Buscar

Prova 2 Genética Médica 2021_1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prova 2 – Genética Médica – 2021/1 
 
Nome: Estéfany de Paula Paiva 
10/08/2021 
 
1- Para manter a integridade do DNA durante a replicação existem vários 
mecanismos que tornam uma divisão celular viável sem que ocorram muitos 
erros. Descreva todos os mecanismos de evitar erros ao fazer uma cópia do 
DNA, durante a após a replicação. 
 
O recurso de reparação mais significante é o papel de revisão das DNA polimerases. 
Tanto a DNA polimerase I quanto a DNA polimerase III são capazes de remover bases 
malpareadas inseridas de forma incorreta. 
 
Outras vias de reparo: 
 
Reversão direta de DNA danificado - regeneração da base normal, revertendo a 
lesão. 
 
- Enzima CPD fotoliase → se liga ao fotodímero e o divide para recuperar as 
bases iniciais. É um mecanismo de fotorreativação, a enzima precisa de luz 
para fazer acontecer. 
- Enzima alquiltransferase → retira alguns grupos alquila que foram inseridos à 
posição 0-6 da guanina por mutágenos, como a nitrosoguanidina e o 
etilmetanossulfonato. 
 
Reparo por excisão de base - uma base ou uma fração maior da cadeia de DNA é 
retirado e substituído por um segmento de nucleotídeo recém-sintetizado que 
complementa o filamento oposto que serviu como molde (segundo mecanismo mais 
importante). É realizado pelas DNA glicosilases, que clivam ligações base-açúcar, e 
liberam as bases alteradas, fazendo com que se crie sítios apurínicos ou 
apirimidínicos (AP). Uma enzima chamada endonuclease AP, então, retira o filamento 
comprometido antes do sítio AP. Uma terceira enzima, a desoxirribofosfodiesterase, 
"limpa" o arcabouço, retirando um trecho do açúcar-fosfato vizinho, de modo que a 
DNA polimerase preenche o espaço com nucleotídeos complementares ao outro 
filamento. A DNA ligase então liga o novo nucleotídeo ao arcabouço. 
 
Reparo por excisão de nucleotídeo - É uma multifuncional que identifica e repara o 
dano do DNA consequente sobretudo a danos causados por UV e, ao fazer isso, alivia 
forquilhas de replicação e complexos de transcrição parados. Etapas: 
 
1. Reconhecimento da(s) base(s) danificada(s). 
 
2. Organização de um complexo multiprotéico no local. 
3. Corte do filamento danificado alguns nucleotídeos antes e depois do sítio danificado 
e remoção dos nucleotídeos (cerca de 30) entre os cortes. 
 
4. Uso do filamento não danificado como molde para a DNA polimerase, seguido de 
ligação do filamento. 
 
Reparo pós-replicação: reparo de malpareamento - O sistema de reparo de 
malpareamento conserta erros na replicação que não são reparados pelo papel de 
revisão da DNA polimerase replicativa. A correção é limitada ao filamento recém- 
sintetizado, que é identificado pela maquinaria de reparo porque não tem um 
marcador de metilação. 
 
Reparo propenso a erro: síntese de DNA translesão - Na síntese translesão, as 
polimerases de bypass são direcionadas para a forquilha de replicação que parou 
devido ao dano no filamento-molde. As polimerases de bypass introduzem erros 
durante a síntese que podem persistir e levar à mutação ou podem ser corrigidos por 
outros mecanismos, como o reparo de malpareamento. 
 
Reparo de quebras bifilamentares - é uma via predisposta a erro que corrige quebras 
bifilamentares, unindo as pontas livres de volta. Ocorre quando duas proteínas muito 
abundantes, KU70 e KU80, ligam-se às extremidades quebradas, formando um 
heterodímero que serve a duas funções: primeira, impede outros danos às 
extremidades e, segunda, convocar outras proteínas que cortam as extremidades do 
filamento para gerar as extremidades 5' -P e 3' -OH, necessárias para a ligação. A 
DNA ligase IV, então, junta as duas extremidades. 
 
2- Como a Recombinação Homóloga pode ser causadora de alterações 
estruturais no DNA (deleção, duplicação, inversão). Explique e desenhe. 
Explique também como a recombinação pode ser usada para corrigir 
mutações no DNA. 
 
