Buscar

Juazeiro do Norte_o coração do NE

Prévia do material em texto

O Coração 
do Nordeste
JUAZEIRO 
DO NORTE
002
003
JUAZEIRO
DO NORTE
O Coração do
Nordeste
O Coração do
Nordeste
JUAZEIRO 
DO NORTE
DO
APOIO
004
SECRETARIAS
Secretária de Administração
Cícera Romênia Botelho Marques 
Secretária Especial de Comunicação Social 
Elizangela dos Santos Bezerra
Secretário de Finanças 
Carlos Renato Miranda 
Secretária de Saúde 
Glauciane Torres Neves Quental 
Secretário de Infraestrutura 
Isaac Daniel Lima Monteiro
Secretário de Segurança Pública e Cidadania
Ivoneide Antunes Tenório Britto 
Secretário de Turismo e Romaria 
José Bezerra Feitosa Junior 
Secretária de Educação
Maria Loureto de Lima 
Secretário de Esporte e Juventude 
Luciano dos Santos Basílio
Secretário de Meio Ambiente e Serviços Públicos
Luiz Ivan Bezerra de Menezes
Controladora e Ouvidora Geral do Município
Maria Eliza Fernandes de Lavor 
Procurador Geral do Município 
Micael François Gonçalves Cardoso 
Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação
Michel Oliveira Araújo 
Secretário de Cultura 
Renato Fernandes Oliveira
Secretária de Agricultura e Abastecimento 
Maria Cícera Olímpio Caetano
Superintendente da Autarquia do Meio Ambiente
Sidney Kal-Rais Pereira de Alencar
PREFEITURA MUNICIPAL 
DE JUAZEIRO DO NORTE
Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico e Inovação
Arnon Bezerra
Prefeito Municipal
Giovanni Sampaio
Vice Prefeito
José Nildo Rodrigues da Cunha Filho
Chefe de Gabinete
J91 Juazeiro do Norte: o Coração do Nordeste/Regivania Rodrigues 
de Almeida, Renato Fernandes Oliveira [Coordenação Editorial]; 
Rosana Pereira Marinho [Assistente Editorial]. Juazeiro do Norte-CE: 
Biblioteca Pública Municipal Dr. Possidônio da Silva Bem, 2020.
264 p.:il., color.; PDF. 
Inclui notas explicativas e referências.
Textos: Regivania Rodrigues de Almeida, Douglas Rodrigues Feitosa, 
Bibiana Belisário Santana, Michel Oliveira Araújo.
ISBN: 978-65-993459-0-6
1. Juazeiro do Norte/CE - História. 2. Juazeiro do Norte/CE - 
Informações econômicas. 3. Juazeiro do Norte/CE - Informações 
socioculturais. I. Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte/CE. II. 
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação. III. Almeida, 
Regivania Rodrigues de. IV. Oliveira, Renato Fernandes. V. Marinho, 
Rosana Pereira.
CDU: 94 (813.1) (2. ed.)
CDD: 981.31 (22. ed.)
Catalogação na Fonte
 Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação
Elaborada por Rosana Pereira Marinho – CRB-3 nº 1393
005
FICHA EDITORIAL
INICIATIVA 
INITIATIVE / INICIATIVA
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação - 
Juazeiro do Norte
Bureau of Economic Development and Innovation - Juazeiro do Norte
Secretaria de Desarrollo Económico e Innovación - Juazeiro do Norte
ORGANIZAÇÃO 
ORGANIZATION / ORGANIZACIÓN
Regivania Rodrigues de Almeida 
Renato Fernandes Oliveira
COORDENAÇÃO EDITORIAL 
EDITORIAL COORDINATION / COORDENACIÓN EDITORIAL
Regivania Rodrigues de Almeida 
Editora / Editor / Editora
Renato Fernandes Oliveira 
Editor / Editor / Editor
Rosana Pereira Marinho 
Assistente Editorial / Editing Assistant / Asistente Editorial
CONSELHO CONSULTIVO 
ADVISORY COUNCIL / CONSEJO CONSULTIVO
Francisco Renato Sousa Dantas 
Pesquisa Histórica / Historical Research / Investigación histórica
Bibiana Belisário Santana 
Pesquisa de Dados e informações / Data Research / Investigación 
de datos e información
Douglas Rodrigues Feitosa 
Pesquisa de Dados e informações / Data Research / Investigación 
de datos e información
Jhoanderson Alves Dias 
Pesquisa de Dados e informações / Data Research / Investigación 
de datos e información
PRODUÇÃO DE TEXTOS 
TEXTS PRODUCTION / PRODUCIÓN DE TEXTOS
Bibiana Belisário Santana, Douglas Rodrigues Feitosa, 
Michel Oliveira Araújo, Regivania Rodrigues de Almeida
TRADUÇÃO 
TRANSLATION / TRADUCCIÓN
Wizard Juazeiro do Norte, Alexandra Maria Lima de Melo, 
Antônio Arthur Matias Vila Nova, Carlos Ângelo Araújo, 
Heloísa Fernandes Caracas, Hilton Wesley Sousa Lacerda, 
José Weberth Brito Bezerra Júnior
DESIGN GRÁFICO 
GRAPHIC DESIGN / DISEÑO GRÁFICO
LaBarca.Design, Alvaro Beleza, Gracja Zegarowicz
CAPA 
COVER / TAPA
Xilogravura de José Lourenço / Woodcut by José Lourenço / 
Xilografía de José Lourenço 
REVISÃO (PORTUGUÊS) 
PROOFREADING (PORTUGUESE) / CORRECCIÓN 
(PORTUGUÉS)
REVVER Lucas Carneiro Revisor Vernacular
CURADORIA DE IMAGEM 
IMAGE CURATORSHIP / CURADURÍA DE IMAGEN
Bibiana Belisário Santana, Douglas Rodrigues Feitosa, 
Michel Oliveira Araújo
FOTOGRAFIA 
PHOTOGRAPHY / FOTOGRAFÍA
Anderson Duarte, Augusto Pessoa, Bibiana Belisário, 
Cido Páscoa, Davi Pinheiro, Hélio Filho, Júnior Panela, 
Lino Fly, Rodrigo Rocha, Rodrigo Siebra, Samuel Macedo, 
Thiago Ferreira, Vandson Domingos
PRODUÇÃO DE FOTOGRAFIA 
PHOTOGRAPHY PRODUCTION / PRODUCCIÓN DE 
FOTOGRAFÍA
Claudinália Almeida
EDIÇÃO DE IMAGEM 
IMAGE EDITING / EDICIÓN DE IMAGEN
Vandson Domingos
ACERVOS 
COLLECTIONS / ACERVOS
Augusto Pessoa, Faculdade Paraíso (FAP), Francisco Amorim 
Silva, Geová Sobreira, Hélio Filho, José Lourenço, Memória 
Fotográfica de Juazeiro do Norte (Daniel Walker e Renato 
Casimiro), Município de Juazeiro do Norte, Rodrigo Rocha, 
Rodrigo Siebra, Samuel Macedo, SESC Ceará
AGRADECIMENTOS 
THANKS / AGRADECIMIENTOS
Ana Lívia Mendes, Daniel Walker, Professor Dr. Francisco 
do O’ de Lima Júnior, Gilmar de Carvalho, Hamurabi Batista, 
Júnior Panela, Professora Me. Maria Daniele Cruz dos Santos, 
Renato Casimiro, Renato Dantas
Servidores e servidoras da Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico e Inovação / Workers of the Bureau of Economic 
Development and Innovation / Servidores y servidoras de la 
Secretaria de Desarrollo Económico e Innovación
A todos e todas que direta ou indiretamente contribuíram 
para a realização desse trabalho / To all who contributed 
to the realization of this book / A todo(a)s que directa o 
indirectamente contribuyeron para la realización de ese trabajo
006
J
uazeiro do Norte é movimento, dia e noite. É uma 
cidade ensolarada e hospitaleira. Tem gente saindo, 
chegando e ficando.
Desde que era apenas um entroncamento entre veredas 
empoeiradas, na antiga estrada que ligava as vilas de Missão 
Velha à do Crato, o sítio Joaseiro já agregava trabalhadores 
dos arredores e pequenos mercadores, que se utilizavam 
da sombra dos velhos juazeiros para descansar e comer-
cializar seus produtos.
A chegada do Padre Cícero trouxe uma nova dinâmica 
ao vilarejo. Fé aliada ao trabalho, que motivado dia-a-dia, ao 
longo dos anos, transformou o pequeno arraial num centro 
urbano em expansão constante e uma das mais importantes 
cidades do estado do Ceará e do Nordeste brasileiro.
O livro “Juazeiro do Norte, o coração do Nordeste” não 
se limitou a falar de crescimento, desenvolvimento ou eco-
nomia de forma isolada. Apresenta uma trajetória, desde a 
povoação até os ares contemporâneos, com a ciência de que 
uma cidade em desenvolvimento, reconhece sua história, es-
timula seus potenciais e valoriza suas identidades culturais.
Aqui, a produção artesanal foi a candeia que iluminou 
tempo adentro o desenvolvimento econômico da cidade. As 
pequenas oficinas de fundo de quintal alargaram-se, manti-
veram-se como fonte de sustento e multiplicaram saberes e 
ofícios, afirmando a cultura de um povo, que ciente de sua 
força e diversidade, estendeu os limites simbólicos da cidade 
e chamou atenção. Na década de 1950, Juazeiro tornou-se a 
maior produtora de folhetos de cordel do Brasil, pela visão 
empreendedora de um poeta mascate que deu ares de negó-
cio ao cordel, acumulando um dos mais importantes acervos 
de literatura, reconhecido em todo o mundo.
Uma das mais significativas galerias de arte popular do 
país, está em nossa cidade e mantém um formato que agrega 
comércio, produção e exposição, numa dinâmica que revi-
sita as oficinas artesanais, incentivadas pelo Padre Cícero 
e que ainda permite ao visitante, adquirir a obra enquanto 
conversa e degusta um café com o artista trabalhando in 
loco, no Centrode Arte e Cultura Mestre Noza.
Inovação é sobretudo, reinventar-se em seu próprio 
território. Os juazeirenses são protagonistas na dinâmica 
desse lugar. Empreendedorismo, iniciativas e investimentos 
fertilizaram o terreno do crescimento, abriram caminhos e 
construíram possibilidades para o desenvolvimento. Juazeiro 
do Norte é um centro polarizador não somente da região me-
tropolitana do Cariri, mas também da região sul cearense e 
estados circunvizinhos do Nordeste. Aliando conhecimentos 
e tecnologias, a cidade segue a vida cotidiana superando 
desafios e provocando novas conquistas, alcançando im-
portantes colocações em rankings estaduais e nacionais.
Juazeiro do Norte é a geografia humana do Nordeste. 
Equidistante e simbólica. Estas páginas ponteiam o tempo 
em suas dimensões de passado, presente e futuro. É mais 
do que apropriado revisitar Liev Tolstói, que diz que “can-
tando a tua aldeia, serás universal”, pra falar que este lugar 
é feito por um povo de fé, que se alicerça no trabalho para 
planejar os tempos que virão, agregando o tradicional e 
o contemporâneo, lugares e conceitos, pensando no que 
há de mais importante: as pessoas, que aqui estão e as 
que ainda vão chegar.
Produzido com muito rigor e sensibilidade, este livro é 
um recorte de tempo e espaço, e Juazeiro do Norte é muito 
mais do que caberia aqui nestas páginas. 
Boa leitura a todas e a todos! 
Arnon Bezerra
Prefeito de Juazeiro do Norte
Prefácio
008
are the own stars of the dynamic of this place. 
Entrepreneurship, initiatives and investments 
fertilized the growth of the city, opening and building 
opportunities for development. Juazeiro do Norte 
is the center, not only of the Cariri region, but also 
the south region of Ceará and among other states in 
the northeast. Allying knowledge and technology, 
the city follows its day by day life outbreaking the 
challenges and achieving new things, reaching 
important places in the state and national rankings. 
Juazeiro do Norte is the human geography of 
the northeast because of its position and symbolism. 
The pages of this book show present, past and 
future. Quoting Liev Tolstói “if you want to be 
universal, sing your village”, this place is made by 
people of faith, hardworking people who aggregates 
the traditional and the contemporary. The most 
important thing is the people, the ones who are here 
and the ones who will come.
This book was carefully produced and with a lot 
of sensitivity, it is a cut in time and space. Juazeiro 
do Norte is a lot more than it could fit in this pages.
Enjoy your reading!
José Arnon Cruz Bezerra de Menezes
Juazeiro do Norte mayor
Juazeiro do Norte is busy, day and night. It’s a sunny 
and warm city. There are people leaving, arriving 
and staying. Since it was just a crossroad between 
dusty roads that connected the old villages of 
Missão Velha and Crato. The Joaseiro village has 
already gathered workers and merchants who used 
to rest under the shadows of the old juazeiros to 
commercialize their products.
The arrival of Padre Cícero has brought a new 
dynamic to the village. Faith and labor throughout 
the years changed the small village into urban center 
in constant expansion. Today, Juazeiro do Norte is 
one of the most important cities of the state of Ceará 
and the Brazilian northeast.
The book “Juazeiro do Norte, the heart of 
the northeast” did not only talked about growth, 
development nor economy. It shows Juazeiro 
do Norte since it was a small village until today. 
It is important to recognize that a city under 
development knows its history, stimulates its 
potentials and values its cultural identities. 
Here, the handcraft production triggered off 
the economic development of the city. The small 
handcraft workshops got bigger and supported the 
artisans and the whole culture of the people. In 
the 1950s, Juazeiro has become the biggest Cordel 
(a typical kind of literature) producer known in 
the entire world thanks to a poet who turned his 
art into a business. 
One of the most meaningful popular art gallery 
in the country is here. There it aggregates commerce, 
production and exhibition like the old workshops 
created by Padre Cícero. The visitors can buy the art 
piece while talking and having some coffee with the 
artist at the Mestre Noza Cultural Art Center.
Innovation is above all to reinvent yourself 
in your own territory. The people from Juazeiro 
Prologue
009
formato que agrega comercio, producción y exposición, 
en una dinámica que revisita los talleres artesanales, 
incentivadas por el Padre Cícero y que aún permite al 
visitante, adquirir la obra mientras charla y degusta 
un café con el artista trabajando in loco, en el Centro 
de Arte y Cultura Mestre Noza. 
Innovación es además de todo, reinventarse en su 
propio territorio. Los juazeirenses son protagonistas en 
la dinámica de ese lugar. Emprendimiento, iniciativas 
e inversiones fertilizaron el terreno del crecimiento, 
abrieron caminos y construyeron posibilidades para el 
desarrollo. Juazeiro do Norte es un centro polarizador 
