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prova 3 genetica medica 2021_1

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Prova 3 – Genética Médica – 2021/1 
 
Nome: Estéfany de Paula Paiva 13/09/2021 
 
1. Descreva a MEN1 e MEN2: características clínicas, diagnóstico, manejo, 
acompanhamento e tratamento. 
● MEN1 – Síndrome de Neoplasia Endócrina Múltipla do tipo 1, é causada por um 
gene supressor de tumor que possui o mesmo nome da síndrome: MEN1. É 
caracterizada por: 
 
- Adenoma de pituitária (20%) - pode ser não funcional e também funcional. Caso 
seja funcional pode haver produção de hormônios como: prolactina, sendo 
classificado como prolactinoma de pituitária; ACTH e tem-se a síndrome de Cushing; 
também há possibilidade de produzir GH resultando numa acromegalia. A vigilância 
é buscar os níveis desses hormônios no sangue (exame endócrino) e fazer uma 
ressonância pituitária a cada 3 anos. 
 
- Hiperparatireoidismo Primário (95%) - hiperplasia de 4 glândulas (paratireoides), 
resultando em alta produção de paratormônio. O diagnóstico é feito vendo o nível de 
paratormônio no sangue e como esse hormônio controla os níveis de vitamina D e 
cálcio é possível fazer diagnóstico através destes. Tratamento para reduzir os níveis 
de paratormônio no sangue é feita uma cirurgia em que se remove 3,5 das 
glândulas e deixa metade de uma para suprir as necessidades de paratormônio do 
organismo. 
 
- Tumor neuroendócrino primário (20-80%) - pode ser não funcional ou funcional. 
Caso seja funcional, pode produzir insulina - insulinoma, gastrina - gastrinoma, VIP - 
VIPoma, glucagon - glucagonoma. Acompanhar esses níveis no sangue, 
ressonância abdominal, endoscopia, ultrassom e níveis de gastrina. 
 
Clínica que também apresenta: 
- Síndrome gastrinoma duodenal 
- Adenoma de adrenal 
- Tumor neuroendócrino de timo e pulmão 
- Angiofibroma e colagenoma 
Acompanhamento: revisão das ressonâncias abdominais, imagem de tórax (linha de base e 
a cada 2-5 anos). 
 
● MEN2 - Neoplasia endócrina múltipla tipo 2, de gravidade muito superior que a MEN 
1, causada por proto-oncogene RET (um dos pouquíssimos exemplos de 
proto-oncogene causando síndrome hereditária com predisposição a câncer, via de 
regra todos são supressores de tumor, acredita-se que os oncogenes quando 
ativados não passam pela gestação). É dividida em dois subtipos e suas respectivas 
clínicas: 
Tipo 2A 
- carcinoma medular de tireoide MTC (~90%), tumor muito agressivo de altíssimo 
risco, metastiza fácil, paciente vem a óbito rapidamente 
- hiperparatireoidismo (pHTP) (~25%) 
- Feocromocitoma (~50%) 
- cisteína 630 e 634 
 
Tipo B (mais grave ainda) 
- MTC (~100%) ocorre mais precocemente 
- habitus marfanoide aparência de uma síndrome de Marfan 
- neuromas mucosos 
- feocromocitoma (~50%) 
- M918T 
Tratamento e acompanhamento: Fazer tireoidectomia eletiva antes do 1 ano de idade para 
salvar o paciente (MEN2B) ou antes dos 5 anos de vida (MEN2A). Acompanhamento anual 
dos níveis séricos de Ca (pHTP) e metanefrina sérica também (PPC). PCC sempre tem 
localização adrenal e produção de metanefrina. 
 
