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FACULDADE SENAC PROJETO DE CERTIFICAÇÃO/NORMALIZAÇÃO E AUDITORIA DA ABNT ISO 9001:2015/ABNT ISO 19011:2012 NA EMPRESA LUSEANNA EX TRANSPORTES, QUE ATUA NA ÁREA DE LOGÍSTICA, TRANSPORTES, COLETAS, ENTREGAS, ARMAZENAGENS COM CÂMARAS FRIAS, PALETIZAÇÃO E EMBALAGEM DE MERCADORIAS - ÁREA FOCO: PROCESSO DE CARGA E DESCARGA DE MERCADORIAS. CONTAGEM/MG Alunos: Bárbara Letícia Rodrigues Celso Marcondes Ribeiro Silvânia de Souza Vanda Valentim Viviane Nunes Contagem-MG 2017 FACULDADE SENAC TECNÓLOGO EM GESTÃO DA QUALIDADE PROJETO DE CERTIFICAÇÃO/NORMALIZAÇÃO E AUDITORIA DA ABNT ISO 9001:2015/ABNT ISO 19011:2012 NA EMPRESA LUSEANNA EX TRANSPORTES, QUE ATUA NA ÁREA DE LOGÍSTICA, TRANSPORTES, COLETAS, ENTREGAS, ARMAZENAGENS COM CÂMARAS FRIAS, PALETIZAÇÃO E EMBALAGEM DE MERCADORIAS - ÁREA FOCO: PROCESSO DE CARGA E DESCARGA DE MERCADORIAS. CONTAGEM/MG Trabalho de tópicos especiais apresentado no 4º período do curso de graduação em tecnólogo em gestão da qualidade Faculdade SENAC como pré-requisito final para conclusão do curso. Orientador TE I e II: Leonardo de Oliveira Leite Orientadora TE III e IV: Christiane Sanches Por: Bárbara Letícia Rodrigues Celso Marcondes Ribeiro Silvânia de Souza Vanda Valentim Viviane Nunes LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Etapas do processo de Acreditação de Organismos de Certificação 26 Figura 2 – Gráfico de causas de avarias 57 Figura 3 – Gráfico de causas de avarias 58 Figura 4 – Macro Plano Luseanna Ex Transportes 60 Figura 5 – Cronograma de implementação do Sistema de Gestão ISO 9001 61 Figura 6 – Estrutura de Documentação do Sistema de Gestão 62 Figura 7 – Macroprocesso Luseanna Ex Transportes 65 Figura 8 – Carga de bebidas paletizada aguardando para ser carregada no caminhão 76 Figura 9 – Empilhadeira com a carga paletizada 77 Figura 10 – Carga de bebidas paletizada no caminhão 77 Figura 11 - Relatório de solicitação de Ação Corretiva e Preventiva (SACP) 93 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446444 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446445 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Missão, Visão e Valores da empresa Luseanna Ex Transportes 6 Quadro 2 – Eras da qualidade 10 Quadro 3 – Gurus da qualidade e suas contribuições 11 Quadro 4 – As sete ferramentas da qualidade 12 Quadro 5 – Dez princípios da qualidade total 14 Quadro 6 – A família da série ISO 9000, 14000 e 26000 16 Quadro 7 – Norma OHSAS 18001 e PBQP-H 17 Quadro 8 – Princípios de Gestão da Qualidade 18 Quadro 9 – Requisitos da ISO 9001:1994 19 Quadro 10 – Sistemas de Gestão da Qualidade 21 Quadro 11 – Organismos Certificadores 26 Quadro 12 - Características básicas de um gerente da qualidade 27 Quadro 13 - Sete princípios da Gestão Qualidade 29 Quadro 14 – Família de normas NBR ISO 14000 40 Quadro 15 – Benefícios da implantação da PBQP-H 45 Quadro 16 – Divisão das auditorias, conforme ISO 19011:2012 47 Quadro 17 - Estrutura macro para alcance da qualidade organizacional 49 Quadro 18 - Lista Mestra de documentos do SGQ 63 Quadro 19 - Lista Mestra de registros do SGQ 64 Quadro 20 – Macroprocesso Carga 68 Quadro 21 – Macroprocesso Descarga 69 Quadro 22 – Macroprocesso Logística 70 Quadro 23 – Cargos referentes a área foco da Luseanna Ex Transportes 72 Quadro 24 – Cargos referentes a área foco da Luseanna Ex Transportes 72 Quadro 25 – Cronograma de Auditoria de Qualidade 80 Quadro 26: Auditoria de Adequação – Folha de dados 81 Quadro 27: Programa de Auditoria Interna 83 Quadro 28 – Plano de Auditoria Interna Luseanna Ex Transportes 85 Quadro 29 – Notificação de Auditoria Interna Logística/SGQ/Carga/Descarga 86 Quadro 30 – Notificação de Auditoria Interna Alta Direção 87 Quadro 31 – Notificação de Auditoria Interna Recursos Humanos 87 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446474 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446475 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446476 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446477 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446478 file:///E:/TE4/Modelo%20TE%20Trabalho%20FINALv8imprimir2.docx%23_Toc484446484 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 6 1 1.1 Caracterização da empresa e seu ambiente 6 1.2 Relatório de visita técnica 7 REFERENCIAL TEÓRICO 9 2 2.1 Conceito de Administração 9 2.2 Conceito de Qualidade 9 2.3 Evolução da Qualidade 10 2.3.1 Principais gurus da qualidade 11 2.3.2 As 7 ferramentas da qualidade 12 2.4 Conceito de Gestão da Qualidade 13 2.5 Conceito de Qualidade Total 13 2.6 Conceito de ISO e Evolução das Normas da série ISO 9000 (9000, 9001, 9004, 14001, 19011) OHSAS 1800 /01, PBQP-H, ISO 26000; 14 2.7 Visão geral do Sistema da Qualidade ISO 9001(objetivo e aplicação); 17 2.8 Princípios de Gestão da Qualidade 18 2.9 Fundamentos da ISO 9000 versão 1994 19 2.10 Conceitos de Sistema de Gestão da Qualidade 21 2.11 Certificação 23 2.12 Organismo Certificador 24 2.13 Acreditação 25 2.13.1 Critérios de Acreditação 25 2.14 Perfil do profissional da Qualidade 27 2.15 Visão Geral do Sistema da Qualidade ISO 9001:2015. Objetivo e aplicação 28 2.16 Princípios de gestão da ISO 9001:2015 e etapas para implantação 28 2.17 Princípios da ABNT NBR ISO 31000 aplicado a ABNT NBR ISO 9001:2015 30 2.18 Requisitos Gerais e de Documentação do Sistema da Qualidade ISO 9001:2015 31 2.19 ABNT NBR 10002 32 2.20 ABNT NBR 10005 33 2.21 ABNT NBR 10012 34 2.22 ABNT ISO/TR 10013 34 2.23 ABNT NBR ISO 10014 35 2.24 ABNT NBR ISO 10015 36 2.25 ABNT ISO/TR 10017 37 2.26 ABNT NBR ISO 10018 38 2.27 ABNT NBR ISO 10019 39 2.28 ISO 14000 39 2.29 ABNT NBR ISO 10008 41 2.30 ABNT NBR ISO 35700 42 2.31 ISO/IEC 9003 43 2.32 OHSAS 18001 43 2.33 PBQP-H nível A 44 2.34 ISO 26000 45 2.35INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS DE AUDITORIA DA QUALIDADE 46 2.36 OBJETIVOS DA QUALIDADE ORGANIZACIONAL 47 2.37 ABORDAGEM SISTÊMICA PARA ALCANCE DA QUALIDADE ORGANIZACIONAL 48 2.38 QUALIDADE SEGUNDO O FOCO DA AUDITORIA EM RELAÇÃO ÀS NORMAS ISO 49 2.39 APLICAÇÃO E FORMA DA AUDITORIA DA QUALIDADE 51 2.40 CONCEITOS E NATUREZA DA AUDITORIA DA QUALIDADE EM FACE DA METODOLOGIA AUDQUA 52 METODOLOGIA 54 3 3.1 Tipos de pesquisa 54 3.1.1 Quanto aos fins 54 3.1.2 Quanto aos meios 54 3.2 Universo, amostra e seleção dos sujeitos 54 3.3 Coleta de dados 55 3.4 Tratamento de dados 55 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS – PROJETO NORMATIZAÇÃO, 4 CERTIFICAÇÃO (Tópicos Especiais III) E AUDITORIA DA QUALIDADE (Tópicos Especiais IV) 56 4.1 Objetivo 56 4.2 Justificativa 56 4.3 Projeto de Normatização e Certificação (Tópicos Especiais III) 59 4.3.1 Plano de Trabalho 59 4.3.2 Visão Sistêmica dos Macroprocessos da Organização 65 4.3.3 Detalhamento dos Principais Macroprocessos da Organização 66 4.3.4 Instruções de Trabalho dos principais macroprocessos da organização 71 Matriz de competências 71 4.4 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS – TÓPICOS ESPECIAIS II 73 4.5 Resultados 74 4.5.1 Organograma 75 4.5.2 Fluxograma 75 4.5.3 O processo de elaboração da Instrução de Trabalho 76 4.6 Proposta Comercial 77 4.7 Projeto de Auditoria de Qualidade (Tópicos Especiais IV) 79 4.7.1 Projeto de auditoria de Sistema de Gestão 79 4.7.2 Preparação Inicial 80 4.7.3 Planejamento detalhado 82 4.8 Reunião de Abertura 88 4.9 O processo de Auditoria 88 4.10 Relatando as Constatações da Auditoria 90 4.11 Reunião de Fechamento 92 CONSIDERAÇÕES FINAIS 94 5 REFERÊNCIAS 96 APÊNDICES 103 APÊNDICE A – Questionário de visita técnica 103 APÊNCIDE B – Organograma Luseanna Ex Transportes 107 APÊNDICE C – Fluxograma 108 APÊNDICE D - Instrução de Trabalho110 APÊNDICE E – Proposta Comercial 116 APÊNDICE F – Custos da Consultoria 121 APÊNDICE G – Ata de visita técnica 123 APÊNDICE H – Instrução de trabalho Carga 124 APÊNDICE I – Instrução de trabalho Descarga 127 APÊNDICE J – Instrução de trabalho Logística 130 APÊNDICE K - INDICADORES LUSEANNA EX TRANSPORTES 134 APÊNDICE M – ORÇAMENTO PARA AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO (ALC) 144 APÊNDICE N – ORÇAMENTO PARA AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO (RINA) 148 APÊNDICE O – CHECK LIST DE AUDITORIA INTERNA 155 APENDICE P – LISTA DE PRESENÇA DE AUDITORIA INTERNA 162 ANEXOS 163 ANEXO A - Esboço para criação de organograma 163 ANEXO B - Nota Fiscal 164 ANEXO C - CTE – Conhecimento de Transporte Eletrônico 165 6 INTRODUÇÃO 1 O objetivo do trabalho é apresentar a definição e conceitos de qualidade, o relatório de visita técnica, às ferramentas de qualidade aplicadas na empresa objeto de estudo, os métodos administrativos aplicados e as fundamentações teóricas sobre o assunto estudado. 