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BAUER, M., AARTS, B., A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos. In: BAUER. M. e GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto imagem e som: um manual prático. Petrópolis:

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BAUER, M., AARTS, B., A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos. In: BAUER. M. e GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 39-63. 
Tayonara Aillana dos Santos Jesus[footnoteRef:0] [0: Graduanda do bacharelado em antropologia na Universidade Federal da Bahia - UFBA; Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FFCH. 
] 
Como descrito no título, o presente texto propõe a “construção de um corpus”, como alternativa à coleta de dados. Bauer e Aarts (2002), pensando dois procedimentos de seleção diversos, trazem a amostragem, enquanto amostragem estatística aleatória e corpus, como “escolha sistemática de algum racional alternativo” (idem. p.39). A perspectiva então adotada, busca-se uma formulação adequada para uma não inferiorização da seleção qualitativa. Desse modo, o que é defendido pelos autores é que “a construção de um corpus tipifica atributos desconhecidos, enquanto a amostragem estatística aleatória descreve a distribuição de atributos já conhecidos no espaço social” (BAUER e Aarts, 2002, p.40). Dada essa perspectiva inicial, o texto é dividido em três partes: a) trata sobre a amostragem representativa; b) a segunda parte aborda sobre a construção do corpus; c) e a última traz orientações/regras para a forma de seleção de informações através do corpus. 
Ao abordar sobre a amostragem representativa na pesquisa social. Bauer e Aarts (2002) começa narrando um pouco da história da amostragem, e apresentando, sem sequência, o que se pretende com ela. Segundo eles, ela garante eficiência ao fornecer uma base lógica para o estudo de partes de uma população, utilizando-se da representatividade, manuseando um conjunto de técnicas para chegar até ela. Nesse sentido, a qualidade do seu referencial é medido pelo quanto ela não consegue abranger todos os elementos que se propõe a pesquisar, e ele aponta isso como a primeira distorção da amostra (BAUER e Aarts, 2002). Discutindo sobre possíveis distorções, eles adentram em uma discussão relacionada a problemática de uniformidade da população. De todo modo, chegam a conclusão de que a amostragem representativa é útil para muitas pesquisas sociais, mas ela não pode ser aplicada a todo tipo de situação de pesquisa, ressaltando que os pequenos números mesmo no mundo probabilístico imperam.
Quanto a noção de corpus, inicialmente, os autores apresentam uma etimologia do termo, destacando que para a linguística ele oferece uma discussão mais sistemática do que as abordadas anteriormente (BAUER e Aarts, 2002). Sendo um corpus linguístico um material escrito ou falado sobre onde fundamenta-se uma análise linguística. E é então que os autores abordam o corpora, que seriam coleções de dados de linguagem que servem a diversos tipos de pesquisa; Os autores propõem, portanto, uma discussão em torno deste tema discutindo a construção, seu delineamento, até chegar na utilização do corpora nas ciências sociais (BAUER e Aarts, 2002). 
Nesse sentido, Bauer e Aarts (2002) questiona como podemos aprender dos linguistas a seleção de dados para a pesquisa qualitativa. Dando ênfase ao corpus tópico em detrimento do corpus para propósitos gerais. Pois o primeiro, é planejado para um fim definido de pesquisa. Dado essa perspectiva, os autores traçam os passos da construção do corpus nas ciências sociais, partindo do “paradoxo do corpus teórico”. E então eles tecem uma discussão as quais culminam em seis passos para a construção de um corpus: a) decidir a área do tópico e levar considerações as quatro regras de construção de um corpus; b) Levar considera os espaço social bidimensional; c) Explorar as representações do tópico; d) Decidir se esses estratos são suficientes, ou se precisará de adicionais; e) Amplia o corpus adequadamente, considerando a saturação e os estratos que não foram incorporados; f) e por fim, fazer uma análise final e revisar o espaço social, e seus achados ou seguir um procedimento cíclico voltando para a análise dos estratos (BAUER e Aarts, 2002).

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