2. Explique como os tipos histopatológicos de tumores renais podem nos 
orientar quanto a possível síndrome associada ao tumor. 
Determinados tipos de tumores renais nos reportam a síndromes específicas de 
predisposição e as características histológicas apresentadas pelas células do tumor 
auxiliam no diagnóstico dessas síndromes que apresentam atributos e tratamentos 
diferentes umas das outras. 
- Tumor renal de células claras, é um tumor característico de síndrome de Von 
Hippel-Lindau (VHL) e feocromocitoma. Apresenta focos múltiplos e bilaterais nos 
rins, crescimento lento, metastatiza muito pouco, aplica-se regra dos 3 cm em que 
não se faz nada com o paciente até que o tumor tenha 3 cm de diâmetro, quando 
chega este ponto retira o tumor e deixa o máximo de rim possível possibilitando uma 
qualidade de vida melhor. 
- Tumor papilar renal tipo 1 é característico da síndrome do carcinoma papilar 
hereditário, em que o oncogene responsável é o MET. Também se usa a regra dos 3 
cm. Se o paciente tiver tumor papilar tipo 1 e uma história familiar de tumor renal 
tem-se praticamente 100% de chance de detectar a mutação do oncogene MET. Se 
ele apenas tiver o câncer e não tiver nenhum familiar com tumor renal as chances 
são mínimas de conseguir detectar a mutação no oncogene MET. 
- Células cromófobas, híbridas e oncocitomas são característicos de uma síndrome 
causada pelo gene foliculina, síndrome de Birt-Hogg-Dubé. Também se usa a regra 
dos 3 cm. 
- Tumor papilar renal tipo 2 é característico da síndrome chamada de leiomiomatose 
hereditária e carcinoma renal, causada pelo gene fumarato hidratase. Não faz regra 
dos 3 cm por se tratar de uma síndrome agressiva, vai operar o mais rápido possível 
deixando o máximo de tecido renal viável possível (paciente provavelmente vai 
evoluir mais rapidamente para hemodiálise do que os outros), fazer ressonância 
anual e pedir para fatiar a imagem de 1 em 1mm para pegar tumores pequenos. 
- Síndrome rara patologista quem diz qual dos genes é responsável se é TFE3, TFEB, 
MITF, também é agressiva. 
- angiomiolipoma e os genes TSC1 e TSC2, são característicos da síndrome de 
esclerose tuberosa tipo 1. 
- Tumor oncocítico são causados pelos genes succinato desidrogenase SDHA, SDHB 
(mais agressivo), SDHC, SDHD (segundo mais agressivo) e SDHAF2 (só herda a 
síndrome se receber a variante patogênica do pai vale também pro SDHD), causam 
a síndrome de paraganglioma e feocromocitoma hereditários, caráter genético 
hereditário é altíssimo. Não faz regra dos 3 cm por se tratar de uma síndrome 
agressiva, vai operar o mais rápido possível, fazer ressonância anual e pedir para 
fatiar a imagem de 1 em 1mm para pegar tumores pequenos. 
- Tumores de células claras e cromófobas característico da síndrome de Cowden 
causada pelo gene PTEN. 
 
 
3. Descreva (características clínicas, diagnóstico, manejo, acompanhamento e 
tratamento) 
a. Von Hippel Lindau - o paciente tem alteração ocular angioma de retina 
(59% dos casos) e também tumores benignos de cerebelo e de coluna 
hemangioblastoma (44-72% dos casos). Outros achados comuns são: 
cistos pancreáticos (56%), tumores neuroendócrinos de pâncreas (17%), 
cistoadenoma de epidídimo (57%), feocromocitoma (15%) - não pode 
levar para cirurgia risco de morte, tumores do saco endolinfático. O tumor 
apresenta focos múltiplos e bilaterais nos rins, crescimento lento, 
metastatiza muito pouco, logo aplica-se a regra dos 3 cm, em que não se 
faz nada com o paciente até que o tumor tenha 3 cm de diâmetro, quando 
chega este ponto retira o tumor e deixa o máximo de rim possível 
possibilitando uma qualidade de vida melhor. Acompanhamento: 
ressonância magnética nuclear a cada 2 anos e acompanhar o tamanho 
dos tumores, não faz TC por conta da radiação, US não é bom o 
suficiente. Diagnóstico é possível pela existência de painéis genéticos 
(cerca de 90% dos pacientes com VHL conseguem ser diagnosticados). 
 
b. Birt Hogg Dube - causada pelo gene foliculina, apresenta ambos os rins 
povoados com tumores e se manifesta precocemente na casa dos 20 
anos. Cursa com algumas outras características clínicas, principalmente, 
fibrofoliculoma na face, nariz, testa. Também se observa pneumotórax 
espontâneo, em que pacientes apresentam episódios de dor por 
pneumotórax sem nenhuma causa aparente. Nesta síndrome, se aplica a 
regra dos 3 cm, que consiste na retirada cirúrgica do tumor quando este 
apresenta 3 cm de diâmetro. Acompanhamento: ressonância magnética 
nuclear a cada 2 anos e acompanhar o tamanho dos tumores, não faz TC 
por conta da radiação, US não é bom o suficiente para identificar os 
tumores menores. Diagnóstico é feito identificando a mutação no gene 
foliculina quase 95% dos casos, ou por mutações por mudança no quadro 
de leitura ou mutações do tipo sem sentido, que causam proteína 
truncada, e, ainda, algumas são deleções, cerca de 20%. 
 
