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Nutrição e Dietética – SDE3944 Planejamento Dietético para Adultos Parte I Raylane Nunes Figueira Nutricionista 1 Recomendações nutricionais A alimentação saudável não se restringe apenas a nutrir, devendo ser harmônica, adequada aos costumes culturais, saborosa, variada, colorida, de custo acessível a todos e que esteja dentro dos padrões de higiene recomendados. Ao combinar os alimentos corretamente é garantido os nutrientes essenciais para um bom desenvolvimento e manutenção da saúde em todas as etapas da vida, desde a concepção ao envelhecimento. 2 Como começar um planejamento dietético? 3 3 5.Planejamento dietético 1.Avaliação Nutricional 2.Necessidades Energéticas 3.Necessidades Nutricionais 4.Adequação de cardápio 4 Necessidades Energéticas 5 Energia “capacidade de gerar trabalho” 5 Física Biologia Mecânico, químico, transporte. Função da energia A energia fornecida pelos MACRONUTRIENTES está contida na composição dos alimentos (química) e é liberada quando o alimento é A energia deve ser fornecida regularmente para atingir as necessidades energéticas para a sobrevivência do corpo. 6 Ingerido Absorvido Metabolizado Kilocalorias e Joule Caloria – unidade de medida de energia, definida como a quantidade de CALOR necessária para necessária para elevar a temperatura 1g de água a 15,5ºC. Kilocaloria – (quilocaloria) equivale a 1.000 calorias. Joule – medida equivalente para avaliar trabalho mecânico. Quantidade de energia necessária para acelerar 1 Newton (N)à distância de 1m. 1 cal = 4.184kJ Assim, para converter Kcal em Kj, multiplicam-se as calorias por 4,184 7 Medição de Gasto Energético: (Métodos Laboratoriais) - CALORIMETRIA DIRETA: Energia gasta na forma de calor. Ocorre em salas calorimétricas. Não fornece informação sobre qual combustível está sendo oxidado. 8 CALORIMETRIA DIRETA Determina a quantidade de calor produzida a partir da oxidação dos substratos energéticos A pessoa entra em uma câmara isolada termicamente, por onde passa um fluxo de gás Avalia-se o fluxo de água que passa pelo tubo e a temperatura de entrada e saída, a partir dos resultados da magnitude do fluxo de temperatura da água, pode-se estabelecer a calorigênese dessa pessoa Método de alto custo Medição de Gasto Energético: (Métodos Laboratoriais) - CALORIMETRIA INDIRETA: Estima o gasto energético pela determinação de consumo de O² e produção de CO² durante certo período. Os dados são obtidos através do quociente respiratório (QR): 10 CALORIMETRIA INDIRETA Bomba calorimétrica, o paciente inspira e expira um volume de ar habitual e, por meio de uma válvula unidirecional, colhem-se amostras do ar expirado para quantificar o volume e a concentração do O₂ e CO₂, produzidos na combustão completa dos substratos energéticos (carboidratos, proteínas e lipídios). Medição de Gasto Energético: - CALORIMETRIA INDIRETA: 12 Medição de Gasto Energético: (Métodos Laboratoriais) ÁGUA DUPLAMENTE MARCADA: água marcada com formas estáveis de isótopos (óxido de deutério e oxigênio-18), usada para medir a taxa de produção de CO². Pode ser mensurada em urina, saliva ou sangue após 10-14 dias. 13 Termos usados: 1. Taxa Metabólica Basal (TMB) 2. Taxa Metabólica de Repouso (TMR) – TMB + ETA + ETAF 3. Gasto Energético Basal (GEB) TMB 4. Gasto Energético de Repouso (GER) TMR 5. Gasto Energético Total (GET) – GEB x FA. Gasto com Atividade Física (GAF) - Pode usar o METs Fator Atividade ou Atividade Física (FA ou AF) Estimativa de Equivalentes Metabólicos (METs) Efeito Térmico dos Alimentos (ETA) Efeito Térmico da Atividade Física (ETAF) 14 1. Taxa Metabólica Basal (TMB) A taxa metabólica basal (TMB) é uma das informações fisiológicas mais importantes em estudos nutricionais clínicos ou epidemiológicos, seja para se determinar as necessidades energéticas ou calcular o gasto energético de indivíduos ou populações. 