Crossing over entre partes de DNA duplicados, também chamada recombinação 
homóloga não alélica (NAHR), faz com que haja incerteza sobre qual das repetições 
irá emparelhar com outra na meiose. Se as sequências que pareiam não estão nas 
mesmas posições relativas nos homólogos, o crossing over pode produzir 
cromossomos aberrantes, com alterações estruturais do DNA como: deleções, 
duplicações, inversões e translocações por crossing over. 
 
 
Se uma quebra bifilamentar acontecer após a etapa de replicação de uma região 
cromossômica em uma célula em divisão, o prejuízo pode ser reparado por um 
mecanismo sem erro chamado de pareamento de filamento dependente de síntese 
(SDSA). Ele usa cromátides-irmãs disponíveis na mitose como moldes para garantir 
a correção correta. 
 
3- Sendo a Síndrome de Lynch intrinsecamente uma deficiência do reparo 
MMR (Mismach Repair), descreva a Síndrome de Lynch, os genes, a clínica, 
o diagnóstico, o tratamento e o que ocorre quando 2 pais com Síndrome de 
Lynch têm filhos. 
 
A Síndrome de Lynch (SL) ou Câncer Colorretal Hereditário Não-Poliposo (HNPCC) 
é uma síndrome de propensão ao câncer, de caráter autossômica dominante e 
geneticamente multiforme que, geralmente, é originada por mutações no reparo de 
genes pareados incorretamente. A instabilidade de microssatélites ocorre em 85% a 
90% dos tumores de HNPCC. Assim, cerca de 70% das famílias com HNPCC que 
possuem carcinoma apresentando instabilidade de microssatélite, também podem ter 
mutações germinativas em um dos seis genes de reparo de DNA pareado errado: 
MSH2, MSH6, MLH1, MLH3, PMS1 ou PMS2. Ainda que os indivíduos com HNPCC 
desenvolvam pólipos semelhantes em quantidade aos da população geral, eles os 
desenvolvem mais jovens, a média de idade ao diagnóstico de adenocarcinoma 
colorretal é de menos que 50 anos, ou seja, de 10 a 15 anos mais jovens que a 
população geral. Ademais ao câncer colorretal, os cânceres relacionados ao HNPCC 
incluem o câncer de estômago, do intestino delgado, do pâncreas, dos rins, do 
endométrio e dos ovários. O histórico familiar determina o HNPCC. A identificação 
precoce do HNPCC se faz necessária para um tratamento eficaz. A prevenção com 
colonoscopia do cólon proximal começando aos 25 anos amplia a expectativa de vida 
em 13,5 anos e a proctocolectomia aos 25 anos aumenta o tempo de vida em 15,6 
anos. Um casal afetado por mutações em genes diferentes, terá um risco de 75% de 
ter um filho afetado e 25% de não ser afetado. Entretanto, caso o casal seja afetado 
por uma mutação no mesmo gene, possuem 25% de probabilidade de ter um filho 
não afetado, 50% de ter um filho com Lynch e 25% de ter um filho CMMR-D ou 
Congenital Tufting Enteropathy (caso os pais tenham mutação de EPCAM, que não é 
um gene de reparo mas está localizado bem próximo ao gene MSH2). 
 
4- Sabendo que as técnicas de sequenciamento muitas vezes não 
sequenciam os íntrons inteiros, mas apenas as regiões limítrofes entre 
íntrons e éxons, muitas vezes o sequenciamento não detecta nenhuma 
variante patogênica, mas o paciente apresenta fenótipo nítido. Nestes casos, 
algumas empresas oferecem sequenciar o RNA da célula (RNAseq). O que 
você espera encontrar no RNA sequenciado caso haja realmente alguma 
variante patogênica no gene em questão. Quais são as possibilidades para 
explicar essa situação? 
 