c. LeiomiomatoseHereditária e Câncer Renal - é chamada assim pois 
existe a manifestação da síndrome por leiomiomas em vários locais do 
corpo, inclusive na pele - cutâneo, interinos (fibroide - mioma no brasil), 
carcinoma renal (ambos os rins povoados com tumores) e hiperplasia da 
adrenal em cerca de 8% dos pacientes. Manifestações cutâneas: 
piloleiomioma do eretor da pili e mioma de útero. Nesta síndrome não se 
aplica a regra dos 3 cm, uma vez que se trata de uma síndrome 
agressiva, e assim vai operar o mais rápido possível (paciente 
provavelmente vai evoluir mais rapidamente para hemodiálise do que os 
outros), fazer ressonância anualmente e pedir para fatiar a imagem de 1 
em 1mm para pegar tumores pequenos. O diagnóstico em 93% dos 
casos apresenta mutações do tipo missense, em segundo lugar mutação 
do tipo troca do quadro de leitura e em terceiro mutações do tipo sem 
sentido causando proteínas truncadas e deleções grandes em 10%. A 
questão sobre quando testar uma criança pertencente a uma família que 
possui a síndrome é discutível: nos EUA recomendam testar bem 
precocemente pois já detectaram em uma criança com 9 anos de idade, e 
na Europa recomenda-se testar com 16 anos de idade. 
 
d. Feocromocitoma e Paraganglioma Hereditário - causadas pelos genes 
succinato desidrogenase SDHA, SDHB (mais agressivo), SDHC, SDHD 
(segundo mais agressivo) e SDHAF2 (só herda a síndrome se receber a 
variante patogênica do pai vale também pro SDHD), a síndrome possui 
caráter genético hereditário é altíssimo, ambos os rins povoados com 
tumores. Os tumores associados são: paragangliomas (5-80%), câncer 
renal <5%, tumor pituitário <5% e tumores gastrointestinais estromais 
(GIST) <5%. Cerca de 30% dos pacientes de 
feocromocitoma/paraganglioma são pacientes com predisposição à 
síndrome, mesmo na ausência da história familiar recomenda-se testar. 
Não faz regra dos 3 cm por ser tratar de uma síndrome agressiva, vai 
operar o mais rápido possivel, fazer ressonancia anual e pedir para fatiar 
a imagem de 1 em 1mm para pegar tumores pequenos.Procurar fazer 
diagnóstico o mais rápido possível através do sequenciamento dos genes 
responsáveis à procura de mutações. 
 
4. Descreva (características clínicas, diagnóstico, manejo, acompanhamento e 
tratamento) 
a. Doença de Cowden - é causada pelo gene PTEN. Se faz diagnóstico por 
causa de características como a macrocefalia, pois é uma síndrome 
macrossômica (o paciente é todo grande ou parte do corpo é todo grande 
e a outra não). Essa síndrome cursa com câncer de mama, câncer de 
tireoide endometrial, queratose acral, macrocefalia >97%. O diagnóstico 
molecular é capaz de fazer a detecção de, aproximadamente, 80-85% 
das mutações do tipo deleção em 13% dos pacientes. O tratamento é 
discutível e objetiva sobretudo à melhora da aparência estética das 
lesões e à busca ativa de neoplasias associadas. 
 
b. Esclerose Tuberosa - genes responsáveis: hamartina ~20% e tuberina 
~60%. Característica mais importante: angiomiolipoma. Clínica: 
angiofibromas, manchas hipomelanóticas, tumores corticais, lesão de 
pele chamada shagreen patch, linfangioleiomiomatose (LAM), 
hamartoma de retina, fibroma periungual e câncer de rim. Cerca de 2 ⁄ 3 
dos pacientes têm TSC por causa de nova mutação. Os pacientes com 
essa síndrome em boa parte apresentam déficit intelectual. Riscos de 
câncer associado: astrocitoma de células gigantes, rabdomioma, sarcoma 
cardíaco e angiomiolipoma. O tratamento consiste no alívio do quadro 
clínico. 
 