1.1 Caracterização da empresa e seu ambiente A empresa Luseanna Ex Transportes é uma empresa familiar que atua no ramo de serviços. Foi fundada em Contagem no ano de 2002, juntamente com a matriz em São Paulo. Ela nasceu do sonho do fundador, que na ocasião já era caminhoneiro e realizava o transporte de mercadorias para o segmento de construção civil. Atualmente a empresa conta com aproximadamente 45 colaboradores e busca continuamente melhorias na sua estrutura. Realiza transportes rodoviários de cargas fechadas, fracionadas e de frete dedicado dentro do conceito just in time. O Quadro 1 apresenta a missão, a visão e os valores da empresa. Quadro 1 – Missão, Visão e Valores da empresa Luseanna Ex Transportes MISSÃO Fornecer serviços de transportes rodoviários de cargas com qualidade, agilidade e segurança, mantendo a satisfação, a ética e a pontualidade no atendimento. Desenvolver serviços e processos que satisfaçam as exigências de nossos clientes. VISÃO Ser uma das maiores e melhores empresas de transportes de carga da região de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, com meta de ampliação de suas filiais para atendimento de quatro estados no próximo ano. VALORES Manter a transparência e o bom relacionamento comercial, moral e ético. Garantir a nossa visibilidade e divulgação pelos clientes e pelos funcionários, independente de seu nível hierárquico. Ser referência de integridade e responsabilidade, honrando com os compromissos, deveres sociais e comerciais. Fonte: Luseanna Ex Transportes 1 (2015) Política da Qualidade A Luseanna Ex Transportes atua no transporte de cargas em geral e logísticas, nas regiões interestaduais e municipais, baseando-se nos seguintes princípios: Cumprimento do prazo de entrega; Preservação da integridade das mercadorias; 1 Disponível em http://www.luseannaex.com.br, acesso em 22/11/2015 7 Crescimento da empresa; Cumprir os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis em vigor; Entregar ao cliente final mercadorias com qualidade, agilidade e segurança. Organograma De acordo com o Diretor a empresa está estruturada da seguinte maneira: Diretoria - Departamento Financeiro - Departamento de Pessoal - Departamento Comercial – Expedição - Setor Operacional 1.2 Relatório de visita técnica A visita técnica foi realizada dia 20 de novembro de 2015, no período da manhã. Fomos recebidos pelo Diretor da empresa, o Sr. Geraldo. Conforme relatado pelo diretor da empresa os programas de responsabilidade sociais existentes, em andamento e que serão implantados são: a) implantação de aquecedor solar em sua sede. b) possui benefícios voltados à saúde, segurança no trabalho e qualidade de vida de seus funcionários. c) promove treinamento e capacitação sobre transporte e armazenamento de carga. d) o código de ética ainda está em processo de análise para ser criado. e) a empresa não promove cursos relacionados à responsabilidade social e ambiental para seu corpo técnico. f) a empresa não possui reconhecimento/certificação social. A empresa cede um veículo e um motorista para fazer o recolhimento de doações para entidades que atendem os moradores de rua e pessoas. Ela incentiva e mobiliza o trabalho voluntário de seus funcionários, mas são poucos os interessados. A política de qualidade encontra-se em desenvolvimento. Raramente a qualidade dos produtos e serviços é monitorada, e não há a utilização de instrumentos ou ferramentas para aferi-la. O diretor acha importante a empresa ter a certificação, mas encontra dificuldades em 8 implantar. O setor visitado foi o de carga e descarga. Nesse setor são recebidas as carretas e caminhões com mercadorias de diversos clientes, e após o recebimento as mercadorias são descarregadas, separadas e conferidas quantitativamente. Verifica-se qual será o cliente e o destino das mercadorias, e após essa verificação as mercadorias são carregadas em caminhões menores e seguem para o tráfego urbano seguindo rotas definidas. Utiliza-se um documento para controle dos serviços que se chama DACTE (Documento auxiliar do conhecimento de transporte eletrônico). Apêndice A. 9 REFERENCIAL TEÓRICO 2 2.1 Conceito de Administração Daft (2010) esclarece que administração pode ser entendida como um processo universal. Enfatiza a importância dos recursos humanos nas organizações, considerando que, por meio delas, as metas pré-estabelecidas serão alcançadas com êxito. Newman (2007) acredita que administração é orientar, dirigir e controlar os esforços de pessoas para o alcance dos objetivos. Para o autor a administração só funciona se as partes envolvidas no processo, administradores e funcionários, estiverem alinhadas aos objetivos organizacionais. Montana e Charnov (2006) ao apresentarem o conceito de administração fazem referência ao descrito pelo presidente da Associação Americana de Administração, em 1980, como sendo a realização de atividades através de pessoas, ou seja, é conseguir alcançar objetivos organizacionais com e por meio de pessoas. Alguns aspectos devem ser considerados como a valorização das pessoas dentro da organização, foco nos resultados a serem alcançados e alinhamento entre objetivos pessoais e organizacionais. Dos conceitos apresentados podemos afirmar que administração é um processo para facilitar o desempenho do trabalhador, utilizando os recursos disponíveis para alcançar metas de maneira eficiente e eficaz. 2.2 Conceito de Qualidade Garvin (2002) afirma que muitos associam qualidade àquilo que é bom, outros a custos, a produção, marca etc. Diferentes pessoas e empresas hoje empregam a qualidade a sinônimos que vão desde o luxo e mérito até a excelência do valor. Qualidade não é uma ideia ou uma coisa concreta. Está ligada a satisfação do usuário, a conformidade com as exigências, e sempre será vista de forma diferente por olhos diferentes. 10 Lucinda (2010) cita que a qualidade pode variar de pessoa para pessoa, mas de modo geral todos concordam que um produto ou serviço deve satisfazer as necessidades dos usuários, ter um bom preço, ser fácil de usar e superar as suas expectativas, e que a definição de qualidade de acordo com a norma ISO 9000:2000 “é um alto nível de conformidade, algo que faz parte do produto ou serviço, satisfazendo os requisitos”. Carpinetti (2010) afirma que a partir da década de 50 a qualidade teve o seu conceito reformulado por Juran. A definição abrange ao mesmo tempo a adequação ao uso e as conformidades de acordo com as especificações do produto. Lucinda (2010), Garvin (2002) e Carpinetti (2010) afirmam que a qualidade tem relação direta em suprir as necessidades, expectativas e satisfação do cliente. Garvin vai além ao afirmar que a qualidade está acima de valores monetários, quantidade e especificações técnicas. Carpinetti(2010) comunga com Garvin ao afirmar que qualidade está ligada a atributos intrínsecos de um bem, como desempenho técnico ou durabilidade. Lucinda (2010) complementa ao citar que segundo a norma ISO 9000:2000; qualidade é ter um alto grau de coerência, atendendo aos padrões estabelecidos pela norma. 2.3 Evolução da Qualidade Segundo Oliveira (2006), Lucinda (2010) e Abrantes (2009) a qualidade evoluiu através de eras, que são apresentadas no Quadro 2, a seguir. Quadro 2 – Eras da qualidade ERA FOCO Inspeção Produtos são verificados um a um. Cliente participa da inspeção. Inspeção encontra defeitos, mas não produz qualidade. Controle Estatístico Produtos são verificados por amostragem. Departamento especializado faz inspeção de qualidade. Ênfase na localização dos defeitos. Qualidade Total Processo produtivo é controlado. Toda empresa é responsável. Ênfase na prevenção de defeitos. Qualidade assegurada. (continua) 11 (Continuação) Quadro 2 - Eras da Qualidade ERA FOCO Gestão da Qualidade Total Crescente globalização da economia e acirramento da competição pelos mercados consumidores. Empresas passaram a conduzir suas ações considerando: mercados, satisfação dos clientes, conhecimento e habilidades dos funcionários. Visão estratégica da qualidade: a qualidade passa a ser requisito necessário para a sobrevivência das organizações no longo prazo, dentro de um contexto de mercado altamente competitivo. Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Oliveira (2006), Lucinda (2010) e Abrantes (2009). 2.3.1 Principais gurus da qualidade Carpinetti (2010), Resende (2015) e Lucinda (2009) afirmam que a qualidade recebeu contribuições importantes através de seus gurus. O Quadro 3 apresenta os principais gurus da qualidade e suas principais contribuições para a qualidade. Quadro 3 – Gurus da qualidade e suas contribuições GURUS DA QUALIDADE CONTRIBUIÇÕES Joseph Moses Juran Incorporar qualidade ao produto desde o projeto, desenvolvimento, aquisição, produção, comercialização e pós venda. Armand Vallien Feigenbaun Atividades de controle da qualidade como sendo: controle de projeto, material recebido, produto e estudo de processos especiais. William Edwards Deming Um programa composto de 14 pontos voltados para melhoria do gerenciamento da qualidade. Controle de processos e o uso de ferramentas estatísticas. Kaoru Ishikawa Desenvolvimento da visão ampla da qualidade, a ênfase no seu lado humano, o desenvolvimento e o uso de ferramentas da qualidade. Criação do Diagrama de Causa Efeito ou Diagrama de Ishikawa. Philip Crosby Qualidade associada aos conceitos: “Zero defeito”, “Fazer certo à primeira”, “Os 4 absolutos da qualidade”, “O processo de prevenção”, “Vacina da qualidade” e o “6CS”. Shigeo Shingo Desenvolvimento do Sistema Toyota de Produção - em conjunto com Taiichi Ohno, e do SMED, criou e formalizou o Sistema de Controle de Qualidade, e realizou a aplicação dos Poka Yoke, um sistema de inspeção na fonte. Vicente Falconi Produtos e serviços de qualidade que atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo as suas necessidades. (continua) 12 (Continuação) Quadro 3 – Gurus da qualidade e suas contribuições GURUS DA QUALIDADE CONTRIBUIÇÕES David A. Garvin Cinco abordagens principais: transcendental, Centrada no produto, no valor, na fabricação e no cliente. As oito dimensões ou categorias: Desempenho; Características; Confiabilidade; Conformidade; Durabilidade; Atendimento; Estética e Qualidade percebida. Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Carpinetti (2010), Resende (2015) e Lucinda (2009). 2.3.2 As 7 ferramentas da qualidade Cesar (2011), Lucinda (2009) e Resende (2015) partilham da ideia que a qualidade não pode estar separada das ferramentas usadas no controle, melhoria e planejamento da qualidade. A utilização da maioria dessas ferramentas baseia-se no levantamento de ideias através do brainstorming, e é feito por uma equipe. O Quadro 4 apresenta as 7 ferramentas da qualidade. Quadro 4 – As sete ferramentas da qualidade DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA O QUE É FINALIDADE MODELO Gráficos de dispersão Gráfico cartesiano que representa a relação entre duas variáveis. Verificar a correlação entre duas variáveis. Diagrama de controle Gráfico com limite de controle que permite o monitoramento dos processos. Verificar se o processo esta sob controle. Folha de verificação Planilha para a coleta de dados. Para facilitar a coleta de dados pertinentes a um problema. Diagrama de causa e efeito Estrutura do método que expressa de modo simples e fácil, a série de causa e efeito. Ampliar a quantidade de causas potenciais a serem analisadas. Histograma Gráfico de barras verticais que representam dados quantitativos agrupados em classes de frequência. Verificar o comportamento de um processo em relação à especificação. (continua) 13 (Continuação) Quadro 4 - As sete ferramentas da qualidade DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA O QUE É FINALIDADE MODELO Fluxograma São fluxos que permitem a visão global do processo onde passa o produto. Estabelecer os limites e conhecer as atividades. Diagrama de Pareto Gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor. Prioriza os poucos mais vitais. Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Cesar (2011), Resende (2015) e Lucinda (2009). 2.4 Conceito de Gestão da Qualidade Paladini (2008) ao abordar o conceito de gestão da qualidade afirma que deve estar direcionada para o cliente, e que deve ocorrer uma simetria do melhor ajuste de um produto ou serviço para o fim para que foi projetado. Melo (2011) no que tange a gestão da qualidade concorda com Paladini, porém salienta que os administradores devem conhecer a gestão da qualidade, pois ela envolve todos que fazem parte do processo. A gestão da qualidade é mais eficiente e tem maiores chances de ser bem sucedida se os gerentes e os funcionários na produção e no planejamento estiverem envolvidos. Carpinetti (2010) apresenta uma visão mais ampla ao afirmar que a gestão pela qualidade é utilizada de maneira estratégica para coordenar negociações e aumentar o poder competitivo das empresas através de princípios, métodos e ferramentas de gestão de qualidade. 2.5 Conceito de Qualidade Total Falconi (2004) apresenta a Qualidade Total como todas as dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas e, por conseguinte a sobrevivência da empresa. Abrantes (2009) comunga com a opinião de Falconi (2004) no que se refere ao conceito de satisfação do cliente, que foi então estendido para outras entidades 14 envolvidas com as atividades da empresa. O termo de qualidade total representa a busca da satisfação de todas as entidades significativas da existência da empresa. Já Carpinetti (2010) considera a Gestão da Qualidade Total como uma filosofia constituída de princípios que se reforçam e que são sustentados por práticas e técnicas. O Quadro 5, a seguir, apresenta os 10 princípios da Qualidade Total: Quadro 5 – Dez princípios da qualidade total PRINCÍPIOS DE QUALIDADE TOTAL DEFINIÇÕES Total satisfação dos clientes A empresa precisa prever as necessidades dos clientes. Gerência Participativa É preciso criar a cultura da participação e passar as informações necessárias aos empregados. Constância de propósitos Adoção de novos valores que devem ser repetidos e reforçados. É preciso persistência e continuidade. Aperfeiçoamento contínuo Acompanhar e até mesmo antecipar mudanças na sociedade ira gerar mudanças rápidas nas reais necessidades dos clientes. Desenvolvimento de RH É preciso ter o máximo de controle sobre os empregados, supervisionar e fiscalizar estimulando o espírito de iniciativa entre os colaboradores. Delegação Delegar com competência e relacionar-sediretamente com o cliente, em todas as situações. Garantia da qualidade Planejar, sistematizar e formalizar processos. Não aceitação de erros O padrão desejável deve se o “Zero defeito”. Gerência de processos Promover integração e eliminar feudos fazendo com que as barreiras entre as áreas sejam eliminadas. Disseminação de informações Todos devem entender qual é o negocio, a missão, os grandes propósitos e os planos da empresa. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Falconi (2004), Abrantes (2009), Carpinetti (2010). 2.6 Conceito de ISO e Evolução das Normas da série ISO 9000 (9000, 9001, 9004, 14001, 19011) OHSAS 1800 /01, PBQP-H, ISO 26000; ISO é a Organização Internacional de Normalização, com sede em Genebra, na Suíça. Sua criação foi em 1946, e possui organismos de normalização associados em cerca de 160 países. Abrantes (2009), Paladini (2008) e Inmetro (2004) concordam que a ISO possui diversas normas que visam garantir e padronizar produtos e serviços, objetivando a promoção de padrões e normas mundiais para promover o comércio dos países que desejam a garantia da qualidade nos produtos e serviços. 15 A ISO 9000 teve a sua primeira versão publicada em 1987, e sua última atualização foi em 2015. As normas da série ISO 9000 procuram aumentar o nível competitivo das organizações que delas se utilizam, e através delas se define quais serão as condições de gestão que devem ser aplicadas aos produtos e serviços comercializados, a fim de garantir a padronização e levar garantia de qualidade para os clientes. Cerqueira (2010) esclarece que a elaboração da ISO 14000 teve como base a norma Britânica BS 7750. Sua primeira versão foi elaborada em 1996, e sua última publicação revisada foi feita 2015. As normas apresentam um modelo de Sistema de Gestão Ambiental, com enfoque estratégico na organização, implementando e definindo a realização e implantação de uma política ambiental. A OHSAS 18001:1999 foi promulgada pela BSI em 1999, revista em 2007 e 2012, de modo a ter um padrão para o que poderia ser emitido um certificado de conformidade. Segundo Seiffert (2008), a norma OHSAS 18001 define os requisitos mínimos para melhores práticas em gestão de saúde e segurança ocupacional, através do processo de gestão de SSO (Saúde e Segurança Ocupacional). A ISO 2600 começou a ser desenvolvida em 2005 e sua versão final foi publicada em 2010. O propósito da norma é ser um importante norte para as corporações e não como uma certificadora. O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil através da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). Tem como finalidade coordenar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. No Quadro 6 são apresentadas as famílias da série ISO 9000 e ISO 14000, ISO 26000, OHSAS 18001 e PBQP-H. 16 Quadro 6 – A família da série ISO 9000, 14000 e 26000 NORMAS E DIRETRIZES PROPÓSITO APLICAÇÃO VIGÊNCIA ISO 9000 - Sistema Gestão da Qualidade - Fundamentos e Vocabulários. Estabelece termos e definições usados nas normas da família ISO 9000, necessários para evitar interpretações errôneas durante o seu uso. Certificação feita em todos os processos de uma organização. 1987 - 2015 ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos. É a norma para fins contratuais, usada para avaliar a capacidade de uma organização em atingir os requisitos dos clientes e s regulamentos aplicáveis para, assim, satisfazer esses clientes. Certificação feita em um processo de produção através do melhoramento contínuo. 1987 - 2015 ISO 9004 - Sistema de Gestão da Qualidade – Diretrizes para melhoria do desempenho. Fornece orientação para atingir sucesso sustentado para qualquer organização em um ambiente complexo, exigente e de constante mudança, provendo um foco mais amplo sobre a gestão da qualidade que a norma ISO 9001. Contempla as necessidades e expectativas de todas as partes interessadas e sua satisfação, por meio da melhoria contínua e sistemática do desemprenho da organização. Não se destina ao uso para certificação, regulamentar ou contratual. Concentra-se em como fazer um sistema de gestão de qualidade mais eficiente e eficaz 1987 - 2015 ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental - especificação e diretrizes de uso. Apoiar a proteção ambiental e prevenção da poluição, em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas. Especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental que uma organização pode utilizar para melhorar o seu desempenho ambiental. 1996 - 2015 ISO 19011 - Diretrizes para auditoria de Sistemas de Gestão da Qualidade e Gestão Ambiental. Fornecem diretrizes para a verificação da capacidade do sistema em atingir os objetivos da qualidade definidos. Pode ser usada internamente na auditoria de fornecedores ou nas auditorias de terceira parte (certificação do sistema de gestão). Estabelece orientações sobre auditorias internas e externas de sistemas de gestão da qualidade. 2002 - 2012 ISO 26000 - Diretrizes sobre Responsabilidade Social Incentiva a organização a ir além da conformidade legal, reconhecendo que o cumprimento do direito é um dever fundamental de qualquer organização e uma parte essencial de sua responsabilidade social. Destina-se a fornecer às organizações orientação sobre responsabilidade social e pode ser usada como parte das atividades de políticas públicas. 