Instrumentos para Raspagem Periodontal_

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Instrumentos para Raspagem Periodontal: 
O tratamento periodontal é realizado por meio de orientação de higiene                     
bucal, profilaxia e raspagem periodontal. A raspagem periodontal pode ser                   
realizada por meio de instrumentos ultrassônicos e/ou manuais. 
 
 
Raspagem Periodontal: ​remoção e controle do fator determinante biofilme,                 
cálculo (supragengival e subgengival), manchas das superfícies coronárias               
e radicular. Precisamos remover o fator etiológico e o fator de risco, cada                         
instrumento tem uma finalidade e uma região específica atuante. 
★ Os ​instrumentos usados para raspagem periodontal e tratamento               
radicular, tem objetivo de remoção do biofilme, cálculo e tecido                   
inflamado​, esse ​tecido inflamado muitas vezes é o causador do                   
sangramento durante a raspagem, coágulos saem pois dentro da                 
bolsa periodontal​ há tecido inflamado. 
★ Alisamento radicular: processo pelo qual cálculo residual e porções de                   
cemento e/ou dentina são removidos, proporcionando uma superfície               
lisa e limpa. 
 
Raspagem Supragengival: é a remoção do cálculo visível (supragengival),                 
coronário à margem gengival, acúmulo de biofilme acima da margem                   
gengival. Cálculo menos retentivo, fácil adaptação e angulação dos                 
instrumentais, visibilidade direta, liberdade de movimentos, foices, curetas e                 
ultrassons. 
 
 
Raspagem Subgengival: é a remoção do cálculo não visível, acúmulo de                     
biofilme que não conseguimos enxergar, está embaixo da margem gengival,                   
apical à margem gengival. Cálculo mais aderido, mais acastanhado (em                   
contato com ferro do sangue). 
 
 
Classificação dos instrumentais: 
★ Sondas periodontais: ​WHO​, Carolina do Norte e Nabers (Usadas em                   
PSR, NCI​, periograma e sondagem dos 6 sítios), inseridas                
paralelamente a sonda entre a superfície dental e o epitélio do sulco                       
ou bolsa gengival. 
★ Instrumentos para raspagem e alisamento: foice e curetas (universais                 
e específicas). 
★ Instrumentos para profilaxia e polimento​. 
 
Instrumentos para Raspagem e Alisamento:  
Características Gerais: 
★ Delicados​. 
★ Técnica adequada​. 
★ Movimento mais rígido​. 
★ Sem força excessiva​. 
★ Ser afiado com facilidade e rapidez​. 
 
Partes: 
★ Porção Ativa (Lâmina): aço carbono, aço inoxidável ou tungstênio                 
carbide. Composta pela face coronária, superfícies laterais e dorso. A                   
face coronária e superfície lateral formam o ângulo de corte.  
★ Haste​. 
★ Cabo​. 
➔ A angulação da haste e o formato da lâmina determinam os                     
diferentes tipos de raspadores periodontais​. 
 
Características do Cabo: 
★ Textura: pode ser lisa ou estriada (estriada garante a empunhadura                   
mais segura). 
★ Diâmetro:​ deve garantir empunhadura segura e confortável. 
★ Estrutura:​ pode ser maciço ou oco (oco garante a sensibilidade tátil). 
 
 
Instrumentais usados para raspagem e alisamento: 
★ Cureta: ​instrumento de escolha para remover cálculos subgengivais e                 
alisamento do cemento radicular. Leve e delicado, não possui ponta                   
ou dorso afiado. 
★ Foice: ​apenas usada em raspagem supragengival, remove grandes               
quantidades de cálculo, usado principalmente nas regiões             
interproximais, mas pode ser usada em todas as faces (universal),                   
remove grandes depósitos de cálculos supragengivais e próximos de                 
áreas de contato. 
★ Enxadas, cinzéis e limas​. 
★ Instrumentos sônicos e ultrassônicos​. 
★ Instrumentos de profilaxia e polimento​. 
 
Universais VS Específicos: 
Instrumentos Universais: tem face da lâmina formando ângulo de 90º                   
(perpendicular) com haste terminal, quando observada no corte transversal.  
★ Exemplo: Foice Goldman Fox nº 1 e Cureta Mccall nº 17-18. 
 
Instrumentos Específicos: têm a face da lâmina no ângulo de 60 a 70º graus                           
com haste terminal, quando esta estiver posicionada perpendicular ao solo.  
★ Exemplo: Curetas Gracey. 
 
Foice Goldman Fox n° 1: 
★ Usado apenas nos ​dentes anteriores (sextantes ​B​ e ​E​)​. 
★ Possui​ 2 ângulos de corte​ (apresenta corte dos dois lados).  
★ Pode ser ​aplicada em todas as faces​.  
★ É melhor e ​mais usada nas faces interproximais pela sua secção                     
transversal triangular​.  
★ Utilizada apenas na ​raspagem supragengival (apresenta corte dos               
dois lados, se este instrumento for colocado subgengival vai dilacerar o                     
tecido). 
★ A haste do instrumental em relação ao bordo cortante forma um                     
ângulo de 90​°.  
★ Universal​. 
 
