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AUDITORIA PÚBLICA Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli Revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira Graduada em Ciências Políticas e Econômicas Especialista em Administração Financeira Mestre em Desenvolvimento Regional Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 E37 Auditoria pública / João Guterres de Mattos ... [et al.] ; [revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 213 p. il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-186-0 1. Auditoria pública. I. Mattos, João Guterres. CDU 657.6:336.1 Controles e procedimentos internos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Escrever a responsabilidade do auditor pelos controles internos em auditorias de demonstrações � nanceiras e de controles internos sobre relatórios � nanceiros. Analisar como o auditor obtém evidências su� cientes e apropriadas quando o cliente usa uma organização de serviços nas testagens dos controles internos. Explicar os controles internos sobre relatórios � nanceiros e as exigên- cias do relatório do auditor para de� ciências e fraquezas materiais nos controles internos no processo de governança corporativa. Introdução Um aspecto importante do trabalho em auditoria é conhecer os controles internos que a empresa auditada utiliza. Esses controles precisam garantir que as demonstrações financeiras sejam preparadas em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. Neste texto, você aprenderá a fazer testes de controles. Também verá como obter evidências suficientes e apropriadas nas testagens dos controles internos de uma empresa. U N I D A D E 3 Responsabilidades do auditor nos controles internos A profi ssão do auditor se encontra devidamente regulamentada por seu có- digo de normas. Esse código é reconhecido internacionalmente, inclusive pelo Brasil, por meio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em sua resolução 915/2001, entre outros dispositivos. Essas normas são, geralmente, divididas em três grupos: normas gerais, normas de trabalho de campo e normas sobre relatórios. As normas gerais estão localizadas na NBC T.11, que é uma das Normas Brasileiras de Contabilidade emitidas pelo CFC. Essa norma define que as ca- racterísticas pessoais do auditor e a qualidade do seu trabalho estão relacionadas aos seguintes aspectos (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2005): Treinamento e capacidade: A revisão deve ser efetuada por pessoas com adequado treinamento e habilitadas como auditores. Além disso, no Brasil, a profissão de auditor está devidamente regulamentada por lei. O Código Civil, no artigo 1.182, define que são “[...] de âmbito exclusivo do Contador com formação de nível universitário os trabalhos de Auditoria de empresas e de Perícia contábil.” (BRASIL, 2002). Então, ainda que outros profissionais possam atuar como consultores internos para processos de auditoria, o parecer oficial e a validação da perícia contábil possuem essa restrição legal. Nesse contexto, apenas os contadores podem exercer a profissão de auditor e, portanto, emitir o parecer de auditoria. Contudo, é obrigatório que participem de pro- gramas de treinamento continuado, como os oferecidos pelo Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP). Assim, é possível a manutenção dos registros que os habilitam como auditores. A economia está em constante movimentação. Os tipos de relacionamentos comerciais e de negócios se alteram frequentemente. Isso afeta o patrimônio e a forma de medi- -lo. Ou seja, o patrimônio das empresas acompanha a movimentação dos sistemas econômicos. Todavia, atualmente essas alterações adquiriram um caráter intenso, tanto em termos de velocidade quanto de volume. Por esse motivo, os auditores devem promover a própria reciclagem em cursos reconhecidos. Dessa forma, conseguem acompanhar as inovações legislativas. Controles e procedimentos internos118 Independência: Em todos os aspectos relacionados com o trabalho, o auditor deve manter uma atitude mental de independência. Você deve observar que o conceito de independência se refere a uma atitude inde- pendente. Esta é definida como uma liberdade mental e uma isenção que permitem ao perito apresentar uma opinião sobre as questões analisadas sem qualquer viés pessoal capaz de distorcê-la de algum modo. Diligência profissional: O auditor deve ter cuidado e diligência pro- fissionais no desenvolvimento do seu exame e na preparação do seu parecer. Você certamente sabe que um erro, por mais banal que pa- reça, em determinadas circunstâncias pode causar danos extremos a um bom trabalho em