2010 Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Mello (2009), Cerqueira(2010), Seiffert (2008), Paladini (2008), ISO 2 , Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat 3 . 2 http://www.iso.org/iso/home.html, acesso em 07/04/16 17 O Quadro 7 apresenta a OHSAS 180001 e o PBQP-H. Quadro 7 – Norma OHSAS 18001 e PBQP-H NORMAS E DIRETRIZES PROPÓSITO APLICAÇÃO VIGÊNCIA OHSAS 1800/01 - Certificação de sistemas de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. Série de avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional. Estabelece um processo de gestão de SSO visando reduzir ou eliminar os riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos a determinados riscos na realização das suas atividades diárias. Ferramenta gerencial para a implantação do SGSSO de uma organização, visando reduzir ou eliminar completamente os riscos de SSO. 1999 - 2012 PBQP-H - Organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. O objetivo geral do PBQP-H é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia, em especial para a população de menor renda. Organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. 1998 - 2012 Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Mello (2009), Cerqueira(2010), Seiffert (2008), Paladini (2008), Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat 4 . 2.7 Visão geral do Sistema da Qualidade ISO 9001(objetivo e aplicação); A ABNT NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização. A ISO acredita que as empresas devem se empenhar em atender todos os requisitos da norma ISO 9001:2008, que são aplicados a produtos e serviços e incluídos no escopo do seu sistema de gestão da qualidade, e não significa necessariamente conformidade de produto às suasrespectivas especificações. O objetivo da ABNT NBR ISO 9001 é prover confiança de que o seu fornecedor tem capacidade de atender, de forma consistente e repetitiva, bens e serviços de acordo com o especificado. O sistema de qualidade estabelecido pela ISO é designado para as organizações que desejam implantar o sistema de gestão da qualidade, de forma estratégica, para atender a requisitos descritos na norma ou para melhorar sua eficiência no atendimento de seus clientes. 4 http://pbqp-h.cidades.gov.br/, acesso em 07/04/16 18 A ISO 9001 pode ser aplicada em diversos tipos de empresas independente do segmento, tamanho, produtos e serviços fornecidos. Dependendo da empresa alguns requisitos não podem ser aplicados, quando ocorrer, o item deve ser identificado, e quando excluído deve ser justificado de acordo com regras descritas na norma, desde que não comprometa a capacidade ou responsabilidade da organização de fornecerem produtos que atenda a requisitos dos clientes e requisitos estatuários e regulamentares aplicáveis. 2.8 Princípios de Gestão da Qualidade De acordo com a ISO 9001:2015 é importante que as organizações adotem e incorporem os princípios de gestão da qualidade, pois eles beneficiam e melhoram o seu desempenho. O Quadro 8 aborda os princípios da gestão de qualidade. Quadro 8 – Princípios de Gestão da Qualidade PRINCIPIOS DEFINIÇÕES Cliente As organizações dependem de seus clientes e, portanto, é recomendável que atendam ás necessidades que atuais e futuras do cliente, a seus requisitos e procurem exercer suas expectativas. Liderança Lideres estabelecem a unidade de proposito e o rumo da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no proposito de atingir os objetivos da organização. Envolvimento das pessoas Pessoas de todas os níveis são a essência de uma organização e seu total envolvimento possibilita que suas habilidades sejam usadas para o beneficio da organização Abordagem sistemática para a gestão Identificar, compreender a gerenciar os processos Inter-relacionados como um sistema contribui para a eficiência da organização no sentido de esta atingir seus objetivos. Melhoria continua A melhoria continua do desempenho global da organização deveria ser um objetivo permanente. Abordagem factual para a tomada de decisão Decisões eficazes são baseadas na analise de dados e informações. Benefícios mútuos nas relações com fornecedores Uma organização e seus fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a capacidade de ambos em agregar valor. Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Seiffert (2008). 19 2.9 Fundamentos da ISO 9000 versão 1994 As normas da série ISO 9000 especificam requisitos para uso em um sistema de gestão da qualidade de uma empresa, e podem ser divididas em dois grandes grupos: normas diretrizes e normas contratuais. Essa série se baseia em 20 requisitos que englobam diversos pontos da gestão da qualidade. O Quadro 9 apresenta os requisitos constituintes da ISO 9001:1994. Quadro 9 – Requisitos da ISO 9001:1994 CONCEITO OBJETIVO / DEFINIÇÃO Responsabilidade da administração Requer que a política de qualidade seja definida, documentada, comunicada, implementada e mantida. Além disso, define qual deve ser a postura da administração em relação ao processo de implantação e manutenção so sistema de gestão da qualidade. Sistema de Qualidade Estabelece como a empresa deve documentar e manter seu sistema de qualidade, de forma a garantir que seus produtos e serviços estejam em conformidade com os requisitos pré-estabelecidos. Análise crítica de Contratos Os requisitos contratuais devem estar completos e bem definidos para que possam ser corretamente analisados quanto à sua viabilidade. A empresa deve assegurar-se de ter todos os recursos necessários para atender as exigências contratuais. Controle de Projeto Todas as atividades referentes a projetos (planejamento, coordenação, métodos para revisão, mudanças para verificações, etc) devem ser previstos em documentos específicos caso a empresa o desenvolva. Porém, mesmo que a empresa utilize algum tipo de projeto de terceiros seu recebimento, sua utilização e os procedimentos de mudanças nesses projetos também devem estar previstos nessa documentação. Controle de documentos e dados Requer procedimentos para controlar a geração, distribuição, mudança e revisão de todos os documentos. Os documentos da qualidade instruem a execução do processo. Os registros de qualidade fornecem evidências de que as instruções contidas nos documentos da qualidade foram executados. Aquisição Esse item procura garantir que as matérias-primas atendam as exigências especificadas e que se deve instituir uma metodologia pra controle e classificação de fornecedores. Controle de produto fornecido pelo cliente Esse item observa a necessidade de se instituir procedimentos controlados para verificação da qualidade de eventuais produtos fornecidos pelo cliente que devam ser utilizados ou processados pela empresa certificada. Identificação e rastreabilidade do produto A norma recomenda que se estabeleça a identificação do produto por itens, série ou lote durante todos os estágios da produção, entrega e instalação. (continua) 20 (Continuação) Quadro 9 - Requisitos da ISO 9001:1994 CONCEITO OBJETIVO / DEFINIÇÃO Controle de processo As fases de processamento de um produto devem ser controladas e documentadas, baseadas em padrões pré-definidos, utilizando instrumentos específicos para coleta, tratamento e análise de dados. Inspeção e ensaios Esse item estipula que as matérias-primas e os produtos acabados sejam inspecionados antes de sua utilização, visando a garantia da sua adequação aos padrões mínimos necessários. Controle de equipamentos de inspeção, medição e ensaios Requer procedimentos para aferição, medição e ensaios; requer procedimentos ara calibração/aferição, controle e manutenção de equipamentos e ferramentas. Situação de inspeção e ensaios Deve haver no produto algum mecanismo indicador que demonstre por quais inspeções e ensaios ele passou e se foi aprovado ou não. Deve-se ter também um sistemático controle de resultado, quando é inspeção e/ou ensaio, andamento de inspeção e/ou ensaio, quando ainda estiverem em curso. Controle de produto não conforme Os produtos não conformes, ou seja, que divergiram das especificações no momento de sua fabricação, devem ser identificados por inspeções e obedecer a um cronograma preestabelecido de procedimentos, visando a sua perfeita identificação, recuperação ou descarte. Ação corretiva e ação preventiva A ação corretiva trata dos procedimentos preestabelecidos quando da identificação de uma não-conformidade, em que se buscam suas causas e implementam-se procedimentos para a sua solução. Já a ação preventiva trata dos procedimentos rotineiros que visam evitar a ocorrência de alterações no sistema produtivo da empresa em seus diversos recursos. Manuseio, armazenamento, embalagem, preservação e entrega Requer que a empresa institua procedimentos documentados para elucidar como os funcionários farão o manuseio, armazenamento, embalagem e expedição dos produtos e insumos. Controle de registros da qualidade Devem-se manter registros da qualidade ao longo de todo o processo de produção, os quais devem ser devidamente arquivados e protegidos contra danos de extravio e estar com fácil acesso para serem consultados a qualquer momento. Auditorias internas da qualidade Têm como principal objetivo determinar a eficácia do sistema de qualidade existente por meio da confrontação entre o que foi realizado e o que estava planejado. Treinamento