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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Adriano Ialongo RA 2660117 Elaine de Cássia Villalta de Paula RA 1991163 Giovanna Moreti RA 2097982 Igor Rocha de Oliveira Silva RA 2063430 Lais Nogueira RA 2211676 Pamella Ketlyn Soares Santos RA 2168833 Rosemary N. S. Dias RA 2658696 Thamirys de Camargo Robles RA 2089376 APS – ÉTICA ‘CURA GAY’ NA PSICOLOGIA SÃO PAULO 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Adriano Ialongo RA 2660117 Elaine de Cássia Villalta de Paula RA 1991163 Giovanna Moreti RA 2097982 Igor Rocha de Oliveira Silva RA 2063430 Lais Nogueira RA 2211676 Pamella Ketlyn Soares Santos RA 2168833 Rosemary N. S. Dias RA 2658696 Thamirys de Camargo Robles RA 2089376 APS – ÉTICA ‘CURA GAY’ NA PSICOLOGIA Atividade prática supervisionada apresentada ao curso de Psicologia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas Profª Juliana Graciani SÃO PAULO 2021 INTRODUÇÃO As palavras ‘ética’ e ‘moral’ são semelhantes em sua etimologia, mas, de acordo com a convenção, consideramos a Ética como estudo teórico e específico de ações orientadas por valores morais e das consequências dessas ações; e a Moral para nos referirmos ao comportamento de diferentes grupos humanos, incluindo códigos normativos. Aristóteles é considerado o primeiro a propor um estudo sistemático da moralidade. De acordo com seu pensamento, não haveria propósito em conduzir qualquer investigação ética sem afetar o estilo de vida de alguém. Todas as propostas teóricas ainda mantêm esse ideal. Embora pareçam distantes da complexidade de situações específicas, todas as perspectivas teóricas sobre o agir moral visam esclarecer as dificuldades que encontramos na prática e, por conseguinte, propor soluções para conflitos, divergências e dilemas morais. É válido ressaltar que a reflexão filosófica sobre o comportamento moral se baseia nas complexidades da prática moral, mas não se esgota em constatações de cunho social ou psicológico sobre como ou porque as pessoas decidem o que fazer. Compreender as regras e mecanismos que permeiam nossa sociedade é tão importante quanto propor críticas a essas práticas: estariam elas nos conduzindo a qual fim? Valorizam o que há de humano em nós? Não podemos negar que a Ética aponta para o que pode ser realizável e não apenas para o habitual. Embora a complexidade do cotidiano nem sempre permita uma ação livre, consciente e autônoma, esses são os fundamentos a partir dos quais construímos nossas perspectivas éticas. O tema ‘Cura Gay’ não é novo, mas é recorrente. E diante dos contextos sociais, culturais e políticos atualmente vividos, acaba sendo ainda mais árida a sua discussão. Em si, seria simples a resposta; se o olhar estivesse apenas centrado na humanidade em seu sentido mais amplo, cujos direitos fundamentais decorrentes das normas internas e internacionais protegem a todos indistintamente, independentemente de credo, cor ou sexualidade. A rediscussão de temas assim nos coloca em cenários aparentemente medievais. Tanto assim é que uma conhecida frase ilustra bem o tema: “aqueles que não conhecem a história estão condenados a repeti-la”1. 1 A frase exata é levemente diferente, ainda que seu significado seja o mesmo: “Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. Ela foi escrita por George Santayana, pseudônimo de de Jorge Agustín Nicolás Ruiz de Santayana y Borrás. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/superblog/frase-da-semana- 8220-aqueles-que-nao-conseguem-lembrar-o-passado-estao-condenados-a-repeti-lo-8221/. Acesso em 21.05.2021. Embora aparentemente se tratar de um país liberal nas vestimentas, alegre e festivo, pelo menos ao estigma estereotipado do carnaval, há um movimento conservador muito forte2 no Brasil, cujas questões sobre sexualidade estão na pauta principal de certas reprimendas. Sendo a nossa sociedade formada essencialmente da cultura judaico-cristã, inevitavelmente, de uma forma ou de outra, o brasileiro é contagiado por concepções da prática religiosa3. E assim a psicologia, composta obviamente por pessoas, não ficou de fora. Há quem confunda as bases da ciência com as da religião em suas práticas. Muito embora seja uma atividade que pratica a escuta imparcial e livre de preconcepções pessoais do profissional ao seu assistido, por vezes, em razão de más práticas, há uma interferência indevida. Em meados de 2017, o tema sobre a “cura gay” – jargão adotado pela mídia para simbolizar a tentativa de enquadramento da homossexualidade como patologia – voltou a ser destaque quando um juiz possibilitou que um grupo de psicólogos tratassem pacientes que lhes procurassem voluntariamente sobre temáticas especificas ligadas a homossexualidade. A questão tomou enormes proporções, principalmente pela má interpretação da Resolução número 01 de 19994 do Conselho Federal de Psicologia, inclusive ocorrida pela decisão do juiz federal sobre os efeitos dessa norma. Segundo a decisão, a norma do Conselho impediria o estudo e a pesquisa do tema, relevantes, ao seu ver, à dignidade humana, o que feriria princípios constitucionais. Acontece que feita uma cuidadosa leitura sobre a Resolução é possível notar a inexistência de limitações à pesquisa ou ao estudo do tema, sendo outra a intenção da norma, que é vedar a classificação da homossexualidade como patologia e, principalmente, proibir – falando o óbvio – a prática ou a difusão dos profissionais da área em atos preconceituosos: Art. 1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da 2ALONSO, Angela. O Brasil é um país muito conservador, que não muda fácil, nem rápido e nem sem reação. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/01/politica/1549050356_520619.html. Acesso em 21.05.2021. 3 Não significa dizer que pratique alguma das religiões, mas vivendo em sociedade com traços culturais tão fortes às religiões dessa origem, parece inevitável que a pessoa tenda de alguma forma ou maneira a carregar algum resquício da prática, como o conservadorismo em falar sobre sexo ou percepções de culpas decorrentes de orientações de pecado ou do indevido sobre determinado assunto. Dessa forma, não significa dizer que há na pessoa a prática cristã, mas de alguma forma as concepções cristãs podem ter lhe influenciado como percebe o mundo a sua volta. 4 Código de Ética. Conselho Federal de Psicologia. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf. Acesso em 24.05.2021. profissão notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da humanidade. Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas. Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades. Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica. Art. 5° - Esta Resolução entra em vigor na datade sua publicação. Art. 6° - Revogam-se todas as disposições em contrário. Em resposta a decisão, o Conselho Federal entrou com uma medida no Supremo Tribunal Federal, pedindo a imediata suspensão da decisão do juiz de 1ª instância, que foi concedida5 pela Ministra Carmen Lucia. Na sequência, em julgamento colegiado, o STF manteve a suspensão da decisão6 e a validade da Resolução 01 de 99 do CFP. 5 AFFONSO, Julia. Cármem suspende ação e barra ‘cura gay’. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/carmen-suspende-acao-da-cura-gay/. Acesso em 21.05.2021: “A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a ação popular na qual o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14.