auditoria. Deixar de seguir as diretrizes para o cumprimento da tarefa ou elaborar o relatório de maneira incoerente ou incompreensível, por exemplo, pode trazer problemas. Da mesma forma, a atenção às normas gramaticais é indispensável. De acordo com Avalos (2009), as normas de trabalho de campo também devem seguir algumas diretrizes, são elas: Planejamento e oportunidades adequados: O trabalho deve ser ade- quadamente planejado, e os assistentes e colaboradores, apropriadamente supervisionados. Avaliação do controle interno: Deve ser feito um estudo e uma ava- liação adequados do controle interno existente, que sirvam como base confiável para determinar o alcance das provas e a aplicação dos pro- cedimentos de auditoria. Obtenção de evidência suficiente e competente: Deve ser obtida evidência suficiente e competente por meio da inspeção, observação, perguntas e confirmações, para ter uma base razoável para emitir uma opinião sobre os relatórios que são examinados. As evidências são o principal instrumento de apoio do auditor para a construção do seu entendimento sobre o objeto auditado. Compreender os tipos de evidências que atendem adequadamente a determinada comprovação é uma das grandes habilidades a ser desenvolvida pelo profissional que se dispõe a esse trabalho. 119Controles e procedimentos internos Da mesma forma, o auditor deve observar as normas de informação. Estas se referem às diretrizes para a realização da auditoria e aos elementos que devem constar no relatório. Por meio delas, esse profissional pode apresentar seu parecer de maneira eficiente. A seguir, você pode ver quais são essas normas: Aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade: O parecer deve indicar se os relatórios contábeis são apresentados de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade. Revelação suficiente: A informação e todas as revelações nos relató- rios serão consideradas razoavelmente suficientes, salvo se o parecer indicar o contrário. Expressão de opinião: O parecer deve conter a expressão de opinião sobre os relatórios contábeis tomados em conjunto, ou declaração de que não pode emitir opinião, expressando as razões para tal. Em todos os casos em que o nome do auditor estiver associado aos relatórios con- tábeis, deve ser indicado inequivocamente o caráter do exame praticado e o grau de responsabilidade assumido pelo auditor. O auditor é plenamente responsável pelo seu parecer. Ele pode responder por falhas e omissões em quaisquer esferas legais. Assim, é essencial que desempenhe sua função com atenção às normas aplicáveis à sua atuação. Além disso, o profissional que realiza uma auditoria pública deve observar as mesmas regras e seguir os mesmos parâmetros de atuação de um profissional da esfera privada. No link ou no código a seguir, você pode acessar o site do Conselho Federal de Contabilidade (c2017). Entre na seção Legislação do site para ler as Normas Brasileiras de Contabilidade e as responsabilidades e os deveres do auditor. http://cfc.org.br/legislacao/ Controles e procedimentos internos120 http://cfc.org.br/legislacao/ Evidências nas organizações de serviços e controles internos A partir de agora, você vai conhecer melhor asevidências em auditoria. Mas, antes disso você deve saber que é com base nas evidências que o trabalho do auditor pode ser corretamente desenvolvido. Por isso, este é um conceito fundamental: evidência em auditoria é a convicção razoável de que todos os dados contábeis expressados nas contas anuais estão suportados no tempo e contidos pelos fatos econômicos e circunstâncias realmente ocorridas. Em outras palavras, a opinião emitida pelo profissional capacitado deve ser fundamentada em evidência correspondente. Esta, portanto, deve servir como base apropriada. A palavra evidência descreve os elementos – documentos, informações, suposições, conclusões e cálculos – por meio dos quais o auditor avalia se as contas mostram a imagem fiel do patrimônio. Em outros termos, a evidência é o conjunto de fatores apresentados a uma pessoa com o propósito de lhe permitir decidir sobre uma questão que está em discussão. Você sabe que a evidência, para ser útil, deve ser relevante e de boa qua- lidade. A qualidade de uma evidência é condicionada fundamentalmente por algumas circunstâncias. Observe: As fontes externas proporcionam maior confiança que as internas. Como exemplo, considere um extrato bancário. Por ser emitido por banco, uma fonte externa, é mais confiável que o livro razão da empresa. A evidência surgida de sistema com controle interno confiável é melhor que aquela que surge de outro não confiável ou não analisado. O conhecimento