Focaprincipalmente quatro grandes aspectos do treinamento: identificação de necessidades; viabilização de recursos físicos, humanos e financeiros para realização do treinamento; sua realização propriamente dita; e mensuração de sua eficácia. Serviços associados Requerem procedimentos para garantir a assistência a clientes e todas as outras formas de serviço que não sejam o processo produtivo em si e possam ser agregados ao produto antes, durante e após a produção. (continua) 21 (Continuação) Quadro 9 - Requisitos da ISO 9001:1994 CONCEITO OBJETIVO / DEFINIÇÃO Técnicas estatísticas O sistema prevê que se utilizem recursos estatísticos para coleta e análise de dados referentes ao andamento do processo produtivo. Esses dados devem subsidiar todo o sistema, informando aonde os principais erros e acertos vêm ocorrendo, servindo como importante ferramenta de melhoria contínua do sistema. Fonte: Elaborados pelos autores, adaptado de Oliveira (2009) 2.10 Conceitos de Sistema de Gestão da Qualidade Carvalho (2005) esclarece que os Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) tem o propósito de averiguar os processos da organização e como esses processos podem melhorar a qualidade dos produtos e serviços frente aos clientes e colaboradores. Através dos princípios de diretrizes da qualidade existentes nos sistemas a tomada de decisão é feita de forma segura, e o gestor tem acesso aos indicadores de desempenho. O Quadro 10 aborda os conceitos de Sistemas de Gestão da Qualidade. Quadro 10 – Sistemas de Gestão da Qualidade ITEM CONCEITO MODELO Documento Consiste em um meio/instrumento para armazenamento ou transmissão de informação e/ou instruções e que pode ser recuperável a qualquer momento. Procedimento Especifica como as operações são executadas. Instruções de Trabalho Documento normativo que se destina a descrever a maneira correta de executar uma operação ou tarefa, de modo simples e direto. (continua) 22 (Continuação) Quadro 10 – Sistemas de Gestão da Qualidade ITEM CONCEITO MODELO Registros São documentos onde estão registrados os dados que confirmam que as operações, atividades, processos e produtos estão de acordo com as especificações e os requisitos estabelecidos. É o conjunto de informações conservadas com o objetivo de demonstrar e possibilitar a rastreabilidade de um funcionamento eficaz. Atividade Agrupamento de uma série de tarefas complementares, correspondendo assim a um conjunto de tarefas/ações de cada unidade organizacional, caracterizada pelo consumo de recursos e orientadas para um objetivo definido, de caráter global. Tarefa Meio pelo qual se atinge cada atividade ou objetivo global de cada unidade organizacional, compreendendo uma ou mais rotinas (passos, movimentos, micro movimentos) referentes aos empregados. Processo Série de tarefas ou etapas que recebem insumos (materiais, informações, pessoas, máquinas, métodos) e geram produtos (produto físico, informação, serviço), com valor agregado, para fins específicos por seu receptor. Dado Qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz à compreensão de determinado fato ou situação. (continua) 23 (Continuação) Quadro 10 – Sistemas de Gestão da Qualidade ITEM CONCEITO MODELO Macroprocesso Processo mais abrangente, aquele que está no topo da hierarquia ou no alto da decomposição dos processos que o compõe, podendo em uma organização ser identificado um ou mais macroprocessos, dependendo de seu foco de negócio. Procedimento operacional São os procedimentos que orientam cada atividade produtiva da organização. Estes devem ser formais e documentados. Procedimento normativo Procedimentos que são referências para o planejamento racional de opções gerenciais e operacionais, trazendo um grau esperado de previsibilidade para os processos em geral, simplificando, unificando e integrando ações. Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de Rebouças (2010), Ballestero (2006), Cury (2000), Anvisa 5 , MCG 6 2.11 Certificação A seguir iremos apresentar o conceito de Certificação e sua finalidade, Organismo Certificador e alguns exemplos de empresas certificadoras da Norma ISO 9001:2008, através da visão de três autores. Marshall (2010) define que certificação é um bloco de ações desenvolvido por um organismo certificador independente, não possui relação comercial, e o objetivo é afirmar através de documentos que um produto ou serviço específico está conforme os requisitos atribuídos. 5 http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/acreditacao/manual/glossario.pdf, acesso em 12/04/16 6 http://www.mcg.com.br/index.php/artigos/item/63-documentacao-de-sistemas-de-gestao-da- qualidade, acesso em 12/04/16 24 Abrantes (2009) concorda e acrescenta que a certificação de um processo é realizada quando o mesmo é aprovado, em um processo imparcial e por uma empresa de certificação acreditada. Carpinetti (2010, p. 24) complementa de forma ampla que “a certificação de um sistema da qualidade [...] é um processo de avaliação pelo qual uma empresa certificadora avalia o sistema da qualidade de uma empresa interessada em obter um certificado”. O autor apresenta, ainda, que empresas certificadas devem passar por auditorias periódicas de manutenção do certificado, garantindo que o sistema da qualidade ainda atende aos requisitos exigidos e que não conformidades identificadas anteriormente foram solucionadas. 2.12 Organismo Certificador Carpinetti (2010, p. 26) define que os organismos certificadores, as empresas que emitem os certificados, são normalmente credenciados (ou acreditados, do inglês accredited) para a emissão de um certificado ISO 9001.O credenciamento (ou acreditação) dos organismos certificadores é feito, no Brasil, pelo INMETRO, o Instituto Nacional de Metrologia e Normalização e Qualidade Industrial [...] uma autarquia federal que tem entre as suas responsabilidades o credenciamento de laboratórios, organismos certificadores, inspeção de produtos entre outras. O INMETRO, que coordena o sistema nacional de certificação no Brasil, é reconhecido internacionalmente como o organismo de credenciamento brasileiro, seguindo tendência internacional atual de apenas um credenciador por país ou economia. Marshall Junior (2010) concorda e acrescenta que a certificação é feita por um organismo específico, que segue o modelo do sistema Brasileiro de Avaliação da conformidade (SBAC), que foi estabelecido através de uma determinação do Conselho Nacional de Metrologia, normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), e o organismo deve estar credenciado no INMETRO para executar a atividade. Esse tipo de atividade é classificada como certificação de terceira parte, onde uma entidade independente das partes envolvidas no contrato executa a avaliação do sistema de qualidade da empresa. Abrantes (2009, p. 250) complementa que “embora importantíssimo, o processo de certificação pela ISO 9001, é longo (até dois anos) e trabalhoso, 25 exigindo principalmente a determinação da Alta Administração, a união de todos os funcionários, treinamento e muita disciplina [...]”. Podemos concluir que os organismos certificadores realizam um papel fundamental nas organizações em busca da obtenção do Certificado de Gestão da qualidade ISO 9001 e vários outros. É de extrema importância para as empresas obterem credibilidade e atenderem com excelência os requisitos do SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade). 2.13 Acreditação A Acreditação é o reconhecimento de um organismo de certificação em relação ao alcance dos requisitos definidos, e mostra se ele é competente para realizar as atividades com total confiança. A acreditação de Organismos de certificação é realizada pela Divisão de Acreditaçãode Organismos de Certificação (Dicor), que realiza as atividades para reconhecer a competência técnica destas organizações que executam certificações de produtos, sistemas de gestão, pessoas, processos ou serviços, utilizando programas de acreditação, que são estabelecidos em Normas, cujos requisitos devem ser atendidos, completamente, pelos solicitantes. Esta acreditação reúne três modalidades: produtos, pessoas e sistemas de gestão. 2.13.1 Critérios de Acreditação A Dicor7 acredita organismos de certificação baseando-se no cumprimento dos requisitos estabelecidos nas Normas Internacionais para os diferentes tipos de avaliação da conformidade, além de critérios adicionais que são previstos nos procedimentos específicos de acreditação: a) ABNT NBR ISO/IEC 17065 para Organismos de Certificação de Produtos; b) ABNT NBR ISO/IEC 17021 para Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão; c) ABNT NBR ISO/IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas; 7 www.inmetro.gov.br/credenciamento/sobre_org_cert.asp, acesso em 10/04/2016. http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_prod.asp http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_prod.asp http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_sg.asp http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_sg.asp http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_pess.asp http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_oc_pess.asp 26 A Figura 1 apresenta as etapas do processo de acreditação de Organismos de Certificação. Figura 1 - Etapas do processo de Acreditação de Organismos de Certificação Fonte: INMETRO 8 (2016) O Quadro 11 apresenta alguns exemplos de organismos certificadores credenciados pelo INMETRO e a sua finalidade: Quadro 11 – Organismos Certificadores ORGANISMO FINALIDADE ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por meio de diversos instrumentos legais. A ABNT é responsável pela publicação das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. SGS ICS Certificadora Ltda. A SGS é um organismo certificador que atua com inspeção, verificação, testes e certificação de empresas. São reconhecidos como referência em qualidade e integridade. Os principais serviços podem ser divididos em quatro categorias: Testes, certificação, verificação e Inspeção. IBAMETRO – Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade. O Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), é um órgão delegado do Inmetro na Bahia e autarquia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), prestando serviços de certificação Regulação e Avaliação da conformidade. (continua) 8 http://www.inmetro.gov.br, acesso em 10/04/2016. 