ª Vara do Distrito Federal, concedeu liminar que abriu brecha para que psicólogos oferecessem terapia de reversão sexual, conhecida como ‘cura gay’, tratamento proibido pelo Conselho Federal de Psicologia desde 1999. A decisão de Cármen foi tomada no dia 9 de abril e publicada no Diário de Justiça nesta quarta-feira, 24” 6 POMPEU, Ana. Turma do STF reafirma validade de Resolução do CFP contra a “cura gay”. Disponível em: https://www.jota.info/stf/do-supremo/turma-do-stf-reafirma-validade-de-resolucao-do-cfp-contra-a-cura- gay-26052020. Acesso em 21.05.2021 Mesmo assim, ainda são noticiadas7-8 práticas irregulares de psicólogos e outros terapeutas com o intuito de definir a homossexualidade como uma doença a ser tratada9. Atualmente, qualquer intenção de tratamento dessa natureza não é permitida pelo Conselho. Pelo menos dois documentos do CFP regulamentam a proibição: a já mencionada Resolução N° 1/99, de 22 de março de 1999, que “estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual”; e a Resolução Nº 1/2018, de 29 de janeiro 2018, que “estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis”. O grupo que intenta o direito de pesquisa e tratamento defende, segundo suas perspectivas, a possibilidade de “liberdade de expressão”, como diz sua expoente Rosangela Justino, referenciada em artigo que a crítica no site da Humanista, espaço do Jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Rosanela é assertiva ao argumentar que “nenhum psicólogo faz ‘cura gay’”. O entendimento da psicóloga em meio ao debate é de que se trata de uma questão de liberdade de expressão, meramente. Ela chama as resoluções do CFP de mordaça, afirmando ainda que o termo foi criado pela militância LGBT para fazer terrorismo psicológico e depois acusar os profissionais de homofóbicos e preconceituosos; e chama as medidas proibitivas de “gaysistas”, recomendando a leitura de Homossexualidade Masculina – Escolha ou Destino? de Claudemiro Soares, em que a orientação sexual é defendida como uma opção pessoal e, por isso, reversível10. 7 MOURAIS, Raquel. Cura gay': três psicólogos foram denunciados nos últimos 5 anos por oferecer tratamento, diz conselho. Disponível em: https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/tres-psicologos-foram- denunciados-por-ofertar-cura-gay-nos-ultimos-5-anos-diz-conselho.ghtml. Acesso em 21.05.2021. 8 ORTIZ, Brenda. Dono da clínica de hipnose que prometia 'cura gay' presta depoimento na Polícia Civil do DF. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2020/11/10/dono-da-clinica-de-hipnose-que- prometia-cura-gay-presta-depoimento-na-policia-civil-do-df.ghtml. Acesso em: 21.05.2021. 9 LOURENÇO, Beatriz. Psicólogos ainda aplicam práticas corretivas para orientação sexual. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/06/psicologos-ainda-aplicam-praticas- corretivas-para-orientacao-sexual.html. Acesso em 21.05.2021. 10 CORREIA, Yuri. “Cura gay” polariza eleição do Conselho de Psicologia; entenda a disputa. Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/2019/08/08/cura-gay-polariza-eleicao-do-conselho-de-psicologia-entenda-a- disputa/ A disputa, como menciona o mesmo artigo, foi além do Judiciário, virando uma briga política pela concorrência pela presidência do Conselho, com apoio de um grupo conservador político11, porém sem lograr o sucesso pretendido. Em meio a tantos preconceitos, a história nos traz que a homossexualidade já foi vista como uma patologia, contudo, há mais de 30 anos a Organização Mundial da Saúde12 excluiu o enquadramento da homossexualidade como distúrbio, sendo que no Brasil desde 1985 o CFP retirou a classificação como doença. Ainda assim, é muito pouco, diante do tempo e das muitas feridas, principalmente na década de 80 e 90, quando houve a estereotipagem do que se denominou absurdamente de “peste gay”, em razão altos números de contágio de HIV13. Em meio à polêmica decisão judicial, um livro, relembrando uma famosa carta de Freud em resposta a uma mãe que pretendia uma resposta de como lidar com a homossexualidade de seu filho, organizado pelo psicanalista e filósofo Gilson Iannini, de título “Dr. Freud – Respostas do Século XXI a uma Carta sobre Homossexualidade”, pretendeu responder, por meio de 23 autores, muitos dos quais psicanalistas, aquela carta de Freud (que já descaracterizava a patologia, mas ainda não trazia uma resposta completa e adequada ao tema), como se a cada um deles tivesse sido endereçada, tendo experiências