c. Neurofibromatose 1 e 2 - Neurofibromatose 1: neurofibromas pelo corpo 
todo, muito comum manchas de coloração café com leite. Diagnóstico 
clínico é feito através 6 ou mais manchas café com leite pelo corpo, 2 ou 
mais neurofibromas de qualquer tipo ou 1 neurofibroma plexiforme, 
sardas em regiões sem exposição solar (exemplos: axila e região 
inguinal), glioma do nervo óptico, nódulos de Lisch (tumores benignos, 
hamartomas, na íris do olho), duas ou mais lesões ossificantes, 
especialmente a displasia do esfenóide e pseudoartrose tibial. Caso o 
paciente seja membro de uma família que tenha a doença, qualquer um 
dos sintomas ou manifestações já fecha o diagnóstico de NF. Riscos para 
câncer: gliomas ópticos, tumores de bainhas neural, feocromocitomas e 
leucemia mielomonocítica juvenil, gliomas cerebrais e neurofibromas 
plexiformes. Neurofibromatose 2 - síndrome completamente diferente da 
NF1, raramente tem mancha café com leite e o que a caracteriza são os 
schwannomas vestibulares. Se o paciente apresentar schwannoma 
bilateral do acústico já se tem o diagnóstico clínico de NF2, se tem 
schwannoma unilateral e associado a este tem um meningioma, 
schwannomas, gliomas, neurofibroma, opacidades subcapsulares 
lenticular também têm-se o diagnóstico de NF2. Não existe um 
tratamento que garanta a cura ou que impeça o aparecimento de novos 
tumores, logo trata-se os tumores que aparecem. 
 
d. Síndrome de Gorlin - apresenta centenas de tumores basocelulares de 
pele, paciente tem que fazer retirada de tumor basocelular de pele a cada 
6 meses, causada pela mutação no gene PTCH. Cursa com a 
probabilidade de câncer de pele basocelular, principalmente, mas 
também espinocelular. Outras características vistas na clínica são: 
macrocefalia, testa proeminente características rudes da face, polidactilia, 
fenda palatina e palmar pits (pequenas fossas nas mãos do paciente). O 
diagnóstico é feito com raio x de crânio, que apresenta calcificação da 
foice do cérebro e cistos de mandíbula. O tratamento é baseado em 
terapêuticas para as possíveis manifestações clínicas. 
 
5. Quais as consequências esperadas e como adequar a dose do medicamento 
no caso de: 
O problema esperado vai depender da droga que se toma, se toma já na forma ativa (a 
droga que se toma e ela já vai exercer o efeito dela) ou na forma de pró-droga (exemplo 
codeína que tem que ser convertida em morfina para chegar ao seu estado ativo) 
 
a. Metabolizador lento/pobre tomando pró-droga - eficácia diminuída 
(não vai ser convertida de modo eficiente em droga ativa), pró-droga 
pode se acumular; pode exigir uma dose mais baixa para evitar o 
acúmulo tóxico ou pode exigir um medicamento alternativo. 
b. Metabolizador lento/pobre tomando droga ativa - maior eficácia, 
metabólito ativo pode se acumular por eliminação ruim; geralmente 
requerem uma dose menor para evitar o acúmulo tóxico. 
 
c. Metabolizador ultrarrápido tomando pró-droga - maior eficácia 
converte a pró-droga rápido demais, apresentando níveis muitos altos da 
droga que pode ser tóxico ou até fatal; rápido início de efeito; pode exigir 
uma dose mais baixa para evitar o acúmulo excessivo de medicamento 
ativo. 
 
d. Metabolizador ultrarrápido tomando droga ativa - eficácia diminuída 
em um tempo muito pequeno se elimina a droga; droga ativa rapidamente 
inativada; geralmente requer uma dose mais alta para compensar a 
inativação. 
 
Nesses casos extremos não se tem adequação de doses, e sim uma troca de medicamento. 
 
6. Explique quais os melhores dias para se fazer o diagnóstico de Covid por: 
a. RTPCR - a janela ideal é do terceiro ao nono dia (estudos mostram que 
até o décimo quinto dia teríamos RTPCR positivo), para grande maioria 
que tem infecção rápida a janela pode até ser menor, por ser um exame 
que já tem um falso-negativo alto (cerca 40% de falso negativo) e uma 
coleta desconfortável, o que pode gerar erros no momento da coleta do 
material, depois do contato com o vírus a pessoa desenvolve em cerca 
de dois dias (variável, depende do inóculo) os sintomas e a doença. 
 
b. Sorologia - (verificação da presença de anticorpos) para verificar se foi 
exposto e desenvolveu imunidade representada pelo IgG, pede-se 19 
dias, minimamente duas semanas depois do aparecimento dos sintomas, 
para se ter uma garantia de que se tem IgG. 
 