no solo de la región metropolitana del Cariri, 
pero también de la región sur cearense y estados 
circunvecinos del Nordeste. Aliando conocimientos 
y tecnologías, la ciudad sigue la vida cotidiana 
superando desafíos y provocando nuevas conquistas, 
alzando importantes colocaciones en rankings 
estaduales y nacionales.
Juazeiro do Norte es la geografía humana del 
Nordeste, equidistante y simbólica. Estas páginas 
puntean el tiempo en sus dimensiones de pasado, 
presente y futuro. Es además de apropiado, revisitar 
Liev Tolstói, que dice que “cantando la tua aldea, serás 
universal”, para decir que ese lugar es hecho por un 
pueblo de fe, que se basa en el trabajo para planear 
los tiempos que vendrán, agregando el tradicional y 
el contemporáneo, lugares y conceptos, pensando en 
lo que hay de más importante: las personas, que acá 
están y las que todavía llegarán. 
Producido con mucho rigor y sensibilidad, este 
libro es un recorte de tiempo y espacio, y Juazeiro 
do norte es mucho más de los que podría caber 
acá en esas páginas. 
Buena lectura a todas y a todos!
José Arnon Cruz Bezerra de Menezes
Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte
Juazeiro do norte es movimiento, día y noche. Es una 
ciudad soleada y acogedora. Hay gente saliendo, 
llegando y quedándose.
Desde cuando era apenas un cruce entre sendas 
llenas de polvo, en la antigua ruta que conectaba 
los pueblos de Missão Velha al Crato, la hacienda 
Joaseiro ya agregaba trabajadores de los alrededores 
y pequeños mercaderes, que se utilizaban del 
sombreado de los viejos ‘juazeiros’ para descansar y 
comercializar sus productos. 
La llegada del Padre Cícero trajo una nueva 
dinámica al pueblo. Fe aliada al trabajo, que motivada 
todos los días, a lo largo de los años, transformó la 
pequeña aldea en un centro urbano en expansión 
constante y una de las más importantes ciudades del 
estado de Ceará y del Nordeste brasileño. 
El libro “Juazeiro do Norte, o coração do Nordeste” 
no se limitó a hablar de crecimiento, desarrollo o 
economía de forma aislada. Presenta una trayectoria, 
desde el pueblo hasta los aires contemporáneos, con 
la ciencia de que una ciudad en desarrollo, reconoce 
su historia, estimula sus potenciales y valora sus 
identidades culturales. 
Acá, la producción artesanal fue la vela que 
iluminó tiempo adentro el desarrollo económico de la 
ciudad. Los pequeños talleres en el fondo del patio se 
agrandaron, se mantuvieron como fuente de sustento 
y multiplicaron saberes y oficios, afirmando la cultura 
de un pueblo, que consciente de su fuerza y diversidad, 
extendió los límites simbólicos de la ciudad y llamó 
la atención. En la década de 1950, Juazeiro se tornó 
la mayor productora de folletos de ‘cordel’ del Brasil, 
por la visión emprendedora de un poeta ambulante 
que dio aires de negocio al ‘cordel’, cumulando 
uno de los más importantes acervos de literatura, 
reconocido en todo el mundo. 
Unade las más significativas galerías de arte 
popular del país, está en nuestra ciudad y mantiene un 
Prefacio
1.
OS PRIMÓRDIOS 
Sítio Joaseiro
Padre Cícero chega ao povoado
1889, o ano do milagre
Cada sala um oratório, cada quintal uma oficina
2.
JUAZEIRO DO NORTE: 
UM CENTRO URBANO
O coração do Nordeste
Na região do Cariri
A construção econômica: 
capital da fé e do comércio
3.
LUGAR PARA FAZER NEGÓCIO
Potencial de consumo
Comércio e serviços
Indústrias
Outros polos 
Potencial solar
4.
INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE
Vias e Praças
De bicicleta pela cidade
Do trem ao VLT 
Pelos céus de Juazeiro
Os fios que conectam o mundo
5.
UMA CIDADE PRA SE VIVER
Um oásis no sertão
Acesso à cultura
Teatros e galerias
018—045
046—063
064—111
112—141
142—165
SUMÁRIO
166—187
188—209
210—239
240—251
6.
CULTURA, A FORÇA DE UM POVO
Imaginação criadora
Uma galeria de arte a céu aberto
Fábricas de horas e de versos
Quando os reis vão à rua
7.
TODOS OS CAMINHOS 
LEVAM A JUAZEIRO
Quem chega, quer ficar
Turismo cultural
Um parque natural
Geopark Araripe
8.
A VILA CRESCEU
Fé e trabalho 
Grupo São Geraldo 
Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) 
Cariri Garden Shopping 
Atacadão
9.
COM OS OLHOS NO FUTURO: 
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
Primeira lei de inovação do Brasil com PDTCI
Parcerias Público-Privadas
Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor
Notas 255
Acervos Consultados 258
Periódicos 258
Sites 258
Entrevistas 258
Textos e Livros Consultados 258
Referências 260
1.
THE BEGINNING 
LOS PRIMÓRDIOS
The small village of Joaseiro / Hacienda Joaseiro
Priest Cícero arrives at the village / Padre Cícero llega al Pueblo
1889, the year of the miracle / 1889, el año del milagro
Each room an oratory, each backyard a workshop 
/ Cada Salón un oratorio, cada patio un taller
2.
JUAZEIRO DO NORTE, AN URBAN CENTER 
JUAZEIRO DO NORTE: UN CENTRO URBANO
The heart of the Northeast / El corazón del Nordeste
In the Cariri Region / En la región del Cariri
The economic formation: the city of faith and commerce 
/ La construcción económica: capital de la fe y del comercio
3.
A PLACE TO DO BUSINESS 
LUGAR PARA HACER NEGOCIO
Consume potential / Potencial de consumo
Commerce and Services / Comercio y servicios
Industries / Industrias
Other areas / Otros Polos
4.
INFRASTRUCTURE AND MOBILITY 
INFRAESTRUCTURA Y MOVILIDAD
Streets and Squares / Vías y Plazas
Biking through the city / De bicicleta por la ciudad
From the train to the VLT (Light rail) / Del tren al VLT
Crossing the skies of Juazeiro / Por los cielos de Juazeiro
Wires that connect the world (Communication) 
/ Los hilos que conectan el mundo
5.
A CITY TO LIVE IN 
UNA CIUDAD PARA VIVIRSE
An oasis in the middle of the countryside / Un oasis en el sertón 
Access to culture / Acceso a la cultura
Theaters and Galleries / Teatros y galerías
018—045
046—063
064—111
112—141
142—165
CONTENTS / SUMARIO
166—187
188—209
210—239
240—251
6.
CULTURE, THE STRENGTH OF A PEOPLE 
CULTURA, LA FUERZA DE UN PUEBLO
Creative imagination / Imaginación creadora 
An open-air art gallery / Una galería de arte a cielo abierto
Factories of time and verses / Fábricas de horas y de versos
When the Kings go to the street / Cuando los reyes van a la calle
7.
ALL ROADS LEAD TO JUAZEIRO 
TODOS LOS CAMINOS LLEVAN A JUAZEIRO
Those who arrive, want to stay / Quien llega quiere quedarse
Cultural Tourism / Turismo cultural
A Natural Park / Un parque natural
Araripe Geopark / Geopark Araripe
8.
THE VILLAGE GOT BIGGER 
LA VILLA CRECIÓ
Faith and work / Fe y trabajo 
São Geraldo Group / Grupo São Geraldo 
University Center Doutor Leão Sampaio (Unileão) / 
Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) 
Cariri Garden Mall / Cariri Garden Shopping 
Atacadão / Atacadão
9.
LOOKING AHEAD TO THE FUTURE – ENTREPRENEURSHIP AND INNOVATION 
CON LOS OJOS EN EL FUTURO: INNOVACIÓN Y EMPRENDIMIENTO
First Brazilian innovation law with PDTCI 
/ Primera ley de innovación del Brasil con PDTCI
Public and private partnerships / Parcerias Público-Privadas
SEBRAE Prize: The Entrepreneur Mayor 
/ Premio SEBRAE Alcalde Emprendedor 
Notes / Notas 256
Consulted collections / Acervos consultados 258
Periodics / Periódicos 258
Websites / Sitios 258
Interviews / Entrevistas 258
Texts and consulted books / Textos y libros consultados 258
References / Referéncias 260
014
015
016
Fortaleza
497 km
São Luís
1022 km
Teresina
600 km
Natal
604 km
João Pessoa
600km
Recife
596 km
Maceió
611 km
Aracaju
648 km
Salvador
728 km
Juazeiro
do Norte
Lei de Inovação do Brasil
(dentro do marco legal com Plano Diretor 
de Tecnologia para Cidades Inteligentes)
1st Brazilian Innovation Law (within the legal framework 
with Technology Director Plan for Smart Cities in Brazil)
1ª Ley de Innovación de Brasil (adentro del marco legal con 
Plan Director de Tecnología para Ciudades Inteligentes de Brasil)
1ª
cidade em
longevidade
5th city in longevity
5ª ciudad en longevidad
5ª
Fonte • Source • Fuente: Atlas Brasil
3ª potencial de consumo do Ceará
3rd in consume potential in Ceará
3º potencial de consumo de Ceará
Fonte • Source • Fuente: IPC Maps, 2019
44ª
44th in Brazilian urban mobility
44ª movilidad urbana de Brasil
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
mobilidade
urbana do Brasil
2º
2nd religious tourist destination in Brazil
2º destino turístico religioso de Brasil
destino turístico
religioso do Brasil 
2º
2nd in economic development in Ceará
2º Desarrollo Económico de Ceará 
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
desenvolvimento
Econômico do Ceará
11ª
11st city in the Northeast and 
28th city in Brazil in public investment. 
11ª ciudad del Nordeste y 
28ª ciudad de Brasil en investimentos públicos.
Fonte • Source • Fuente: Anuário Multicidades / FNP, 2020
cidade do
do Nordeste
28ª
cidade do Brasil
em investimentos
públicos
100
One of the 100th best cities
to do business in the country
Entre las 100 mejores ciudades
para hacer negocio de Brasil
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
melhores cidades 
para se fazer
negócio do Brasil
Entre as
10th Northeastern city in public investment
10ª ciudad en investimentos públicos de Nordeste
Fonte • Source • Fuente: FNP, 2019
11ª cidade em investimentospúblicos do Nordeste
Distribuição do PIB
Distribuição do PIB
Distribuição do PIB
Comércio e Serviços
Commerce and services
Comercio e servicios
89,91%
Indústria
Industry
Industria
9,57%
Estimativa populacional em 2020 (IBGE, 2020)
Estimated population in 2020 (IBGE, 2020)
Estimativa poblacional en 2020 (IBGE, 2020)
16ª no ranking estadual
16th in the state ranking
16ª en el ranking estadual
R$ 4.42 billion / R$ 4,42 mil millones
Agropecuária
Agricultural production
Agropecuária
0,52%
PIB nominal
Nominal GDP
PIB nominal
Distâncias das 
capitais do 
Nordeste
Distance from the capitals
of the Northeast region
Distancia de las capitales 
de la región Nordeste
IDHM
MHDI
IDHM
Taxa de urbanização
Urbanization rate
Tasa de urbanización
R$ 4,82 bilhões
PIB per capita
GDP per capita
PIB per capita
R$17.725,62
Densidade demográfica
Demographic density
Densidad demográfica
276.264
0.75 Fortaleza1
2 0.71 Sobral
0.71 Crato3
0.70 Eusébio4
0.69 Juazeiro do Norte5
96,1 %
Juazeiro
do Norte
em números
in numbers / en números
017
Fortaleza
497 km
São Luís
1022 km
Teresina
600 km
Natal
604 km
João Pessoa
600km
Recife
596 km
Maceió
611 km
Aracaju
648 km
Salvador
728 km
Juazeiro
do Norte
Lei de Inovação do Brasil
(dentro do marco legal com Plano Diretor 
de Tecnologia para Cidades Inteligentes)
1st Brazilian Innovation Law (within the legal framework 
with Technology Director Plan for Smart Cities in Brazil)
1ª Ley de Innovación de Brasil (adentro del marco legal con 
Plan Director de Tecnología para Ciudades Inteligentes de Brasil)
1ª
cidade em
longevidade
5th city in longevity
5ª ciudad en longevidad
5ª
Fonte • Source • Fuente: Atlas Brasil
3ª potencial de consumo do Ceará
3rd in consume potential in Ceará
3º potencial de consumo de CearáFonte • Source • Fuente: IPC Maps, 2019
44ª
44th in Brazilian urban mobility
44ª movilidad urbana de Brasil
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
mobilidade
urbana do Brasil
2º
2nd religious tourist destination in Brazil
2º destino turístico religioso de Brasil
destino turístico
religioso do Brasil 
2º
2nd in economic development in Ceará
2º Desarrollo Económico de Ceará 
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
desenvolvimento
Econômico do Ceará
11ª
11st city in the Northeast and 
28th city in Brazil in public investment. 
11ª ciudad del Nordeste y 
28ª ciudad de Brasil en investimentos públicos.
Fonte • Source • Fuente: Anuário Multicidades / FNP, 2020
cidade do
do Nordeste
28ª
cidade do Brasil
em investimentos
públicos
100
One of the 100th best cities
to do business in the country
Entre las 100 mejores ciudades
para hacer negocio de Brasil
Fonte • Source • Fuente: Urban Systems, 2019
melhores cidades 
para se fazer
negócio do Brasil
Entre as
10th Northeastern city in public investment
10ª ciudad en investimentos públicos de Nordeste
Fonte • Source • Fuente: FNP, 2019
11ª cidade em investimentospúblicos do Nordeste
Distribuição do PIB
Distribuição do PIB
Distribuição do PIB
Comércio e Serviços
Commerce and services
Comercio e servicios
89,91%
Indústria
Industry
Industria
9,57%
Estimativa populacional em 2020 (IBGE, 2020)
Estimated population in 2020 (IBGE, 2020)
Estimativa poblacional en 2020 (IBGE, 2020)
16ª no ranking estadual
16th in the state ranking
16ª en el ranking estadual
R$ 4.42 billion / R$ 4,42 mil millones
Agropecuária
Agricultural production
Agropecuária
0,52%
PIB nominal
Nominal GDP
PIB nominal
Distâncias das 
capitais do 
Nordeste
Distance from the capitals
of the Northeast region
Distancia de las capitales 
de la región Nordeste
IDHM
MHDI
IDHM
Taxa de urbanização
Urbanization rate
Tasa de urbanización
R$ 4,82 bilhões
PIB per capita
GDP per capita
PIB per capita
R$17.725,62
Densidade demográfica
Demographic density
Densidad demográfica
276.264
0.75 Fortaleza1
2 0.71 Sobral
0.71 Crato3
0.70 Eusébio4
0.69 Juazeiro do Norte5
96,1 %
Juazeiro
do Norte
em números
in numbers / en números
018
1. 
 