múltiplas, como a da psicanalista transexual Letícia Lanz, que narra os efeitos prejudiciais do preconceito ao longo de sua vida: Um ponto que se destaca em várias das cartas é uma dura crítica endereçada à psicanálise e, sobretudo, aos psicanalistas. Na própria carta de Freud, a despeito do que disse à mãe aflita, afirma-se que a homossexualidade seria fruto de uma “detenção no desenvolvimento sexual”, podendo dar a entender que seria um déficit. Vários autores lembram que, contrariando Freud, houve muitos psicanalistas que consideravam a homossexualidade um desvio ou perversão, utilizando a teoria para camuflar (mal) seu preconceito e, com isso, trazendo ainda mais dor e repressão àqueles que buscavam alívio para seu sofrimento. 11 Anna Virginia Balloussier. Apoiada por nora de Bolsonaro, chapa de 'cura gay' é derrotada em conselho de psicologia. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/eleicao-do-conselho-de- psicologia-derrota-candidata-da-cura-gay.shtml, Acesso em: 21.05.2021. 12 MAIA, Dhiego. Há 30 anos, OMS tirou homossexualidade de catálogo de distúrbios. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/05/ha-30-anos-oms-tirou-homossexualidade-de-catalogo-de- disturbios.shtml. Acesso em: 21.05.2021. 13 Idem Houve muitos psicanalistas que praticaram a cura gay – ou melhor, tentaram curar algo incurável, pois não é uma doença14. E assim é destacado por Paulo Gleich no artigo da revista Gaúcha: “Pode parecer anacrônico, mas essa é ainda uma prática corrente por parte de alguns profissionais e escolas psicanalíticas – o que revela o quanto medo e moralismo, quando não têm suas raízes inconscientes analisadas, seguem causando graves danos, ocultando-se sob nobres disfarces”. Especificamente no Código de Ética, é expressamente vedado ao psicólogo a atuação que induza “convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais”, alínea “b” do artigo 2º; Ou ainda, conforme alínea “j” do mesmo artigo a pretensão de “estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado”. O psicólogo será processado e julgado pelo seu respectivo Conselho Regional de Psicologia, podendo ser punido com advertência, multa, censurapública, suspensão do exercício profissional por até 30 (trinta) dias ou até mesmo cassação do exercício profissional (artigo 21 do Código de Ética do CFP - Resolução CFP nº 010/05). Em 2020, a Revista Galileu noticiou o caso “H.T”, um jovem que 14 anos que foi levado pela família ao psicólogo. Preferindo não se identificar, relata que, por ser muito tímido, a intenção de pais era lhe ajudar a se expressar em situações de convivência social: "Contei a ele que era homossexual e a resposta foi contrária do que era esperado. Ele disse que, na verdade, achava que eu não era gay, apenas muito tímido. Logo na próxima sessão minha mãe participou já sabendo de tudo e eu me senti completamente exposto", relata o rapaz a GALILEU. A partir daí os encontros consistiam em negar (e tentar mudar) a essência do jovem. "Havia exercícios para aumentar o tom de voz, modificar a postura e não apresentar nenhum trejeito", lembra15. 14 GLEICH, Paulo. Freud e a "cura gay": uma carta antiga, mais atual do que nunca. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2020/05/freud-e-a-cura-gay-uma-carta-antiga-mais- atual-do-que-nunca-ckagw30rq00aw015nkfk59yop.html. Acesso em 24.05.2021. 15 LOURENÇO, Beatriz. Psicólogos ainda aplicam práticas corretivas para orientação sexual. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/06/psicologos-ainda-aplicam-praticas- corretivas-para-orientacao-sexual.html. Acesso em 21.05.2021. Em trabalho científico, cuja inspiração foi um outro estudo italiano, Jean Ícaro Pujol Vezzosi, Mozer de Miranda Ramos, Damião Soares de Almeida Segundo e Angelo Brandelli Costa16 demonstram, por meio de pesquisa analítica, que as atitudes corretivas (AC) ainda são reportadas por 58% dos participantes. Os autores explicam que “as intervenções que se propõem a corrigir as manifestações espontâneas das orientações sexuais não heterossexuais – erroneamente – são denominadas atitudes corretivas”, sendo que, “disfarçadas de intervenções terapêuticas supostamente próprias de uma determinada abordagem teórica, são interpretações ou prescrições de condutas sobre os(as) pacientes”17. Partindo de uma premissa, como bem explicam os mesmos autores, “a ciência médica e a Psicologia, ao discorrer sobre a sexualidade, teve como ponto de partida a heterossexualidade monogâmica como suposto padrão de normalidade à medida que desenvolvia um modo de atuação clínica para aquilo que considerava perversões, desvios sexuais ou patologias (Herek, 201018)”19. Como informam, “durante grande parte do século XX esta foi a perspectiva da Psicologia e da Psiquiatria a respeito da homossexualidade, inclusive presente nas primeiras edições do manual diagnóstico de Transtornos psiquiátricos da American Psychological Association (APA)”20 Evidentemente que a decorrência de classificações patológicas associadas à homossexualidade ou à bissexualidade vêm do preconceito e uma sequência de limitações do indivíduo às concepções socioculturais além do ciclo que habita, como destacam os autores: As práticas patologizantes identificadas entre os (as) psicólogos (as) foram motivados por crenças em uma natureza biológica, psicológica, religiosa ou ético-moral sobre a diversidade sexual. Também foram destacadas a reprodução de estereótipos, uso de linguagem inadequada, formação clínica via conhecimentos patologizantes (explícitos e implícitos), silenciamentos e nenhum ou pouco contato interpessoal com pessoas LGBT.21 16 Vezzosi, J. I. P., Ramos, M. M., Almeida Segundo, D. S., & Costa, A. B. (2019). Crenças e atitudes corretivas de profissionais de psicologia sobre a homossexualidade. Psicologia: Ciência e Profissão, 39(n.esp3), 174-193. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003228539. Acesso em: 24.05.2021. 17 Idem 18Herek, G. M. (2010). Sexual orientation differences as deficits: Science and stigma in the history of american psychology. Perspectives on Psychological Science, 5(6), 693-699. https://doi.org/10.1177/1745691610388770 19 Vezzosi. Idem. 20 Vezzosi. Idem. 21 Vezzosi. Idem. A pesquisa é muito interessante e merece a leitura. Apenas como justificativa do nosso estudo, apresenta-se aqui parte do resultado alcançado pelo elaborado estudo: No que diz respeito às atitudes corretivas, 29,48% (n = 204) dos (as) profissionais da Psicologia concordam em algum nível que, se o (a) paciente solicitar, o (a) psicólogo (a) /psicoterapeuta deve ajudar a mudar a orientação sexual de homossexual para heterossexual. Além disso, 12,43 % (n = 86), dos profissionais de Psicologia concordam com a afirmação de que o psicólogo/psicoterapeuta deve ajudar a mudar a orientação sexual de homossexual (gay ou lésbica ou bissexual) para heterossexual. Em relação a alguma mudança de opinião sobre a homossexualidade/bissexualidade ao longo da vida, a maior parte das psicólogas (64,88%, n = 449) afirmaram que mantêm o posicionamento a respeito. Em termos de nível de preparação teórica e técnica para atender um (a) paciente LGB, os (as) terapeutas se situaram em grande parte como bastante preparados (as) (36,42%, n = 252) e muito preparados (as) (28,90%, n = 200). No que diz respeito os (as) psicólogos (as) possuírem pacientes que manifestaram a intenção de mudar a orientação sexual de homossexual para heterossexual, 17,34% dos (as) psicólogos (as) (n = 120) passaram por esta experiência. Dentre os cinco grandes grupos de abordagens teóricas, os (as) terapeutas cognitivo-comportamentais e familiares/sistêmicos são os (as) que apresentaram maiores níveis de AC, caso o (a) paciente solicite, em ordem de frequência (34,86%, n = 61; 33,33%, n = 20) (Tabela 2). Por outro lado, em nosso estudo, os (as) terapeutas auto identificados (as) como sistêmica/familiares (18,33%, n = 11; 14,28%, n = 25) e cognitivo-comportamentais