27 (Continuação) Quadro 11 - Organismos Certificadores ORGANISMO FINALIDADE EVS Brasil certificadores de Qualidade Fundada em 2006 a EVS - Entidade Verificadora de Sistemas, empresa de capital 100% nacional é um organismo de Inspeção e Certificação, criado para atender as necessidades de certificação e validação dos processos do Sistema de Gestão, como: Qualidade, Meio-Ambiente, Saúde e Segurança Ocupacional, Responsabilidade Social Segurança, Alimentar, Boas Práticas de Fabricação, Sistemas Integrados de Gestão, etc. IQA - Instituto da Qualidade Automotiva O IQA - Instituto da Qualidade Automotiva é um organismo de certificação sem fins lucrativos especializado no setor automotivo, criado e dirigido por Anfavea, Sindipeças e outras entidades. Representante de organismos internacionais e acreditado pelo INMETRO, atua em Certificação de Produtos, de Serviços Automotivos, de Sistemas de Gestão, Ensaios Laboratoriais, Publicações e Treinamentos. Fonte: elaborado pelos autores, adaptado de IBAMETRO 9 , SGS Group 10 , EVS Brasil 11 , IQA 12 , ABNT 13 , INMETRO 14 , Buerau Veritas Certification 15 , Carpinetti (2010), Abrantes (2010) e Marshall (2009). 2.14 Perfil do profissional da Qualidade Paladini (2008) pensa no gerente da qualidade como um profissional que reúne características que não existem na maioria dos mortais. Esse conceito é falso. O perfil de um gerente da qualidade abrange três características básicas, conforme apresentado no Quadro 12 abaixo: Quadro 12 - Características básicas de um gerente da qualidade CARACTERÍSTICAS ONDE SE ENCONTRAM ASPECTOS COMUNS Em procedimentos de analise da capacidade administrativa de todo funcionário da empresa. Planejamento, Agilidade e rápida percepção da realidade (Dinamismo), Captação quanto à transmissão de informações, Ser capaz de criar condições favoráveis à motivação das pessoas e Habilidade de influenciar pessoas (Liderança). DESEJÁVEIS Em processos de avaliação, que envolve mecanismos de inspeção por meio de testes ou provas e ensaios desenvolvidos no próprio processo produtivo. Capacidade para implantar e avaliar o programa e o modelo da qualidade total, deve conhecer perfeitamente a empresa com suas especialidades (relações internas, fluxos, etc.), e possuir conhecimento do produto e do processo. (continua) 9 www.ibametro.ba.gov.br/, acesso em 10/04/2016. 10 www.sgsgroup.com.br, acesso em 10/04/2016. 11 www.evsbrasil.com.br/, acesso em 10/04/2016. 12 www.iqa.org.br/, acesso em 12/04/2016. 13 www.abnt.org.br/, acesso em 12/04/2016. 14 http://www.inmetro.gov.br, acesso em 14/04/2016. 15 www.bureauveritascertification.com.br, acesso em 14/04/2016. http://www.sgsgroup.com.br/ http://www.evsbrasil.com.br/ 28 (Continuação) Quadro 12- Características básicas de um gerente da qualidade CARACTERÍSTICAS ONDE SE ENCONTRAM ASPECTOS NECESSÁRIAS Em processos de avaliação, que estendem por longos períodos de observação e acompanhamento das atividades do dia-a-dia das pessoas. São elementos imprescindíveis ao exercício da função. Relacionamento humano, capacidade de interação com autoridades formais da organização (tanto para influenciá- las em suas decisões quanto para sensibilizá-las para objetivos básicos da qualidade), capacidade de compreensão e conhecimento do mercado. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Paladini (2008). 2.15 Visão Geral do Sistema da Qualidade ISO 9001:2015. Objetivo e aplicação A ISO 9001:2015 define que: A norma ISO 9001:2015 faz adoção de um sistema de gestão da qualidade com o objetivo de identificar e melhorar e determinar os processos e recursos estrategicamente da organização, para ajudar a alcançar os resultados desejados. ABNT catálogo esclarece que os requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para prover consistentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, visando aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para melhoria do sistema e para a garantia da conformidade com os requisitos do cliente e com os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Paiva (2015) reforça esse o conceito ao afirmar que “todos os requisitos desta norma são genéricos e destinados a ser aplicáveis a todas as organizações, independentemente de seu tipo, tamanho e do produto e serviço que provê”. Conclui-se que o sistema de gestão da qualidade administra estrategicamente uma organização através dos requisitos estatuários e regulamentos aplicáveis por umaaplicação eficaz do sistema. 2.16 Princípios de gestão da ISO 9001:2015 e etapas para implantação A ABNT NBR ISO 9001 baseia-se em princípios de gestão da qualidade. Seguir estes princípios garantirá que a sua empresa ou negócio está apta a 29 gerar valor a seus clientes de forma consistente. Com pilares consolidados, implementar um sistema de gestão da qualidade ficará mais fácil. Nádia Segantini e Marina esclarecem que os princípios sofreram alterações para as organizações que buscam ou pretendem melhorar, ou até mesmo implantar os benefícios e ações no desempenho de suas atividades de forma a agregar valor a seus clientes de forma solida. O site certificação ISO16 reforça que os princípios de gestão são práticas indispensáveis para qualquer empresa que deseja iniciar uma gestão voltada para a excelência, aumentando valor de forma consistente aos seus clientes. Sendo assim, segue no Quadro 13 abaixo os sete princípios que envolvem a gestão da qualidade, onde enfatiza seus conceitos, aplicabilidade e benefícios. Quadro 13 - Sete princípios da Gestão Qualidade ITEM CONCEITOS E BENEFÍCIOS Foco Cliente Tem como principal objetivo atender a necessidade e exceder as expectativas dos clientes através de: aumento da satisfação do cliente, melhoria de fidelidade do cliente, ampliação da base de clientes. Liderança Tem como objetivo a capacidade de influenciar pessoas a fazer algo de boa vontade, a empregar seu talento na busca contínua dos resultados eficazes, sendo que a liderança para gestão da qualidade parte do pressuposto de que o foco no cliente e melhoria continua só serão incorporados à cultura organizacional se houver liderança para qualidade. Engajamento de Pessoas Tem como objetivo conter pessoas competentes, com poder e engajadas em todos os níveis hierárquicos da organização são essenciais para aumentar a capacidade da organização em criar e entregar valor. Afim de melhoria da compreensão dos objetivos da qualidade da organização pelas pessoas da organização e maior motivação para alcançá-los; maior envolvimento das pessoas em atividades de melhoria; melhoria do desenvolvimento, das iniciativas e da criatividade das pessoas; melhoria da satisfação das pessoas; melhoria da confiança e colaboração em toda a organização. Abordagem de Processos Tem como objetivo a compreensão do conjunto das atividades e processos da organização que agregam valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e análise de desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados. Melhoria Tem como principal e único objetivo as melhoras constantes dos resultados, processos, produtos e serviços de uma organização, através de ferramentas e metodologias como o ciclo PDCA, sendo que a melhoria continua se caracteriza por ser um processo iterativo e cíclico, ou seja, a partir da avaliação dos resultados obtidos, da investigação e conhecimento adquiridos com uma ação de melhoria sobre um determinado objeto de estudo. (continua) 16 http://certificacaoiso.com.br/os-08-principios-da-qualidade/, acesso em 09/09/2016 30 (Continuação) Quadro 13 - Sete princípios da Gestão Qualidade ITEM CONCEITOS E BENEFÍCIOS Gestão de relacionamento Tem como objetivo o sucesso sustentado, as organizações gerenciam seus relacionamentos com as partes interessados pertinentes, como provedores. Melhoria no desempenho da organização e de suas partes interessadas quando responder às oportunidades e restrições relacionadas a cada parte interessada pertinente; compreensão comum de objetivos e valores entre as partes interessadas. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de ABNT NBR ISO 9000 (2015). 