obtido de forma pessoal e direta – como exames físicos, inspeções e cálculos – é mais persuasivo que o obtido de forma indireta. A qualidade da evidência é também condicionada por sua proximidade com aquilo que está sendo evidenciado. Por esse critério, é possível classificar as evidências em: Evidência natural: definida como a coisa ou o fato em si mesmo. A sua força de convencimento está na facilidade de se compreender a existência das coisas pela percepção dos sentidos. As técnicas de inspeção e observação obtêm esse tipo de evidência. Evidência criada: é aquela que não existe no mundo real. Assim, é necessária uma ação mental mais elaborada para obtê-la. Ela descreve o fato, mas não é o fato em si mesmo. Como exemplo desse tipo de 121Controles e procedimentos internos evidência, você pode considerar a evidência da entrega de materiais vendidos obtida com a análise de uma nota de entrega. Evidência derivada de argumentação racional: obtida mediante análise aplicada à evidência natural ou criada com a finalidade de produzir conclusões sobre os fatos. A observação de fatos lógicos e verdadeiros ajuda, com uma interpretação adequada, a chegar a certas conclusões. Amostragens estatísticas produzem esse tipo de evidência, majoritária na base da opinião do auditor. Outro fator condicionante da qualidade da evidência é a direção (ou tra- jetória) da correspondência entre a evidência e o que está sendo evidenciado. Outros tipos de evidência são: Evidência direta: considerada primária quando implica exame exaus- tivo de todos os fatos contábeis. De modo geral, substitui a evidência natural quando esta não se encontra disponível. É considerada a maior evidência que existe. Porém, está limitada pelo tempo e por seu custo, assim como pela dificuldade de se obter evidência física de muitos fatos que já ocorreram. Por outro lado, é considerada secundária nos demais casos, como cópias de documentos, recibos bancários, etc. Evidência indireta ou circunstancial: ocorre quando não há suporte direto para um fato e sua existência deve ser provada mediante outros fatos. Por exemplo, se o sistema de controle interno é considerado bom, então a informação corrente emanada desse sistema também é boa. A fonte geradora da evidência também contribui para a sua confiabilidade. Nesse sentido, existem aqueles processos que, em grande medida, estão sob controle do auditor. Isso dá a ele uma alta possibilidade de avaliação e uma baixa probabilidade de manipulação. Também há os processos que estão, em grande medida, sob controle dos diretores, que naturalmente apresentam alta probabilidade de manipulação e média possibilidade de avaliação por parte do auditor. Além disso, existem aqueles processos que estão sob controle de terceiros e que possuem probabilidade média de manipulação e baixa possibilidade de avaliação pelo auditor. Controles e procedimentos internos122 Em uma classificação conjunta, o auditor frequentemente escolherá evi- dências naturais primárias e de fontes sob seu controle. Conclui-se que a evidência criada consubstancia parte da opinião do auditor e, portanto, implica importante grau de dedução. A evidência que se pretende obter não pode ser absoluta, mas suficiente e adequada. Ou seja, os elementos que consubstanciam a opinião do auditor devem ser certos e claros. Além disso, precisam fornecer a ele material bas- tante para que a evidência seja suficiente. Isto é, como resultado da prova, o auditor deve adquirir a “certeza moral” da comprovação dos fatos em análise. A terceira norma de auditoria afirma o seguinte: Deve ser obtida evidên- cia suficiente e adequada, mediante a realização e avaliação das provas de auditoria que sejam consideradas necessárias para obter uma base razoável de juízo sobre os dados emitidos nas contas anuais examinadas, para poder expressar uma opinião sobre as mesmas. A auditoria é exercida, necessariamente, mediante a utilização do raciocínio lógico. Você deve refletir, por exemplo, sobre as seguintes questões: Quais são as fontes de informação existentes? Que confiança se deve ter nelas? Até que ponto são convincentes? Quais precisam de fundamentação e quais são satisfatórias por si mesmas? Essas análises oferecem as bases teóricas sobre as quais a auditoria se fundamenta. Sendo assim, livros de contabilidade, documentos, declarações verbais, atividades e transações com terceiros são exemplos de elementos necessários para a reunião das provas. Após as conclusões sobre a necessidade de obtenção de evidências, há de se definir como fazê-lo. Para isso, é possível estruturar as técnicas de auditoria geralmente utilizadas como estudo geral da empresa, observação, inspeção, cálculo, estimativa e certificação, por exemplo. Essas provas são obtidas por meio de observação, medição ou contagem física. Também por meio de documentos ou obtenção de confirmação, bem como por análises lógicas. 