são os que apresentaram as maiores frequências de AC sem o pedido do (a) paciente. Na verdade, os valores de AC estiveram muito próximos entre 4 grandes grupos de abordagens teóricas, exceto as terapias psicanalíticas e/ou psicodinâmicas, que apresentaram 23,85% (n = 57) para AC solicitada pelo (a) paciente e 9,62% (n = 23) quando não solicitada. A Tabela 2 destaca a frequência de AC por abordagem teórica. A Tabela 3 destaca a frequência das crenças a respeito do homo/bissexualidade. Quanto às crenças relativas a homossexualidade/bissexualidade, constatou-se que: 40,61% da amostra (n = 281) acreditam em algum nível que a falha de identificação com seu próprio papel de gênero pode levar a uma orientação LGB, assim como na pressuposição de que o medo de uma relação com pessoas de outro sexo estaria relacionado ao desenvolvimento destas orientações (37,43%, n = 259). A porcentagem de 96,97% dos (as) psicoterapeutas da amostra concordam totalmente com a pressuposição de que a homossexualidade é uma variante normal de sexualidade (n = 671) e 51,59% (n = 357) acreditam que existe uma causa para o desenvolvimento destas orientações sexuais. A parcela de 69,65% dos (as) psicólogos (as) pressupõe em algum nível que existe uma teoria explicativa válida sobre a origem psicológica da homossexualidade masculina e feminina. Em artigo publicado na Revista Época, foi noticiada uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual (IBDSEX) em 2018, cuja realização foi feita em parceria com outras organizações, exclusivamente com pessoas LGBTI+, trazendo um dado alarmante, em que 62% dos ouvidos já pensaram em se suicidar22. Isso é um reflexo, segundo a ponta a notícia, da pressão da heteronormativa imposta pela sociedade: Infelizmente, tudo isso não tem sido suficiente para aplacar quem professa a “cura gay”. Em 2011, o Relatório da 4ª Inspeção Nacional de DireitosHumanos registrou pelo menos 19 casos de “comunidades terapêuticas” religiosas que praticavam tratamento degradante ou tentavam “converter” homossexuais para a heterossexualidade23. Em pesquisa feita nos idos de 2004, João Fernando Rech Wachelke, Alexsandro Luiz de Andrade e Jean Carlos Natividade investigaram a percepção da ética do psicólogo com relação ao estudante de psicologia. Fazendo um paralelo social com outras profissões, os 22 REIS, Toni. “Cura gay” ou sublimação do desejo? Disponível em: https://epoca.globo.com/cura-gay-ou- sublimacao-do-desejo-23543736. Acesso em 24.05.2021. 23 REIS. Idem. autores propuseram uma descoberta que pretendia saber o tom crítico do futuro profissional, diante dos embasamentos que comedidamente alcançava ao longo da graduação, com o atual profissional: Em síntese, pode ser dito que os alunos do início do curso apresentam tendência a perceber o psicólogo como um profissional que leva a ética em consideração enquanto exerce suas atividades. No entanto, isso é mais percebido em alguns aspectos que em outros, como o expresso no item referente ao princípio II do código de ética, sobre trabalhar para o bem- estar do indivíduo e da comunidade. A medida da percepção da conduta ética profissional do psicólogo sobre estar atualizado quanto ao conhecimento psicológico proveniente de pesquisas apresentou-se próxima do ponto médio 3, sugerindo uma percepção menos positiva quanto ao psicólogo seguir este princípio. Já os alunos do fim do curso apresentam visão mais pessimista do psicólogo em sua relação com a ética, expressando descrença acerca do psicólogo manter-se atualizado e estudar ciências afins da psicologia, o que é indicado pelas médias inferiores a 3 nas respostas a esses dois itens.24 A ética profissional do psicólogo é um assunto de suma importância para a sociedade, estudantes e aos psicólogos em si, pois, das suas práticas profissionais é que refletirá o ambiente sociocultural de procura do cuidado da saúde mental. Eventual estigmatizado de uma conduta antiética evidentemente afastará as pessoas na busca por cuidado, ainda mais ao psicólogo que necessidade de uma confiança mútua e uma precípua entrega do assistido em extremo grau de vulnerabilidade. O psicólogo não apenas é um ser individual que trata outro indivíduo. Tanto assim é que Código de Ética traz princípios gerais que vão muito além do consultório: a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as 24 Rech Wachelke, João Fernando; Andrade, Alexsandro Luiz de; Natividade, Jean Carlos. Percepção de alunos de graduação em psicologia sobre a conduta ética dos psicólogos. Aletheia, núm. 20, julio-diciembre, 2004, pp. 37-44. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/1150/115013471004.pdf. Acesso em: 24.05.2021. práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços. c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação.25 Dessa forma, a análise dessa caracterização da sexualidade como desvio de conduta ou patologia não atinge apenas certo indivíduo, grupo ou classe, mas a toda uma sociedade, que por si só, já sofre com uma errônea padronização sociocultural advinda da concepção religiosa de família, não havendo, portanto, sobre um olhar humanístico, um ideal de mulher, de homem ou de composição familiar26. Somos seres sociais. Por isso a necessidade de exercício de fala e práticas como um todo. Ao “Direito, como um instrumento ideológico de inclusão e exclusão de pessoas no laço social, sempre (se) tentou regular a sexualidade, embora isso seja impossível. É assim que o casamento foi, por muitos e muitos séculos, o legitimador das relações sexuais”27, ressalta Rodrigo da Cunha Pereira. O trecho mencionado vem artigo do Professor que responde o infame de Projeto de Lei de número 4.931/2016, de autoria do deputado federal Ezequiel Teixeira (PTN-RJ), que pretendia dispor “sobre o direito à modificação da orientação sexual em atenção a Dignidade Humana”. O projeto foi arquivado, mas é uma das muitas provas de 25 Código de Ética. Conselho Federal de Psicologia. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf. Acesso em 24.05.2021. 26 Strücker, Bianca; Canabarro, Ivo dos Santos. Por trás da “cura gay”: o patriarcalismo na família e no estado contemporâneo. Disponível em https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/direitoshumanosedemocracia/article/view/9043. Acesso em 24.05.2021. 27 PEREIRA, Rodrigo da Cunha. "Cura gay" é charlatanismo, e o Direito não pode compactuar com isso. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-out-08/processo-familiar-direito-nao-compactuar- charlatanismo-cura-gay. Acesso em 24.05.2021. que a discussão de tempos em tempos é reacendida por uma visão retrograda e em desconformidade com os avanços dos estudos psicossociais. A discussão da ética caminha com mais propriedade pela filosofia, o que, aliás, é muito comum ocorrer no estudo a psicologia, como é o caso da fenomenologia existencial. Sem a pretensão de aprofundar a essência do que é a ética, propõe-se uma reflexão, trazia principalmente por Déborah Azenha de Castro, em seu artigo intitulado “Psicologia e ética em cuidados paliativos”. Diante da complexidade e necessária reflexão, a autora abre um capítulo em seu trabalho em que confronta a psicologia e a ética: [...] que a psicologia não se limita ao cumprimento da ética profissional, pela sua metodologia, amplia o campo da percepção do ser humano. A pessoa não nasce ética. O ser ético vai se estruturando juntamente com o seu desenvolvimento bio psico social, ou seja, a condição de se vir a ser ético passa pelo desenvolvimento pleno da personalidade. A personalidade de cada ser humano é temporal, pertence a uma pessoa que nasce, vive e morre[...]