 
 
 
OS PRIMÓRDIOS
019
1. 
 
 
 
 
OS PRIMÓRDIOS
020
Sítio 
Joaseiro1
A
passagem da boiada levantava muita poeira 
na estrada de chão batido. O caminho fazia 
chegar à vila Real do Crato. Antes desse des-
tino, frondosos juazeiros2 convidam ao descanso. O pouso é 
por lá mesmo, no sítio Joaseiro3, localidade que pertencia à 
vila do Crato desde 1780. Era comum, tropeiros e viajantes 
fazerem esse trajeto, conduzindo gado, para comprar ou 
vender mercadorias, entre outras atividades.
Originalmente essas terras pertenciam à grande nação 
dos índios Kariri, que foram ocupadas por colonizadores, 
sob dois argumentos iniciais. A exploração de minério de 
ouro nas minas de São José dos Cariris Novos (atual cidade 
de Missão Velha), atividade que foi suspensa pela coroa 
em 1758, justificando o alto custo e os poucos rendimentos 
da mineração. A criação de gado foi o principal motivo de 
ocupação dessas terras. Vindos sobretudo pela via da Casa 
da Torre dos Garcia D’Ávila4, na Bahia, impulsionados pela 
fertilidade e abundância de água da região. Esses ocupantes 
se fixaram entre as localidades dos aldeamentos Missão 
Velha e a Missão do Miranda (atual cidade do Crato).
Uma grande porção de terra, conhecida como Engenho 
Moquém, que estendia-se desde às proximidades da vila do 
Crato, espalhando-se até a serra de São Pedro (atual cidade 
de Caririaçu), foi doada como dote de casamento à Joana 
Bezerra de Menezes que casou-se com o capitão Antônio 
Pinheiro Lobo, fixando moradia neste local. Filho do casal, 
Leandro Bezerra Monteiro nasceu em 1740, nas terras do 
Moquém. Casou-se em 1764, com sua prima Rosa Josefa do 
Sacramento e foi morar no Engenho São José em Sergipe, 
onde residia a família da esposa. Lá tiveram os três primeiros 
filhos e retornaram ao Cariri quinze anos depois, em 1779. 
Tempos à frente, uma de suas filhas, Luísa Joana Bezerra 
de Meneses, casou-se com o Capitão Sebastião de Carvalho 
e Andrade e foram residir às margens do rio Salgadinho, no 
sítio Joaseiro, que depois tornou-se povoação de Joaseiro. 
Em 1790, nasceu Pedro Ribeiro da Silva, o primeiro dos dois 
filhos do casal, que ordenou-se padre aos vinte e cinco anos 
de idade. Juntamente com a família, construiu uma capela 
nas proximidades da casa grande em honra à Nossa Senhora 
das Dores, cuja pedra fundamental foi assentada em 15 de 
setembro de 1827, com missa celebrada pelo recém ordena-
do, com a presença dos tios e do avô, o Brigadeiro Leandro 
Bezerra (EDWIGES, 2011).
O padre Pedro Ribeiro tornou-se proprietário das princi-
pais terras daquela localidade, dedicando-se aos trabalhos, 
orientando os moradores, em grande maioria, escravos de 
sua família, a rezar e trabalhar. Era afeiçoado e respeitado 
por todos. O sustento era tirado dali mesmo. Um engenho 
de cana-de-açúcar e uma modesta destilaria de aguarden-
te, uma casa de farinha, os currais e a lida com o gado, 
uma oficina de ferreiro, além da produção agrícola de ar-
roz, milho, feijão, mandioca e algodão, davam a tônica do 
dia-a-dia na localidade.
Falecido em 1833, o padre Pedro através de testamento, 
alforriou seus escravos e deixou todos os seus bens ao avô 
Leandro Bezerra, que passou então, a residir no Joaseiro, 
onde veio a falecer em 04 de julho de 1837. O padre José 
Joaquim de Oliveira assumiu a orientação religiosa da 
povoação, seguindo-se de outros três sacerdotes, que em 
diferentes tempos prestaram serviços à capela de Nossa 
Senhora das Dores, até que no natal de 1871, não contava 
com nenhum religioso para celebrar a missa do galo.
Semeão Correia de Macêdo, professor régio da localida-
de, foi à vila do Crato, em busca de um padre que pudesse 
celebrar a missa de natal, e também, pudesse periodica-
mente dar assistência aos moradores do lugar. Sob essa 
circunstância, chega ao vilarejo para celebração de natal, 
o recém ordenado Padre Cícero Romão Batista.
021
Desenho da localização 
do sítio Joaseiro em 1827, 
feito por Octávio Aires 
de Menezes. 
Drawing of the ranch 
Joaseiro’s location in 1827, 
made by Octávio Aires 
de Menezes.
Dibujo de la localización de 
la hacienda Joaseiro en 1827, 
hecho por Octávio Aires 
de Menezes.