Mutações do splice-site: normalmente todo íntron começa com GU e termina com AG, 
então ocorre o splice e os exons adjacentes são ligados um no outro para formar o 
RNA. Entretanto, podem ocorrer mutações, por exemplo: quando acontece mutações 
no sítio doador, este é perdido e se tiver um GU no meio do intron ele pode ser usado 
como sítio doador críptico e o splice vai ocorrer entre o “novo” GU e o AG, sobrando 
a parte mutada do antigo sítio doador que irá fazer parte do RNAm como se fosse um 
exon 1 mais longo, o resultado é um RNAm mutado aberrante que contém pedaços 
de intron nele. Uma outra situação, é que no segundo intron o GU foi mutado no sítio 
doador,perdendo sua característica de doador splicing com isso o aceptor fica sem 
doador e uma das possibilidades é usar o doador do primeiro intron, e assim ocorrerá 
splicing do primeiro intron até o aceptor do segundo intron contendo o exon 2 que 
também será excluído, e assim o exon 1 é ligado no exon subsequente, no exon 3. 
Outras possíveis mutações podem ocorrer nos promotores, na poliadenilação e em 
regiões reguladoras (podem gerar uma alteração muito grande na expressão gênica 
e são pouco compreendidos, representando uma dificuldade ainda para identificação 
de variantes patogênicas nessas regiões). 
 
5- Descreva as características do heredograma que te permitem identificar 
os padrões de herança abaixo: 
a. Herança Autossômica Dominante; pode acometer uma família 
inteira e é passada ao longo de gerações. Cada indivíduo afetado 
em um heredograma possui um genitor afetado, que também possui 
um genitor afetado, e assim por diante, até onde se possa 
acompanhar o distúrbio ou até a ocorrência da mutação original. 
Homens e mulheres têm igual probabilidade de transmitir o fenótipo 
para seus filhos de ambos os sexos. 
b. Herança Autossômica Recessiva; o probando pode ser o único 
membro da família afetado, mas se outros forem afetados, eles em 
geral estarão entre seus irmãos e não em outra parte da família, a 
menos que a família seja altamente endogâmica. 
c. Herança Ligada ao Sexo Dominante; a característica distintiva 
de um heredograma dominante ligado ao X totalmente penetrante é 
que todas as filhas e nenhum dos filhos de homens afetados são 
afetados. Se alguma filha não for afetada ou algum filho for afetado, 
a herança deve ser autossômica, não-ligada ao X. 
d. Herança Ligada ao Sexo Recessiva; uma mutação ligada ao X 
é tipicamente expressa em termos fenotípicos em todos os homens 
que a recebem, mas apenas nas mulheres que são homozigotas 
para a mutação. Em consequência, os distúrbios recessivos ligados 
ao X em geral são restritos aos homens e dificilmente são vistos 
entre as mulheres. 
e. Herança Mitocondrial; herança de uma característica codificada 
no genoma mitocondrial. Como o genoma mitocondrial é de herança 
estritamente materna, a herança mitocondrial ocorre apenas pela 
linhagem feminina. 
f. Herança por Imprinting; em alguns distúrbios genéticos a 
expressão do fenótipo da doença depende de se o alelo mutante foi 
herdado do pai ou da mãe. As diferenças na expressão gênica entre 
o alelo herdado da mãe e o alelo herdado do pai resultam de 
imprinting genômico. 
 
6- Faça uma descrição detalhada e completa do microambiente tumoral. 
 
Visão heterotípica da célula: Células tumorais, componente vascular especialmente 
capilar vascular, fibroblastos associados ao câncer, células endoteliais, pericitos, 
células do sistema imune inflamatórias (que colaboram para o crescimento tumoral, 
produzindo fatores para o sucesso do microambiente tumoral) e células do estroma, 
que possui componentes de fatores de crescimento capturados na malha estromal e 
à medida que proteases são lançadas (pelas células tumorais) no estroma esses 
fatores de crescimento são liberados e acabam induzindo também o crescimento da 
célula tumoral 
 
7- Descreva a Via do Ras, a importância dele na carcinogênese e como 
mutações nessa via ativam a proliferação celular e o impacto dessas 
mutações em terapias usando anticorpos monoclonais. 
 
A proteína Ras normal é uma subunidade de proteína G que participa na transdução 
de sinal. Ela normalmente oscila entre o estado ativo ligado ao GTP e o inativo ligado 
ao GDP. A mutação de sentido trocado no oncogene Ras gera uma oncoproteína que 
sempre se liga ao GTP, mesmo na falta de sinais normais. Como consequência, a 
oncoproteína Ras reproduz continuamente um sinal que promove a proliferação 
celular. Dessa forma, os anticorpos monoclonais são geralmente dirigidos aos 
receptores ou ao ligante, impedindo a ligação ligante-receptor. 
 
8- Descreva quais as 10 capacidades que o câncer precisa adquirir para ter 
sucesso e como essas características podem ser usadas no combate ao 
câncer através de medicamentos modernos. 
 
