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LATOUR, Bruno. Faturas/Fracturas: da noção de rede à noção de vínculo. In: SEGATA, Jean; RIFIOTIS, Theophilos. (Orgs.). Políticas etnográficas no campo da cibercultura. ABA, 2016, p. 67 – 90. Tayonara Aillana dos Santos Jesus1 Bruno Latour é doutor em filosofia e é professor do Institut d'Etudes Politiques de Paris (Sciences Po). Foi professor da École nationale supérieure des mines de Paris (Mines ParisTech) e da Universidade da Califórnia em San Diego. Em setembro de 2007, Bruno Latour tornou-se diretor científico e vice-diretor da Sciences Po. É também há anos professor visitante da London School of Economics e da Universidade Harvard. Realizou estudos etnográficos na África e na América, mas sua etnografia mais conhecida foi feita no Laboratório de Neuroendocrinologia do Instituto Salk, na Califórnia. Que deu origem ao livro Vida de Laboratório, escrito em parceria com o sociólogo inglês Steve Woolgar. Uma de suas principais contribuições teóricas é o desenvolvimento da ANT - Actor Network Theory (Teoria ator-rede). No texto “Faturas/Fracturas: da noção de rede à noção de vínculo” Latour (2016), inicia apresentando uma tirinha da Mafalda. Apresentando, subsequente uma discussão em torno do que é apresentado ali. Sua proprosta é explorar alguns obstáculos conceituais que tornam, segundo ele, difícil a compreensão da forma média, o que ele chama de “faitiches” (LATOUR, 1996). Os faitiches são “as figuras obsoletas, do objeto e do sujeito, do fabricante e do fabricado, do agente e do agido que parecem cada dia mais improváveis” (LATOUR, 2016, p. 69). Discorrendo mais adiante, apresenta a existência de dois idiomas: o da liberdade e o da alienação, os quais permitem evitar a estranha posição desses faitiches que faz fazer coisas que não dominamos. No entanto, Latour (2016) acredita que a questão não é mais de saber se devemos ser livres ou vinculados, mas se somos bem ou mal vinculados. Antes a questão estabelecia a liberdade e a autonomia do sujeito como um bem soberano, mas a nova questão nos obriga a considerar a natureza precisa daquilo que nos faz ser. Não se trata mais da oposição entre vinculamento e desvinculamento, mas de bons e maus; vinculando-se as coisas mesmas e entre elas distinguir o bem do mal. Como pontua Latour (2016) “a questão dos faitiches é centrípeta tanto em relação ao sujeito quanto ao objeto”. Ao explorar essa noções relacionadas ao vínculo, Latour (2016) ele busca enriquecer a sociologia das redes ou rizomas, que permitem mais do que a distribuição da ação, mas também opera os desvinculamentos e as rupturas na proximidade, ou ao contrário, os revinculamentos na distância “Muito eficazes na redistribuição das forças, as redes, como vimos, já não o são para a renovação da teoria da ação própria a cada um dos nós. O acréscimo da palavra “ator” na formação do híbrido ator-rede não teve o 1 Graduanda do bacharelado em antropologia na Universidade Federal da Bahia - UFBA; Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FFCH. https://pt.wikipedia.org/wiki/Institut_d%27Etudes_Politiques_de_Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/Institut_d%27Etudes_Politiques_de_Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89cole_nationale_sup%C3%A9rieure_des_mines_de_Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89cole_nationale_sup%C3%A9rieure_des_mines_de_Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_da_Calif%C3%B3rnia_em_San_Diego https://pt.wikipedia.org/wiki/London_School_of_Economics https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Harvard https://pt.wikipedia.org/wiki/Etnografia https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Steve_Woolgar&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_ator-rede https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_ator-rede efeito esperado, visto que colávamos uma sobre a outra as duas teorias da ação, uma oriunda da determinação e da estrutura, e a outra da liberdade e da subjetividade. Passar às redes de vínculos deveria nos permitir conservar o efeito de distribuição da rede, assim como de reforçar inteiramente a natureza e a fonte da ação. O vínculo designa, por sua vez, o que afeta, o que coloca em movimento, e a impossibilidade de definir esse faz fazer pelo antigo acoplamento da determinação e da liberdade. Em uma próxima etapa, poderemos então voltar a qualificar os tipos de vínculos” (LATOUR, 2016, p.87).
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