. Goniometria de membros inferiores como uma ferramenta 
confiável para medir o resultado após o tratamento da espasticidade com rizotomia 
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HALL, S. J. Biomecânica básica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 451 p.
KNUDSON, D. Fundamentals of biomechanics. 2. ed. New York: Springer, 2007. 354 p.
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Cinesiologia dos membros superiores e inferiores18
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Para analisar o movimento humano, é preciso fazer uma análise global tridimensional. Trata-se 
de considerar um sistema de coordenadas geralmente constituído por eixos alinhados 
anatomicamente: laterolateral, anteroposterior e longitudinal. É comum fazer análises 
bidimensionais ou planares, nas quais são considerados dois dos três eixos. No corpo humano 
são identificados três planos anatômicos perpendiculares, que também são denominados planos 
cardinais. O plano sagital é formado pelo eixo laterolateral; o plano frontal (ou coronal), pelo 
eixo anteroposterior; e o plano transverso, pelo eixo longitudinal. 
Confira nesta Dica do Professor como essa percepção tridimensional se aplica no estudo das 
articulações.
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EXERCÍCIOS
A escápula é um osso em forma de asa grande e triangular situado na porção 
posterossuperior do tronco. Essa estrutura, às vezes chamada de osso do ombro, é 
considerada um osso tanto da cintura escapular quanto da articulação do ombro. A figura 
abaixo ilustra as muitas proeminências ósseas da escápula, incluindo as bordas lateral e 
medial e o ângulo inferior na junção das duas bordas.
1) 
 
Em relação aos movimentos que acontecem no ombro e aos seus respectivos eixos, é correto 
afirmar que:
A) a escápula realiza rotação no plano sagital/eixo laterolateral.
B) a escápula realiza protração no plano sagital/eixo laterolateral.
C) a escápula realiza abdução no plano frontal/eixo anteroposterior.
D) a escápula realiza deslizamentos em todas as direções/anaxiais.
E) a escápula realiza elevação no plano transverso/eixo longitudinal.
A articulação do joelho, uma das maiores do corpo, é sinovial uniaxial e costuma ser 
chamada de articulação em gínglimo. Na realidade, não é uma articulação em gínglimo 
verdadeira, mas um gínglimo. A verdadeira, como a dobradiça de uma porta, abre-se e 
fecha-se em torno de um único eixo constante. No joelho, a tíbia (osso distal) desliza em 
torno da extremidade distal do fêmur (osso proximal) e, embora o movimento permaneça 
2) 
no mesmo plano (sagital), ocorre em torno de um eixo em mudança constante. Com cada 
grau de movimento no plano sagital, o eixo frontal horizontal muda. Assim, no caso do 
joelho, o termo articulação em gínglimo modificado é mais apropriado do que apenas 
articulação em gínglimo.
Considerando a cinesiologia da articulação do joelho e a figura acima, é correto afirmar 
que:
A) o movimento demonstrado acontece em cadeia cinética fechada.
 
B) o membro distal é observado se deslocando no eixo longitudinal.
C) o deslocamento da perna ocasiona, no joelho, força de compressão.
D) o membro distal fica livre, realizando movimento em cadeia cinética aberta.
E) na reabilitação, o movimento demonstrado gera maior estabilidade articular.
3) Os músculos anteriores do cotovelo são três: o braquial, o braquiorradial e o bíceps 
braquial. O braquial e o braquiorradial estão envolvidos, exclusivamente, em um 
movimento único da articulação do cotovelo, a flexão, enquanto o bíceps braquial participa 
do movimento da articulação do cotovelo e também do movimento do antebraço.
 
Na flexão do cotovelo, considerando o tipo de alavanca e a figura acima, é correto afirmar 
que:
A) é formada uma alavanca de primeira classe ou interfixa.
B) se trata de uma alavanca com desvantagem mecânica.
C) o braço de força é maior que o braço de resistência.
D) a força potente é aplicada na diáfise do úmero.
E) se identifica uma alavanca de resistência.
4) A caminhada requer equilíbrio sobre um membro inferior enquanto o outro se move 
para frente. É necessário o movimento não só dos membros inferiores, mas também 
do tronco e dos membros superiores. Na marcha, quais músculos contribuem para a 
estabilidade da pelve, considerando os membros superiores e inferiores?
A) Serrátil posterior superior e inferior.
B) Escalenos anterior, médio e posteriores. 
C) Latíssimo do grande dorso e quadríceps. 
D) Eretores da espinha e abdutores da coxa.
E) Semiespinal da cabeça e grupo isquiotibial.
5) A articulação chamada de punho envolve a extremidade distal do rádio e, sobretudo, 
dois ossos da fileira proximal do carpo: o escafoide e o semilunar. O movimento entre 
esses ossos produz uma ação de deslizamento à medida que um escorrega sobre o 
outro. As articulações radiocarpais são classificadas como articulações elipsóideas em 
decorrência dos seus movimentos. Em relação aos movimentos do punho, sobretudo 
nas articulações radiocarpais, é correto afirmar que:
A) acontecem no plano frontal e em seu respectivo eixo laterolateral.
B) acontecem nos eixos longitudinal e anteroposterior.
C) acontecem nos eixos laterolaterais e longitudinais.
D) acontecem nos planos transverso e sagital.
E) acontecem nos planos sagital e frontal.
NA PRÁTICA
O complexo do ombro e ́ formado por pelo menos seis articulações, sendo três 
verdadeiras ou ósseas (glenoumeral, acromiclavicular e esternoclavicular) e três funcionais ou 
falsas (sulco bicipital, supraumeral e escapulotorácica). Trata-se de um complexo amplamente 
móvel, tendo em vista os elementos articulares, com destaque para o que causa instabilidade e 
susceptibilidade a lesões: a cápsula articular “frouxa” e a cavidade glenoide “rasa” da escápula.
Confira Na Prática a análise dos movimentos do complexo do ombro de um paciente adulto.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Como aliviar a síndrome do piriforme
Uma fisioterapeuta esclarece possíveis causas da síndrome do piriforme bem como a forma de 
intervenção e o tratamento fisioterapêutico indicados.
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Associação do valgo dinâmico do joelho no teste de descida de degrau com a amplitude de 
rotação medial do quadril
Este artigo apresenta uma análise do valgo dinâmico do joelho no teste de descida de degrau 
com a amplitude de rotação medial do quadril
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Desenvolvimento de recurso de tecnologia assistiva para pacientecom lesão do plexo 
braquial
Leia um relato da experiência de desenvolvimento de um recurso de tecnologia assistida para 
um paciente com lesão do plexo braquial.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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