1 evitar supressores de crescimento, através da fuga da inibição por contato e 
desregulando os pontos de checagem (ciclo celular) - inibidores da quinase 
dependentes de ciclina 
 
2 fugir da destruição imunológica, através de resposta imunológica e 
imunossupressão - ativação imune de mAb anti-CTLA4 
 
3 permitir a imortalidade replicativa, através de imortalização e senescência - 
inibidores de telomerase 
 
4 promover inflamação tumoral, através de resposta imune e inflamação (estresse 
oxidativo) - antiinflamatórios seletivos 
 
5 ativar angiogênese e metástase, através de invasão - inibidores de HGF/c-Met 
 
6 induzir angiogênese, através da desregulação da angiogênese (fator 
angiogênico) - inibidores da sinalização de VEGF 
 
7 causar instabilidade do genoma e mutação, através de mutações, 
gerenciamento do DNA e reparo do DNA (adutos e quebras de fita) - inibidores de 
PARP 
 
8 resistir à morte celular (autofagia, apoptose e necrose) - miméticos 
proapoptóticos de BH3 
 
9 desregular o metabolismo celular - inibidores da glicólise aeróbia 
10 sustentar a sinalização proliferativa, através de ciclo celular, receptores e 
fatores de crescimento - inibidores de EGFR 
 
9- Descreva a Síndrome do Câncer de Mama e Ovário Hereditários, genes, 
diagnóstico, risco para tumores, tratamento profilático e aconselhamento 
familiar. 
 