15 1. Taxa Metabólica Basal (TMB) Energia necessária para manter as atividades metabólicas das células e tecidos. Manutenção de sistemas circulatório, respiratório, gastrointestinal e renal. kcal/kg peso corporal/h 16 2. Gasto Energético Basal (GEB) Medida da taxa metabólica basal em 24h. Habitualmente medida em kcal/24h. Sofre influências de fatores, como: 17 17 GEB Tamanho corporal Composição corporal Idade Sexo Estado hormonal Cafeína Clima Alcóol Nicotina 3. Taxa Metabólica em Repouso (TMR) Energia necessária para manter a manutenção das funções corporais normais e homeostase, leva em consideração a energia gasta para metabolização dos alimentos (ETA) e a queima de oxigênio (ETAF), inclusive após o término do exercício (Efeito EPOC). kcal/kg peso corporal/h 18 4. Gasto Energético em Repouso (GER) Medida da taxa metabólica de repouso em 24h. Habitualmente medida em kcal/24h. É formado por: 19 19 GER TMB ETA ETAF Efeito Térmico do Alimento (ETA) Aumento no gasto energético associado ao consumo de alimentos. Também chamada de termogênese induzida pela dieta (TID). Termogênese obrigatória energia necessária para digerir, absorver e metabolizar nutrientes. Incluindo síntese e armazenamento de macronutrientes. Termogênese facultativa gasto de substrato energético em excesso, na formas de calor, através da ativação de vias bioquímicas específicas. 20 Efeito Térmico por Atividade Física (ETAF) Aumento do gasto energético associado ao exercício. É o componente mais variável do GET pode variar de 100kcal/dia no sedentarismo até >3000 kcal/dia em atletas. 21 Efeito (EPOC ou COPE) Consumo excessivo de oxigênio após o exercício, resulta em aumento de TMB mesmo após o término do exercício. EPOC = Consumo excessivo de atividade física. 22 Termogênese por atividade de não-exercício (TANE) Aumento do gasto energético associado às atividades do dia-a-dia (trabalho diário e atividades de lazer). Ex.: fazer compras, mexer-se, mascar chiclete... Não tem um aumento tão significativo quando a TA, porém pode elevar em 8-14% a TMB. 23 4. Gasto Energético em Repouso (GER) 24 24 25 5. Gasto Energético Total (GET) GEB FA GET Requerimento Estimado de Energia (EER): É a ingestão média de energia dietética que é prevista para manter o balanço energético em um adulto saudável de idade, peso e altura definidos e grau de atividade física compatível com boa saúde. 26 26 Equações preditivas: São fórmulas utilizadas para prever o valor de TMB. 27 E o que temos hoje? 27 28 Harris-Benedict (1919/1984) Somente a partir do estudo de Harris & Benedict, em 1919, é que houve uma tentativa de sistematização das informações existentes sobre o metabolismo basal com o desenvolvimento de equações de predição da TMB, a partir de medidas antropométricas, já que a calorimetria não era muito disponível. 29 Uso Clínico 29 30 30 31 31 Schofield (1985) Houve a necessidade de atualização das informações existentes sobre o metabolismo basal, com revisão das equações de predição da TMB. Foram analisados mais de 7.000 indivíduos. 32 - 10% 32 Schofield (1985) 33 33 FAO/OMS/UNU (1985) Mudança de orientação na estimativa das necessidades energéticas humanas, da ingestão para o gasto energético sugerida pela Food and Agriculture Organization/ World Health Organization/United Nations University. Originária da equação de Schofield-1985. OBS: Essa fórmula utiliza apenas o peso, idade e sexo do paciente como base de cálculo. Pode ser utilizado também para o cálculo de gastos energéticos de bebês. Existem duas versões dessa fórmula, de 1985 e 2001. Assim como a anterior, mede a taxa metabólica basal do paciente e deve ser posteriormente multiplicada pelo fator atividade para que tenhamos o gasto energético total. 34 - 10% 34 FAO 1985 FAO/OMS/UNU (1985) 36 36 OMS(1985) 37 37 Henry-Rees (1991) A partir de então, vários estudos têm demonstrado que as equações tendem, em sua maioria, a superestimar a TMB em várias populações, principalmente, as que vivem nos trópicos. 38 38 jjj 39 FAO (2004) 39 40 FNB/IOM/DRI (2005) *Food and Nutrition Board Adultos (19-60) Homens: 662 - (9,53 x idade em anos) + FA x [(15,91 x peso em Kg) + (539,6 x altura em metros)] Mulher: 354 - (6,91 x idade em anos) + FA x [(9,36 x peso em Kg) + (726 x altura em metros)] Sedentário FA(1,0-1,39) Pouco ativo FA(1,4-1,59) Ativo FA(1,6-1,89) Muito ativo FA(1,9-2,5) 40 41 Fórmula de bolso Uso Clínico 41 Katch-McArdle (1996) Utilizada na área de nutrição esportiva. TMB = 370 + 21,6 x MIG Sedentário = 1,2 Atividade leve = 1,375 Atividade moderada = 1,55 Atividade intensa = 1,725 Atividade muito intensa = 1,9 42 42 Mifflin – St Jeor (1990) Homem: 9,99 x Peso + 6,25 x Altura - 4,92 x Idade + 5 Mulher: 9,99 x Peso + 6,25 x Altura - 4,92 x Idade - 161 43 Essa equação é melhor ser utilizada por indivíduos acima do peso ou obesos. 43 Cunnighan (1991) Esta equação é a melhor preditora da taxa metabólica basal em atletas de endurance, porém exige o registo da massa livre de gordura do paciente. Equação de Cunningham: MB = 370 + 21,6* (Massa isenta de gordura - MIG) 44 44 45 Equivalentes Metabólicos (METS) 45 46 Equivalentes Metabólicos (METS) 46 47 47
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