Pintura artística da 
povoação de Joaseiro, 
onde mascates e tropeiros 
descansam sob a sombra 
de juazeiros, feita por 
Assunção Gonçalves.
Artistic painting of the 
Joaseiro’s village, where 
pedlars and muleteers 
rest under the shadows 
of Juazeiros, made 
by Assunção Gonçalves. 
Pintura artística de la población 
de Joaseiro, donde vendedores 
Mascates y troperos descansan 
bajo la sombra de juazeiros, 
hecha por Assunção Gonçalves.

022
The passing of the cattle raised a lot of dust off 
the dirt road. The road led to the Royal Village of 
Crato. Before arriving there, one could see leafy 
Juazeiro trees2 which were a nice place to rest. 
There they used to stop, at the small village of 
Joaseiro3. The place used to belong to the Royal 
Village of Crato since 1780. Cowherds and common 
travelers used to take this road to buy or sell goods, 
among other activities. 
At earlier times, these lands belonged to the 
great Kariri Indian Nation, which were later taken 
by the colonizers under two initial arguments: the 
gold mining in the São José dos Cariris Novos mines, 
(currently the town of Missão Velha), which was 
suspended by the Crown in 1758 due to the high cost 
and low income; and the cattle farming, that was the 
main reason of this occupation. These colonizers 
came mainly through the road of Casa da Torre dos 
Garcia D’Avilla4, in the state of Bahia, enticed by 
the fertility and water abundance in this region and 
settled between the settlements of Missão Velha and 
Missão do Miranda (currently the city of Crato).
A large portion of land known as Engenho 
Moquém, that went all the way from thevillage of 
Crato to the São Pedro Mountain (currently the town 
of Caririaçu), was donated as a wedding gift to Joana 
Bezerra de Menezes. She married Captain Antônio 
Pinheiro Lobo and settled in these lands. Their son, 
Leandro Bezerra Monteiro was born in 1740 in the 
lands of Moquém. He married his cousin Rosa Josefa 
do Sacramento and left to live in the Engenho São 
José in the state of Sergipe, where his wife’s family 
lived. There they had their first three children and 
went back to Cariri fifteen years later, in 1779.
Years later, one of their daughters, Luísa Joana 
Bezerra de Meneses married Captain Sebastião de 
Carvalho e Andrade and they went to live by the 
Salgadinho River in the place which later became 
the small village of Joaseiro. In 1790 Pedro Ribeiro da 
Silva was born, the first of their two sons. He became 
1. THE BEGINNING¹
The small village 
of Joaseiro
a Priest at the age of 25. He and his family built a 
chapel next to their house in honor of Nossa Senhora 
das Dores (Our Lady of Sorrows). They began 
building the chapel on September 15th, 1827 with the 
mass conducted by Pedro Ribeiro da Silva himself 
and the presence of his uncles and his grandfather, 
the Brigadier Leandro Bezerra (EDWIGES, 2011).
The Priest Pedro Ribeiro became the owner of 
the main lands of that place. He advised the local 
residents, who were mostly slaves of this family, to 
pray and work. He was respected by everyone. The 
land provided their support. They had a sugar cane 
mill, a distillery and a flour mill. The corrals and the 
work with cattle, a blacksmith’s forge, besides the 
rice, corn, beans, manioc and cotton farming were 
the main local daily activities back then. 
Priest Pedro, who passed away in 1833, set his 
slaves free through his will and left all his assets to 
his grandfather Leandro Bezerra. He then started 
living in Joaseiro where he passed away on the 4th of 
July in 1837. The Priest José Joaquim de Oliveira took 
over the religious guidance of the population and 
was followed by three other priests, who in different 
times worked for the Nossa Senhora das Dores 
chapel until the Christmas of 1871 when there was no 
one to celebrate the mass.
Semeão Correia de Macêdo, the teacher sent by 
the Crown, went to the Royal Village of Crato looking 
for a priest who could celebrate the Christmas mass 
and could also give assistance to the local residents. 
Under these circumstances, the new Priest Cícero 
Romão Batista arrives at the village.
023
El paso de la bueyada levantaba mucho polvo en la 
estrada de piso batido. El camino hacia llegar a la 
villa Real del Crato. Antes de ese destino, suntuosos 
juazeiros2 invitan al descanso. El descenso es por 
allá mismo, en la hacienda Joaseiro3, localidad 
que pertenecía a la villa del Crato desde 1780. Era 
común, que troperos y viajantes hicieran ese trayecto, 
conduciendo ganado, para comprar o vender 
mercadorías, entre otras actividades. 
Originalmente esas tierras pertenecían a la gran 
nación de los indios Kariri, que fueran ocupadas por 
colonizadores, bajo dos argumentos iniciales. La 
exploración de mineral de oro en las minas de San José 
de los Cariris Nuevos (actual ciudad de MissãoVelha), 
actividad que fue suspensa por la corona en 1758, 
justificándose en el alto costo y los pocos rendimientos 
de la minería. La creación de ganado fue el principal 
motivo de ocupación de esas tierras. Venidos sobre todo 
por la vía de la Casa de la Torre de los García D’Ávila4, 
en Bahia, impulsados por la fertilidad y abundancia de 
agua de la región. Eses ocupantes se fijaron entre las 
localidades de los poblamientos MissãoVelha y Missão 
do Miranda (actual ciudad de Crato).
Una gran porción de tierra, conocida como 
‘Engenheiro Moquém’, que se extendía desde las 
proximidades de la villa de Crato, esparciéndose hasta 
la sierra de São Pedro (actual ciudad de Caririaçu), 
fue donada como dote de casamiento a JoanaBezerra 
de Menezes que se casó con el capitán Antônio 
Pinheiro Lobo, fijando morada en ese lugar. Hijo de 
la pareja, Leandro BezerraMonteiro nación en 1740, 
en las tierras del Moquém. Se casó en 1764 con su 
prima Rosa Josefa del Sacramento y fue a vivir en el 
Engeño São José en Sergipe, donde residía la familia 
de la esposa. Allá tuvieron los tres primeros hijos y 
retornaron al Cariri quince años después, en 1779.
Tiempos adelante, una de sus hijas, Luísa Joana 
Bezerra de Meneses se casó con el Capitán Sebastião 
de Carvalho y Andrade, y fueron a residir a las orillas 
del río Salgadinho, en el sítio Joaseiro, que después 
1. LOS PRIMÓRDIOS¹
Hacienda Joaseiro
se tornó pueblo de Joaseiro. En 1790, nació Pedro 
Ribeiro da Silva, el primero de los dos hijos de la 
pareja, que se ordenó cura a los veinte y cinco años 
de edad. Juntamente con la familia, construyó una 
capilla en las proximidades de la casa grande en 
honor a Nuestra Señora de las Penas, cuya piedra 
fundamental fue asentada en 15 de septiembre de 1827, 
con misa celebrada por el recién ordenado, con la 
presencia de los tíos y del abuelo, el Brigadero Leandro 
Bezerra (EDWIGES, 2011).
El cura Pedro Ribeiro se tornó propietario de las 
principales tierras de aquella localidad, dedicándose 
a los trabajos, orientando los habitantes, en gran 
mayoría, esclavos de su familia, a rezar y trabajar. 
Era encariñado y respetado por todos. El sustento era 
sacado de allí mismo. Un engeño de caña de azúcar y 
una modestia destilaría de aguardiente, una casa de 
harina, o corrales y la lida con el ganado, un taller de 
herrero, además de la producción agrícola de arroz, 
maíz, frijol, yuca y algodón, daban la tónica del día a 
día en la localidad.
Fallecido en 1833, el cura Pedro por medio del 
testamento, libertó sus esclavos y dejó todos sus bienes 
al abuelo Leandro Bezerra, que pasó entonces, a 
residir en Joaseiro, donde vino a fallecer en 4 de julio 
de 1837. El cura José Joaquim de Oliveira asumió la 
orientación religiosa del pueblo, siguiéndose de otros 
tres sacerdotes, que en diferentes tiempos prestaron 
servicios a la capilla de Nuestra Señora de las Penas, 
hasta que en la navidad de 1871, no contaba con 
ningún religioso para celebrar la misa del gallo. 
Semeão Correia de Macêdo, maestro regio de 
la localidad, fue a la villa del Crato, en búsqueda de 
un cura que pudiera celebrar la misa de navidad, y 
también, pudiera periódicamente dar asistencia a 
los habitantes del lugar. Bajo esa circunstancia, llega 
al pueblito para celebración de navidad, el recién 
ordenado Cura Cícero Romão Batista.
024
E
m 24 de março de 1844, dona Quinô, como era 
conhecida Joaquina Vicência Romana, dar a luz 
na vila do Crato a um menino de pele clara e 
olhos azuis, Cícero Romão Batista. O pai, Joaquim Romão 
Batista, era comerciante e morreu em 1862, vitimado pela 
epidemia do cólera que assolou a região. Ingressou em 1865 
no Seminário da Prainha em Fortaleza/CE, ordenando-se 
padre em 30 de novembro de 1870, com os estudos cus-
teados pelo padrinho, o Cel. Antônio Luiz Alves Pequeno, 
chefe político do Crato.
A convite do professor Semeão Correia de Macêdo, 
Cícero Romão se desloca pelas duas léguas5 que separam 
o Crato do Joaseiro para celebrar a missa de natal. Pouco 
depois, em 11 de abril de 1872, o jovem sacerdote chegava ao 
Joaseiro para fixar residência definitivamente, tendo como 
companhia a mãe, duas irmãs, Maria Angélica e Angélica 
Vicência, e uma agregada da família, que se chamava Tereza.
A este tempo, o povoado ainda apresentava o aspecto 
de uma fazenda de cana-de-açúcar, com uma população 
estimada em pouco mais de duzentos habitantes. Cinco fa-
mílias compunham os principais proprietários de terras: 
Bezerra de Menezes, Gonçalves, Landim, Macedo e Sobreira. 
O restante eram trabalhadores com vínculos nas fazendas 
dessas famílias, cuja grande maioria eram descendentes de 
escravos do padre Pedro Ribeiro ou eram brancos e mestiços 
sem recursos em busca de trabalho.
O lugar tinha apenas três ruas, a rua Grande,que mais 
tarde tornou-se rua Padre Cícero, rua do Brejo e rua da 
Capela. Além da capela e uma escola, tinha ainda 32 cons-
truções, dentre as quais, somente algumas eram de tijolos e 
telhas, a grande maioria eram feitas de taipa e cobertas com 
palha. Do ponto de vista comercial tinha pouco a oferecer. 
Mercadores vindos de Missão Velha em direção ao Crato, 
costumavam parar por ali e na praça em frente à capela logo 
se formava uma pequena feira, onde se trocava café, entre 
outras coisas, por produtos locais. Não havia outra forma 
de mercado propriamente dita e os mais pobres viviam à 
margem desse sistema de trocas (CAVA, 2014).
Em 1875, três anos após sua chegada na povoação do 
Joaseiro, Padre Cícero conseguiu do bispo do Ceará, Dom 
Luiz Antônio dos Santos, o apoio e autorização para a 
construção de uma nova capela para o lugarejo. Convocou 
homens e mulheres para em regime de mutirão, construir 
com as próprias mãos uma grande morada para abrigar a 
imagem de Nossa Senhora das Dores. De pronto, os morado-
res seguiram em busca dos materiais, madeira, pedra, barro 
etc. A força do trabalho coletivo aos poucos foi moldando 
a nova casa da Mãe de Deus, que superou entre os anos de 
1877 e 1879, uma das maiores secas que já assolou o Nordeste. 
Somente em 1884 a nova capela de três naves, duas torres 
quadrangulares e topos em forma de pirâmides apontando 
para o céu, ficou pronta, causando admiração por sua grande 
projeção arquitetônica.
Padre Cícero 
chega ao povoado
025
Padre Cícero Romão 
Batista ao lado do Padre 
Manoel Carlos Matos, 
recém ordenados no 
Seminário da Prainha em 
Fortaleza/CE.
Priest Cícero Romão Batista 
by the side of Priest Manoel 
Carlos Matos, recently 
ordained in the Prainha 
Seminaries in Fortaleza/CE.
Padre Cícero Romão Batista al 
lado del Padre Manoel Carlos 
Matos, recién ordenados en 
el Seminario de la Prainha en 
Fortaleza/CE.