 
 
 
 
Cureta Mccall n° 17-18: 
★ Utilizada nos ​dentes posteriores (sextantes ​A, C. D​ e ​F​)​. 
★ Apresenta ​corte dos dois lados​ (dois bordos cortantes).  
★ Pode ser ​aplicada em todas as faces​.  
★ Usado para raspagem supragengival (pois tem dois lados cortantes, se                   
este instrumento for colocado subgengival vai dilacerar o tecido)​. 
★ Ângulo da lâmina de 90° do bordo cortante em relação à haste​.  
★ Curvada em um único plano, secção transversal com aspecto                 
trapezoidal​. 
★ Universal​. 
 
 
 
 
Curetas Gracey: 
★ Específicas, precisas e versáteis​. 
★ Indicadas para ​raspagem e alisamento radicular​.  
★ Secção transversal da lâmina tem aspecto trapezoida​l.  
★ Possuem ​um bordo cortante, apenas um lado cortante, o outro lado é                       
liso, fica em contado com a gengiva sem lesioná-la​, logo, tem uma ​boa                         
adaptação subgengival​, justamente por ter apenas um ​lado cortante                 
(lado que estará estritamente em contato com a superfície dental,                   
superfície cortante não entra em contato com a gengiva)​.  
 
★ Melhor sensibilidade tátil. 
★ Curvada em dois planos (dependendo a região altera-se a curvatura)​.  
★ Sofre​ ângulo de 60º a 70º graus do bordo cortante em relação à haste​. 
 
 
Estudaremos as ​Curetas Gracey 3-4, 9-10, 11-12 e 13-14, cada uma usada em                         
uma região específica. Em dentes ​anteriores a haste da cureta é mais                       
retilínea, em posteriores a haste da cureta é mais angulada e em                       
interproximais de posteriores a haste é bi-angulada (dois ângulos), pois,                   
pois ​nessas regiões a maior angulação é necessária para facilitar o acesso e                         
garantir sucesso da raspagem​, pois são regiões de acesso mais complicado e                       
difícil.  
 
Cureta Gracey 3-4: 
★ Usada em ​dentes anteriores (sextantes ​B​ e ​E​)​. 
★ Raspagem de ​cálculo supragengival e subgengival​. 
★ Em ​todas as faces​ (vestibular, palatina/lingual, mesial e distal).  
★ Ângulo de 60º a 70°​. 
★ Específica​. 
 
 
 
 
 
Cureta Gracey 9-10: 
★ Usada em ​dentes posteriores (sextantes ​A, C, D​ e ​F​)​. 
★ Raspagem de ​cálculo supragengival e subgengival​.  
★ Nas​ faces livres apenas​ (vestibular e palatina/lingual). 
★ Ângulo de 60º a 70°​. 
★ Específica​. 
 
 
 
 
Cureta Gracey 11-12: 
★ Usada em ​dentes posteriores​. 
★ Raspagem supragengival e subgengival​.  
★ Apenas na ​face mesial​.  
★ Com ​haste bi-angulada​.  
★ Ângulo de 60º a 70°​. 
★ Específica​. 
 
 
 
 
 
Cureta Gracey 13-14: 
★ Usada em ​dentes posteriores​. 
★ Raspagem de cálculo supragengival e subgengival​. 
★ Apenas na ​face distal​.  
★ Com ​haste bi-angulada​.  
★ Ângulo de 60º a 70°​. 
★ Específica​. 
 
 
 
 
Instrumental  Dentes  Faces  Cálculo 
Foice Goldman 
Fox n° 1 
Anteriores  Todas   Supragengival 
Cureta Maccall 
n° 17-18 
Posteriores  Todas   SupragengivalCureta Gracey n° 
3-4 
Anteriores  Todas  Supragengival e 
Subgengival 
Cureta Gracey n° 
9-10 
Posteriores  Livres  Supragengival e 
Subgengival 
 
Cureta Gracey n° 
11-12 
Posteriores  Mesial  Supragengival e 
Subgengival 
Cureta Gracey n° 
13-14 
Posteriores  Distal  Supragengival e 
Subgengival 
 
Empunhadura: Caneta Modificada. 
Como ao segurar uma caneta, o ​dedo indicador e o dedão estão                       
posicionados no cabo, o dedo médio fica esticado em direção a haste e o                           
dedo anelar vai servir como apoio durante o movimento de raspagem e                       
alisamento radicular. O lado do ​dedo médio repousa na haste. Essa                     
empunhadura cria um triângulo que controla o movimento​.  
 
Com essa técnica da caneta modificada ​garantimos a estabilização do                   
instrumento, sua sensibilidade tátil, uma correta adaptação e controle de                   
pressão​. 
 
Ativação dos Instrumentos:  
★ Movimento rítmico, único ininterrupto​. 
★ Colocamos o raspador na região e puxamos o cálculo no sentido                     
ápico-coronário (de dentro para fora da bolsa periodontal). É um                   
movimento com força de tração, firmes e curtos, trás ou puxa o                       
instrumento para o operador. Pressão lateral e firme. 
★ Movimento conjunto mão, punho e antebraço giram na direção                 
vertical ou horizontal. Rotação da mão, punho e antebraço. Flexão                   
dos dedos​. 
 