As mutações dos importantes genes de predisposição ao câncer colaboram para 3% 
a 10% dos casos de câncer de mama. Dois destes genes são o BRCA1 e BRCA2. As 
mutações em BRCA1 ou BRCA2 estão presentes em cerca de 70% a 80% do câncer 
de mama familiar. Os carcinomas de mama e ovário de indivíduos com mutações de 
BRCA1 ou BRCA2 têm instabilidade cromossômica e é comum mutações em outros 
genes supressores tumorais. Por causa da alta frequência com a qual o segundo alelo 
de BRCA1 ou BRCA2 perde a função, as famílias que segregam uma mutação 
germinativa de BRCA1 ou BRCA2 apresentam herança autossômica dominante da 
neoplasia. Além do risco aumentado de câncer ovariano e de mama feminina, as 
mutações em BRCA1 conferem um aumento de risco de câncer de próstata e, 
possivelmente, câncer de cólon. Similarmente, além do câncer ovariano e feminino 
de mama, as mutações germinativas em BRCA2 aumentam o risco de cânceres de 
próstata, pancreático, ductos biliares, vesícula e mama masculina. Entre as mulheres 
portadoras de mutação germinativa de BRCA1 ou BRCA2, a penetrância geral de 
câncer de mama cu ovariano, ou ambos, é estimada como sendo de cerca de 50% a 
80%. Os pacientes com mutação em BRCA1 ou BRCA2 e câncer de mama ou ovário, 
ou ambos, têm resultados é prognósticos similares aos dos pacientes com câncer 
esporádico de mama e ovário. O prognóstico é amplamente determinado pelo estágio 
do tumor. Em contraste com os pacientes com carcinomas esporádicos de mama, 
entretanto, os pacientes com mutações em BRCA1 ou BRCA2 em geral têm 
carcinomas de mama que são de grau maior e que são estrógeno-receptor negativo. 
O sexo feminino, a idade e a história familiar são os fatores de risco mais importantes 
para o câncer de mama. As recomendações atuais para mulheres com mutação em 
BRCA1 ou BRCA2 de linhagem germinativa incluem exames frequentes de mamas e 
ovários, bem como estudos de imagens. A conduta de homens em risco inclui 
frequentes exames de próstata e mamas e testes laboratoriais para evidência de 
câncer de próstata. Nas famílias com mutações conhecidas de linhagem germinativa, 
a análise molecular pode enfocar a vigilância ou profilaxia nos membros portadores 
de uma mutação. A mastectomia bilateral total pode reduzir o risco de câncer de 
mama em mais de 90%, embora o risco não seja abolido, pois em geral ainda resta 
parte do tecido mamário Similarmente, a salpingo-ooforectomiabilateral pode reduzir 
o risco de câncer ovariano em mais de 90%. A prole de pacientes com uma mutação 
germinativa de BRCA1 ou BRCA2 têm um risco de 50% de herdar esta mutação. 
Devido a uma penetrância incompleta e expressividade variável, o desenvolvimento 
e o início do câncer não podem ser previstos com precisão. 
10- Descreva as Síndromes abaixo (genes, diagnóstico, risco para tumores, 
tratamento profilático e aconselhamento familiar) 
a. FAP (Polipose Adenomatosa Familiar); A FAP é uma síndrome 
de predisposição ao câncer autossômica dominante causada por 
mutações no gene APC. Contribui com menos de 1% do câncer de 
cólon. As mutações APC também ocorrem em mais de 80% dos 
tumores colorretais esporádicos. A FAP é caracterizada por 
centenas a milhares de pólipos adenomatosos colônicos. Ela é 
diagnosticada clinicamente seja pela presença de mais de 100 
pólipos adenomatosos colorretais seja pela presença de 10 a 100 
pólipos em um indivíduo com um genitor com FAP. Os pólipos 
adenomatosos em geral aparecem entre os 7 e os 40 anos de idade 
e aumentam rapidamente em número. Sem tratamento, 7% dos 
pacientes desenvolvem câncer colorretal aos 21 anos, 87% aos 45 
anos e 93% aos 50 anos. A progressão de um adenoma para um 
carcinoma requer o acúmulo de outras alterações genéticas. Os 
pacientes com FAP correm um risco muito maior que a população 
geral de desenvolver carcinoma colorretal por dois motivos: rimeiro, 
embora o tempo médio para o progresso de um adenoma para um 
carcinoma seja de cerca de 23 anos, estes pacientes desenvolvem 
adenomas cedo na vida e têm menos probabilidade de morrer de 
outras causas antes do desenvolvimento do carcinoma; segundo, 
embora menos de 1% dos adenomas progrida para carcinoma, os 
pacientes têm de dezenas a centenas de adenomas, cada um com 
o potencial de se transformar em carcinoma. O reconhecimento da 
FAP é necessário para a intervenção efetiva, isto é, a prevenção do 
câncer colorretal. Após o desenvolvimento dos pólipos, o tratamento 
definitivo é a colectomia total com passagem ileo-anal. A vigilância 
recomendada para pacientes em risco de FAP é a sigmoidoscopia a 
cada 1 a 2 anos, começando com a idade de 10 a 12 anos. Para 
enfocar esta vigilância, o teste molecular é recomendado para 
identificar os membros familiares em risco. Em contraste, um 
paciente com FAP ou uma mutação germinativa de APC tem um 
risco de 50% de ter um filho afetado com FAP em cada gestação. A 
ausência de uma história familiar de FAP não impede o diagnóstico 
de FAP em um genitor porque cerca de 20% a 30% dos pacientes 
têm uma nova mutação germinativa em APC. O diagnóstico pré- 
natal está disponível usando análise de ligação ou testando a 
mutação se tiver sido definida a mutação no genitor. 
 
b. Síndrome de Cowden; A síndrome de Cowden (SC) ou síndrome 
de múltiplos hamartomas (SMH) é genodermatose rara de herança 
autossômica dominante e expressividade variável. Caracteriza-se 
por modificações mucocutâneas e, em particular, por uma alta 
ocorrência de tumores e hamartomas viscerais, como exemplo, têm- 
se a doença fibrocística da mama, adenomas de tireóide, cistos de 
ovário, neuromas, lipomas subcutâneos e pólipos gastrointestinais, 
também carcinomas mamários, tireoidianos e cutâneos, e etc. A SC 
está relacionada com mutações no PTEN/MMAC1, um gene 
supressor de tumor localizado no cromossomo 10q23.31, existente 
em cerca de 85% dos pacientes. A presença dessa mutação 
comprova o diagnóstico da síndrome e sua procura está orientada 
para indivíduos que apresentam os critérios para o estudo genético 
da condição. O tratamento da SC é discutível e objetiva sobretudo à 
melhora da aparência estética das lesões e à busca ativa de 
neoplasias associadas. A investigação se dá em indivíduos, 
diagnosticados ou não com câncer, com ou sem achados clínicos da 
Síndrome de Cowden, independente do sexo, quando houver 
mutação deletéria em PTEN em familiar de 1º, 2º ou 3º graus. 
 