026
to stop by and on the square in front of the chapel 
gathered together as a small open market, where 
they exchanged coffee, among other things, for local 
goods. This was the only trading system at the time 
and the poorest could not afford taking part in it. 
In 1875, three years after Cicero’s arrival in 
Joaseiro, he received a formal authorization and 
support from the Bishop of Ceará, D. Luiz Antônio 
dos Santos, to build a new chapel. He summoned 
the people from the village to build together the 
home for the statue of Our Lady of Sorrows. People 
quickly started gathering building materials, such as: 
wood, stones, clay, etc. The synergy of the collective 
work gradually shaped the new house to the mother 
of God, and withstood, between 1877 and 1879, one 
of the worst droughts that have ever plagued the 
Brazilian northeast. It was only in 1884 that the 
new chapel was finished, with its three naves, two 
quadrangular towers and pyramidal tops, causing 
admiration for its architectural design.
On March 24th, 1844, Joaquina Vicência Romana, 
known as Ms. Quinô, gave birth to a boy named 
Cícero Romão Batista in the Royal Village of Crato. 
His father, Joaquim Romão Batista, was a merchant 
and died in 1862 from cholera, a disease that plagued 
the region back then. Cícero started attending the 
Seminary in Fortaleza in 1865. He was ordained on 
November 30th, 1870. His studies in the Seminary 
were financed by his Godfather, Colonel Antônio Luiz 
Alves Pequeno, who was a political chief in Crato. 
Semeão Correia de Macêdo invited Priest Cícero 
to celebrate the Christmas mass in the small village 
of Joaseiro. He, then, traveled the two léguas5 
that separates Crato from Joaseiro to arrive there. 
Shortly after, on April 11th, 1872, the young priest 
arrived in Joaseiro to settle, bringing with him 
his mother, two sisters, Maria Angélica e Angélica 
Vicência and the housekeeper, Tereza. 
At this time, the small village of Joaseiro seemed 
like a sugar cane farm with an estimated population 
of a little over 200 inhabitants. Five families were 
the main owners of the land: Bezerra de Meneses, 
Gonçalves, Landim, Macedo e Sobreira. Others were 
the employees of the farms that belonged to these 
families. These employees were mostly descendents 
of Priest Pedro Ribeiro’s slaves and the rest of them 
were people looking for a job. 
The village had only three streets: the Grande 
street, which later became Padre Cícero street; Brejo 
street and Capela street. Besides the chapel and the 
school, there were 32 other buildings, a few of which 
were built with bricks and tiles. The great majority 
was built with rammed earth and thatched roof. The 
village was not economically attractive. Merchants 
who would come from Missão Velha to Crato used 
Priest Cícero 
arrives at the village
027
venidos de MissãoVelha en dirección al Crato, 
acostumbraban parar por allí y en la plaza delante 
de la capilla, luego se formaba una pequeña feria, 
donde se trocaba café, entre otras cosas, por productos 
locales. No había otra forma de mercado propiamente 
dicho y los más pobres vivían a orilla de ese sistema de 
cambios (CAVA, 2014).
En 1875, tres años después de su llegada en el 
pueblo de Joaseiro, Padre Cícero logró del bispo de 
Ceará, Don Luiz Antônio dos Santos, el apoyo y la 
autorización para la construcción de una nueva 
capilla para la villa. Convocó hombres y mujeres 
para en régimen de trabajo colectivo, construir 
con las propias manos una gran morada para 
abrigar la imagen de Nuestra Señora de las Penas. 
Listamente, los moradores siguieron en búsqueda 
de los materiales, madera, piedra, arcilla, etc. La 
fuerza del trabajo colectivo de a pocos fue moldando 
la nueva casa de la Madre de Dios, que superó entre 
los años de 1877 y 1879, una de las mayores secas que 
ya asoló el Nordeste. Sólo en 1884 la nueva capilla 
de tres naves, dos torres cuadrangulares y topos en 
forma de pirámides apuntando para el cielo, quedó 
lista, causando grande admiración por su gran 
proyección arquitectónica.
En 24 de marzo de 1844, dueña Quinô, como era 
conocida Joaquina Vicência Romana, da a luz en una 
villa del Crato a un niño de piel clara y ojos azules, 
Cícero Romão Batista. Su padre, Joaquim Romão 
Batista era comerciante y murió en 1862, victimado 
por la epidemia del cólera que asoló la región. Ingresó 
en 1865 en el Seminario de la Prainha en Fortaleza/CE, 
ordenándose cura en 30 de noviembre de 1870, con los 
estudios costeados por el padrino, el Coronel Antônio 
Luiz Alves Pequeno, jefe político de Crato.
Por invitación del profesor SemeãoCorreia de 
Macêdo, Cícero Romão se desplaza por dos leguas5, que 
separan el Crato de Joaseiro, para celebrar la misa de 
navidad. Poco después, en 11 de abril de 1872, el joven 
sacerdote llegaba a Joaseiro para establecer residencia 
definitivamente, teniendo como compañía la madre, 
dos hermanas, Maria Angélica y Angélica Vicência, y 
una agregada de la familia, que se llamaba Tereza.
A ese tiempo, el pueblo aún presentaba el aspecto 
de una hacienda de caña de azúcar, con una población 
estimada en poco más de doscientos habitantes. Cinco 
familias componían los principales propietarios de 
tierras: Bezerra de Menezes, Gonçalves, Landim, 
Macedo y Sobreira. El restante eran trabajadores 
con vínculos en las haciendas de esas familias, cuya 
gran mayoría eran descendientes de esclavos del cura 
Pedro Ribeiro o eran blancos y mestizos sin recursos 
en busca de trabajo.
El lugar tenía apenas tres calles, la calle Grande, 
que más tarde se tornó calle Padre Cícero, calle del 
Brejo y calle de la Capela. Además de la capilla y una 
escuela, tenía aún 32 construcciones, entre las cuales, 
sólo algunas eran de ladrillos y tejas, la gran mayoría 
eran hechas de tapia y cubiertas con paja. Del punto 
de vista comercial tenía poco a ofrecer. Mercadores 
Padre Cícero 
llega al pueblo
028
029
Capela de Nossa Senhora 
das Dores construída em 
formato de mutirão entre 
os anos de 1875 e 1884.
Chapel of Our Lady of 
Sorrows built in the shape 
ofmutirão betweenthe 
years of 1875 and 1884.
Capilla de Nuestra Señora 
de las Penas construida en 
formato de mutirão (trabajo 
colectivo) entre los años de 
1875 y 1884.

Concentração da 
população em frente à 
capela de Nossa Senhora 
das Dores à época de 
finalização da reforma na 
década de 1880.
Population concentration in 
front of the chapel of Our 
Lady of Sorrows by the end 
of the restoration in the 
decade of 1880.
Concentración de la población 
en frente a la capilla de 
Nuestra Señora de las Penas 
a la época de finalización de la 
reforma en la década de 1880.