2.17 Princípios da ABNT NBR ISO 31000 aplicado a ABNT NBR ISO 9001:2015 A ISO17 esclarece que a norma ISO 31000 aborda como a gestão de riscos ajuda as organizações a obter um bom desempenho em um ambiente cheio de incerteza. Essa norma fornece princípios, orientações, estrutura e um processo de gestão de riscos. Qualquer organismo pode utiliza-la, aumentando assim a probabilidade de alcançar objetivos, melhorar a identificação de ameaças, oportunidades, alocar e utilizar recursos para o tratamento de riscos de maneira efetiva. Essa norma não pode ser usada para fins de certificação, ela é utilizada elas organizações para fins de comparação das práticas de gestão de risco co um valor de referência reconhecido internacionalmente, para proporcionar princípios de gestão eficazes e governança corporativa. O item A.4 da 9001:2015 esclarece que o pensamento baseado em risco é essencial para se obter um sistema de gestão da qualidade eficaz. Risco é o efeito da incerteza, num resultado esperado, e qualquer incerteza pode ter efeitos positivos ou negativos. A relação existente entre essas duas normas é que com a revisão da norma 9001:2015 muitos itens passaram a ser obrigatórios e apresentar informação documentada, já na norma 31000 é a atual referência mundial, naturalmente recomendada, para auxiliar as organizações a atenderem a esses novos requisitos. Além disso, com as diretrizes da ISO 31000 incorporadas aos 17 http://www.iso.org/iso/home/standards/iso31000.htm, acesso em 14/09/2016 31 sistemas de gestão da organização, ela obterá potencialmente grandes benefícios em seus processos de gestão. 2.18 Requisitos Gerais e de Documentação do Sistema da Qualidade ISO 9001:2015 Melo (2009) reforça a necessidade da organização ter documentada as suas unidades de negócio, utilizando um formato adequado. Essa norma define os requisitos para colocar um sistema de gestão da qualidade em funcionamento. Ela auxilia empresas a expandir sua eficiência e a satisfação do cliente. Freitas18 esclarece que a ISO 9001:2015 traz uma nova definição para a documentação do sistema de gestão da qualidade, que passa a ser informação documentada. É dividido da seguinte forma, conforme apresentado no item 7.5: 7.5.1. Generalidades - as informações documentadas obrigatórias são as requeridas pela norma e as necessárias pela organização. 7.5.2. Criando e atualizando – documentos devem ser identificados, ter uma mídia ou formato específico, análise crítica e aprovação quanto a adequação e suficiência. 7.5.3. Controle de informação documentada – os documentados devem estar disponíveis e adequados para uso, legíveis, protegidos, e com identificação clara da revisão. As informações documentadas exigidas na nova revisão da ISO 9001 – Sistemas de gestão da qualidade são as seguintes: Escopo da Qualidade – (4.3 Determinando o escopo do sistema de gestão da qualidade); Política da Qualidade – (5.2 Política e 5.2.1 Desenvolvendo a política da qualidade); 18 http://academiaplatonica.com.br/2016/gestao/iso_9001_2015_75_informacao_documentada/? print=pdf 32 Objetivos da Qualidade – (6.2 Objetivos da qualidade e planejamento para alcançá-los); e Critérios para avaliação e seleção de fornecedores (8.4 Controle de processos, produtos e serviços providos externamente) O manual da qualidade deixa de ser um item obrigatório conforme a norma ISO 9001:2015; além dos documentos obrigatórios ou registros, outros documentos complementares devem fazer parte do SGQ, conforme apresentado a seguir: Processo para determinar contexto da organização e as partes interessadas (cláusulas 4.1 e 4.2) Procedimento para lidar com os riscos e oportunidades (cláusula 6.1) Procedimento para a competência, formação e sensibilização (cláusulas 7.1.2, 7.2 e 7.3) Procedimento para a manutenção de equipamentos e aparelhos de medição e monitoramento (cláusula 7.1.5) Procedimento de documento e de controlede registros (cláusula 7.5) Procedimento de vendas e requisitos relativos a produtos e serviços (cláusula 8.2) Procedimento para projeto e desenvolvimento de produtos e serviços (cláusula 8.3) Procedimento para a produção e fornecimento de serviço (cláusula 8.5) Procedimento para a gestão de não conformidades e ações corretivas (cláusulas 8.7 e 10.2) Procedimento para o monitoramento da satisfação do cliente (cláusula 9.1.2) Procedimento para a auditoria interna (cláusula 9.2) Procedimento para a análise crítica pela direção (cláusula 9.3) 2.19 ABNT NBR 10002 A ISO 10002 (2005, p. 6), é uma norma que “fornece orientação para o projeto e a implementação de um processo eficaz e eficiente de tratamento de reclamações para todos os tipos de atividades comerciais e não comerciais, incluindo aquelas relacionadas ao comércio eletrônico.” 33 Mello (2009) declara que a organização necessita criar e implantar um canal de comunicação com seus clientes para evitar que em uma mesma ligação o cliente fale com todos os gerentes antes de chegar à pessoa que realmente vai solucionar seu problema. A ABNT NBR ISO 9001:2015 esclarece que a ABNT NBR ISO 10002 fornece um método de reclamações aberto, fácil de usar e eficaz, que inclua o treinamento de pessoas, e também fornece orientações para pequenos negócios. A partir das elucidações apresentadas concluímos que é importante que a organização crie e mantenha um meio de comunicação eficaz com os seus clientes, pois o feedback auxilia a mesma na melhoria contínua de seus produtos e processos. 2.20 ABNT NBR 10005 Segundo Mello (2009) esta norma fornece orientações para auxiliar na preparação, análise crítica, aprovação e revisão de planos de qualidade. A ISO 9001:2015 esclarece que ao determinar um plano de qualidade, a organização aumenta a confiança de que os requisitos serão atendidos, e que os processos estão controlados. Segundo a norma 10005:2005 o plano da qualidade deve ser analisado criticamente quanto a sua adequação, e aprovado formalmente por um grupo autorizado que inclua representantes de todas as partes interessadas da organização fornecedora. A partir das explanações acima considera-se que essa norma é aplicável a planos de qualidade para: um processo, um produto, um projeto ou contrato, qualquer categoria de produtos e qualquer indústria. O foco principal é na realização do produto, e essa norma não é um guia para planejamento do sistema de gestão da qualidade organizacional. 34 2.21 ABNT NBR 10012 A NBR ISO 10012 é utilizada entre compradores e fornecedores. O "fornecedor" pode ser um fabricante, instalador ou assistência técnica responsável pelo fornecimento de um produto ou serviço. O “comprador” pode ser uma cadeia de suprimentos ou um cliente que utiliza o produto ou serviço. Os “fornecedores” se transformam em “compradores” quando adquirem insumos e serviços de subfornecedores ou de outras fontes externas. O alvo da negociação relativa a esta NBR ISO 10012-1 pode ser um projeto, item, produto ou serviço. A ABNT NBR ISO 9001: 2015 (2015, p. 28), afirma que a NBR ISO 10012 é uma norma que: Provê orientação para a gestão de processos de medição e comprovação metrológicas de equipamento de medição usada para dar suporte e demonstrar conformidade com requisitos metrológicos. A ABNT NBR ISO 10012 provê critérios de gestão da qualidade de um sistema de gestão de medição, para assegurar que os requisitos metrológicos são atendidos. Filho (2014) acrescenta que a Gestão Metrológica engloba os requisitos para a acreditação na NBR ISO 10012:2004, porque esta atividade de calibração sinaliza a importância do padrão como elemento essencial a garantia da rastreabilidade. No item 8.5.2 da ISO 9001:2015 é esclarecido que a organização deve proporcionar a conformidade de produtos e serviços, utilizando meios adequados para a identificação de saídas quando for necessário, e preservar a informação documentada sobre a ocorrência. 2.22 ABNT ISO/TR 10013 Segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015 (p. 29), a norma ABNT ISO/TR 10013 é uma norma que: Fornece diretrizes para o desenvolvimento e a manutenção da documentação necessária para o sistema de gestão da qualidade. O ABNT ISO/TR 10013 pode ser utilizado para documentar sistemas de gestão da qualidade diferentes as Normas de sistema de gestão da qualidade da ABNT, como, por exemplo, sistemas de gestão ambiental e sistemas de gestão da segurança. A ABNT ISO/TR 10013:2002 afirma que o relatório técnico apresenta premissas para o desenvolvimento e a manutenção da documentação 35 necessária para que seja implantada o sistema de gestão da qualidade, adaptada de acordo com as necessidades especificas da organização. O uso dessas diretrizes ampara o estabelecimento de um sistema documentado determinado pelas normas de sistemas de gestão da qualidade. Melo (2009) concorda e acrescenta que a utilização das diretrizes presentes na norma ajuda na organização de um sistema documentado como requisitado pelas normas de gestão da qualidade aplicáveis. O item 7.5 da ISO 9001:2015 esclarece que o sistema de gestão da qualidade da organização deve ter a informação documentada que a norma requer, e a informação documentada que é determinada pela organização por ser necessária para garantir a eficácia do sistema de gestão da qualidade. 