7. Como são desenhados os primers para diagnóstico molecularde Covid por 
RTPCR? 
 
Quando se desenha um teste de RTPCR não se faz uma reação para apenas um local do 
genoma do vírus. As empresas distribuem os primers para várias partes do genoma do 
vírus com a finalidade de evitar falso-positivo e também para aumentar a sensibilidade do 
teste, ou seja, diminuir os falsos-negativos. Via de regra são escolhidos pelo menos três 
locais diferentes de interesse para serem amplificados, por exemplo um gene codificante de 
um polipeptídeo não estrutural e outros dois genes de polipeptídeos estruturais, ou seja, 
três pares de primers diferentes. As empresas também têm colocado esses primers ou 
sondas de taqman em regiões que identificam variantes do vírus e os testes vão mudando 
de acordo com o aparecimento das novas variantes. 
 
8. Descreva os sintomas clínicos ou histórias familiares que te chamam atenção 
para um possível Erro Inato do Metabolismo. Descreva também como fazer o 
diagnóstico de um EIM e como tratar. Escolha 3 EIM e descreva as doenças. 
Os EIM se manifestam com apresentação clínica variada, conforme o defeito específico, 
podendo ter manifestações típicas ou atípicas. É comum também terem um espectro amplo 
de gravidade e que pode se iniciar em diferentes fases da vida. Alguns dados que podem 
sugerir uma EIM são: história de morte precoce em crianças na família, sem que se tenha 
uma causa definida; consanguinidade entre os pais (as EIM são autossômicas recessivas e 
isso é um fato indicativo da possibilidade do filho apresentar um problema porque os pais 
são ambos portadores); encefalopatia inexplicável que pode ocorrer em qualquer idade e de 
forma recorrente (algumas vezes pode ser intermitente); episódios de hipoglicemia, acidose 
metabólica e desequilíbrio hidro-eletrolítico (uma enzima sem função acaba gerando uma 
reação em cadeia na tentativa de recuperar ou diminuir os níveis de substrato acumulado, 
criando essas reações secundárias e terciárias); regressão neurológica e retardo mental 
(intoxicação neuronal por moléculas pequenas, por exemplo na fenilcetonúria); 
hepatomegalia e/ou esplenomegalia (situações mais crônicas, relacionados aos erros inatos 
de enzimas lisossomais); déficit de crescimento e/ou alterações ósteo-articulares. Para 
realizar o diagnóstico, primeiro há uma suspeita clínica relacionado com os dados descritos 
anteriormente; depois segue-se para testes de triagem para saber se existe alguma esfera 
do metabolismo que possa detectar alguma alteração, não são testes muito sensíveis e 
possuem a tentativa de aumentar a sensibilidade, caso o resultado dê positivo para EIM 
deve-se dirigir a investigação para uma área mais específica do metabolismo e isso gera 
outros testes (como testes moleculares) para definir qual é a enzima em questão. A 
classificação dos erros inatos podem ser feitos em três grandes grupos: 1- doenças que 
causam intoxicação (são geralmente moléculas pequenas e que quando passam de um 
limite de sensibilidade neuronal o quadro se instala bem rapidamente), 2- doenças que 
envolvem o metabolismo energético (caracterizadas pela hipotonia) e 3- doenças 
envolvendo acúmulo de moléculas complexas (abdome distendido e fácies tosca, 
relacionadas com enzimas lisossomais). Uma vez chegado ao diagnóstico de EIM e 
descoberto qual a enzima responsável pela doença, pode-se fazer o tratamento através de 
reposição enzimática da enzima deficiente, dietas especiais (por exemplo: dieta pobre em 
fenilalanina para tratar fenilcetonúria no início da vida, desde a fase neonatal) ou dietas 
cetogênicas. 
 