030
C
om uma rotina intensa de confissões, ce-
lebrações e orientações, o jovem Cícero já 
construía uma reputação de integridade e 
desprendimento, dedicando-se integralmente àquela missão, 
conquistando o respeito e a afeição daquela comunidade.
O ano de 1888 parecia prenunciar fortes acontecimentos. 
O longo período de estiagem castigava o sertanejo. Novenas 
e promessas direcionadas aos céus, buscavam um amparo 
que pudesse mandar chuva para molhar a terra e produzir 
alimento, abrandando a seca e a fome.
Dia 1º de março de 1889, sexta-feira. O Padre Cícero con-
fessava desde a noite anterior. Havia convocado a Irmandade 
do Sagrado Coração de Jesus, também chamado Apostolado 
da Oração, para a celebração que se fazia todas as primeiras 
sextas-feiras de cada mês. Um pequeno grupo de beatas 
acompanhou em vigília durante toda a noite e ao amanhecer, 
o padre resolve dar-lhes a comunhão. Uma das primeiras 
a receber a partícula sagrada, caiu por terra e a brancura 
da hóstia foi tingida de sangue. Era Maria Magdalena do 
Espírito Santo de Araújo, uma jovem órfã que entregou-se 
à vida religiosa. O fato voltou a acontecer todas as quartas 
e sextas-feiras da quaresma, durante dois meses. Do dia da 
Paixão até o dia de Pentecostes, a Ascenção do Senhor, vol-
tou a acontecer diariamente, por 47 dias6, seguindo-se ainda 
por dois anos, sempre que a beata comungava. A notícia es-
palhou-se rapidamente. A Igreja condenou o acontecimento.
Em 07 de julho do mesmo ano de 1889, o reitor do 
Seminário do Crato, monsenhor Francisco Monteiro, or-
ganizou uma comitiva de 3 mil pessoas, saídas da vila do 
Crato com destino ao Joaseiro. Uma vez no povoado, o 
religioso se pronunciou num sermão emocionado sobre 
o mistério da paixão e morte de Cristo, agitando nas mãos 
uns panos manchados de sangue, que segundo declarou, 
tratava-se do sangue da hóstia recebida por Maria de Araújo, 
afirmando que acreditava ser o próprio sangue de Jesus 
Cristo. Essa situação foi o marco simbólico do movimen-
to de romarias, sendo dessa forma, a primeira acontecida 
nas terras do Joaseiro.
A Igreja encaminhou ao povoado comissões de inquérito 
para apurar o caso. A notícia de fatos extraordinários acon-
tecidos em Joaseiro, ganhava manchetes de vários jornais 
regionais e nacionais. As opiniões eram divididas: de um 
lado, milagre; do outro, embuste.
O Padre Cícero foi proibido de celebrar em Joaseiro 
e depois suspenso de ordens, condição que durou até sua 
morte. Ao contrário da beata Maria de Araújo, sua fama 
ganhava cada vez mais força. Junto à Floro Bartolomeu, 
um médico baiano, e do padre Alencar Peixoto, entre ou-
tros, participou efetivamente da emancipação política da 
povoação, deixando em 1911, Joaseiro independente da vila 
do Crato, e se tornou o primeiro prefeito. Logo que assumiu 
convocou uma reunião com os principais chefes políticos 
de toda a região, situação que ficou conhecida como o Pacto 
da Paz7 (MACHADO, 2011).
1889, o ano 
do milagre
031
Padre Cícero Romão Batista.
Priest Cícero Romão Batista.
Padre Cícero Romão Batista.

Beata Maria Magdalena do 
Espírito Santo de Araújo.
Blessed Maria Magdalena do 
Espírito Santo de Araújo.
Beata Maria Magdalena del 
Espíritu Santo de Araújo.

Monsenhor Francisco Monteiro, Reitor 
do Seminário do Crato e primeiro a 
propagar publicamente o milagre.
Monsignor Francisco Monteiro, Rector 
of the Crato’s Seminary and the first to 
propagate publically the miracle.
Monseñor Francisco Monteiro, Rector del 
Seminario del Crato y primero a propagar 
públicamente el milagro.

032
The young priest Cícero had a very busy daily 
routine at the church. He built a solid reputation 
committing to his mission. He had the respect and 
admiration of the community.
The year of 1888 seemed to foresee important 
events. The long years of drought plagued the locals. 
Prayers and promises to heaven were made, asking 
God to send rain in order to help them and diminish 
the drought and the hunger. 
On a Friday, March 1st, 1889, Priest Cícero, had 
been listening to confessions since the previous 
evening. He had summoned a group called 
Irmandade do Sagrado Coração de Jesus also known 
as Apostolado da Oração to the celebration that 
used to happen every first Friday of the month. A 
few devoted women followed the priest through the 
whole night and in the morning the Priest decides 
to do the Communion rite. One of the first women 
to take the Communion, fainted just right after 
receiving it and the host turned blood-red. Her 
name was Maria Magdalena do Espírito Santo de 
Araújo, one young orphan who devoted herself to a 
religious life. The same event happened again every 
Wednesday and Friday during the Lent, for two 
months. From the Good Friday until the Pentecost 
Day, the event happened again on a daily basis 
for forty-seven days6, and went on for two years, 
whenever Maria Madalena took the Communion. The 
news about the event spread quickly but the Catholic 
Church did not recognize it as a miracle. 
On July 7th,1889, the rector of the Crato 
Seminary, Monsignor Francisco Monteiro, organized 
a group of 3,000 people who went from Crato to 
Joazeiro. Once there, the Monsignor delivered a 
passionate sermon about the mystery of death and 
passion of Christ with the pieces of blood-stained 
cloth on his hands. He declared that the blood 
1889, the year 
of the miracle
was from the Communion received by Maria de 
Araújo and that it was Jesus’ blood itself. This event 
symbolizes the beginning of the pilgrimage tradition, 
as this was the first one dated. 
The church sent a commission of inquiry to 
investigate the case. The news reporting unusual 
events in Joaseiro were in the headlines of several 
regional and national newspapers. The public 
opinion was divided: some regarded the event as a 
miracle, others as a fraud.
Priest Cícero was forbidden to celebrate in 
Joaseiro and his priestly ordination was suspended. 
His suspension lasted until his death. Unlike that 
of Maria de Araújo, his reputation grew stronger. 
Together with Floro Bartolomeu, a physician from 
the state of Bahia, and Priest Alencar Peixoto, among 
others, Priest Cícero participated actively in the 
political emancipation of the village. In 1911 Joaseiro 
was made independent from the Royal Village of 
Crato, and Priest Cícero became its first Mayor. Once 
he assumed office, a meeting with the main local 
political leaders was held, an episode that was known 
as the Peace Deal7 (MACHADO, 2011).
033
Con una rutina intensa de confesiones, 
celebraciones y orientaciones, el joven Cícero 
ya construía una reputación de integridad 
y desprendimiento, dedicándose integralmente 
a aquella misión, conquistando el respeto y 
el cariño de aquella comunidad. 
El año de 1888 parecía prenunciar fuertes 
acontecimientos. El longo período de estiaje punía 
el sertanejo. Novenas y promesas direccionadas a 
los cielos, buscaban un amparo que pudiese mandar 
lluvia para mojar la tierra y producir alimento, 
ablandando la seca y el hambre. 
Día 1° de marzo de 1889, viernes, y el Padre Cícero 
confesaba desde la noche anterior. Había convocado 
la Irmandande do Sagrado Coração de Jesus, también 
llamado Apostolado da Oração, para la celebración 
que se hacía todas los primeros viernes de cada mes. 
Un pequeño grupo de beatas acompañó en vigilia 
durante toda la noche y al amanecer.E cura resuelve 
les dar lacomunión. Una de las primeras a recibir la 
partícula sagrada, cayó por tierra y la blancura de la 
hostia fue teñida de sangre. Era Maria Magdalena do 
Espírito Santo de Araújo, una joven huérfana que se 
entregó a la vida religiosa. El fato volvió a ocurrir todos 
los miércoles y viernes de la cuaresma, durante dos 
meses. Del día de la Pasión hasta el día de Pentecostés, 
la Ascensión del Señor, volvió a ocurrir diariamente por 
47 días6, siguiéndose aún por dos años, siempre que la 
beata comulgaba. La noticia se propagó rápidamente. 
La Iglesia condenó el acontecimiento. 
En 7 de julio del mismo año de 1889, el rector del 
Seminario del Crato, monseñor Francisco Monteiro, 
organizó una comitiva de 3 mil personas, salidas 
de la villa de Crato con destino al Joaseiro. Una vez 
en el pueblo, el religioso se pronunció en un sermón 
emocionado sobre el misterio de la pasión y muerte 
de Cristo, agitando en las manos unos pañuelos 
1889, el año 
del milagro
manchados de sangre, que según declaró, se trataba 
de la sangre de la hostia recibida por Maria de 
Araújo, afirmando que creía ser la propia sangre de 
Jesús Cristo. Esa situación fue un marco simbólico 
del movimiento de romerías, siendo de esa forma, la 
primera ocurrida en las tierras de Joaseiro. 
La Iglesia encaminó al pueblo comisiones 
de investigación para apurar el caso. La noticia 
de fatos extraordinarios ocurridos en Joaseiro, 
ganaba portadas de varios periódicos regionales y 
nacionales. Las opiniones eran divididas: de un lado 
milagro; del otro, embuste.
El Padre Cícero fue prohibido de celebrar en 
Joaseiro y después suspenso de órdenes, condición 
que duró hasta su muerte. Al contrario de la beata 
Maria de Araújo, su fama ganaba cada vez más 
fuerza. Junto a Floro Bartolomeu, un médico bahiano, 
y del curaAlencarPeixoto, entre otros, participó 
efectivamente de la emancipación política de la 
población, dejando en 1911Joseiro independiente de 
la villa de Crato, y se tornó el primer alcalde. Luego 
que asumió convocó una reunión con los principales 
jefes políticos de toda la región, situación que se quedó 
conocida como el Pacto de la Paz7 (MACHADO, 2011).
034
A
pós os acontecimentos do milagre, uma 
grande leva de pessoas se deslocaram para 
a pequena povoação, que em pouco tempo 
contava com mais ocupantes do que era possível receber. 
Num primeiro momento, as peregrinações vinham sobretu-
do de municípios vizinhos, na região do Cariri e do estado de 
Pernambuco. Eram fazendeiros, chefes políticos, comercian-
tes, advogados e em grande número, trabalhadores rurais, 
que em fins de 1894, representavam a maioria da população 
permanente. Em anos seguintes, as levas de famílias que 
chegavam eram provenientes de lugares mais distantes, de 
várias partes do Nordeste brasileiro.
Diante de tal circunstância, o Padre Cícero começou a 
orientar os recém-chegados a desenvolver um ofício, fazendo 
do famoso conselho “cada sala um oratório, cada quintal 
uma oficina” uma realidade local.
As grandes secas do final do século XIX e início do século 
XX, afetaram forte e negativamente a economia do Ceará. 
Além disso, as produções de café do sudeste e os seringais 
na região norte, alavancaram uma grande emigração de 
cerca de meio milhão de sertanejos. Na contramão desse 
movimento e da escassez de mão de obra, Joaseiro ganhava 
em força de trabalho. As levas de famílias que chegavam 
impactaram na economia de várias localidades da região 
do Cariri. Sob a orientação do Padre Cícero, seguiam para 
plantar mandioca e outros gêneros alimentícios, na chapada 
do Araripe e nas serras de São Pedro e da Mãozinha.
Cada sala um oratório, 
cada quintal uma oficina
Lucrou eminentemente o Cariri com a imigração dos romei-
ros. Sob esse ponto de vista foi o Padre Cícero — não há o 
que duvidar — um dos maiores fatores de progresso da vida 
econômica sul-cearense. Ao lado das lavras de mandioca, 
na serra, alargaram-se consideravelmente as plantações 
de milho, de feijão e cana-de-açúcar no vale caririense, até 
então, por escassez de braços, cultivado em reduzida parte 
(PINHEIRO, 1938, p. 173).
Seu trabalho e influência extrapolou o campo da religiosi-
dade, empreendendo esforços no social, econômico, político 
e educacional. Incentivou beatas e beatos a trabalharem na 
educação custeando com recursos próprios a abertura de 
escolas para meninos e para meninas, além de orientar ou-
tros professores a abrirem seus próprios espaços de ensino.
No início de 1910, o povoado contava com 23 engenhos de 
açúcar, rapadura e álcool, 35 aviamentos para farinha, as 
várzeas e terras férteis cheias de roçados de milho, feijão e 
arroz e sua população ia além dos 16 mil habitantes. Contava 
com 22 ruas, duas praças, iluminação à querosene com pos-
teações, duas padarias, 3 barbearias, duas farmácias, 15 
alfaiatarias, 20 escolas primárias8, sendo duas públicas, 
uma tipografia, um jornal, uma agência dos correios, uma 
estação telegráfica, um tabelião, uma coletoria estadual, 10 
lojas de tecidos e artigos e armarinhos, 30 mercearias, bares 
e lojinhas de miudezas (BARBOSA, 1994, p. 44).
035
Joaseiro em 1911, época da 
emancipação política. 
Joaseiro in 1911, time of the 
political emancipation.
Joaseiro en 1911, época de la 
emancipación política.
 Medalha com a imagem do 
Padre Cícero, produzida 
em Joaseiro.
Medal with the image of 
Priest Cícero, produced in 
Joaseiro.
Medalla con la imagen del Padre 
Cícero, producida en Joaseiro.