c. Síndrome de Peutz Jeghers; é uma doença autossômica 
dominante definida por polipose hamartomatosa do trato 
gastrintestinal, relacionada à pigmentação melânica cutâneo- 
mucosa, originada por mutação do gene STK11 (LKB1) no 
cromossomo 19. É uma doença rara. Clinicamente há associação 
de pigmentação melanótica cutâneo-mucosa com 
pólipos hamartomatosos achados no trato digestivo (em particular 
no intestino delgado) e, eventualmente, no trato urinário e 
respiratório. As manchas aparecem com mais frequência na 
cavidade oral, regiões perioral e periorbitária, dedos das mãos e 
pés ou genitália, podendo variar em coloração. Há um risco 
aumentado para carcinoma em diversos órgãos, sendo mais 
acometidos o pâncreas (30%), a mama (25%), ovário e útero (20%), 
testículo (10%), estômago e intestino delgado (10%). 
Aproximadamente 50% dos pacientes desenvolverão câncer até os 
57 anos. Assim, é indicado a continuação destes pacientes com 
exames de imagem e endoscópicos. Alguns protocolos
 recomendam gastroduodenoscopia e retossigmoidoscopia a 
cada dois a cinco anos até os 20 anos de idade. Em idades mais 
avançadas a colonoscopia deve ser adicionada. 
 
d. Polipose associada a MUTYH (MAP; é uma doença autossômica 
recessiva rara, encarregada por menos de 1% dos casos de câncer 
colorretal. As manifestações são parecidas com outras formas de 
pólipos ou câncer colorretal. O diagnóstico é realizado por exame 
genético. Os pacientes devem fazer colonoscopia profilática e 
rastreamento de outros tipos de câncer, particularmente 
gastroduodenal, tireoide, bexiga, ovário e pele. O tratamento é 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-colorretal
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-colorretal
realizado por extração endoscópica ou, algumas vezes, cirúrgica. A 
polipose relacionada ao gene MUTYH é causada por mutações 
germinativas desse gene de reparo por excisão de base. As 
variantes mais comuns são Y179C e G396D. Os pacientes afetados, 
em geral, exibem inúmeros pólipos do cólon entre 60 e 70 anos de 
idade, e mais da metade tem câncer colorretal. A doença se faz 
presente em 7% a 40% dos pacientes com mais de 10 adenomas. 
Além do câncer de cólon, os indivíduos acometidos possuem maior 
risco de adenomas gastroduodenais, osteomas, tumores 
desmoides, fenótipo Muir-Torre com tumores da glândula sebácea e 
hipertrofia congênita do epitélio pigmentar da retina. Ademais, 
também correm o risco de ter câncer de ovário, bexiga, tireóide e 
pele. A síndrome de polipose de MUTYH causa sinais e sintomas 
semelhantes aos dos pólipos colorretais ou do câncer colorretal, e a 
avaliação e o tratamento dos tumores são os mesmos. 
 
e. Síndrome do Câncer Gástrico Difuso Hereditário; O Câncer 
Gástrico Difuso Hereditário (CGDH) simboliza cerca de 10% dos 
tumores do estômago. Da perspectiva genética, trata-se de uma 
síndrome autossômica dominante, secundária a mutações no gene 
CDH1 (gene da E-caderina). A maioria dos pacientes herda a 
mutação de um dos parentais, mas há a possibilidade que o familiar 
que propagou a mutação não tenha desenvolvido câncer gástrico. 
Grande parte dos indivíduos de famílias que possuem câncer 
gástrico difuso hereditário têm risco de desenvolvimento de câncer 
de estômago antes dos 40 anos, mas são relatados casos a partir 
dos 14 anos de idade. Para os portadores da mutação, calcula-se 
que o risco cumulativo aos 80 anos seja da ordem de 67% para os 
homens e 83% para as mulheres. O risco de carcinoma lobular de 
mama pode chegar a 39% nas mulheres de famílias de câncer 
gástrico hereditário. Também é relatada a relação com tumores do 
intestino grosso. É indicado a realização de endoscopias regulares, 
em maior frequência do que a população geral. Emalguns casos, a 
realização da cirurgia profilática poderá ser a melhor opção, antes 
mesmo do desenvolvimento do tumor. 
 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-colorretal
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/p%C3%B3lipos-do-c%C3%B3lon-e-reto
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-colorretal#v29279735_pt

Outros materiais