- Doença da urina do xarope do bordo (DXB) - pertence ao primeiro grupo das 
doenças relacionadas com moléculas pequenas. Nessa doença tem-se o acúmulo 
dos aminoácidos de cadeia ramificada no sangue (leucina, isoleucina e valina). São 
crianças que apresentam letargia, sucção débil, hipotonia de tronco, hipertonia de 
membros e odor da urina característico do xarope do bordo. 
- Defeito de oxidação de ácidos graxos - pertence ao segundo grupo das doenças 
caracterizadas pela hipotonia. Nessa doença as crianças apresentam: déficit de 
crescimento, hipotonia, cardiomiopatia (às vezes são acometidas por infarto), 
aumento das enzimas musculares, falta de força muscular, falta de energia e 
síndrome da morte súbita. 
- Mucopolissacaridoses - pertence ao terceiro grupo das doenças que envolvem 
acúmulo de moléculas complexas. Nessa doença as crianças apresentam: fácies 
tosta (rosto infiltrado), hepatoesplenomegalia (abdome distendido), infiltração na 
córnea (catarata infantil) e deformações ósteo-articulares. 
9. Descreva: 
a. Porfiria Aguda Intermitente - acomete em sua maioria mulheres com 
uma dor abdominal muito intensa (sintoma mais marcante) geralmente na 
segunda metade do ciclo menstrual, por acúmulo de porfobilinogênio que 
acaba gerando a sensibilidade neuronal e que pode simular uma 
necessidade de intervenção cirúrgica. O gene responsável por essa 
doença é o HMBS (distúrbio metabólico raro na produção do grupo 
Heme). Achados clínicos: fraqueza, início após a puberdade, ataques 
agudos de dor abdominal muscular, neuropatia, histeria, ansiedade (todos 
os sintomas são reflexo dos efeitos da proteína porfobilinogênio 
deaminase sobre o sistema nervoso). Durante o momento da crise a 
paciente apresenta urina escura, que reflete o aumento de ALA e 
porfobilinogênio. Deve-se tentar descobrir os gatilhos da crise (pode ser 
algum medicamento, infecção, fumo e etc) para tentar evitar que a 
paciente se exponha à eles, sendo isso a forma de tratamento dessa 
doença. O diagnóstico se dá pelo sequenciamento do gene HMBS e a 
urina do paciente no momento da crise. 
 
b. Alfa e Beta Talassemias - Ambas representam distúrbios na formação 
da hemoglobina causando anemia. 
ALFA - dois genes são responsáveis: HBA1 e HBA2, doença de herança 
autossômica recessiva. Clínica: quando se tem a perda de função de um 
dos quatro genes alfas o paciente apresenta o estado de portador 
assintomático e não apresenta sintomas; se há perda de dois alelos dos 
quatro genes alfas o paciente apresenta o traço talassêmico que também 
não há sintomas, mas que no exame de sangue se observa uma anemia 
microcítica; se há perda de três dos quatro alelos o paciente apresenta a 
doenças da hemoglobina H, com sintoma de anemia hemolítica, 
esplenomegalia, alterações esqueléticas e uma clínica semelhante a 
talassemia beta; também há a possibilidade de perder a função de todos 
os quatro alelos que representa uma possibilidade incompatível com a 
vida. O diagnóstico pode ser feito por eletroforese de hemoglobinas e 
teste molecular em que é feita a análise de deleções (90%) e 
sequenciamento de mutações (10%). Detalhe importante é que duas 
cadeias alfa participam de todos os tipos de hemoglobina. Tratamento 
que pode ser feito é durante as crises realizar transfusões sanguíneas. 
BETA - é semelhante a talassemia alfa porém não é tão grave. O gene 
responsável é o HBB. Clínica: se o paciente perde um dos dois alelos ele 
apresenta o traço beta-talassêmico e se ele perde os dois alelos, 
apresenta talassemia clássica ou anemia mediterrânea de Cooley. Os 
sintomas apresentados são: anemia severa e sobrecarga de Fe. O 
diagnóstico pode ser feito por exame de sangue em que apresenta 
anemia microcítica, com redução de HBbeta, e por exame molecular que 
consiste no sequenciamento da mutação (ausência de cadeia beta). O 
tratamento requer transfusões regulares e quelação do Fe para reduzir a 
sobrecarga. Sem tratamento o paciente vive até os 30 anos, com 
tratamento pode chegar na década dos 50 anos. 
c. Síndrome de Di George - deleção do cromossomo 22 no braço longo 
causando algumas malformações cardíacas congênitas. Detectadas 
através de exame de cariotipagem. Ainda não se tem certeza de qual 
gene é o responsável pela doenças, mas o mais provável é o gene TBX1. 
Doença do tipo autossômica dominante e a maioria, cercade 93% é do 
tipo mutação de novo, ou seja, surge na gametogênese de um dos pais. 
Clínica: tetralogia de Fallot, anomalias conotruncal e interrupção do arco 
aórtico (sintomas mais importantes observados em ~74% dos pacientes). 
O teste diagnóstico molecular é feito através do FISH ou MLPA que são 
capazes de detectar deleções grandes (deleções da região crítica DG 
~95%). O tratamento são as cirurgias para correção das anomalias 
cardíacas. 
 