036
Foi ainda por iniciativa do Padre Cícero que a borracha de 
maniçoba foi introduzida na região, assim como o retor-
no ao cultivo do algodão, que havia sido quase totalmente 
abandonado. Foi ele que comprou uma das primeiras má-
quinas de descaroçar algodão movida a vapor, da região. 
Foram esses dois produtos, borracha e algodão, que possi-
bilitaram a ligação econômica de Joaseiro com o comércio 
exportador das grandes casas comerciais da capital cearen-
se, como a empresa francesa Boris Frères e a Companhia 
Brasileira de Adolpho Barroso.
À medida que o povoado crescia, aumentavam as neces-
sidades de consumo. O comércio prosperava. Por outra via, 
a área rural não tinha capacidade para absorver a grande 
demanda de recém-chegados nas atividades agrícolas. A 
nascente indústria do artesanato começava a preparar o 
terreno e erguer as primeiras colunas para se afirmar como 
principal atividade econômica do lugar. Eram ferreiros, cute-
leiros, sapateiros, louceiras, chapeleiros, santeiros, entre 
outros. As oficinas surgiam nas calçadas e/ou nos quintais, 
em sua maioria. Algumas com forja de tornos, máquinas 
de costuras ou simplesmente a principal ferramenta: as 
mãos dos artesãos, trabalhando na manufatura de artigos 
de uso doméstico com matéria-prima local. Eram utilizados 
madeira, corda, barro, palha, flandre, gesso etc.
O movimento de romeiros que chegavam para uma bre-
ve estadia, retornando em seguida para suas localidades, 
movimentou ainda um outro ofício, a manufatura de fogos 
de artifícios. Segundo a tradição que permanece até os dias 
atuais, ao chegar à cidade, o romeiro queima fogos para 
agradecer pela viagem e por estar ali.
Os artigos religiosos, como medalhas, crucifixos, es-
capulários, rosários e imagens de diversos santos, entre eles 
Nossa Senhora das Dores e do próprio Padre Cícero, eram 
feitos de madeira e barro. Esses produtos eram escoados 
para o mercado de todo o Nordeste. Uma grande parte desses 
artesãos foram, aos poucos, se transformando em ourives, 
cuja quantidade se agigantou tanto que rendeu a Juazeiro, 
anos à frente, a notoriedade de cidade do interior com o 
maior número desses profissionais no Brasil.
A recente vila já contava com muitas marcenarias e uma 
fundição que produzia sinos e relógios de parede e de tor-
re, que seguiram num primeiro momento para exportação 
no Nordeste, ampliando-se em seguida para todo o país. 
O crescimento econômico era vertiginoso e muito visível, 
contando com uma generosa arrecadação de impostos. A 
arrecadaçãoestadual em 1912 por exemplo, era de 29 contos 
e 800 mil-réis, passando para 52 contos e 100 mil-réis em 
1922. Os federais subiram de 2 contos e 444 mil-réis em 1916, 
para 36 contos e 550 mil-réis, em 1923 (CAVA, 2014).
Em 20 de julho de 1934, a cidade chorou ao despedir-se 
de seu patriarca. Ao contrário do que alguns projetaram, o 
fluxo de romarias aumentou ainda mais. A indústria flores-
ceu e novas fábricas se instalaram. Escolas foram abertas e 
a população permanente só cresceu. Dessa forma, a morte 
do Patriarca desencadeou um impulso ainda maior na ida 
de romeiros à Juazeiro do Norte, dinamizando o comércio 
e promovendo um processo urbano estrutural que viria a 
favorecer a vinda de empreendimentos comerciais, peque-
nas indústrias e estabelecimentos de serviços.
037
Rua Dr. Floro na década de 
1920, aproximadamente.
Dr. Floro Street in the decade 
of 1920, approximately.
Calle Dr Floro en la década de 
1920 aproximadamente.

Rua do Cruzeiro em frente 
à Praça Padre Cícero, 
na década de 1920, 
aproximadamente.
Cruzeiro Street in front of 
the Padre Cícero Square, 
approximately in the decade 
of 1920.
Calle del Cruzeiro, delante 
de la Plaza Padre Cícero, 
en la década de 1920, 
aproximadamente.

038
Antigo mercado central, 
localizado à rua Dr. Floro
Old central market located 
in Dr. Floro Street.
Antiguo mercado central, 
ubicado en la calle Dr Floro.

Vista da Praça Padre 
Cícero a partir da rua São 
Francisco, na década de 
1920, aproximadamente.
View of the Priest Cícero 
Square from São Francisco 
Street, in the decade of 
1920, approximately.
Vista de la Plaza Padre 
Cícero a partir de la calle São 
Francisco, en la década de 
1920, aproximadamente.