123Controles e procedimentos internos Todas as provas de auditoria são efetuadas por meio de amostragem. Por isso, é preciso definir as amostras, em primeiro lugar, em termos de objetivos e natureza. Depois, se procede ao cálculo do tamanho da amostra e à sua seleção. Por último, se avaliam os resultados da amostra. A NBC TA 402 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010) regula a auditoria para a entidade que utiliza organização prestadora de ser- viços. Ela trata da responsabilidade do auditor de obter evidências adequadas e suficientes. Nessa normativa, se destaca a orientação de que o auditor deve determinar se foram compreendidas a natureza e a importância dos serviços prestados, bem como seu efeito sobre o controle interno da entidade usuária para a auditoria. O objetivo disso é fornecer uma base para a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante. Caso o auditor não possua entendimento suficiente sobre a entidade usuária, ele deve obter esse entendimento por meio de determinados procedimentos. Pode, por exemplo, obter o relatório tipo 1 ou o relatório tipo 2. Ao determinar a suficiência e a adequação da evidência fornecida por tais relatórios, o auditor da usuária deve estar satisfeito quanto à competência profissional do auditor da organização prestadora de serviço, sua independência e a adequação das normas segundo as quais o relatório foi emitido. Controles internos sob a perspectiva da governança corporativa A partir da Revolução Industrial, e principalmente no decorrer do século XX, mais precisamenteapós a Segunda Guerra Mundial, o dinamismo dos negócios tem sido uma constante. As mudanças se aceleram continuamente. Isso cria novos desafi os para os sistemas de informação necessários ao bom andamento dos negócios. Em geral, os sistemas de informação são definidos como sistemas de controle interno. Isso ocorre porque estes devem estar incluídos naqueles, de tal forma que ambos sejam complementares. Portanto, eles não devem se constituir em apêndices que dificultem o andamento das operações da empresa. Controles e procedimentos internos124 A informação de tipo digital e isenta de papéis modificou de forma funda- mental o modo como os fluxos operacionais se relacionam entre si. Portanto, modificou também os sistemas de informação e os de controle interno. Na- turalmente, apareceram novos riscos. Estes devem ser levados em conta por ocasião de eventuais avaliações desses sistemas. O distanciamento gradual ocorrido entre a propriedade das empresas e sua gestão cria questões adicionais a serem consideradas. Afinal, os proprietários perdem parcialmente o acesso às informações que teriam se participassem diretamente da gestão. A estrutura organizacional deve se ajustar constantemente a esses câmbios que ocorrem. Dessa forma, consegue suprir os usuários com as informações de que eles precisam. É necessário fazer isso de maneira fiel e imediata. Assim, é possível tomar decisões adequadas de investimento em tempo. Como você viu, as empresas passaram do estágio de controle apenas no âmbito contábil para as operações de maior complexidade. Nesse momento, se exigiu a introdução de novas técnicas de direção. Também foi necessária a implementação de sistemas de controle interno. Isso com o objetivo principal de proteger os ativos contra perdas derivadas de erros, intencionais ou não, no processamento das transações e na utilização dos ativos correspondentes. Os novos modelos de controle interno desenvolvidos definem uma nova corrente de pensamento. Esta amplia os conceitos sobre as organizações, incluindo cada vez mais uma maior participação de diretores, gerentes e pessoal em geral. Esses modelos foram desenvolvidos para servirem de suporte para o êxito da organização, desde que devidamente aplicados pelo pessoal envolvido. Por isso, o pessoal deve conhecê-los cabalmente e entendê-los perfeitamente. Isso implica a correta preparação de diretores, gerentes, chefes e do restante do pessoal, assim como dos auditores internos e externos. A governança corporativa e os controles internos têm diversas funções importantes. Entre elas, está a função de padronizar os procedimentos da empresa. Conforme a empresa Deloitte Brasil Auditoria e Consultoria Empresarial, o controle interno é um processo executado por pessoas das companhias. Por meio de seu trabalho, essas pessoas impulsionam o sucesso dos negócios nas categorias de (DELOITTE, 2003): Eficácia e eficiência das operações. Confiabilidade dos relatórios financeiros. Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis. 125Controles e procedimentos internos A governança corporativa aplica essas três categorias de objetivos. Ou seja: administrar as operações empresariais de maneira eficaz, preparar de- monstrações financeiras de forma confiável e verificar o cumprimento de regras. Isso mostra o alinhamento das ações da governança corporativa com o controle interno. Também deixa transparecer a importância das duas teorias dentro das empresas. Os controles internos consistem em um processo no qual as rotinas são organizadas para que os colaboradores, além de cumprir as políticas traçadas pelas empresas, também contribuam para elas. Um dos atributos do controle interno é possibilitar que a organização alcance os seus objetivos. Além disso, ele promove ajustes quando há desvios organizacionais. O controle é o processo pelo qual uma pessoa, um grupo ou uma organização de pessoas determina, podendo afetar intencionalmente, o comportamento de uma organização. Uma das finalidades do controle interno é fornecer dados corretos para a contabi- lidade. Isso visa à escrituração exata dos fatos ocorridos, para que assim se evitem desperdícios e erros. O controle interno vem crescendo constantemente nas organizações. Ele se torna cada vez mais relevante para a gestão empresarial, sobretudo mantendo o resultado satisfatório e adequado para as empresas. Segundo a governança corporativa, para estabelecer um bom sistema de controle de gestão é inevitável tratar os riscos empresarias. Ou seja, é preciso estar atento a eventos futuros e incertos que podem influenciar, de forma significativa, o cumprimento das metas. Para uma boa governança corporativa dentro da empresa, é importante a implantação de técnica, avaliação e controle de risco. Nesse sentido, é impossível existir uma governança empresarial sem um controle interno eficaz. No que se refere ao setor público, é importante destacar algumas respon- sabilidades fundamentais do auditor. Como exemplo, você pode considerar a atenção aos princípios da administração pública – legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Considere também que na auditoria pública o foco do trabalho do auditor é verificar a boa gestão financeira e dos recursos da entidade. Controles e procedimentos internos126 A estrutura do relatório de auditoria também é uma responsabilidade do auditor no setor público. Ela deve conter elementos como alegações do ente auditado e adaptações necessárias à realidade do setor público. 1. Quais técnicas estão disponíveis para o auditor obter evidências sobre a efetividade operacional do controle? a) Integridade e valores éticos, compromisso com a competência, participação do conselho de administração e do comitê de auditoria, filosofia e estilo operacional da administração. b) Exame das asserções sobre apresentação e divulgação, avaliação das evidências para determinar se as demonstrações financeiras estão preparadas em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável, emissão de um relatório de auditoria e comunicação com o comitê de auditoria. c) Realização de testes substantivos de transações e de balanços e avaliação da probabilidade de que haja distorções relevantes. d) Consideração das precondições para aceitar ou rejeitar os trabalhos, obtenção de entendimento da entidade e de seu ambiente, determinação da sua materialidade, avaliação dos riscos de distorções relevantes e desenvolvimento de uma estratégia e um plano de auditoria para responder aos riscos avaliados. e) Questionamento aos funcionários da empresa, inspeção de documentos, observação da aplicação do controle e reexecução do controle. 2. Considere o que você aprendeu sobre demonstrações financeiras e responda: o que é necessário para que os controles internos forneçam segurança razoável? a) Salvaguarda dos ativos para assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente; obtenção de informação oportuna e adequada. b) Arranjos relativos ao envolvimento de auditores internos e outros funcionários da empresa; arranjos a serem feitos com o auditor anterior; uma solicitação à administração para acusar o recebimento da carta de contratação dos serviços da auditoria. 127Controles e procedimentos internos c) Segregação de funções entre os membros envolvidos em iniciar, aprovar, implementar e registrar transações; procedimentos de autorização de transações; exigências de trilhas de transações documentadas; controles físicos que limitem o acesso a ativos. d) Integridade e valores éticos; compromisso com a competência; estrutura organizacional; políticas e práticas de recursos humanos. e) Confiabilidade dos relatórios financeiros; eficiência e eficácia das operações e cumprimento de leis e regulamentações. 