d. Alagille - síndrome que apresenta má formação de ductos hepáticos 
biliares (escassez, percebida através de uma biópsia, patologista ajuda 
no diagnóstico). Os genes responsáveis são: JAG1 e NOTCH2. Clínica: 
mais importante é a identificação da escassez de ductos biliares em 
biópsia hepática e além disso, tem-se defeitos cardíacos (são mais 
comumente a causa de óbito das crianças com essa síndrome). 
Diagnóstico se dá pela biópsia hepática ou sequenciamento de JAG1. O 
tratamento é o transplante de fígado e cirurgias para tratar as anomalias 
cardíacas. 
 
 
10. Descreva: 
a. Brugada - síndrome de morte súbita. Caso o paciente relate morte 
familiar por volta dos 40 anos dormindo, atente-se para essa síndrome, 
em especial, se tiver fácies chinesa (essa síndrome é mais comum em 
pacientes com descendência asiática). É causado por deficiência no 
canal de sódio, sendo o gene SCN5A o responsável. Clínica: síncope e 
respiração agonizante noturna, alto risco para arritmias e morte súbita 
(paciente tem fibrilação e infarta dormindo). Diagnóstico é feito através do 
sequenciamento do gene SCN5A. O tratamento é o paciente andar com 
desfibriladores implantáveis. 
 
b. Leopard - cada letra representa uma característica da síndrome,é 
causada por perda de função de um gene da via do ras. Os genes 
responsáveis são: PTPN11 ou RAF1. Clínica: Lentigo, alterações no 
eletrocardiograma, hipertelorismo ocular, estenose de válvula pulmonar, 
anomalia da genitália, retardo no crescimento e surdez sensorial. O 
diagnóstico é feito através de ECG, ecocardiograma e sequenciamento 
do gene PTPN11. O tratamento é tratar os defeitos cardíacos e surdez. 
 
c. Noonan - ganho de função de um gene da via do ras (pode ser o mesmo 
gene da síndrome de Leopard) também apresenta malformação cardíaca. 
Os genes responsáveis são: PTPN11, SOS1, KRAS1, NRAS, CBL e 
SHOC2. Clínica: as principais características são cardiomiopatia 
hipertrófica e má formação renal. O diagnóstico é feito através de 
ecocardiograma e ultrassom renal. O tratamento é de cuidados 
cardiológicos. 
 
d. Hemofilia A e B - Ambas são distúrbios de sangramento (problema na 
cascata de coagulação) e também são doenças ligadas ao X recessivo, 
logo os homens são acometidos e mulheres são portadoras. Na hemofilia 
A o gene responsável é o F8 e na hemofilia B o gene é o F9. Clínica: 
hemartrose (especialmente as articulações maiores que suportam mais 
peso, como a do joelho), sangramento intracraniano, hematomas 
profundos, sangramento prolongado no pós-operatório e sangramento 
nasal (especialmente em climas mais secos). Para ambas hemofilias 
existem três possibilidades de situação conforme o tempo de 
tromboplastina parcial ativada (TTPA): severa tem-se o nível abaixo de 
1% do normal, a moderada o nível está entre 1 a 5% do normal e a leve 
tem-se o nível está entre 5 a 35% do normal (na hemofilia B é de 6 a 
30%). Um detalhe importante é que 10% das mães portadoras 
apresentam hemofilia leva por apresentar atividade de TTPA abaixo de 
35%. O diagnóstico da hemofilia A tem um facilitador é que no teste 
molecular, cerca de 45% dos pacientes com a forma severa, apresentam 
inversão do íntron 22 de F8; na hemofilia B o diagnóstico se dá por 
sequenciamento do F9. O tratamento é feito através do concentrado de 
Fator VIII nas crises de hemofilia A e de Fator IX nas crises de hemofilia 
B.