039
After the circumstances of the miracle, a large 
number of people converged towards the small 
village, which shortly after had far more inhabitants 
than it could receive. At first, the groups came 
mostly from small neighbor towns in the Cariri 
region and the state of Pernambuco. They were 
farm owners, political leaders, merchants, lawyers 
and a large number of farm workers. By the 
end of 1894 these people made up the majority 
of the permanent population. In the years that 
followed other groups of families came from 
farther regions of the Brazilian northeast. 
Under these circumstances, Priest Cicero 
started advising these newcomers to get themselves 
into the habit of praying and find an occupation, 
turning one of his famous sayings “Each room an 
oratory, each backyard a workshop” a local reality. 
The greatest droughts of the end of the 19th 
century and beginning of the 20th century had 
a great negative impact on the economy of the 
state of Ceará. Besides, the coffee plantations 
from the Southeast region and the rubber 
plantations of the North part of the country were 
responsible for the emigration of about half a 
million Northeasterners. In opposition to this 
movement and the workforce scarcity, Joazeiro 
increased its labor force. The families who arrived 
there had a great impact on the economy of many 
towns in the Cariri region. Under Priest Cicero’s 
guidance, they would proceed to cultivate manioc 
and other kinds of crops in the Araripe Hills and 
the mountains of São Pedro and Mãozinha.
Each room an oratory, each 
backyard a workshop
The Cariri region profited largely with the pilgrimage. 
Under this perspective, there is no doubt that Priest 
Cícero was one of the main factors which stimulated 
the economic progress in the south of Ceará. By 
the manioc cultivation, corn, beans and sugar cane 
plantations spread considerably at the Cariri valley, 
which were less cultivated due to the lack of workforce 
(PINHEIRO, 1938, page 173).
Priest Cicero’s work and influence went far 
beyond the religious context promoting social, 
economical, political and educational efforts. 
He motivated his devoted men and women to 
work on the education field, funding himself the 
opening of schools for boys and girls, besides 
orienting other teachers to open their own 
educational establishments.
In the beginning of 1910, the village had 23 sugar 
mills and 35 flour mills, its meadows and fertile lands 
were full of corn, beans and rice plantations and 
the population exceeded 16,000 inhabitants. There 
were twenty-two streets, two squares, kerosene lamp 
posts for lighting, two bakeries, three barber shops, 
two drugstores, fifteen tailor shops, twenty primary 
schools8, two of which were public schools, one printing 
company, a newspaper, a post office, a telegraph 
station, a notary public, a state tax collector firm, ten 
fabric stores, thirty grocery stores, bars and small 
items stores (BARBOSA, 1994, page 44).
040
It was also because of Priest Cicero that the 
maniçoba (a typical tree) rubber was introduced 
to the region as well as the resuming of the cotton 
cultivation, which had been almost completely 
abandoned. He was the one who first bought a cotton 
gin. These two products, namely rubber and cotton, 
made it possible for Joaseiro to establish economic 
relations to the biggest exporting commerce 
businesses from the capital of the state, such as the 
French enterprise Boris Frères and the Companhia 
Brasileira de Adolpho Barroso. 
As the village developed, the consumer needs 
increased. The commerce thrived. On the other 
hand, the rural area was not able to take the number 
of newcomers in the agricultural activities. The 
recent craft industry had just started laying its 
ground to later become the main local economic 
activity. They were blacksmiths, cutlers, shoe, 
pottery and hat makers, among others. The 
workshops started mainly on the sidewalks or on 
the backyards. Some of them used forges, sewing 
machines or simply the main tool, the hands of the 
craftsman working to produce daily items with local 
raw materials, such as: wood, ropes, clay, straw, 
tinplate, plaster, etc. 
The pilgrimage flow of those who would come 
for a short stay, promoted yet another business, the 
fireworks crafting. According to the tradition, which 
holds up to the present moment, as soon as the 
visitor arrives, he should light fireworks to thank for 
the journey and for the arrival. 
The religious articles, such as: medallions, 
crosses, rosaries, pendants, necklaces and statues 
of several saints, including Our Lady of Sorrows 
and Priest Cicero himself were made of wood and 
clay. These products were sent to all the Northeast 
market. A great number of these craftsmen gradually 
became jewelers, which were so numerous that 
in some years the city had the reputation of being 
the countryside city in Brazil with the greatest 
number of these workers.
The recent village had carpentry shops and 
foundries, which produces bells and clocks destined 
at first to the exportation in the Northeast and later to 
the whole country. The economic growth was visible 
and the tax collection was huge. The state collection 
in 1912 was 29,8 contos (the former currency) 
reaching 52,1 contos in 1922. The federal collection 
went from 2,4 in 1916 to 36,5 in 1923 (CAVA, 2014). 
On July 20th, 1934, the city wept for the loss 
of its Patriarch. Opposing to what was imagined, 
the pilgrimage flow increased even more. The 
industry sector flourished and new factories were 
settled. Schools were opened and the population 
increased. This way, Priest Cicero’s death produced 
the increase of the pilgrimage flow in Juazeiro 
do Norte, promoting the commerce and the 
urban infrastructure, which later would favor the 
establishment of new businesses.
041
Después de los ocurridos del milagro, una gran lleva 
de personas se desplazó para la pequeña población, 
que en poco tiempo contaba con más ocupantes de 
lo que era posible recibir. En un primer momento, las 
peregrinaciones venían sobretodo de ciudades vecinas, 
de la región del Cariri y del estado de Pernambuco. 
Eran campesinos, jefes políticos, comerciantes, 
abogados y en gran número, trabajadores rurales,que en fines de 1894, representaban la mayoría de la 
población permanente. En años siguientes, las llevas de 
familias que llegaban eran provenientes de lugares más 
distantes, de varias partes del Nordeste brasileño.
Ante esa circunstancia, el Padre Cícero empezó 
a orientar los recién llegados a desarrollar un oficio, 
haciendo del famoso consejo “cada salón un oratorio, 
cada patio un taller” una realidad local. 
Las grandes secas del final del siglo XIX e inicio 
del siglo XX, afectaron fuerte y negativamente a la 
economía del Ceará. Además, las producciones de 
café del sudeste y los árboles de caucho en la región 
norte,impulsaron una gran emigración de cerca de 
medio millón de sertanejos. En contramano a ese 
movimiento y de la falta de mano de obra, Joaseiro 
ganaba en fuerza de trabajo. Las llevas de familias que 
llegaban impactaron la economía de varias localidades 
de la región del Cariri. Bajo la orientación del Padre 
Cícero, seguían para plantar yuca y otros géneros 
alimenticios, en la sierra del Araripe y en las sierras de 
São Pedro e Mãozinha.
Lucró eminentemente el Cariri con la inmigración de los 
romeros. Bajo ese punto de vista fue el Padre Cícero — 
no hay lo que dudar — uno de los mayores factores de 
progreso de la vida económica sul-cearense. Al lado de las 
labras de yuca, en la sierra, se alargaron considerablemente 
las plantaciones de maíz, de frijol y caña de azúcar en el 
valle caririense, hasta entonces, por escasez de brazos, 
cultivado en reducida parte (PINHEIRO, 1938, p. 173).
Cada salón un oratorio, 
cada patio un taller
Su trabajo e influencia extrapoló el campo de la 
religiosidad, emprendiendo esfuerzos en el social, 
económico, político y educacional. Incentivó beatas 
y beatos a trabajaren en la educación costeando con 
recursos propios la abertura de escuelas para niños 
y para niñas, además de orientar otros maestros a 
abrieren sus propios espacios de enseño.
En el inicio de 1910, el pueblo contaba con 23 ingenios 
de azúcar, rapadura y alcohol, 35 aviamientos para 
harina, las vegas y tierras fértiles llenas de rozados 
de maíz, frijol y arroz y su población iba además 
de los 16 mil habitantes. Contaba con 22 calles, dos 
plazas, iluminación a querosene con posteaciones, dos 
panaderías, 3 barberías, dos farmacias, 15 sastrerías, 
20 escuelas primarias8, siendo dos públicas, una 
tipografía, un periódico, una agencia de los correos, 
una estación telegráfica, un notario, una oficina 
de impuestos, 10 tiendas de tejidos y artículos y 
pequeñas tiendas, 30 merecerías, bares y tienditas de 
menudencias (BARBOSA, 1994, p.44).
Fue aún por iniciativa del Padre Cícero que la 
goma de la maniçoba fue introducida en la región, 
así como el retorno al cultivo del algodón, que 
había sido casi totalmente abandonado. Fue él que 
compró una de las primeras máquinas de descarozar 
algodón movida a vapor, de la región. Fueron eses 
dos productos, goma y algodón que posibilitaron 
la ligación económica de Joaseiro con el comercio 
exportador de las grandes casas comerciales de la 
capital Cearense, como la empresa francesa Boris 
Frères y la Compañía Brasileña de Adolpho Barroso.
042
A medida que el pueblo crecía, aumentaban las 
necesidades de consumo. El comercio prosperaba. 
Por otra vía, el área rural no tenía capacidad para 
absorber la gran demanda de recién-llegados en las 
actividades agrícolas. La naciente industria de la 
artesanía empezaba a preparar el terreno y erguir las 
primeras columnas para afirmarse como principal 
actividad económica del lugar. Eran herreros, 
forjadores, zapateros, locero, sombrereros, santeros, 
entre otros. Los talleres surgieron en los paseos y/o 
patios, en su mayoría. Algunas con forja de tornos, 
máquinas de costuras o simplemente la principal 
herramienta: las manos de los artesanos, trabajando 
en la manufactura de artículos de uso doméstico con 
materia-prima local. Eran utilizados madera, cuerda, 
arcilla, paja, flandre, yeso,etc. 
El movimiento de romeros que llegaban para 
una breve estadía, retornando en seguida para sus 
localidades, movió aún otro oficio, la manufactura 
de fuegos de artificios. Según la tradición que 
permanece hasta los días actuales, al llegar a la 
ciudad, el romero quema fuegos para agradecer por el 
viaje y por estar allí. 
Los artículos religiosos, como medallas, crucifijos, 
escapularios, rosarios e imágenes de diversos santos, 
entre ellos Nuestra Señora de las Penas y del propio 
Padre Cícero, eran hechos de madera y arcilla. Eses 
productos eran drenados para el mercado de todo el 
Nordeste. Una gran parte de esos artesanos fueron, de 
a pocos, transformándose en orfebres, cuya cantidad se 
agigantó tanto que rindió a Juazeiro, años adelante, la 
notoriedad de ciudad del interior con el mayor número 
de esos profesionales en Brasil. 
La reciente villa ya contaba con muchas 
marcenarías y una fundición que producía campanas y 
relojes de pared y de torre, que siguieron en un primer 
momento para exportación en Nordeste, ampliándose 
en seguida para todo el país. El crecimiento económico 
era vertiginoso y muy visible, contando con una 
generosa recaudación de impuestos. La recaudación 
estatal en 1912 por ejemplo, era de 29 cuentos y 800 mil 
réis, pasando para 52 cuentos y 100 mil réis en 1922. Los 
federales subieron de 2 cuentos y 44 mil réis en 1916, 
para 36 cuentos y 550 mil réis en 1923 (CAVA, 2014).
En 20 de julio de 1934, la ciudad lloró al 
despedirse de su patriarca. Al contrario de lo que 
algunos proyectaron, el flujo de romerías aumentó 
aún más. La industria floreció y nuevas fábricas se 
instalaron. Escuelas fueron abiertas y la población 
permanente sólo creció. De esa forma, la muerte del 
Patriarca desencadenó un impulso todavía mayor en 
la ida de romeros a Juazeiro do Norte, dinamizando 
el comercio y promoviendo un proceso urbano 
estructural que vendría a favorecer la llegada de 
emprendimientos comerciales, pequeñas industrias 
y establecer de servicios.
043
Imagens do Padre Cícero em 
gesso.
Priest Cícero images in plaster.
Imágenes del Padre Cícero en 
yeso.
 Página seguinte: Cortejo 
conduzindo o caixão do 
Padre Cícero Romão Batista, 
no dia 20 de julho de 1934.
Next page: Parade conducing 
Priest Cícero Romão Batista’s 
coffin, in July 20th in 1934.
Página siguiente: Cortejo 
conduciendo el féretro del Padre 
Cícero Romão Batista, en el día 
20 de julio de 1934.

044
045
046
2. 
 
JUAZEIRO 
DO NORTE: 
UM CENTRO 
URBANO
047
2. 
 
JUAZEIRO 
DO NORTE: 
UM CENTRO 
URBANO
048
É 
a chapada do Araripe que ampara a visão do 
lado oeste da cidade. Ao findar o dia é por de-
trás dela que o sol quietamente vai se deitando 
e enchendo os olhos de quem assiste o pôr-do-sol em vista 
panorâmica na serra do Horto. Era lá nesta mesma serra 
que o Padre Cícero descansava.
Com uma área territorial de 258,5873 km2 (CEARÁ, 
2019) e uma população de 249.939 habitantes, registrada 
no último censo em 2010, tem densidade demográfica de 
1.004,45 hab/km2 e estimativa populacional em 2020 de 
276.264 (IBGE, 2020).
É o terceiro município mais populoso do Ceará e o 
centésimo no ranking nacional, levando em consideração 
apenas a população residente. O gráfico abaixo mostra 
O coração 
do Nordeste
que a evolução demográfica evoluiu aproximadamente 
58%, superando a média estadual (33%) e a nacional (30%) 
considerando o período de 27 anos, 1991 a 2018. Entre os 
principais atrativos para novos residentes na cidade, estão 
o polo educacional, comercial e de saúde. 
Localizado na mesorregião sul cearense e na micror-
região do Cariri, Juazeiro do Norte está a 497 quilômetros 
da capital Fortaleza. Mantém uma equidistância de 
aproximadamente 600km das capitais nordestinas. A 
localização geográfica tornou-se ao longo do tempo, um 
interessante diferencial, que em muito agregou valor ao 
aspecto econômico, por polarizar outras regiões, facilitan-
do o processo logístico de distribuição e de convergência

Continue navegando