Movimentos: ​direcionamento do movimento pode ser vertical, horizontal e                 
oblíquo​, contornando o dente, sempre puxando para fora da bolsa                   
periodontal. 
★ Verticais: instrumento paralelo ao longo eixo do dente (mais usado                   
em dentes anteriores). 
★ Horizontais: direção perpendicular (mais usado em dentes             
posteriores). 
★ Oblíquos:​ em ângulo oblíquo (mais usado em dentes posteriores). 
 
 
A parte terminal da haste deve estar paralela ou ligeiramente inclinada em                       
relação ao longo eixo do dente​, para a obtenção do ​ângulo correto​. Os                         
movimentos devem ser feitos de maneira correta, se não podem ocasionar                     
dilaceração dos tecidos, a face cortante deve estar inteiramente em contato                     
com a superfície do dente​, se o ângulo da ponta ativa abrir mais para a                             
gengiva na hora de fazer o movimento apico-coronário, dilacera-se o tecido. 
 
Para a raspagem efetiva o ângulo formado entre a face coronária do                       
instrumento e a superfície dentária deve variar de 45 a 90º. A haste final da                             
cureta deve estar paralela ao longo eixo do dente. 
 
Após a raspagem, devemos conferir se a superfície radicular está lisa ou                       
não, verificamos com a sondagem se ainda há cálculo ou não, com auxílio                         
da sonda ​WHO​, por conta, da esfera presente na sua ponta que ajuda na                           
sensibilidade tátil. Se essa sondagem final não for realizada e algum                     
cálculo ficar dentro da bolsa, pode gerar um abcesso periodontal, essa                     
sondagem é extremamente importante.  
 
Método Visual: 
O método implica em ​olhar o instrumento de raspagem sob a luz, para                         
sabermos qual é o bordo cortante e a superfície lisa, além disso saber se está                             
ou não bem afiado. 
 
Basicamente o lado sem corte reflete luz (brilhoso e liso, lado que ficará                         
voltado para o epitélio) e o lado cortante afiado não reflete a luz (fosco,                           
ponta ativa, lado que ficará voltado para a superfície dental, bordo cortante                       
destaca o cálculo). 
 
Ângulo de corte, linha branca em toda a extremidade ativa. Posicionar o                       
ângulo de corte contra cilindro plástico autoclavado, instrumental se prende                   
na superfície afiado. 
 
Terminar tratamento de raspagem com profilaxia e polimento. 
 
 
 
Afiação: 
Os instrumentais raspadores tem vida útil, são como “facas”, ​após um                     
período de uso devem ser afiados, conforme vai utilizando para a remoção                       
do cálculo aderido o instrumental vai perdendo corte. Para isso usamos                     
pedras de afiar esterilizáveis​, há uma forma e técnica certa para afiar. ​Se o                           
instrumental for afiado de forma errônea podemos até perder o instrumento.                     
Afiamos toda a extensão do bordo cortante, não é apenas a ponta. 
 
Portanto, ​a afiação consiste no desgaste de uma ou mais faces da lâmina                         
do raspador, visando o restabelecimento do corte perdido pelo uso. Ao                     
terminar não podemos esquecer de ​limpar a pedra de afiar com a escova e                           
esterilizar, pois o acúmulo de partículas de metal nela causa a perda de                         
afiação. 
 
Ângulo formado entre face coronária e face lateral de 70° a 80°. Ângulo                         
formado entre a face coronária e a superfície da pedra de 100° a 110°. 
 
Cada tipo de pedra de afiar tem texturas e abrasividades diferentes,                     
normalmente são diferenciadas por cor. 
 
Técnica: ​Empunhadura palmar. Estabilizar pedra ou instrumento.             
Movimento de tração ou impulsão. Bom suporte. Pressão suave e firme.                     
Verificar afiação. É incorreto o rápido desgaste e a pressão lateral excessiva                       
na afiação. 
 
O método mais recomendado é de colocar a pedra de afiar imóvel em cima                           
da bancada e movimentar o instrumento, em toda a extensão do bordo                       
cortante, começando a lateral até a ponta. Com a ​pedra na horizontal, sem                         
exercer força, procure dividi-la em três porções imaginárias e assim                   
prosseguir com o movimento de afiação. ​Primeira porção a parte superior da                       
lâmina, segunda porção a parte média da lâmina e terceira porção a parte                         
final da lâmina. 
 
 
Resumindo a técnica de raspagem: devemos prestar atenção na                 
empunhadura do instrumento, iluminação do campo, posicionamento             
correto do profissional (ergonomia), posicionamento do paciente,             
estabelecimento do ângulo e corte de trabalho, ativação do instrumental e                     
afiação do instrumental. Boa raspagem e alisamento radicular dependem                 
da escolha correta do instrumento periodontal e que o mesmo esteja afiado. 
 
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