2.23 ABNT NBR ISO 10014 De acordo com o Docslide19 esta norma é direcionada à Alta Direção, fornece diretrizes para a percepção de benefícios financeiros e econômicos juntamente com a aplicação dos oito princípios da Qualidade que também são derivados da ABNT NBR ISO 9000:2005. Os benefícios econômicos são geralmente resultado da gestão eficaz dos recursos da implementação de processos que melhoram o valor e a saúde financeira da organização. A intenção dessa norma é fornecer para a Alta Direção informações que facilitem a efetiva aplicação de círculos de Gestão da Qualidade e seleção de métodos e ferramentas que propiciem o sucesso e a sustentabilidade de uma organização. Uma alta avaliação é incluída como uma análise de lacunas e ferramentas de propiciarão. Está baseada nos oitos princípios de Gestão da Qualidade que também inter- relacionados ajudam a desenvolver o processo que facilite o alcance dos objetivos da organização. Os oitos princípios são: 19 http://docslide.com.br/documents/nbr-iso-10014-2008-gestao-da-qualidade-diretrizes-para-a- percepcao-de.html, acesso em 28/08/2016 http://docslide.com.br/documents/nbr-iso-10014-2008-gestao-da-qualidade-diretrizes-para-a-percepcao-de.html http://docslide.com.br/documents/nbr-iso-10014-2008-gestao-da-qualidade-diretrizes-para-a-percepcao-de.html 36 Foco no cliente; Liderança; Envolvimento de pessoas; Abordagem de processos; Abordagem sistêmica da gestão; Melhoria contínua; Abordagem factual para a tomada de decisões; Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores. Esta norma é igualmente aplicada a organizações com produtos que incluem serviços, informações, materiais e equipamentos. É relevante tanto no setor público como no privado, e pode oferecer orientação útil independentemente do número de empregado, diversidade na oferta do produto, volume de receitas, complexidade de processos ou número de insatisfações. Ela também propicia suporte a organizações públicas e privadas para facilitar o crescimento sustentável à prosperidade. Cada princípio da gestão abordado na norma é como um processo (entradas e saídas), onde as entradas são resultados de uma auto avaliação realizadas e as saídas são os benefícios econômicos e financeiros esperados de cada princípio. O processo de transformação de entradas em saídas segue o método PDCA(Plan-Do-Check-Act,ou Planejar,Fazer,Verificar e Agir) onde cada passo é associado a umalista de métodos e ferramentas aplicáveis para a sua realização. 2.24 ABNT NBR ISO 10015 De acordo com a ABNT essa norma pode ser aplicada sempre que uma orientação for necessária para interpretar referências à educação e treinamento nas normas da família NBR ISO 9000 e 14000 e em outras normas. No Brasil, a norma NBR ISO 10015 vem sendo implementada pelas empresas que já possuem certificação, por aquelas que pretendem obter a certificação futuramente. Mas o principal é aquelas que estão executando a chamada Gestão por competências. 37 A ABNT NBR ISO 10015 (Diretrizes para treinamentos ), enfatiza a contribuição do treinamento para melhoria contínua e tem como objetivo ajudar as organizações a tornarem seus programas de treinamento um investimento com retorno garantido. A norma diz que: É conveniente que a organização define a competência necessária a cada atividade que afeta a qualidade do produtos e serviços, avalie a competência do pessoal para realizar a atividades elabore planos para eliminar quaisquer lacunas de competências que possam existir. A norma também relata que a vantagem de trabalhar com o conceito de competências é que ele permite direcionar o foco, concentrar energias no que é necessário para que a empresa alcance seus objetivos operacionais estratégicos. 2.25 ABNT ISO/TR 10017 A ABNT ISO 9001:2015 esclarece que a ISO/TR 10017: Explica sobre técnicas estatísticas que seguem a variabilidade observada no comportamento e na realização de processos, mesmo sob condições de uma estabilidade aparente. As técnicas estatísticas permitem a melhor utilização dos dados disponíveis para auxiliar a tomada de decisões, e, assim, contribuem com a melhoria contínua da qualidade de produtos e processos, para alcançar a satisfação do cliente. Segundo a ISO20, o objetivo da norma 10017 é auxiliar a organização na identificação das melhores técnicas estatísticas para o desenvolvimento, implementação, manutenção e melhoria de um sistema de gestão de qualidade em conformidade com a norma ISO 9001. Examina-se os requisitos da ISO 9001 que abrangem a utilização de dados quantitativos, e após essa análise é realizada a identificação e descrição das técnicas estatísticas que podem ser utilizadas quando aplicados a esses dados. Melo (2009) concorda com a ISO ao salientar que a norma fornece diretrizes para a seleção das técnicas estatísticas apropriadas, que isso é feito através da análise dos requisitos da ISO 9001 que envolvem o uso de dados 20 https://www.iso.org/obp/ui/#iso:std:iso:tr:10017:ed-2:v1:es, acesso em 22/08/2016 38 quantitativos e após a análise identificando e descrevendo as técnicas estatísticas que podem ser utilizadas. Examinado a Norma Técnica NBR ISO 9000, que trata a respeito dos fundamentos e vocabulário de um sistema de gestão da qualidade, encontram- se referências à ABNT ISO/TR 10017. A 10017 cita que o uso dessas técnicas não é obrigatório e que não existe limitação ao uso de outras técnicas, portanto essa norma não tem que ser seguida de maneira obrigatória, mas pode servir como um critério de seleção. Os setores da empresa também podem ser utilizados como critério de seleção, já que cada setor possui diferentes funções e diferentes características, com necessidades correspondentes às suas funções. 2.26 ABNT NBR ISO 10018 A ABNT ISO 9001:2015 explica que a ABNT ISO 10018: Fornece diretrizes para os fatores humanos que influenciam o envolvimento das pessoas e suas competências e a forma que elas são inseridas e integradas na organização. São fatores críticos, desenvolver e avaliar conhecimentos, habilidades, comportamentos e ambientes de trabalho. O processo para envolvimento das pessoas e aquisição de competências em uma organização é baseado em quatro etapas: análise, planejamento, implementação, e avaliação. É necessário ter uma revisão em cada etapa para garantir que os dados de entrada e de saída estejam exatos. Estas etapas aplicam-se a todos os níveis da organização, de grupo e individual. Nasário (2014) define que a norma fornece, nivelado com os requisitos das seções 5 a 8 da ISO 9001, recomendações específicas que podem ser usadas para atender aos requisitos da norma 10018, no que se refere a envolvimento e competência, e que podem criar uma lista de verificação para autoavaliação. A ISO21 concorda com a ABNT, e acrescenta que esta norma pode ser aplicada em qualquer organização, independente do tamanho, tipo ou atividade. 21 https://www.iso.org/obp/ui/#iso:std:iso:10018:ed-1:v1:es, acesso em 02/09/2016 39 2.27 ABNT NBR ISO 10019 A NBR ISO 10019:2007 cita que algumas organizações utilizam seus próprios funcionários para implementar o seu sistema de gestão da qualidade, outras preferem contratar consultores para realizar o serviço. Esta norma auxilia as organizações a avaliar a competência e a eficiência do consultor em atender as necessidades e expectativas do serviço de consultoria. Mello (2009, p. 06) afirma que “esta norma fornece as diretrizes para auxiliar as organizações na seleção de consultores para o sistema de gestão de qualidade. Esta norma não se destina para propósitos contratuais ou de certificação.” Segundo o INMETRO, a norma ISO 10019:2007 estabelece diretrizes para seleção de consultores de sistema de gestão da qualidade e o uso de seu serviço, auxiliando as organizações a selecionar e avaliar as competências dos consultores de sistemas de gestão da qualidade. A norma 10019:2007 apresenta diretrizes para auxiliar as organizações a selecionar um consultor de sistema de gestão da qualidade que tenha capacidade de satisfazer as necessidades, expectativas e objetivos das organizações na implantação do sistema de gestão da qualidade. Relacionando os referenciais com o item 8.4 da 9001:2015, podemos concluir que a organização tem que definir os controles que serão utilizados para os processos, produtos e serviços que são providos externamente, quando forem destinados a integração nos produtos e serviços da própria organização. 2.28 ISO 14000 Seiffert (2009) cita que a norma 14000 serve para dar diretrizes no gerenciamento das atividades nos processos ambientais de uma organização. É uma norma que focada na melhoria e aprimoramento ambiental e nos seus produtos e serviços. Complementa que essa norma já vinha sendo discutida em vários fóruns de discussões a fim de minimizar problemas ambientais no ambiente produtivo. 40 Luís Fernando22 concorda com Seiffert ao dizer que a norma 14000 tem como foco melhorar os processos ambientais, os produtos e serviços de uma organização. Luís Fernando também cita que: A ISO 14000 apresenta um enfoque estratégico na organização, implementa a definição e realização dinâmica de uma política ambiental, identifica, examina e avalia de forma sistemática as mudanças ambientais causadas por elementos de produtos, serviços ou atividade da organização. Dias (2001) ao falar sobre essa norma afirma que as famílias da norma ISO 14000 tem como finalidade estabelecer ferramentas necessárias para a implantação de um SGQ, conduzindo então a organização um processo de certificação. Esta norma também especifica vários requisitos que podem ser aplicados, independente do tamanho e do tipo da organização. O Quadro 14 mostra a família de normas NBR ISO 14000. Quadro 14 – Família de normas NBR ISO 14000 ISO 14000 Sistema de Gestão Ambiental (SGA)-Especificações para implantação e guia ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental-Diretrizes Gerais ISO 14010 Guias para Auditoria Ambiental-Diretrizes Gerais ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditoria ISO 14012 Diretries para Auditoria Ambiental-Critérios de Qualificação ISO 14020 Rotulagem Ambiental-Princípios Básicos ISO 14021 Rotulagem
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