3. Qual componente da função do controle interno determina o tom da organização,que pode ser mais agressivo ou mais conservador? a) Monitoramento. b) Informação e comunicação. c) Atividades de controle. d) Avaliação de riscos. e) Ambiente de controle. 4. A administração elabora os processos para assegurar razoavelmente que as demonstrações financeiras sejam preparadas em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Para isso, pode desenvolver controles relacionados: a) À identificação de problemas detectados; à definição de método de identificação do estado de inspeção para prevenir utilização inadvertida; e à inspeção que marque de forma clara o produto. b) Ao manuseio de matérias- primas, equipamentos, instalações e embalagens; e à consideração dos riscos provenientes de contaminações cruzadas, embalagens e produtos que devem ser instalados por sistemas para redução desses riscos. c) A evitar a identificação do sistema ou de suas aplicações até que o processo de logon esteja completamente concluído; e a, durante esse processo, evitar o fornecimento de mensagens de ajuda que poderiam auxiliar um usuário não autorizado a completar o procedimento. d) A fazer com que apenas usuários autorizados tenham acesso aos recursos; com que o acesso a recursos críticos seja bem monitorado e restrito a poucas pessoas; e com que os usuários tenham acesso apenas aos recursos realmente necessários para a execução de suas tarefas. e) À segregação de funções entre os membros envolvidos em iniciar, aprovar, implementar e registrar transações; aos procedimentos de autorização de transações; às exigências de trilhas de transações documentadas antes que as transações possam ser processadas; aos controles físicos que limitem o acesso a ativos; e às reconciliações independentes. 5. Considere o relato da inadequação de controle que afeta de forma adversa a capacidade da empresa de iniciar, autorizar, registrar, processar ou divulgar dados financeiros externos Controles e procedimentos internos128 de maneira confiável. Ele diz respeito a que aspecto dos relatórios de auditoria dos controles internos? a) Eficácia e eficiência das operações. b) Identificação da estrutura administrativa. c) Opinião sobre a eficiência. d) Fraquezas materiais. e) Deficiências identificadas. AVALOS, J. M. A. Auditoria de gestão de riscos. São Paulo: Saraiva, 2009. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 24 set. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislação. Brasília, DF: CFC, c2017. Disponível em: <http://cfc.org.br/legislacao/>. Acesso em: 21 set. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC T 11: Normas de auditoria independente das demonstrações contábeis. São Paulo: Portal de Contabilidade, 2005. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t11.htm>. Acesso em: 21 set. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC: NBC TA 402. Brasília, DF: CFC, 2010. Disponível em: <http://www.crcpr.org.br/new/ content/download/camaraTecnica/NBCTA402.pdf>. Acesso em: 24 set. 2017. DELOITTE. Lei Sarbanes-Oxley: guia para melhorar a governança corporativa através de eficazes controles internos. São Paulo: DTTL, 2003. Leituras recomendadas ALMEIDA, J. J. M.; MARQUES, M. C. C. Intensificar o papel da auditoria no setor público: uma oportunidade para reforço da eficiência nas organizações. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 145, p. 38-53, ago. 2011. Disponível em: <http://rbc.cfc.org.br/index. php/rbc/article/view/358>. Acesso em: 14 set. 2017. ALVES, M. G. Importância do controle interno para a governança corporativa. Negócios e Talentos, Porto Alegre, v. 12, n. 1, 2014. Disponível em: <https://seer.uniritter.edu.br/ index.php?journal=negocios&page=article&op=view&path%5B%5D=1017&path% 5B%5D=617>. Acesso em: 19 ago. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.215 de 27.11.2009. Brasília, DF: CFC, 2009. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolu- caocfc1215_2009.htm>. Acesso em: 24 set. 2017. 129Controles e procedimentos internos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm http://cfc.org.br/legislacao/ http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t11.htm http://www.crcpr.org.br/new/ http://rbc.cfc.org.br/index. https://seer.uniritter.edu.br/ http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolu- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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