. Dizemos que uma pessoa é considerada ética quando possui uma personalidade bem integrada, ou seja, tenha maturidade emocional que permita lidar com situações conflitantes, que tenha vida interior equilibrada e um bom grau de adaptação à realidade do mundo.28 A ética, obviamente, não é um simples livro com uma sequência de dispositivos em que o profissional segue um passo a passo, como se, seguidor de tais regras, pudesse ser intitulado como um profissional ético. Com sorte, poderá ser elogiado pela sua disciplina, sistematicidade e – com ainda mais sorte – um cumpridor das normas. Mas a ética está inteiramente ligada à perspectiva da conduta subjetiva ao objetivo. Do indivíduo enquanto está na sua individualidade e, igual e principalmente, quando adentra a coletividade. Não se resume ao “não fazer”, mas se estabelece no que faz ou deixa de fazer e o porquê deixou ou se fez. Um manual ordeiro jamais responderia cada uma das possibilidades existentes na vida social. Nem é a ideia exemplificar condutas que são ou não antiéticas. Uma amostra de que a normatização de algo não transforma uma situação absurda em uma conduta ética está na nossa história recente enquanto sociedade,no qual o homem que defendesse sua honra em crime 28CASTRO, Déborah Azenha de. Psicologia e ética em cuidados paliativos. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-98932001000400006. Acesso em 24.05.2021. violento contra a mulher, sob o pretexto de estar sendo traído ou humilhado, encontraria no Judiciário um salvo-conduto, sendo absolvido por isso29. Aqui estamos no confronto de duas propostas que não se resumes em respostas simplistas e parcas: de um lado a ética e do outro a psicologia. Na verdade, ambas do mesmo lado, em suas perspectivas subjetivas. Demonstração dessa dificuldade é trazida hipoteticamente José Célio Freire: Tomemos, a título de exemplo, a intrincada situação constituída no setting psicoterápico quando o cliente, ou paciente (ao gosto de cada abordagem), comunica ou mesmo atua perante o profissional uma tentativa de suicídio. Segundo o Código de Ética, dá-se a possibilidade de o psicólogo, por “imperativo de consciência”, quebrar o sigilo ético para que outrem auxilie o indivíduo ou que ele mesmo o socorra de alguma forma. Tal atuação do psicoterapeuta, no caso, implicaria um erro técnico em algumas abordagens, uma quebra da confiança depositada pelo cliente na relação terapêutica, em uma outra perspectiva, ou mesmo uma conduta normal para um terceiro grupo de práticas. Isso nos mostra como é difícil e arriscado pensar a questão ética das psicologias de uma forma unitária e totalizadora.30 29CÂNDIDO, Gabriel Cardoso. Legítima defesa da honra: contornos e questionamentos acerca da ADPF 779. Disponível: https://www.conjur.com.br/2021-abr-28/gabriel-candido-legitima-defesa-honra-adpf- 779#:~:text=A%20tese%20da%20leg%C3%ADtima%20defesa,e%20relatos%20de%20viol%C3%AAncia%20d om%C3%A9stica. Acesso em 24.05.2021. 30 FREIRE, José Célio. A Psicologia a Serviço do Outro: Ética e Cidadania na Prática Psicológica. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pcp/v23n4/v23n4a03.pdf. Acesso em: 24.05.2021 CONCLUSÃO Não existem respostas simples, portanto. Mas há alguns avanços sociais que permitem objetivamente respostas mais categóricas, como é o caso do tema proposto. Não há mais sentido lógico para enquadrar de qualquer forma a homo ou a bissexualidade como patologia, ainda mais ao profissional da saúde e, ainda pior, ao profissional responsável pelo cuidado da saúde mental. Como disse Déborah Azenha de Castro em seu artigo: “o cuidado em lidar com a pessoa é produto de longa vivência, amplo e diversificado estudo e principalmente uma grande e profunda compreensão de si mesmo”. REFERÊNCIAS AFFONSO, Julia. Cármem suspende ação e barra ‘cura gay’. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/carmen-suspende-acao-da-cura-gay/. Acesso em 21.05.2021. ALONSO, Angela. O Brasil é um país muito conservador, que não muda fácil, nem rápido e nem sem reação. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/01/politica/1549050356_520619.html. Acesso em 21.05.2021. BALLOUSSIER, Anna Virginia. Apoiada por nora de Bolsonaro, chapa de 'cura gay' é derrotada em conselho de psicologia. 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